De todos os casos da Ufologia Mundial, nenhum foi tão divulgado e manipulado quanto o do pretenso contatado Eduard “Billy” Meier. Raras são as publicações que nunca estamparam as espetaculares fotografias de “suas” naves discoidais metálicas e escandalosamente nítidas – contrapondo-se às imagens de luzes indistintas e objetos distorcidos feitas por testemunhas casuais que, excitadas, não regulam corretamente o tempo de exposição, a abertura do diafragma e o foco das câmeras -, pairando sobre um vale próximo da aldeia de Hinwil, Suíça.
Em complemento à rica iconografia, fator principal da popularização do mito Meier, há também “marcas de pouso” (redemoinhos na relva morta e amassada, seguindo a direção da esquerda para a direita), gravações em áudio do som emitido pelas naves (um ruído raspante, misto de ronco de avião a jato e serra elétrica), amostras de um “metal estranho” (uma liga de alumínio, enxofre, prata, cobre e chumbo), testemunhas secundárias (algumas das quais chegaram a filmar a encenação de “shows de luzes”), além das alegações mirabolantes do próprio contatado (como a de ter viajado no tempo).
Com tudo isso, o caso poderia ser considerado um dos mais completos já surgidos em todos os tempos. Só o que falta e ser autêntico. Dois meses depois do seu primeiro avistamento, Meier tornou a ver o objeto, desta vez descendo lentamente em direção a um gramado onde ele estava sozinho. Mas, quando o UFO se aproximou do chão, de repente, sem ruído algum, desapareceu. Momentos depois, um som “semelhante a uma voz” ecoou dentro da cabeça do contatado. Daí por diante, pelo menos uma vez por dia, a voz conversava com ele, enviando-lhe respostas e mensagens particulares.
“No começo, eu não recebia palavras ou frases inteiras. Eram mais parecidas com imagens. Com o passar do tempo, elas se tornaram palavras e frases. Mais tarde, recebi mensagens em símbolos. Certa vez tentei desenhar um deles, mas fui incapaz”, enfatizou. Em 03 de fevereiro de 1944, uma nova voz, baixa e clara, surgiu em sua mente e ordenou que aprendesse as mensagens e lições que lhe seriam transmitidas.
PÊRA METÁLICA – A voz que Meier começou a ouvir pertencia a uma entidade, cujos ensinamentos persistiram por todo o verão daquele ano. Então, num certo dia de setembro, quando Meier caminhava sozinho num campo ermo, atrás de uma grande floresta, Sfath (seu interlocutor) se anunciou de repente por telepatia e ordenou ao menino que o esperasse ali e não tivesse medo. Ele viu um objeto parecido com uma pêra metálica descendo devagar do céu. De dentro dele saiu uma rampa que começou a baixar como um elevador. “Subi à nave e fui levado muito acima da Terra. Havia nela um homem muito idoso que parecia um patriarca. Seu nome era Sfath. Era um ser humano, como qualquer outro aqui da Terra, só que ancião. Conversamos durante horas…”
A bordo da nave, o venerável ser anunciou a Meier que seria o seu “tutor espiritual” até o começo da década de 50. Após isso, uma forma de vida muito superior assumiria a responsabilidade de sua instrução. Porém, segundo Sfath, passar-se-iam décadas antes que Meier soubesse da natureza de sua missão. Até lá, teria que ser preparado para conhecer muitas coisas, algumas que poriam em jogo sua sanidade mental e outras que causariam danos físicos. No fim de quatro horas, o ente devolveu ao solo e depois partiu, não sendo mais visto, porém continuou a transmitir pensamentos, preparando Eduard para a próxima etapa em sua evolução espiritual.
Certa vez, junto com outros jovens, “Billy” foi preso pela polícia por roubo e mandado para uma casa de detenção em Aarburg, da qual fugiu outra vez, agora para a França, onde se alistou na Legião Estrangeira, desertando alguns meses após completar o treinamento, voltando para a Suíça e para a casa de detenção. Ate que no dia 03 de fevereiro de 1953, quando Meier completou 16 anos, a voz de Sfath cessou em sua mente.
DIMENSÃO PARALELA – Vários meses se passaram até que o silêncio fosse rompido por uma nova voz. Ao contrário do tom suave e harmonioso de Sfath, a nova voz soava jovem e fresca, cheia de vigor. Ela se identificou como Asket, originária do “universo DAL”, uma dimensão paralela. Após a adolescência, alternada entre reformatórios e péssimos empregos, Asket o encorajou a aventurar-se pelo mundo. Meier iniciou suas viagens pelo Oriente Médio em 1958.
Enquanto ele vagueava de um país a outro, de um emprego a outro, a entidade continuou os ensinamentos telepáticos começados por Sfath, conferindo ao contatado “maior percepção espiritual”. Passavam-se semanas, até meses, entre os contatos com Asket. Então, de repente, a voz dela surgia em sua cabeça outra vez, trazendo novas revelações. “Você foi escolhido um ofertante da verdade”, dizia.
Em 1964, Asket o deixou – assim como Sfath. Em seu contato final, ela lhe informou que, para seu bem e o de seus novos contatos, ele seria controlado durante os 11 anos seguintes. No fim desse período, tendo certeza de que ele havia alcançado o plano espiritual adequado, que lhe permitiria um contato direto, novos seres re-velariam sua presença a Meier. “Seus antepassados vieram da constelação de Lira”, Asket informou.
“E quando você se tornar bem amadurecido para ouvir as novas explicações sobre esses assuntos, então terá as respostas dos descendentes de seus próprios antepassados”. E assim findaram os encontros juvenis de Meier. A partir daí, com o passar dos anos, ele continuaria viajando – de carro, ônibus, trem e navio -, por diferentes países: da Grécia à Turquia, descendo pela Síria, Jordânia e Iraque até a Arábia Saudita, e saindo outra vez pelo Kuwait, até o Irã, mais para o leste até o Paquistão e por último à índia (onde passou dois anos em um Ashram hindu).
Nesses locais, desempenhou ofícios diversos, como caçador de serpentes, jardineiro, motorista de caminhão (carregado de nitroglicerina), cantor de rua, garçom, criador de porcos e galinhas, vendedor de jarros, ajudante geral, supervisor de albergue de estudantes, garimpeiro, veterinário, treinador esportivo, enfermeiro, colhedor de uvas, projetista de jóias, produtor de espetáculos de marionetes e professor de alemão. Acumulando, assim, experiências diversificadas.
Em 1965, quando viajava da Grécia para a Turquia, o ônibus em que estava acidentou-se e ele teve o braço esquerdo amputado, logo acima do cotovelo. Depois de alguns anos de inatividade paranormal em sua vida, e durante sua estada naquele país, juntou dinheiro suficiente para regressar à Europa, segundo conta, trabalhando como informante de agentes de Estado. Em dezembro de 1973, resolveu fixar- se na aldeia de Hinwil, 50 km a sudeste de Zurique, Suíça.
A história menciona pela primeira vez o local em um documento datado do ano de 745. A paisagem é formada por colinas onduladas e verdejantes, cobertas por grandes extensões de florestas de até 30 m de altura, com os Alpes elevando-se ao longe. A pouca distância do centro da ald
eia, na Rua Wihalden, achava-se um casarão de três andares, construído como sede de fazenda há um século.
A comunidade de Hinwil havia adquirido a antiga propriedade e construíra ali apartamentos para abrigar pessoas idosas. Embora o casarão viesse a ser algum dia derrubado para dar lugar a mais dependências, a população local o alugara agora por uma quantia simbólica a Meier, que foi morar ali com sua esposa, a grega Kalliope Meier-Zafiriou, apelidada de “Popi”, e os três filhos: Nina, Atlântis e Bashenko. Segundo os registros da aldeia, as profissões de Meier eram de criador de pássaros, ferreiro e vigia noturno. “Billy” possuía uma licença para porte de arma porque trabalhara como guarda noturno em uma fábrica. Novamente desempregado, Meier passou a sustentar a família com os irrisórios 700 Francos de uma pensão estatal, concedida em decorrência da perda do braço.
HABITANTES DAS PLÊIADES – Para complementar a renda familiar, os Meier criavam galinhas no sótão do casarão e Kalliope vendia ovos na vizinhança. A respeito de seus contatos, a maior parte deles foi com uma bela mulher chamada Semjase. Os habitantes das Plêiades, segundo ele, achavam que seres do sexo feminino pareciam causar menos medo aos humanos. Meier encontrara-se com a mulher várias vezes, e ela permitira que fotografasse sua nave.
O primeiro contato com Semjase ocorreu em 28 de janeiro de 1975, em uma clareira próxima a Hinwil. No começo da tarde, viera à mente de Meier um pensamento, uma mensagem – já esperada por ele, embora não para tão cedo – a qual ordenava-lhe que deveria ir até o campo. Atendendo ao chamado, Meier saiu em sua bicicleta motorizada, levando consigo uma velha câmera Olympus, de 35 mm, com o visor quebrado e o foco ajustável. Ele usava essa máquina porque era fácil rodar o filme com uma só mão.
Com o veículo, ele rodou a esmo pela cidade, mudando de direção quando recebia intuitivamente uma ordem. Depois de uma hora, já estava longe da vila, em uma estrada distante, que passava do lado de uma floresta. Lá, “Billy” recebeu uma ordem final para parar e aguardar. Alguns minutos depois, uma calmaria repentina baixou sobre o local e um grande objeto em forma de disco atravessou em silêncio as pequenas nuvens, desceu fazendo uma curva graciosa e sobrevoou o campo, a cerca de 150 metros de onde Meier estava focalizando sua câmera. Porém, no instante em que bateu a foto, o disco desapareceu.
RETÂNGULOS AVERMELHADOS – Quando tornou a aparecer, pairava sobre um caminhão estacionado ao lado do campo, a apenas 30 m de distância dele. O contatado viu o aparelho parado no ar, a menos de 90 m de altura. Meier calculou que o disco devia ter uns 7 m de diâmetro, com retângulos avermelhados, como janelas, circundando a metade superior. Não obstante, segundo descreveu posteriormente, “… um campo de força invisível me impediu de chegar mais próximo da nave. A distância, vi sair uma mulher loira, de cabelos compridos. Usava um traje cinza, como de nossos astronautas”.
Semjase, a charmosa comandante da expedição alienígena, teria mais de 300 anos de idade (apesar de não aparentar mais do que 30), 1,70 m, aspecto nórdico e aparência absolutamente humana, à exceção dos lóbulos das orelhas, um pouco maiores que o normal. Afirmou provir de Erra, um planeta similar à Terra, que gira ao redor de um pequeno sol no sistema de Taygeta, a mais de quinhentos anos-luz de nosso mundo, na famosa constelação das Plêiades. A história do povo de Semjase, na versão de Meier, parece inspirada em quadrinhos como Superman.
Há milhões de anos, num pequeno planeta que girava ao redor de uma das estrelas da constelação de Lira, uma civilização atingiu um altíssimo grau tecnológico, mas, pouco evoluída eticamente, terminou por destruir-se. Porém, antes que uma guerra termonuclear provocasse o fatal apocalipse, um líder de Lira – um tal Pléyone – organizou um êxodo até os planetas das Plêiades e da estrela Vega. De um daqueles mundos, Erra, foi de onde partiu, à Terra, a expedição comandada por Semjase.
As lendas dos povos pré-incaicos que viveram no Peru falam de “deuses” que os visitavam, vindos das Plêiades. Os gregos faziam o alinhamento dos templos com o seu nascimento e poente. No Egito, no primeiro dia da primavera, a passagem sul da Grande Pirâmide encaixa-se perfeitamente àquela constelação. O May Day, festa da primavera comemorada em 1º de maio, e a Festa Japonesa das Lanternas são remanescentes dos antigos rituais em honra das Plêiades. Os índios Hopi chamam esse aglomerado de astros de Chooho-kan, Lar de Nossos Ancestrais. E uma lenda dos Navajo afirma que os homens chegaram à Terra vindos das estrelas, especialmente as pleiadianas, e que nós continuamos a ser visitados por nossos parentes celestes.
Tentando explicar as aparentes coincidências entre os hábitos das culturas antigas e os das sociedades mais modernas, R. G. Haliburton referiu-se ao culto universal das Plêiades na revista Nature Magazine, em 1881. Ele observou que os samoanos do Pacífico Sul chamavam o seu pássaro sagrado de Pássaro das Plêiades, e que os berberes do Marrocos acreditavam que o paraíso ficava nos céus, circunscrito por esse aglomerado.
Haliburton concluiu em seu artigo: “Mesmo que essa hipótese dos astrônomos pré-históricos e de alguns homens modernos da ciência, de que as Plêiades são o centro do universo, mostrasse ser infundada, estou convencido de que está próximo o dia em que os eruditos admitirão que essas estrelas são o \’sol central\’ das religiões, calendários, mitos, tradições e simbolismos das eras primitivas”.
Agnes Clerke, no livro The system of the stars (O sistema das estrelas), publicado em 1907, chamou as Plêiades de “o ponto de encontro, nos céus, entre a mitologia e a ciência. O aspecto pitoresco e vívido dessas estrelas prendeu a atenção da Humanidade, desde as eras mais remotas. Há uma certa sacralidade relacionada a elas, cujo interesse pelos destinos da Humanidade era considerado íntimo e direto”.
TEMAS METAFÍSICOS – Embora as Plêiades não representem mais do que um ponto visível no céu noturno, nenhum outro grupo de estrelas foi mais mencionado na Literatura e na Mitologia das culturas do mundo nos últimos 2.500 anos. E em todos os casos, o pequeno aglomerado de sete estrelas foi caracterizado como feminino: as irmãs, as virgens, as donzelas, as deusas. Ilse von Jacobi, uma jornalista de Munique, Alemanha, que escrevia sobre temas metafísicos e paranormais, lera a respeito de Meier num boletim e distribuído por pesquisadores de sua cidade, em meados de 1975.
Interessada no assunto, ela entrou em contato com o jovem que editava o boletim e, por meio dele, passou a acompanhar a evolução do caso com base nas declarações das testemunhas. Meses mais tarde, após ver as fotografias tiradas pelo contatado, Ilse resolveu entrevistá-lo. A jornalista levou seu artigo para a Quick – uma das maiores revistas semanais da Alemanha, com circulação no exterior-, que publicou o artigo em 08 de julho de 1976.
A reportagem resultou em uma série de artigos em várias publicações européias, que circularam durante o verão e o outono de 1976. II Gionarle dei Misteri, na Itália, publicou na íntegra o artigo de Jacobi sobre Meier, em agosto. Depois, em setembro, o maior tablóide da Suíça, o Blick, mostrou na primeira página a manchete: “Zurcher verbluffte Erich von Däniken” (“Homem de Zurique assombra Erich von Däniken”).
Outros artigos saíram em seguida nas revistas alemãs Echo der Frau, em outubro, e Neue Welt, em novembro. No mesmo instante em que as inacreditáveis declarações e fotografias de Meier chegaram à opinião pública, atraíram a atenção dos ufólogos de todo o mundo. Os “colecionadores de fotos de UFOs”, dentre eles Timothy Good, Lou Zinsstag (prima de Carl G. Jung, e Wendelle Stevens (major reformado da Força Aérea Norte-americana) que foram alguns dos primeiros a se interessar pelo caso.
Depois de trocar correspondências com Meier, Stevens foi à Suíça fazer investigações, cujos resultados foram incluídos no livro Contact from Pleyades. A obra, que trazia muitas das fotografias de Meier, foi recebida com fascínio pelos ufólogos. Em conseqüência, Meier passou a ser festejado, convertendo-se rapidamente em um novo Adamski. Seus acirrados seguidores fundaram um centro místico-ufológico, o Semjase-Silver-Star-Center.
MECA UFOLÓGICA – As dificuldades econômicas de Meier haviam chegado ao limite quando sua crescente fama internacional surgiu como uma salvaguarda. Meier começou a comercializar as fotografias, os filmes, a cobrar pelas entrevistas etc. Com esta fonte de renda adicional, pôde adquirir uma propriedade de 25 hectares a trinta minutos de Hinwil, entre Zurich e Turgan. Curiosamente, muito perto de um silo subterrâneo de mísseis. O lugar converteu-se em uma espécie de Meca ufológica – como Roswell -, onde contatados, investigadores e curiosos de todo o mundo acorrem em peregrinação. Até a famosa atriz Shirley McLaine já esteve no local.
Os contatos com os pleiadianos se sucederam, ganhando contornos cada vez mais bizarros. Só entre 1975 e 1978 contabilizariam mais de 100. Conta Meier que teria feito viagens intergalácticas e intertemporais. Levado pelos extraterrestres, visitou Erra e as Plêiades, presenciou a Ultima Ceia de Jesus disfarçado de décimo terceiro apóstolo, fotografou, durante outras viagens ao passado, dinossauros, pterodátilos etc. Meier afirmou inclusive, para assombro de todos, que havia chegado a fotografar um dos “olhos de Deus” (sic).
Semjase, Asket, Ptaah, Quetzal (Quetzalcoatl?), Nera e outros pleiadianos continuaram transmitindo a Meier informações e mensagens de todo tipo, que com o passar dos anos tornaram-se mais pessimistas quanto ao futuro da raça humana. Meier chegou a fotografar, em primeiro plano, alguns de seus amigos, como Asket (que muitos confundem com Semjase, de quem não se têm fotos, já que, segundo ele, “… cumpre missões infiltrada entre os terrestres e não quer ser reconhecida”) ou Nera.
Também gravou em fita magnética o som que emitem as supostas naves pleiadianas, Guiou os investigadores a alguns pontos em que os discos voadores haviam aterrissado, e onde se encontravam as características marcas circulares no terreno. Entregou aos ufólogos amostras de metais com que os habitantes das estréias constroem seus aparelhos espaciais. Sem dúvida, jamais na história da Ufologia outro contatado ofereceu um volume tão grande de evidências. Mas essas evidências podem ser consideradas provas?
Desde que tomou conhecimento do caso, Wendelle Stevens se esforçou para demonstrar a natureza alienígena. Em 1979, levou os metais para serem analisados por Marcel Vogel, um conceituado químico da IBM e detentor de 32 patentes. Vogel concluiu que o cristal era uma ametista terrestre comum. Os dois exemplares de metal continham minerais abundantes na Terra, como alumínio, prata, cobre, enxofre e chumbo.
A única coisa que surpreendeu Vogel foi que quando tocou no óxido, com uma sonda de aço inoxidável, “… apareceram listras vermelhas e a camada superficial de óxido desapareceu. Eu apenas toquei no metal e ele começou a se desoxidar, transformando-se em metal puro. Nunca vi um fenômeno igual antes. Uma coisa realmente fora do comum”.
Vogel ficou curioso, mas não contribuiu em nada para referendar as alegações de Meier. Sobre as fotos, Bob Post, do Laboratório de Jatopropulsão da Nasa, em Pasadena, disse considerá-las verídicas, pois não via “nada falso nelas”. Com relação às gravações em áudio da nave de raios, Steve Ambrose, engenheiro de som do cantor Stevie Wonder, declarou: “Se é uma fraude, gostaria de conhecer o cara que fez isso, porque provavelmente ele poderia ganhar muito dinheiro com efeitos especiais”.
Até esse ponto, Meier tinha todos os elementos a seu favor. Isso foi antes dos negativos de suas fotos serem minuciosamente examinados e antes também das maquetas entrarem em cena. Um conjunto de transparências fornecidas para análise revelou-se distante das originais e, portanto, inútil para os investigadores imparciais das fotografias. Meier saiu-se com a desculpa de que os negativos originais foram roubados, e que só restavam cópias de cópias.
Entretanto, um golpe ainda maior na credibilidade de Meier partiu de Martin Sorge, que era um antigo admirador de Eduard e de sua “missão”. Sorge contou que havia encontrado vários slides parcialmente queimados, os quais mostravam um modelo muito parecido com as alegadas naves de Meier. A própria esposa do contatado, “Popi”, em represália aos maus tratos de Meier, que, de acordo com ela, não praticava o que pregava, entregou secretamente a Sorge vários slides coloridos que ela tirara em tempo da fogueira, nos quais apareciam maquetas muito similares às naves. Meier diria mais tarde que havia feito um modelo das naves que apareciam no céu, e depois tentou fotografá-lo.
INVENTANDO COISAS – Sorge não se convenceu, porém não desacreditou Meier inteiramente: “Estou certo de que Meier tem esses contatos, mas não do modo que ele nos conta. Ele pode recebê-los sob a forma de visões, como os médiuns recebem espíritos. Talvez ele nem saiba se essas visões são reais. Mas para ele é realidade, e para prová-las precisa inventar coisas…” Os céticos, encabeçados por Karl Korff e Philip Klass, iniciaram uma “contra cruzada” em oposição ao “apostolado” que Stevens,
Lee, Brit Elders e o grupo Genesis III haviam iniciado. Informes, contrainformes, acusações e difamações se confundiam em uma “guerra” sem quartel.
Para os céticos, o caso Meier nunca passou de uma grande fraude. A maior da Ufologia. Os objetos das fotos e dos filmes eram maquetas suspensas por fios, e as marcas no solo feitas com uma simples enxada. Por outro lado, ufólogos como o espanhol Manuel Carballal dizem que “… requer um grande esforço imaginar que as centenas de fotografias, filmes etc, apresentadas por Meier foram realizadas por este camponês suíço, aleijado, de baixo nível cultural e com tão precários meios econômicos”.
O jornalista Gary Kinder, autor de Ano-luz: uma investigação sobre fenômenos extraterrestres segundo as experiências de Eduard, escreveu: “Duvidei da história de Meier desde o começo, mas apenas por um motivo específico: ela não poderia ser verdade. Não havia como eu encontrar respostas. A análise fotográfica foi negativa porque os originais não puderam ser examinados. Com exceção do grupo da Intercep, quase todos que entrevistei me preveniram de que eu estava perdendo tempo com uma fraude evidente”.
De acordo com o jornalista, os cientistas que estudaram tais provas preveniram contra conclusões prematuras. As fotos forjadas sobre o terremoto de San Francisco e outras afirmações diminuíram sua credibilidade. “Ele pode ter sido apenas um dos melhores ilusionistas que o mundo já conheceu, possuindo a habilidade de convencer os outros a verem coisas que não aconteceram e não existem. Estou certo de um fato: conseguir fazer com que tudo isso tenha sentido é a coisa mais difícil que chegarei a tentar. Concluí por último, como os Elders já haviam feito anos antes, que a verdade sobre os contatos de Meier nunca será conhecida”, finaliza Kinder.
Eduard “Billy” Meier
COMO ACONTECE COM muitos outros contatados, as primeiras experiências paranormais e ufológicas protagonizadas pelo modesto granjeiro Eduard Meier tiveram lugar em sua infância, apesar de só virem a público a partir de 1975. Assim, ele assegura que no verão de 1942, aos 5 anos de idade, viu, em companhia de seu pai, o primeiro objeto não identificado de sua vida, quando encontrava-se atrás de sua casa, sob uma nogueira.
Uma nave em forma de disco sobrevoou o área, seguindo para oeste: “Embora fosse uma visão estranha em nosso mundo, de certa forma, parecia-me familiar. Foi tudo muito rápido. Eu fiquei observando por mais ou menos um minuto e meio…” Desde então, o contatado não deixou mais de ouvir vozes em sua mente de seres que parecem atuar como mestres, Meier foi “escolhido” quando era ainda menino, para uma missão em que viveria uma série de tribulações. Aos 12 anos de idade, ficou oito meses internado em um sanatório para tuberculosos, e aos 14, o Juizado de Menores o enviou a um lar de meninos em Albisbrunn.
Do orfanato fugiu três vezes, antes das autoridades o mandarem de volta a seus pais. Logo depois, abandonou definitivamente a escola, sem que completasse a 6ª série. Ocupou-se com diversos ofícios antes de se especializar na área do contatismo. Dois anos após o primeiro avistamento, Segundo ele. entrou em contato com uma entidade espiritual chamada Sfath, que terminaria por converter-se em seu guia.
A adolescência de Meier foi marcada por uma sucessão de viagens e experiências pela índia e Turquia, onde sofreu um trágico acidente em que perdeu um braço, obrigando-a a regressar à Suíça – país onde viveria seus encontros alienígenas mais interessantes a partir de 1975. No transcurso de suas aventuras, Meier recebeu o apelido de “Billy” – resultado de sua paixão pelos heróis Billy the Kid, Buffalo Bill e Wild Bill Hickok. Então, Meier passou a ser reconhecido em todos os meios de comunicação pelas espetaculares fotografias das naves discoidais metálicas e escandalosamente nítidas das quais foi autor. Em 1973, resolveu fixar-se numa aldeia suíça, onde vive até hoje como um ermitão.
Sete estrelas brilhantes
AS PLÊIADES CONSTITUEM um denso aglomerado de milhares de estrelas situado a cerca de 500 anos-luz da Terra. As estrelas principais têm um brilho intenso branco-azulado, que se irradia iluminando nuvens de gás próximas. As Plêiades, de acordo com os astrônomos, são jovens demais para que nelas tenha evoluído vida inteligente. Talvez ciente disso, Meier afirmava que os pleiadianos não se originavam de lá, mas apenas haviam migrado para um de seus orbes As civilizações antigas deixaram registros atestando que as suas sete estrelas mais brilhantes eram visíveis a olho nu, embora atualmente apenas seis delas possam ser vistas.
Alinhadas com o Cinturão de Orion, os Plêiades são, as vezes, confundidas com as sete estrelas da constelação da Ursa Menor, porém seu desenho é muito mais compacto e parece estar envolvido por uma tênue névoa No livro Star Iore of aII ages (A ciência das estrelas em todas as épocas), publicado em 1911, William Olcott escreveu “Nenhum grupo de estrelas conhecido pela Astronomia tem despertado tanto a atenção geral como as Plêiades. Em todos as épocas da história universal, elas foram admiradas e analisadas. Erigiram-se grandes templos em sua homenagem.
“Nações poderosas as veneram, e pessoas de diferentes lugares orientam seus negócios comerciais e agrícolas baseados no nascer e ocaso desse conjunto de sete estrelas. Esse pequeno grupo, brilhando de modo tão tímido nas noites de outono do céu oriental, une as raças da Humanidade em uma relação intima mais do que qualquer outro elo, exceto o da natureza. Não é de se estranhar que elas tenham inspirado espanto e admiração universal e que dentro desse conjunto de sóis o homem tenha procurado encontrar o próprio centro do universo”. Os escritos astronômicos da China mencionam esse grupo de estrelas como as “sete irmãs da indústria”.