Apenas alguns dias após a abjeta manobra que certos integrantes marginais da Ufologia Brasileira fizeram para tentar incriminar inocuamente o editor desta publicação, A. J. Gevaerd, e seu conselheiro especial, Rafael Cury, com denúncias falsas e fabricadas feitas à uma delegacia especializada de polícia em Curitiba, com a alegação de aliciamento de menores, o líder da seita Projeto Portal se apresentou num programa de televisão de Campo Grande (MS) com a mãe queixante e seu “filho extraterrestre” (segundo ela), ambos alegando que consideram a criança “tem uma missão especial na Terra”.
A mãe chama-se Adriana Aparecida Pereira de Araújo, é solteira e música desempregada. Reside am Campo Largo (PR), e numa atitude completamente delirante, afirmou que seu filho de apenas 11 anos – que chamaremos apenas de Júnior – seja um “ser especial reencarnado na Terra”. A moça é integrante ativa do Projeto Portal, que tem tirado amplo proveito de sua irresponsabilidade materna. Adriana freqüenta a seita junto de seu filho há quase um ano, expondo-o vergonhosamente a todos os demais integrantes – como agora o fez num programa de TV aberta – como uma criança alienígena.
Em telefonema que fez à Revista UFO, há algumas semanas, Adriana declarou que “Júnior estava sendo perseguido pelo senhor Urandir Fernandes de Oliveira, por causa de sua suposta origem extraterrestre”. Pacientemente atendida pelo editor da publicação, este disse que nada podia fazer, pois a UFO não faz parte do Poder Público nem é polícia. Gevaerd sugeriu à Adriana que procurasse a polícia, caso achasse mesmo que estava sendo perseguida e seu filho estivesse em perigo. O TELEFONEMA ESTÁ GRAVADO.
Adriana foi de fato à polícia, como sugerimos, no caso ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA). Porém, em vez de dar queixa de perseguição que alegava estar sofrendo seu filho por parte do Projeto Portal e seu mentor, o auto intitulado paranormal Urandir Fernandes de Oliveira, ela fez exatamente o contrário: prestou queixa contra o editor e o conselheiro especial da Revista UFO. Absurda e delirantemente, declarou à delegada de plantão, doutora Ana Cláudia Machado, que Gevaerd e Rafael Cury estavam perseguindo seu filho, que o queriam para experiências científicas e que pagariam por isso.
É desnecessário dizer que se trata de grosseira fabricação caluniosa, como toda a Ufologia Brasileira já sabe. Tanto que, para provar que tudo não passou de uma farsa perpetrada pela mãe, a mando de terceiros, o site do grupo UFO Gênesis — www.ufogenesis.com.br –, que é propriedade de um funcionário direito de Urandir, publicou todos os detalhes da falsa acusação, inclusive dos documentos (boletim de ocorrência etc), APENAS DUAS HORAS APÓS O COMPARECIMENTO DE ADRIANA AO NUCRIA.
A moça, pobre e residente na periferia de uma cidade do interior, não teria recursos para fazer tal publicação com a qualidade como foi feito. Quem financiou a publicação de tais informações? Por que tamanha rapidez em tentar incriminar Gevaerd e Cury? Com que intenção a armação foi feita? E a pergunta mais importante: quem se beneficiou com tal farsa? Imediatamente, surgiu a suspeita – agora mais evidente – de que houve participação do Projeto Portal na falsa denunciação.
Além de outras provas já recolhidas da ação premeditada e caluniosa de Adriana, em Curitiba e em Campo Largo, agora o quadro se completa de uma maneira no mínimo vergonhosa por parte do “guru” do Projeto Portal, Urandir Fernandes de Oliveira, e da mãe delirante: ambos expuseram o menor a população sul-mato-grossense num programa de TV.
Ontem, dia 23 de novembro, às 13h00, Adriana e Urandir compareceram por durante 30 minutos num programa de TV de grande audiência em Campo Grande, o Raul Freixes, na TV Campo Grande da Rede SBT, mostrando Júnior, com apenas 11 anos, “como um ser de origem extraterrestre com uma missão especial no planeta”. Tanto a mãe, expondo de maneira irresponsável seu próprio filho menor, com apenas 11 anos, quanto Urandir acreditam que o menino seja um alienígena “em função do mesmo ter qualquer detalhe aparentemente diferente em seus olhos”.
A criança foi mostrada como uma aberração, como um objeto ou um animal de circo no programa, apesar de o apresentador, o deputado estadual Raul Freixes, ter advertido que ambos não devessem expor a criança daquele jeito. Tão abjeta quanto a manobra perpetrada por Adriana contra os editores de UFO, que repudiam sua ação com firmeza e jamais tiveram qualquer contato com a mãe e seu filho, é a exposição pública de um menor de idade, uma criança. Adriana passará a responder por processo criminal de calúnia e difamação, assim como o UFO Gênesis. Denunciada ao Conselho Tutelar da Infância e Adolescência de Campo Grande, que registrou o delito no Sistema Nacional para Infância e Adolescência (SIPIA), Adriana agora terá que responder quem financia suas constantes viagens, a mais de um ano, à sede do Projeto Portal, aonde ela e Urandir vêm expondo a criança da mesma forma imprópria e imoral.
É repugnante ver um pai ou uma mãe desconsiderar a privacidade de uma criança, indefesa, expondo-a a maiores e a toda sorte de situações. A Revista UFO tem informações seguras, de diversas fontes, que nas inúmeras viagens que Adriana fez com Júnior ao Projeto Portal, sempre a convite e financiadas pela seita, a criança é exposta da mesma maneira. Na sede da seita, quem cuida do menino é o senhor Odir, braço-direito de Urandir, a quem se deve pedir autorização para se aproximar de Júnior, conversar e até tirar fotos dele. “Para evitar que ele caia em mãos erradas e tenha sua potencialidade mental bloqueada”, alega o líder da seita.
O olhos da criança, ao contrário do afirmado por eles, nada têm de anormal, apenas uma doença oftalmológica relativamente comum, segundo um oftalmólogo capixaba integrante do Projeto. É mais repugnante ainda ver que essa prática de exposição da criança vem sendo realizada com regularidade na seita religioso-ufológica, conforme inúmeros depoimentos de integrantes e ex-integrantes, que também repelem tais atos. O dono da seita já foi detido para averiguações por quatro dias em delegacia de Porto Alegre, acusado de vender terrenos que não existem.
Entrevistado ainda na cadeia pelo jornal Zero Hora, admitiu que foram mais de 6 mil os terrenos vendidos, pela bagatela de R$ 1.400 cada. O total passa de R$ 8 milhões. O Projeto Portal oferece regularmente em sua sede, no município de Corguinho, “cursos de contactação de ETs” a preços exorbitantes. Neles, pessoas de boa-fé são levadas a crer que poderão “acessar segredos do passado da Terra através dos contatos com naves dimensionais e seres intraterrenos”. Tudo isso sem o menor fundamento.
Milhares de pessoas comparecem a essas suspeitas atividades, em que nada acontece. No entanto, deixam individualmente entre R$ 400 e 700 para a seita. Estima-se que o Projeto Portal tenha uma receita entre R$ 4 e 6 milhões mensais, sem comprovação de recolhimento de impostos para os cofres públicos. A Revista UFO acompanhou as atividades do Projeto Portal até dezembro de 2003, quando decidiu encerrar sua função jornalística de apresentar os fatos à sociedade. E desde então, mesmo assim, vem recebendo e-mails com alegações e queixas contra o Projeto Portal, mas sempre sugere aos queixosos que procurem a polícia.