Era para ser uma noite de trabalho como outra qualquer. Mas quis o destino que a madrugada de 22 de outubro fosse muito, muito especial. Voltávamos de um evento em São Paulo, o motorista Ronaldo Cardoso Oliveira, o repórter-fotográfico Luiz Fernando Menezes e eu. Era por volta de 00h30. Vínhamos conversando e brincando no carro. Na Rodovia dos Imigrantes, pouco antes de chegarmos ao pedágio, Menezes reparou numa luz laranja movendo-se no céu, em paralelo ao nosso carro, do lado direito. Em tom de galhofa, chegou a dizer: “Olha o OVNI aí“. Observei o meu “xará” Ronaldo contorcia-se para ver, enquanto dirigia. Logo, saiu com o veredicto: “É um balão“. Podia ser. Parece que a estranha luz não gostou e, nesse momento, aumentou paulatinamente a velocidade. Naquele instante, como se diz, “caiu a ficha“.
“Pára o carro!“, gritamos Menezes e eu quase ao mesmo tempo. Com sua Canon 40D munida de uma lente 70×200, com um duplicador 1×4 (ufa!), ele fez as primeiras fotos e continuamos a jornada, sem perder a luz de vista. De repente, como se quisesse chamar mais ainda a nossa atenção, a luz aumentou ligeiramente de tamanho. “Pára o carro!”, gritamos novamente, cada um mais rápido e alto do que o outro. E foi então que aconteceu a mais arrepiante coincidência da noite: no momento exato em que Menezes empunhou a câmera para a segunda bateria de fotos, a luz estancou como se soubesse que seria e quisesse ser fotografada.
Terminamos as fotos e continuamos. Passamos o pedágio e o objeto começou a se mover no sentido inverso ao do carro. Também o observamos alguns instantes, até sumir na distância. Ainda no carro, ao aumentarmos a foto, o estupor: no centro da luz, havia uma formação aparentemente sólida, sugerindo um objeto físico, real. “Agora, ficou comprovado para mim que objetos voadores não identificados existem“, sentenciou o fotógrafo, ao relembrar o episódio.
Wallacy Albino, do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS), que estuda esse tipo de fenômeno há mais de 20 anos, analisou a foto. “O objeto é bem curioso. Realmente, dá para ver a silhueta de um disco na luz“, disse. “Pela característica do depoimento, por não apresentar barulho, alterar a velocidade e a trajetória, não é um objeto voador conhecido“, concluiu. Para Albino, estamos passando por uma onda ufológica, com muitos avistamentos, iniciada no final do ano passado, com forte presença na região. Segundo ele, essas ondas acontecem periodicamente, sendo que a mais recente foi em 2004. “Acreditamos que sejam naves de seres do espaço, que de tempos em tempos vêm fazer pesquisas na Terra“.
A exemplo da Inglaterra, que recentemente tornou público os arquivos oficiais de pesquisas ufológicas, vários pesquisadores brasileiros estão pedindo ao Governo que faça o mesmo. “Estamos desde 2004 insistindo nisso. Começamos a colher assinaturas e já temos cerca de 60 mil“. Nos arquivos ingleses, constam casos de avistamentos relatados por pilotos de linhas comerciais, até de militares da Royal Air Force (RAF), a força aérea britânica.
Retrospectiva
17 de agosto de 2008
Na madrugada de domingo, um objeto desconhecido teria pousado em um brejo localizado entre a Avenida São Paulo e a Rua Itália, no Bairro São José, em Peruíbe. No local, um círculo com aproximadamente quatro metros de diâmetro foi aberto no meio da vegetação. Paulo Aníbal Mesquita, ufólogo de São Paulo, confirmou que um objetivo voador não identificado foi o responsável pelo círculo.
29 de março de 1998
Um estranho corpo de luz foi filmado por mais de 40 minutos pelo morador de um dos prédios que ficam na areia em frente à Ilha de Urubuqueçaba, no José Menino, em Santos. Ufólogos de Guarujá assistiram às imagens e ficaram impressionados com a aparição do objeto, descartando qualquer possibilidade de ser avião ou mesmo balão. Já o professor titular de Física Aplicada da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Antônio Tadeu Frutuoso Amado, descartou a possibilidade de ser um UFO.
30 de dezembro de 1994
Pouco antes das 17h00, centenas de pessoas, inclusive repórteres de A Tribuna e alguns doqueiros, presenciaram a queda de um objeto voador em forma de bola de fogo. Os repórteres encontravam-se, entre as avenidas Pedro Lessa e Conselheiro Rodrigues Alves. No dia seguinte, a bola foi identificada como um foguete doméstico que pegou fogo em pleno ar e caiu queimando até alcançar o telhado de uma escola do Macuco.
16 de novembro de 1996
Durante a queda de um avião na apresentação da Esquadrilha da Fumaça na Praia do José Menino, em Santos, cinegrafistas amadores filmaram objetos estranhos cortando a asa de um dos aviões no momento de sua queda. O piloto salvou-se, mas a asa caiu na Praia do Itararé, em São Vicente, matando um banhista. As imagens foram apresentadas à Associação dos Ufólogos Brasil, mas nada ficou comprovado.
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