Em 28 de junho de 1980, um sábado, dois porto-riquenhos decolaram de Santo Domingo, capital da República Dominicana, de volta ao seu país, Porto Rico. As duas nações situam-se em ilhas vizinhas, nas Grandes Antilhas, na grande região do Caribe. Um dos homens era piloto e o outro, aluno de pilotagem. Eles utilizavam um monomotor Ercoupe 415-D, prefixo N3808H, fabricado em 1947. O avião era propriedade do tenente da Polícia Aérea de Porto Rico, senhor José Pagán Jiménez, pai do aluno de aviação José Alberto Pagán Santos, de 22 anos de idade. Ao lado de Santos estava José Luis Maldonado Torres, 31 anos de idade, instrutor de voo, que tinha um total de 200 horas de pilotagem, sendo 10 naquele tipo de avião e que, segundo registros oficiais, fez a decolagem. No Ercoupe cabem somente duas pessoas, que ficam lado a lado, e ambas podem pilotar. Na época, o avião era fabricado pela Corporação de Engenharia e Pesquisa, de Maryland, nos Estados Unidos.
A viagem seria de 410 km em direção leste, sobrevoando o Canal de La Mona, na extremidade inferior do Triângulo das Bermudas. Durante o trajeto, o avião passaria perto do maior radiotelescópio do mundo, que tem uma gigantesca antena parabólica apoiada na cratera de um vulcão extinto, em Arecibo, Porto Rico — o radiotelescópio é atualmente a principal ferramenta do Projeto SETI [O programa de busca por vida extraterrestre inteligente]. O arquipélago de Porto Rico é um Estado Livre Associado dos Estados Unidos e seu presidente é o mesmo, Donald Trump.
A moeda oficial é o dólar norte-americano, os idiomas oficiais são o espanhol e o inglês e há em seu território bases aéreas e marítimas norte-americanas protegidas por excelentes serviços de radar. A área total do país é de pouco mais de 9.000 km2, pouco maior do que a área do Acre, e sua população hoje é de cerca de 3,6 milhões de habitantes, menor do que a da área metropolitana de Porto Alegre.
Encontros com UFOs
Apenas a título de curiosidade e para demonstrar que toda a região é rica em avistamentos ufológicos há séculos, em 1492, horas antes de descobrir o caminho marítimo para a América, o navegador Cristóvão Colombo viu em uma noite a partir de sua caravela, quando estava próximo às ilhas do Mar do Caribe, um objeto muito iluminado sair voando do mar, bem perto de sua caravela, e registrou o fato no diário de bordo. Seria um objeto submarino não identificado (OSNI). Ficou sabendo que, antes dos europeus, outros já conheciam aquele caminho.
Voltando ao voo do monomotor Ercoupe, com Santos e Torres a bordo, em um determinado momento da viagem, quando a aeronave sobrevoava o Canal de La Mona, que divide as duas ilhas, um artefato não identificado surgiu à sua frente, obrigando-os a sair da rota e a fazer uma curva. A seguir, os dois homens transmitiram um pedido de socorro pelo rádio, que não foi ouvido pelo centro de controle de tráfego aéreo do aeroporto mais próximo, mas sim por um avião da companhia espanhola Ibéria que fazia o voo 976 e estava nas imediações. A aeronave decolara da Guatemala com escalas no Panamá e República Dominicana, seguindo para Madri e Barcelona, 10 mil metros acima do nível do mar naquele instante.
A conversa dramática dos pilotos foi disponibilizada em vários endereços da internet e no Youtube, mas depois retirada do ar. Dois dos ufólogos que pesquisaram esse caso, o porto-riquenho Jorge Martín Miranda [Correspondente internacional da Revista UFO] e a espanhola Magdalena Del Amo, informam possuir cópias dessa gravação histórica e fizeram — ele no site Dragon Invisible [www.dragoninvisible.com.ar] e ela no livro Abducciones [Bell Book, 1998] — transcrições muito parecidas da primeira parte da comunicação. Ambos utilizaram o horário GMT, do Meridiano de Greenwich, para este trabalho.
O relatório oficial do caso, em inglês, assinado por Russell F. Walker em papel timbrado do Departamento de Transportes da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA), que jurisdiciona Porto Rico, informa o horário local do incidente, como também é feito a seguir. Nenhuma foto dos pilotos foi publicada nesses trabalhos e nem nos demais consultados na bibliografia existente. Este autor enviou mais de 50 e-mails para ufólogos, pilotos, jornalistas, prefeitos, historiadores, museus, bibliotecas etc de Porto Rico e mandou publicar um anúncio em um jornal do país pedindo tais fotos, sem êxito. A procura continua. A única foto localizada, de José Alberto Pagán Santos, foi tirada a mais de 5 m de distância.
Dramática gravação
Conheça a seguir o teor da tentativa de conversa do Ercoupe com o centro de controle de tráfego aéreo mais próximo, que fazia a cobertura da região por onde voava. Veja também que o contato foi possível com a aeronave da companhia Ibéria, cuja tripulação tentou ajudar, embora em vão.
18:10:00 — Decolagem do Ercoupe.
20:03:00 — Ercoupe N3808H: May-day! Mayday! Ercoupe três, oito, zero, oito, hotel. Podemos ver um objeto estranho em nossa rota… Estamos perdidos [Em linguagem aeronáutica, a letra H é pronunciada como hotel e mayday é uma expressão utilizada internacionalmente para pedir socorro].
20:03:25 — Ercoupe: Mayday! Mayday! Estamos perdidos. Encontramos um objeto voador estranho em nosso curso.
20:03:35 — Ibéria 976: Estação chamando mayday, mayday… Ibéria 976… Siga adiante.
20:03:45 — Ercoupe: Vamos de
Santo Domingo a San Juan, mas encontramos um objeto raro no nosso caminho, que nos fez mudar a rota em três diferentes ocasiões. Agora mesmo ele está à nossa frente a uma hora [À frente e um pouco à direita]. Nossa trajetória é zero, sete, zero graus… Nossa altitude é de 484 m, em zero, sete, zero graus. Perdemos nossos VOR [Instrumento que indica ao piloto a direção que deve seguir para alcançar a estação de rádio intermediária ou a de seu destino. Sua falta dificulta muito a navegação e pode levar o piloto a se perder]. Sem frequência…
Encontramos um objeto raro no nosso caminho, que nos fez mudar a rota em três diferentes ocasiões. Agora mesmo ele está à nossa frente a uma hora. Nossa trajetória é zero, sete, zero graus… Nossa altitude é de 484 m, em zero, sete, zero graus
20:04:15 — Ibéria 976: Estação
chamando um, zero, um, cinco mayday, mayday… Ibéria 976. Adiante.
20:04:20 — Ercoupe: Mayday! Mayday! Este é o Ercoupe três, oito, zero, oito, hotel em voo de Santo Domingo para San Juan de Porto Rico. Temos um objeto muito estranho à nossa frente, que nos faz perder o rumo… Nossa trajetória no presente é para 30 graus a mil e 454 m.
20:04:55 — Ercoupe: Perdemos o sinal do VOR
de Aguadilla [Local em Porto Rico que se situa próximo ao Canal de La Mona e à Ilha Hispaniola, onde ficam a República Dominicana e o Haiti].
Nesse ponto termina a transcrição da hipnóloga Magdalena Del Amo, apresentada em seu livro. As conversas a seguir constam no trabalho de Jorge Martín Miranda e no relatório do Departamento de Transportes da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA).
20:05:00 — Ibéria 976: Estação chamando mayday, estação chamando mayday, San Juan lhe pede que… [A estática impede a compreensão].
20:05:10 — Ercoupe: Não temos transponder, senhor. Não temos transponder [Esta mesma comunicação seria repetida minutos depois].
20:05:25 — Ibéria 976: Estação chamando mayday, San Juan pede que se comunique pela frequência um, um, zero, zero.
20:05:40 — Ibéria 976: Okay. Qual é seu código de chamada e sua posição estimada?
20:05:45 — Ercoupe: Agora mesmo se supõe que estejamos a uns 56 km da costa de Porto Rico, mas temos algo estranho à nossa frente que nos faz sempre perder o rumo [Mais estática, não se entende]. Nossa rota atual é de 300… Estamos novamente na mesma situação, senhor.
O Ercoupe decolou da República Dominicana sintonizando a estação de Aguadilla e voou para lá no rumo leste, a 91 graus. O objeto voador não identificado obrigou-o a mudar o rumo diversas vezes, inclusive para 130, 70 e 300 graus, como mencionado. Retomemos a seguir o final desta dramática conversação.
20:06:30 — Ibéria 976: Estação transmitindo mayday, estação transmitindo mayday… Ibéria 976. San Juan lhe pede que chame por um, três, quatro, três ou um, três, cinco, sete. Repito: frequências um, três, quatro, três ou um, três, cinco, sete. Anotou?
20:07:10 — Ibéria 976: Estação transmitindo mayday, chame San Juan um, três, quatro, três ou um, três, cinco, sete. Centro, chame San Juan por um, três, quatro ponto três ou um, três, cinco ponto sete.
20:08:00 — Todas as comunica-
ções com Ercoupe terminam e o avião desaparece por completo, nunca mais sendo encontrado.
Ocultamento de informações
Como a aeronave não chegou ao destino, iniciaram-se as buscas por sobreviventes e destroços, mas nenhum vestígio do Ercoupe foi encontrado. O dono do avião, pai de um dos desaparecidos, então subdiretor da Polícia Aérea de Porto Rico, foi um dos que se empenharam nesse trabalho. Porém, apesar de seu cargo, até então não sabia do encontro com o UFO — só algum tempo depois teve acesso à fita gravada, provavelmente igual ou similar a que nos referimos anteriormente, por autorização especial da Administração Federal de Aviação (FAA), que, interessada em ocultar a verdade, pediu total sigilo quanto aos fatos registrados. O pesquisador Jorge Martín entende que a fita foi editada e que foram eliminadas informações prestadas pelos pilotos do Ercoupe, baseando-se, inclusive, em conversa que teve com um militar da República Dominicana, que ouviu a fita completa.
O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) do governo norte-americano, que também tem jurisdição sobre Porto Rico, coloca na internet informações sobre os acidentes ocorridos — inclusive os aeronáuticos registrados nos Estados Unidos e em Estados Livres Associados. Em seus relatórios consta que, às 20h06 de 28 de junho de 1980, o avião Ercoupe 415-D, prefixo N3830H, foi destruído com duas vítimas fatais a caminho de San Juan de Porto Rico, em viagem turística e não comercial. O mesmo prefixo hoje pertence à outra aeronave, um Piper PA-44 Seminole 2001, com quatro lugares e dois motores — mas essa informação oficial do governo norte-americano não coincide com o que se sabe até agora sobre o caso.
Como não foi encontrada nenhuma parte do Ercoupe nem qualquer mancha de óleo no mar no local em que terminou o contato via rádio, nada confirma que ele realmente tenha sido destruído. Pode ter sido abduzido por um enorme UFO como o descrito pelo piloto australiano Frederick Valentich, que em 21 de outubro de 1978 pilotava em voo noturno um Cessna 182L sobre o mar ao sul da Austrália. Valentich também informou pelo rádio que estava sendo abordado por um UFO e o radar documentou a “fusão” entre os pontos na tela representado as duas naves. Logo em seguida, a maior saiu em grande velocidade e nunca mais o piloto e seu avião foram vistos [Veja o Caso Valentich na edição UFO 193, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Conhecimento público
Muito provavelmente os radares dos Estados Unidos que protegem as bases militares em Porto Rico documentaram o que ocorreu entre o UFO e o Ercoupe. Algum dia, esse registro precisará chegar ao conhecimento do público. Há muitos livros e filmes contando o desaparecimento de outros aviões naquela região e de tripulações inteiras de barcos e navios encontrados à deriva. Muitos UFOs e OSNIs foram vistos entrando e saindo no mar, inclusive nas proximidades da Fossa de Milwaukee, cuja profundidade é de 8.605 m, a maior do Oceano Atlântico,
segundo o site Wikipédia.
Os pais de José Alberto Pagán Santos ficaram profundamente abalados com o desaparecimento do rapaz, até que um dia algo insólito lhes ocorreu: a imagem do filho apareceu a eles dentro de uma claridade muito forte, avisando para que não se aproximassem porque haveria perigo e informando que estava vivo e muito feliz. Após isso, a luz desvaneceu, como contou Jorge Martín em seu relatório deste espantoso caso.