Os episódios desse texto foram levantados em 1998 pelo consultor da Revista UFO Pablo Villarrubia Mauso em montanhas do norte da Argentina, precisamente na Província de Tucumán, terra com um rico passado indígena e arqueológico. Ali, os últimos descendentes dos orgulhosos povos de outrora resistem a abandonar seus costumes, suas lendas e parte de seu passado. É o que demonstram alguns dos camponeses que vivem ao redor da impressionante Fortaleza de Quilmes, uma espécie de Machu Picchu argentina — uma série de fortificações e muralhas que se levantam sobre o sopé e pico montanhoso daquela região tão escarpada quanto árida.
O caso principal veio à tona graças à recepcionista do Hotel Ruínas de Quilmes, Juana Chaile, que se situa aos pés de uma colina da região. Quando indagada sobre coisas estranhas que ali eventualmente ocorrem e são guardadas pela população local, Juana relatou que fora testemunha, em agosto de 1996, junto a milhares de pessoas em todo o território, da manifestação de uma esfera transparente sobrevoando a citada fortaleza pré-hispânica de Quilmes. “O objeto simplesmente surgiu no ar, era de cor branca como a Lua, mas deixava ver as estrelas através dele. Isso durou uns 10 minutos”, disse Juana.
Uma busca por detalhes deste e de outros acontecimentos levou à descoberta de casos de observação de possíveis ocupantes de UFOs na região. Foi novamente Juana a relatar algo ocorrido em sua cidade e que deixou a todos perplexos. Trata-se de um caso, ocorrido há alguns anos, de uma mulher da qual uns “anõezinhos” que vinham dentro de uma bola de luz tiraram sangue. Foi a irmã da recepcionista, Carmen Chaile, quem acrescentou algo ainda mais interessante e que conferia mais veracidade à história. “Uma médica amiga atendeu a camponesa, que tinha os olhos ardendo porque havia visto uma bola de luz muito intensa e alguns ‘anõezinhos’, que retiraram um pouco de seu sangue”, disse Carmen.
Bola flutuando
No dia seguinte a esta investigação, o senhor Francisco Costilla, de 60 anos, contou que havia observado um UFO retangular na Colina Pichao, na área de Amaicha Del Valle. Já era noite quando Costilla apresentou também outra protagonista deste avistamento, uma residente da localidade de Los Zazos, a 8 km da vila de Amaicha Del Valle. O local tem 5.000 habitantes e fica ao norte da província, em plena região montanhosa e a quase 2.000 m de altitude. Dona Maria Jesús Flores de Mamaní, 40 anos, relatou o que lhe passou. “Creio que isso se deu em 1990. Eu levava minhas cabras por um riacho próximo a essa casa, logo abaixo no vale, quando de repente me senti paralisada e fiquei pregada a uma pedra”, começou a narrar. Dona Maria Jesús disse que naquele momento viu uma bola flutuando à baixa altura do solo e a uns 10 ou 12 passos dela. “Não era maior do que uma geladeira, tinha um metro e meio ou pouco mais de diâmetro e brilhava como alumínio. A sua volta havia uma fileira de luzes muito fortes e de várias cores”.
Seu cachorro, que é bravo, nada fez e as cabras ficaram paradas, embora sejam ariscas. Logo a senhora viu uma espécie de porta se abrir naquela luz e dela saírem dois pequenos seres com trajes marrons, como de nadadores. “Levavam uma pequena mochila nas costas. Quis gritar, mas minha voz não saía. Isso ocorreu às 16h00, em um momento em que não havia Sol e o vento estava fortíssimo”, disse. Quando se aprofundou na descrição dos pequenos seres, revelou que eram, além de baixos, um pouco gordos. Sua roupa era inteiriça e brilhante e seu tecido era como uma tela. Segundo a testemunha, parecia que havia uns riscos na vestimenta, como se fossem costura.
“O curioso é que tinham anteninhas que saíam de quase todo o traje. Caminhavam no ar, flutuando, e quando se moviam essas anteninhas também o faziam, como pequenos cabos”. Sua cabeça estava coberta pelo que parecia ser um capacete e só era possível ver parte de seu rosto, de cor marrom, que parecia que estava coberta por um cristal. Em seguida, um dos homenzinhos se aproximou da senhora, agarrou-lhe o braço e ao redor dele prendeu um tipo de elástico. Logo, com uma seringa, tirou sangue de dona Maria Jesús Flores de Mamaní. “Eu queria falar e continuava sem poder. Não me fizeram mal e tão pouco senti a dor da picada. O outro homenzinho tirou leite de uma cabra, que ficou quietinha e, como as demais, não se movia para nada. Depois se afastaram e voltaram à bola, que começou a se afastar. Então pude gritar e chamei meu marido, que já vinha em minha direção”.
Olhos vermelhos
Ela então viu a luz subindo no céu, até que ficou do tamanho de uma estrela distante sobre os morros. Muitos de seus vizinhos também viram o UFO, acrescentou o marido da testemunha, assim como alguns caminhoneiros que estavam em uma estrada perto. A parte do campo onde a bola flutuava ficou queimada e a terra ficou branca. Ali não cresceu nada durante muito tempo. “Eu tive que ir ao médico, pois meus olhos ficaram vermelhos, como toda sua parte branca tingida desta cor”. E foi até a única médica que atende toda aquela vasta comunidade, a doutora Clara Luz Nieve, que lhe receitou umas gotas de colírio, mesmo que ela continuasse a enxergar bem pouco. Dois meses depois do que aconteceu, sua visão diminuiu mais ainda e piorava na escuridão. “A doutora me disse que devia ser uma luz muito forte. Eu lhe contei tudo. Ela dizia que eram marcianos”, concluiu seu relato a camponesa indígena.
Experiência traumatizante
Fato semelhante a esse foi registrado também no Maranhão, onde um fazendeiro relatou que duas anciãs também tinham vivido uma experiência traumatizante. “As duas senhoras voltavam à noite para sua casa quando viram vários ‘anões’ com roupas estranhas. Uma conseguiu escapar, mas a outra ficou paralisada e um dos homens lhe tirou sangue dos tornozelos com uma seringa”, relatou o fazendeiro. Simples casualidade? São histórias semelhantes ocorridas a milhares de quilômetros de distância e contadas por pessoas que não têm contato entre si.
Segundo o jornalista do jornal Tribuna de Salta, Arturo Sosa, a Província de Tucumán é uma área de passagem de UFOs, onde se cruzariam várias linhas ortotênicas, segundo a antiga teoria de Aimée Michel. Em 1992, Sosa colheu o relato de um caminhoneiro que, vindo de Rosario de La Frontera, em Salta, perto do Campo de Mogote, viu um típico prato voador rodeado de luzes. O artefato vinha em direção ao seu caminhão. “O homem apertou os freios e eles não responderam, parecendo que ia se chocar com o objeto, mas logo se desviou. Aquele ano foi a época de uma grande onda ufológica”, declarou o jornalista em seu depoimento.