Não é de hoje que os Estados Unidos vêm é considerado um dos maiores palcos de fenômenos extraterrestres do mundo, onde observações de UFOs acontecem com grande freqüência de norte a sul, de leste a oeste. Prova disso são os avistamentos em massa documentados em décadas passadas, como entre 1982 e 1995, quando os norte-americanos foram contemplados com incontáveis eventos ao longo do Rio Hudson, nos estados de New York e Connecticut, amplamente estudados pelo jornalista Bob Pratt e pelo doutor J. Allen Hynek. Outro caso de grande repercussão aconteceu sobre a cidade de Phoenix, no Arizona, na noite de 13 de março de 1997, uma quinta-feira. O céu de todo o estado, assim como partes do vizinho Nevada, foi tomado por um avistamento maciço de luzes fenomenais. O fato ficou conhecido como Caso Luzes de Phoenix e é tido como um dos mais importantes da casuística ufológica norte-americana e mundial.
Porém, apesar do nome do episódio e de terem sido registradas por milhares de pessoas em Phoenix, as luzes não foram vistas somente lá. Pelo menos outras cinco grandes cidades testemunharam o mesmo evento sobre suas áreas urbanas, enquanto são incontáveis os testemunhos partindo de regiões rurais do Arizona. Vindas das Montanhas Superstition, a leste de Phoenix, as imensas luzes voaram e se mantiveram em formação durante vários minutos sobre a intersecção da Rua Indian School e a Sétima Avenida. O fenômeno foi acompanhado por um número estimado de 100 mil pessoas e registrado em incontáveis fotografias e vídeos, tornando-o um recordista mundial em número de testemunhas num único avistamento. Até hoje a origem das luzes é discutida por ufólogos e estudiosos do mundo todo, que defendem várias teorias.
Um astrônomo amador local afirmou que os objetos – ou as luzes presas a um grande objeto – eram apenas “formação de aeroplanos, nada fora do comum”. Dele discordam os ufólogos queacompanharam de perto o caso, como a médica e especialista em educação da saúde Lynne Kitei, que publicou um livro e produziu um documentário sobre o Caso Luzes de Phoenix [Veja seção Diálogo Aberto desta edição]. Ela se baseia em suas observações pessoais do fenômeno e em dezenas de depoimentos que colheu, como o do caminhoneiro Bill Greiner. Ele viajava entre as montanhas ao norte de Phoenix quando viu as luzes, e acredita que nunca mais será o mesmo após a experiência que o marcou. “Antes disso, se alguém tivesse dito que tinha visto um UFO eu diria ‘sim, e eu acredito em Papai Noel’. Agora eu tenho uma visão totalmente diferente. Posso ser apenas um simples motorista de caminhão, mas vi uma coisa que não pertence a esse mundo”, afirmou.
Vários outros relatos indicavam que se tratava de um objeto enorme, em formato de bumerangue, que parecia ter seis pontos de luz presos a ele. Outros descrevem oito luzes conectadas entre si e mais uma nona separada, que se moviam sincronicamente. A formação foi vista também na Reserva Indígena Gila River, pouco antes das 22h00. Em alguns minutos a enorme estrutura iluminada passou sobre a parte sul da cidade. Àquela altura, milhares de pessoas já haviam contemplado o fenômeno. O UFO voou extremamente baixo, sendo perfeitamente visível em primeiro plano no perfil montanhoso da região. Com esses dados, especialistas em fotografias puderam estimar o tamanho do UFO em mais de um quilômetro de comprimento, considerando a elevação do objeto e sua distância das câmeras. As luzes foram descritas como sendo branco-azuladas, ligeiramente amareladas e até âmbar.
Formação de luzes no céu — Um ex-policial de Paulden, no Arizona, que não quis ser identificado, relatou que ao sair de sua casa, mais ou menos às 20h15, viu uma formação de luzes vermelhas e laranjas, quatro juntas e uma quinta seguindo as outras. Ele observou o fenômeno com binóculos até desaparecer no horizonte. Em Henderson, Nevada, era mais ou menos 19h55 [Horário central nos EUA] quando se deu o primeiro avistamento. Um homem relatou ter visto um objeto em forma de V, “mais ou menos do tamanho de um Boeing 747 e emitindo um som como de vento forte, tendo seis luzes em sua borda da frente”. Os artefatos cruzaram o céu de noroeste para sudeste. Relatos como estes abundam na literatura que trata do Caso Luzes de Phoenix.
Antes daquilo, se alguém me tivesse dito que tinha visto um UFO eu diria ‘sim, e eu acredito em Papai Noel’. Agora eu tenho uma opinião totalmente diferente. Posso ser apenas um simples motorista de caminhão, mas vi uma coisa que não pertence a esse mundo
– Bill Greiner
Na cidade de Prescott, por exemplo, o fenômeno foi visto aproximadamente às 20h17, assim como em Prescott Valley, onde Tim Ley, sua esposa, filho e neto observaram o UFO com detalhes. De início pensaram ser cinco luzes separadas e distintas num formato de arco, como se estivessem no topo de um balão. Mas logo se deram conta de que elas se moviam em direção a eles, se aproximando cada vez mais. Logo que conseguiram decifrar o formato do artefato, situado a mais ou menos três quilômetros de distância, viram que se parecia com um esquadro de carpintaria com cinco luzes colocadas ao longo dele, sendo uma na frente e duas de cada lado. O aparelho foi diretamente para o local onde a família mora, em Phoenix. Voando vagarosamente a cerca de 40 m de altura, como se flutuasse, e não emitia som algum. Passou então sobre suas cabeças e continuou em direção a Squaw Peak Mountain, seguindo a caminho do Aeroporto Internacional Sky Harbor, de Phoenix – um dos mais movimentados dos Estados Unidos.
O National UFO Reporting Center [Centro Nacional de Registro de UFOs, NUFORC], localizado no estado de Washington, noroeste do país, recebeu telefonemas de dezenas de pessoas informando que algo luminoso e de formato triangular passava no céu do Arizona. Muitos relataram tratar-se de um objeto único ladeado por outros cinco, cada um do tamanho de um Boeing 747 voando em formação perfeitamente sincronizada e movendo-se silenciosamente. Algumas testemunhas disseram que o fenômeno era perfeitamente sólido, pois bloqueava a visão das estrelas à medida que cruzava o céu. Um observador que estava do lado de fora de sua casa, junto da esposa e dos filhos, notou o aglomerado de luzes a oeste. Elas formavam um padrão triangular, todas vermelhas, exceto a da frente, que era distintamente branca. O objeto – ou objetos – foi observado durante 2 ou 3 minutos através de binóculos, quando passaram sobre suas cabeças, fazendo uma caída para a direita e desaparecendo a sudeste.
Detalhes da fuselagem da nave — Em Dewey, pequena cidade a 40 km de Phoenix, seis
pessoas presenciaram o fato enquanto dirigiam pela Rodovia 69, em direção norte. Cinco adultos e uma criança que estavam no carro pararam para observar as luzes, que pareciam flutuar no céu por vários minutos. Em uma ligação ao NUFORC, um piloto de avião que testemunhou o evento, deu detalhes claros sobre a fuselagem e o tamanho do objeto, estimando que não estava a mais de 300 m de altura e se movia a uma velocidade bem lenta, mais devagar que um avião monomotor. O centro de pesquisas também recebeu chamadas telefônicas de Chino Valley, Tempe e Glendale, todos municípios da região.
O ufólogo William Hamilton, da Skywatch International [Vigilantes do Céu Internacional, SKI], também engajou-se no caso e entrevistou testemunhas em vários pontos do Arizona nos meses seguintes. “Aquele foi um dos maiores avistamentos de UFOs de que temos notícia”, afirmou. Hamilton ainda garantiu que o fenômeno não poderia ter sido causado por luzes de sinalização que eventualmente são liberadas pela Zona de Artilharia de Barry Goldwater, ao sul de Phoenix, pela Guarda Aérea Nacional, como o governo tentou inutilmente explicar. “Entrevistei testemunhas a 30, 50 e até 70 km daquela área de treinamento e todas descreveram que o fenômeno passava sobre suas cabeças. A explicação do governo é parte de sua política de acobertamento”. O ufólogo chegou a testemunhar a formação de luzes junto ao colega investigador Tom King.
“Não podíamos identificar o fenômeno com clareza nem através de binóculos, pois estava muito distante de nós, mas vimos que não havia aviões próximos ou ao redor dele, como seria de se esperar, caso fosse uma manobra da Guarda Nacional”. Ele descreveu ainda que, vistas com uma luneta, as luzes ao longe pareciam pequenas esferas. Não havia pára-quedas, fumaça e nem fogo nos locais onde apareceram. Hamilton fez diligências junto às bases aéreas do Arizona e Nevada, como a de Davis-Monthan, para saber se havia alguma operação secreta que pudesse explicar o fenômeno. Nenhuma manobra militar estava em andamento naquele 13 de março de 1997.
Após passarem por Phoenix, as luzes seguiram em baixa velocidade para sudeste, em direção a Tucson, ainda no Arizona, percorrendo a Rodovia 10, onde um motorista relatou ter visto um grande objeto que flutuava sobre o carro e se movia a mais ou menos 100 km por hora. Depois disso o UFO foi observado ainda sobre Oracle, onde testemunhas o descreveram como tendo cor laranja-avermelhada. Moradores da cidade disseram que as luzes chegaram a se separar e que cada uma delas começou a se mover em direções distintas. Um relato interessante veio de um jovem residente na área de Kingston, que parou o carro para ver o fenômeno. Ele descreveu ao NUFORC o avistamento de diversas luzes se movendo vagarosamente nos céus em direção norte, já não mais em formação.
Visão privilegiada — As luzes foram vistas às 23h00 por pelo menos uma outra pessoa em Yuma, sudoeste de Phoenix, e descritas como muito brilhantes e brancas, em perfeita formação em V, movendo-se vagarosamente. O relato de um grupo de testemunhas de Phoenix fez os ufólogos acreditarem que o objeto era uma enorme nave-mãe. Eles estavam fazendo um loteamento em uma propriedade ao norte da cidade quando tiveram uma visão privilegiada do fenômeno. Todos viram de perto o gigantesco objeto e estimaram seu tamanho em três quilômetros de comprimento – o triplo do que relataram outras testemunhas – e uns 20 m de largura. Estando bem abaixo dele, viram com precisão dezenas de luzes brilhantes ao longo das bordas e uma fila de janelas, atrás das quais estavam silhuetas de pessoas, que não souberam dizer se eram humanas ou não. Outras duas testemunhas, um deles piloto aposentado de uma companhia aérea e o outro veterano do Vietnã e policial federal, viram o objeto em duas localidades e em horários diferentes. Ambos o descreveram como sendo imenso, com mais de um quilômetro de comprimento. O policial relatou também ter visto as luzes da cidade sendo refletidas na parte debaixo do objeto. Ao mesmo tempo, a visão das estrelas era bloqueada por sua passagem, o que leva a concluir que se tratava de algo sólido.
Outro dado importante no Caso Luzes de Phoenix, segundo se descobriu depois, é que dois caças F-16 foram enviados para perseguir objetos de menor tamanho, e igualmente não identificados, que sobrevoavam o sul de Phoenix. Esses artefatos pareciam agir independentemente da nave-mãe e foram avistados por várias testemunhas do local. Um caminhoneiro relatou que tinham cor âmbar e se moviam à frente do objeto maior, em direção sul. Sem querer se identificar, disse que viu aquilo por quase duas horas seguidas. “Após parar o veículo para carregá-lo numa indústria, subi em um monte de material para tentar ver melhor os UFOs, que ainda flutuavam perto dali”. De lá o motorista pôde observar o fenômeno, que descreveu como esferas com um brilho tendendo ao branco. Luzes vermelhas pulsavam nos objetos quando se aproximaram da Base Aérea de Luke, passando sobre a pista de pouso e decolagem. Isso foi sentido como uma provocação pelos militares, que dispararam os dois F-16 com toda a potência para checar o que se passava. Mas há poucos detalhes da perseguição e de seus resultados.
Um oficial da Força Aérea Norte-Americana (USAF) fez uma ligação anônima para o NUFORC, às 03h20 da madrugada seguinte, na sexta-feira, 14 de março, mais ou menos oito horas depois dos avistamentos da noite anterior. Ele relatou que os caças tinham conseguido interceptar um dos dois objetos que voavam independentes. Mas, dias depois, soube-se que o oficial estava sendo transferido por seu comandante para uma base da USAF na Groenlândia. Nunca mais ele entrou em contato com o NUFORC ou qualquer outro ufólogo. E não se sabe o que se passou durante ou após a interceptação.
Grande repercussão — O NUFORC teve papel fundamental na coleta de informações e análise de todo o avistamento, e um dos relatos que recebeu chamou especial atenção. Um astrônomo amador fazendo astrofotografia no momento do avistamento observou cinco luzes amareladas distribuídas em V, voando vagarosamente de noroeste a nordeste, quando então mudaram a trajetória quase para o sul, até desaparecerem de vista. Ele descreveu que a ponta do V estava na direção do movimento, tendo as primeiras três luzes bem juntas, enquanto as outras duas estavam mais atrás, ao longo das linhas, como se fossem as &ldq
uo;pernas” da letra. “Durante o trânsito de noroeste para nordeste, uma das luzes que seguiam as demais se moveu e juntou-se às outras três da frente, e então voltou para a posição em que vinha mais atrás. Estimo que as três luzes no V cobriam mais ou menos meio grau do céu, enquanto todo o grupo cobria mais ou menos um grau”, disse.
Canais de TV, como o Discovery e o History Channel, que tratam freqüentemente do Fenômeno UFO em sua programação, apresentaram diversas fotografias e vídeos produzidos por testemunhas das luzes de Phoenix, assim como seus depoimentos e análises dos estudiosos e até de céticos. Em uma das filmagens aparece o gigantesco artefato no céu com as luzes da cidade ao fundo. Ambos os canais produziram vários documentários sobre o Caso Luzes de Phoenix, o que ajudou a manter acesa a controvérsia. Programas de rádio sobre Ufologia, como o Coast to Coast, acompanhado por mais de 18 milhões de ouvintes nos sábados à noite, também ajudaram a conservar o tema na memória das pessoas. Comandado por George Noory, o Coast to Coast tratou do episódio inúmeras vezes, em alguns casos entrevistando ao vivo testemunhas que alegam ter visto as luzes. Jeff Rense, outro conhecido radialista ufológico, em seu programa Jeff Rense Show, também deu grande ênfase ao ocorrido em Phoenix.
Intensas pesquisas de campo — Como se pode imaginar, até hoje, 10 anos após o ocorrido, a Comunidade Ufológica Norte-Americana busca uma explicação para o Caso Luzes de Phoenix. Entre os que se engajaram de forma mais intensa na campanha para forçar o governo a vir a público sobre o assunto, além de Hamilton e a doutora Lynne, é o físico e renomado ufólogo Bruce Maccabee, que fez um estudo detalhado de várias fotos e vídeos obtidos. O estudioso Jim Dilletoso, especialista em análise de imagens, também garante que o fenômeno registrado não era nada comum nem conhecido na Terra. “Em meus 30 anos de pesquisas ufológicas, poucas vezes encontrei dados tão sólidos num caso para qualificá-lo como não terrestre”, afirmou.
No começo deste ano, o ex-governador do Arizona Fife Symington finalmente admitiu ter testemunhado o fenômeno em seu estado. Embora na época ele não tenha vindo a público tratar do assunto, acaba de emitir um comunicado bombástico afirmando ter visto “um desses objetos de origem desconhecida em 1997”. Em uma entrevista ao jornal Daily Courier, de Prescott, Symington declarou que “era enorme e inexplicável. Quem sabe de onde veio? Muitas pessoas o viram, assim como eu. Mas onde está a explicação?” Noutra entrevista, o ex-governador foi ainda mais enfático contra a explicação oficial dos militares: “Aquilo foi dramático e certamente não podia ser luzes de sinalização, porque era simétrico, tinha uma forma geométrica e constante”. Ele confessou também que solicitou informações ao comandante da Base Aérea de Luke, a um general da Guarda Aérea Nacional e ao chefe do Departamento de Segurança Pública, mas todos disseram não ter uma resposta para o ocorrido e que também estavam perplexos.
Soube-se recentemente que, na época, o senador norte-americano John McCain havia solicitado oficialmente à USAF a realização de uma investigação sobre o evento, mas nada foi feito, contrariando o parlamentar. Ainda segundo Symington, “o incidente não foi resolvido e merece uma investigação oficial. Mas não espero que uma ocorra tão cedo”, numa alusão à política de acobertamento em curso nos Estados Unidos. Frances Barwood, representante do Conselho Municipal de Phoenix em 1997 e pesquisadora do evento, disse que dentre as mais de 700 testemunhas entrevistadas em sua pesquisa, nenhuma delas foi procurada pelo governo dos EUA ou pela USAF para fornecer explicações. “É óbvio, portanto, que não se quer que a população saiba do que se trataram as luzes de Phoenix”, lamentou.
Campanha de desinformação — Como em todo caso clássico da Ufologia Mundial, oficiais das Forças Armadas Norte-Americanas também negaram o ocorrido em Phoenix, originando muita controvérsia e insatisfação. Em maio de 1997, por força da pressão popular, o oficial de relações públicas da Base Aérea de Luke emitiu um comunicado informando que os militares tinham investigado os ditos UFOs e resolvido o mistério. O comunicado dava conta de que se tratavam de luzes de sinalização despejadas de um avião Thunderbolt A-10, causando os avistamentos. O capitão Drew Sullins, porta-voz da Guarda Aérea Nacional, disse ainda que naquela noite oito de seus aviões A-10 estavam em missões de treinamento sobre a Zona de Artilharia Barry Goldwater, ao sul de Phoenix, igualmente liberando intensas luzes de sinalização a 5.000 m de altitude. Afirmou que as luzes caíam vagarosamente de pára-quedas e iluminavam o campo de treinamento. As explicações não convenceram.
O processo de desinformação sobre o Caso Luzes de Phoenix contou com requintes oferecidos pelos militares. Sullins chegou a dizer à imprensa que as aeronaves, antes de retornarem para a Base Aérea de Davis-Monthan, em Tucson, tiveram que se desfazer de todos os sinalizadores que haviam sobrado, lançando-os assim a uma grande altitude e dando origem ao que um dos pilotos chamou de “um show de luzes infernal”. Até o prefeito de Phoenix entrou na manobra de acobertamento e declarou para um membro do grupo ufológico Strange Universe [Estranho Universo] que nenhum UFO passou pela cidade naquela noite. E mesmo sendo avisada pelas estações de rádio de todo o Arizona sobre o ocorrido, a Agência Federal de Aviação (FAA) não se manifestou nem emitiu qualquer declaração oficial. Nem mesmo asseverou que poderiam ser aeronaves estrangeiras sobrevoando ilegalmente a região e cruzando as aerovias locais.
Embora a explicação dada pela USAF tenha sido aceita por muitos, ela certamente não resolve o mistério nem explica como os avistamentos ocorreram em localidades espalhadas por uma vasta área do Arizona e Nevada, algumas distantes entre si mais de 300 km. A ufóloga Frances considerou a explicação dos militares apenas “conveniente”. Disse que, “se essa é a expli
cação oficial deles, então precisam fazer o tal ‘show de luzes infernal’ acontecer novamente, para que as pessoas possam dizer que foi realmente aquilo o que viram”. Depois de muita insistência, os militares tentaram repetir o show, mas os resultados foram um tremendo fracasso, e nada que se pudesse comparar às luzes de Phoenix.
O jornal Arizona Republic publicou num artigo que explicações como as dos militares, totalmente infundadas, incorrem em vários equívocos. Primeiro, luzes de sinalização não se movem sincronicamente, nem caem em direção ao chão e voltam a subir, se movendo por muitos quilômetros sem mudar suas posições relativas umas das outras. Em segundo lugar, muitas testemunhas relataram o evento bem antes do horário do suposto lançamento das luzes. “Mas isso seria apenas o começo dos debates e controvérsias, o que faz das luzes de Phoenix um dos maiores e mais polêmicos casos de avistamento de UFOs da história”, disse o articulista do Arizona Republic.
Tentativa sistemática de descrédito — Muitos outros comentários e tentativas de explicação para as luzes de Phoenix foram apresentadas por inúmeras pessoas. Algumas sugeriam que se tratou de uma formação de ultraleves, de aviões publicitários, balões com luzes agregadas etc. Contudo, todas as testemunhas consultadas refutam tais argumentos e os consideram ridículos. Assim, a controvérsia segue até os dias de hoje. Dez anos depois do acontecimento, os fatos ainda não estão elucidados. Mas, com certeza, alguns privilegiados no centro do poder dos Estados Unidos sabem exatamente o que foi aquele fenômeno, porém não irá nos dizer. As autoridades calam e deixam os debates prosseguirem, de modo que haja sempre polêmica entre os defensores das diferentes teorias para explicar o fenômeno. Assim, geram descrédito contra algo real e que ameaça as mentes das pessoas que buscam uma resposta, pois sabem que contra fatos não há argumentos.