O renomado astrofísico de Harvard Avi Loeb lançou uma proposta ousada: criar uma espécie de “Projeto Manhattan” com o objetivo de descobrir a verdade por trás dos Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAPs).
Com um investimento bilionário e o uso de inteligência artificial, a iniciativa buscaria aplicar o método científico para identificar todos os objetos em nosso céu e, potencialmente, responder à pergunta mais antiga da humanidade: estamos sozinhos no universo?
Loeb, conhecido por liderar expedições científicas como a que recuperou material interestelar do fundo do Oceano Pacífico, ressalta que tanto a ciência quanto a política são dominadas por narrativas sem evidências. Em uma postagem recente em seu blog pessoal, o astrofísico critica duramente a tendência de acreditar em narrativas sem dados verificáveis, mesmo dentro da própria comunidade científica.
Inspirado pelo discurso de John F. Kennedy de 1962, Loeb argumenta que, embora a busca por evidências seja difícil, é exatamente por isso que ela deve ser feita. Segundo ele, entender os UAPs não é apenas um desafio científico, mas uma necessidade estratégica comparável à urgência que impulsionou a criação do Projeto Manhattan original, que desenvolveu a bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial.
“Os UAPs podem representar tecnologias avançadas de origem desconhecida, com implicações importantes para a segurança nacional. “Eles merecem pelo menos uma fração do orçamento que o Projeto Manhattan tinha, que é cerca de um bilhão de dólares em valores atuais”, disse Loeb em entrevista ao NewsNation .
A proposta prevê o desenvolvimento de software baseado em IA capaz de analisar dados de sensores avançados em todo o país, com o objetivo de detectar anomalias e ameaças potenciais menores do que o balão espião chinês identificado em 2023 . Este sistema não só aumentaria as capacidades defensivas do país, mas também evitaria a incerteza gerada por relatórios do Congresso que identificam objetos não identificados no espaço aéreo dos EUA.
Loeb também criticou o trabalho do atual Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios ( AARO ) do Pentágono, acusando-o de focar em dados históricos inúteis e de não contratar os melhores cientistas. Em contraste, o projeto deles reuniria as mentes mais brilhantes do meio acadêmico para analisar dados novos e verificáveis, ajudando a transformar o desconhecido em conhecido.
Além do valor estratégico e científico, Loeb enfatiza o potencial da iniciativa para descobrir veículos extraterrestres reais. “Seria absurdo investir US$ 10 bilhões em telescópios para procurar micróbios em exoplanetas distantes sem alocar pelo menos 10% desse orçamento para estudar objetos anômalos aqui mesmo, perto da Terra”, disse ele.
Ele conclui sua proposta observando que, embora um Prêmio Nobel seja um resultado possível, o verdadeiro benefício seria proporcionar aos cidadãos a paz de espírito de saber que tudo o que passa pelos nossos céus foi identificado e compreendido.
