Em 1982, já à frente da Associação Fluminense de Estudos Ufológicos (AFEU) tomamos a decisão de buscar uma área de incidência ufológica, com o objetivo de tentar estudar os UFOs de maneira mais direta. Nosso desejo era manter um acampamento semipermanente numa região realmente rica em aparições de discos voadores, pois já considerávamos fundamental a Ufologia deixar de depender em seus estudos e avaliações exclusivamente dos depoimentos e materiais gerados por pessoas sem ligação com o estudo do fenômeno.
No Estado do Rio de janeiro, como em outras partes do Brasil e do planeta, existem inúmeras dessas regiões, onde possivelmente, por motivos os mais diversos, a presença dos extraterrestres e suas naves tem sido constatada de maneira objetiva. Entre essas regiões estão áreas ricas em minérios, notadamente radioativos, locais onde encontramos falhas geológicas, instalações nucleares etc. Para início de nossos trabalhos foi escolhida a região da Serra da Beleza, entre os distritos de Santa Isabel do Rio preto e Conservatória, pertencentes ao município de Valença, a cerca de 160 km da cidade do Rio de Janeiro.
Tomamos conhecimento dos fenômenos na região a partir de 1980, quando após uma conferência proferida por este autor no Clube Naval, na cidade do Rio de Janeiro, um dos assistentes prestou um depoimento público a respeito de um avistamento tido pelo próprio, junto com outras pessoas. Foi confirmado ainda que, segundo havia sido revelado para ele, as aparições dos discos voadores eram corriqueiras naquela região.
Depois de vários meses de preparação, ligados principalmente às tentativas de obtermos permissão para montagem de nosso primeiro acampamento, partimos no dia 8 de maio de 1982 para Conservatória, com o objetivo de encontrar um influente político da região, que nos conduziria até uma fazenda, no ponto mais alto da Serra da Beleza, a cerca de 1000 metros de altitude. Ao chegarmos à propriedade, prontamente tomamos o cuidado de mapear os pontos da estrada que corta a região que podiam ser observados a partir de nossa posição, onde um carro à noite com seus faróis ligados, vistos a uma razoável distância, poderia gerar alguma interpretação equivocada. Estavam presentes além do autor, Luiz Carlos Dantas, Antônio Pereira Rocha Filho e outros membros da AFEU.
MOVIMENTOS PENDULARES – Por volta das 20 horas, cada um de nós já observava uma área específica do céu. As condições de visibilidade não podiam ser melhores. A partir de nosso acampamento podíamos enxergar montanhas que ficam além da divisa com o Estado de Minas Gerais. As 22h10 aproximadamente, tivemos aquele que seria nosso primeiro avistamento na região. Na verdade, também minha primeira experiência direta com o Fenômeno UFO. Notamos um objeto voador discoidal emitindo luz intensa de cor vermelha, a 4 km a oeste de nossa posição, No momento de nosso primeiro contato visual, o aparelho estava a cerca de 200 m de altura em relação às ondulações montanhosas da região.
O objeto se movimentava com rota definida, apresentando movimentos pendulares, à baixa velocidade e com intensidade luminosa variante, chegando nos momentos de menor velocidade a quase desaparecer sua luz. Como a noite estava limpa e apresentava, conforme já afirmamos, boa visibilidade, todos puderam acompanhar durante aproximadamente cinco minutos a trajetória do aparelho em direção sul. Isto foi possível até o UFO desaparecer, ao se aproximar de uma grande montanha rochosa. No dia seguinte voltamos à cidade do Rio de Janeiro, certos de que o fenômeno era uma realidade na região. Estávamos decididos a implementar definitivamente um projeto de pesquisa e tentativa de contato. A partir de nosso primeiro avistamento, realmente nos fixamos na Serra da Beleza, e começamos a desenvolver nossas pesquisas. Tivemos ainda no ano de 1982 outros avistamentos.
A partir do mapeamento das trajetórias dos UFOs, e de alguns depoimentos de testemunhas da região, descobrimos que existem pontos específicos em que os fenômenos muitas vezes começavam. Aparentemente, pontos de materialização, através dos quais os objetos penetram em nossa dimensão. Não sabemos ainda se emergem de uma base ufológica hiperfísica, subterrânea, ou se esses “portais” servem de “janelas” para naves que estão chegando ao planeta em viagens realizadas através do hiperespaço, penetrando através dos mesmos em nossa dimensão física.
Fomos surpreendidos pelo aparecimento de duas esferas luminosas de intensa cor vermelha, que apresentavam diâmetro correspondente a um terço da Lua. Esses objetos aproximaram-se até distarem cerca de 800 metros de nosso acampamento, após terem surgido nas imediações de um dos “portais”
TENTATIVA DE DOCUMENTAÇÃO – Um outro fato interessante, que travamos contato ainda no mesmo ano, foi a falta de interesse aparente dos operadores dos fenômenos em vê-los documentados. Sempre que estávamos com equipamentos fotográficos e cinematográficos os objetos simplesmente não apareciam, ou os fenômenos, pelas circunstâncias em que se apresentavam, não permitiam qualquer tipo de tentativa de documentação. Em decorrência dessa situação, com o passar do tempo deixamos de lado nossas tentativas, na esperança de lermos contatos mais próximos. Antes que assim procedêssemos, entretanto, aconteceu algo que ainda hoje questiono se foi uma mera coincidência.
No carnaval de 1984, em mais um período em que estávamos assentados na Serra da Beleza, depois de alguns acampamentos realizados sem que tivéssemos levado qualquer tipo de material fotográfico ou cinematográfico, resolvemos levar ainda, mais uma vez, uma máquina fotográfica. Estávamos já na noite de domingo, e as condições meteorológicas, que desde a nossa chegada eram as piores, permaneciam. Não tínhamos observado qualquer tipo de fenômeno ainda.
Um pouco antes das 22 horas, comentei com um dos presentes, que estava a meu lado na varanda da barraca principal – o único que juntamente com este autor estava acordado – que se fosse por causa da presença da máquina fotográfica, a partir daquele momento os UFOs podiam aparecer normalmente, pois mesmo que isto acontecesse, não tentaria obter fotografias. Ao mesmo tempo em que fazia essa comunicação ao meu companheiro de vigília, conscientemente pensava na possibilidade desta minha decisão chegar mentalmente aos responsáveis pelos fenômenos. Feito isso, imediatamente guardei a câmera no interior da barraca. Instantes depois fomos surpreendidos pelo aparecimento de duas esferas luminosas de intensa cor vermelha, que apresentavam diâmetro correspondente a um terço da Lua.
Esses objetos aproximaram-se até distarem cerca de 800 metros de nosso acampamento, após terem surgido nas imediações de um dos “portais”. Depois de terem apresentado movimento em conjunto por cerca de 15 segundos, a partir do ponto em que começaram a ser observados, um dele
s parou a aproximadamente 100 metros do solo, enquanto o outro fazia evoluções ao seu redor, a uma pequena distância, até que pouco depois desapareceu. O objeto que estava imobilizado, entretanto, permaneceu visível ainda durante muito tempo, sem apresentar qualquer variação de brilho.
Depois que estávamos avistando o mesmo por mais de 10 minutos, dei uma piscada com minha lanterna em direção ao aparelho, que imediatamente apresentou uma queda brusca de luminosidade, voltando logo em seguida a apresentar um brilho constante. Continuamos a observar o UFO ainda durante vários minutos, até que de maneira repentina ele desapareceu, desmaterializando-se, ou eliminando seu campo luminoso, para não voltar a ser avistado. Já no final de 1985 tomamos a decisão de residir em Santa Isabel do Rio Preto, com o objetivo de intensificar ainda mais nossas atividades na região. Em decorrência dessa nova situação, percebemos que boa parte da população local já tinha tido oportunidade de ficar frente a frente com os discos voadores. E pelos levantamentos que fizemos, os fenômenos na região começaram a se acentuar por volta do início da década de 70.
O aparelho chegou a distar apenas 200 m de nós, ficando visível durante vários minutos, antes que desaparecesse em direção à cidade de Volta Redonda. Entretanto, esse foi apenas um exemplo entre os primeiros avistamentos mantidos pela população da região, pois as experiências continuam até os dias de hoje
Conseguimos, entretanto, obter depoimentos reportando avistamentos em épocas mais distantes. No final da década de 60, por exemplo, o tenente Moacyr Lopes de Carvalho dirigia um caminhão do Exército, acompanhado por um soldado, na estrada que liga Conservatória a Santa Isabel. Por volta das 23h15 de uma noite de céu limpo, o oficial observou um objeto luminoso em forma de um ovo pousado sobre o topo de uma montanha da Fazenda Jaraguá.
PEQUENA LOCALIDADE – A testemunha nos revelou que acordou o seu acompanhante e parou o caminhão, observando o aparelho por cerca de 10 minutos, a uma distância de 300 m. Em meio a tal acontecimento, lágrimas corriam dos olhos da testemunha, que nos relatou ainda ter ficado com o \’\’cabelo arrepiado”. Depois de observar o objeto pelos já mencionados 10 minutos, seguiu viagem em direção a Santa Isabel. Um outro caso bastante antigo e intrigante foi o do senhor Alípio Lauriano. A testemunha observou em um dia do mês de maio, no final também da década de 60, a partir da porta de sua casa, por volta das 11 horas da manhã, um objeto de forma discóide, um pouco menor que um fusca, evoluindo a cerca de 400 m de distância, por cima de uma plantação de milho. Alípio pôde observar por cerca de 5 minutos as evoluções do aparelho, que emitia um ruído semelhante ao produzido por uma moto, só que mais acelerado e baixo. Segundo esta testemunha, o UFO em vários momentos dava a impressão de que iria pousar, mas logo em seguida ganhava altura novamente. Foram notadas também o que pareciam ser janelas, mediante as quais Alípio teve a impressão de avistar a presença de uma ou mais criaturas no interior do objeto. Então o aparelho voador acabou por desaparecer rumando em direção a São José do Turvo, uma pequena localidade distante poucos quilômetros, deixando um pouco de fumaça, que, em seguida, rapidamente desapareceu. Já em 1974, numa noite de dezembro, era a vez da senhora Terezinha Marlene de Oliveira observar o fenômeno.
Na época, dona Terezinha era responsável pelo Hotel Nossa Senhora da Glória, situado bem no centro de Santa Isabel. Aproximadamente às 20h00, juntamente com mais duas pessoas, quando estava em frente ao hotel, avistou três objetos luminosos esféricos voando em formação. Segundo a testemunha, o UFO emitia uma luz branca bastante intensa, que variava de intensidade. Esses aparelhos foram vistos orbitando uma montanha que dista aproximadamente 400 m do hotel, sempre com velocidade constante, até que desapareceram por trás da própria montanha, para não serem mais observados. Nos momentos em que estiveram mais perto, chegaram a apresentar um diâmetro aparente semelhante ao da Lua.
Durante uma noite de tempo bom, com céu limpo, em 1975, por volta das 22h00, o pecuarista Oscar de Azevedo Costa, acompanhado de mais três pessoas, estacionou sua Rural no ponto mais alto da estrada que corta a Serra da Beleza. Esta testemunha nos relatou que ao deixar o veículo notou uma “luz pequena bem longe, à direita da estrada”. Logo em seguida, entraram no carro e iniciaram a descida da serra em direção a Santa Isabel do Rio Preto.
Em questão de segundos aquela luz se aproximou. Tratava-se de um objeto discóide que emitia uma luz intensa, semelhante à de uma solda elétrica. O UFO seguiu a Rural numa altura de apenas 20 metros por um período de cerca de 1 km. Apesar de estarem descendo a serra, por mais que seu Oscar se esforçasse, o veículo não conseguia ganhar velocidade, pois o motor falhava, aparentemente por interferência do próprio disco. Depois da perseguição, o aparelho desapareceu rumando em direção à mesma região onde tinha sido avistado no início do contato. Outra testemunha a avistar UFOs naquela região na mesma época foi o pecuarista Luiz Ozório Gomes.
ALTITUDES INFERIORES – Por volta do meio da década de 70, em uma noite de junho, aproximadamente às 20h00, seu Ozório pôde acompanhar durante cerca de 10 minutos a trajetória de um aparelho em forma de disco, conforme cavalgava na estrada que liga Santa Isabel à localidade de Nossa Senhora do Amparo. De acordo com seu relato, a nave emitia uma luz amarela (fosca), deixando perceber algumas janelas.
A testemunha nos contou que o objeto teria aproximadamente o tamanho de um carro médio, e aparentemente seguia o leito do Rio São Fernando, a uma altura de 15 a 20 m, numa velocidade bem reduzida. O UFO desapareceu atrás de um dos morros da região.
Desde então o pecuarista, que era um dos descrentes na época dos fenômenos na região, passou a engrossar também as fileiras dos que tinham ficado frente a frente com as naves extraplanetárias. Em maio ou junho de 1976, era a vez do senhor João Bitencourt de Azevedo travar contato com o fenômeno, tendo sua esposa ao lado.
Numa noite também de céu claro, por volta das 20h00, numa vargem da Fazenda São José da Serra, seu João observou um aparelho de forma discóide com brilho avermelhado, que girava em torn
o de seu próprio eixo. O UFO não emitia qualquer tipo de som. Tanto Bitencourt como sua esposa estavam a cavalo. Enquanto o objeto permaneceu evoluindo na área, inclusive em altitudes inferiores às das montanhas que ladeavam a vargem, os animais ficaram totalmente paralisados.
De acordo com a testemunha entrevistada, o aparelho chegou a distar apenas 200 m, ficando visível durante muitos minutos, antes que desaparecesse em direção à cidade de Volta Redonda. Entretanto, esses foram apenas alguns exemplos entre os primeiros avistamentos mantidos pela população da região, pois as experiências continuam ainda hoje. Chegamos a levantar também alguns casos de contato de 3º grau, em que criaturas humanóides de baixa estatura foram reportadas pelas testemunhas. No início de junho de 1987, resolvemos fazer vigílias em um outro ponto da região, bem mais próximo da parte urbana do distrito de Santa Isabel – o que nos permitiu um número maior de vigílias. Os resultados foram mais do que positivos.
Já na noite do dia 9 de junho, às 20h30, pudemos observar juntamente com o senhor João Batista de Araújo Lopes, que na época era responsável pela agência dos Correios, um objeto voador esférico, que emitia uma luz alaranjada. Nossa atenção foi despertada inicialmente pela presença de um avião que, vindo da direção da cidade do Rio de Janeiro, ultrapassou a Serra da Beleza, seguindo em direção à nossa posição, para então iniciar uma curva de 180 graus, que o colocaria novamente no caminho do Rio.
Nesse momento já estávamos vendo o UFO, que ganhava altura após ter surgido também por trás da Serra da Beleza. Chegamos à conclusão de que, na tentativa de uma maior aproximação, o avião possivelmente havia ultrapassado a posição do UFO. Após completar a curva, ele conseguiu finalmente rumar na direção em que o aparelho evoluía, ganhando altura lentamente. Quando, entretanto, a distância entre os dois caiu para menos de 1 km, o objeto desconhecido desapareceu sem deixar o menor vestígio.
ÚLTIMA EXPERIÊNCIA – O avião seguiu ainda até a última posição ocupada pelo objeto e depois retornou em direção ao Rio de Janeiro, desaparecendo por trás da Serra da Beleza. Ainda no ano de 1987, a partir do mesmo ponto, que é conhecido como Pedreira, tivemos mais 12 avistamentos. Já haviam se passado sete meses desde que tínhamos tido nossa última experiência quando, na noite de 5 de junho de 1988, realizamos nossa primeira vigília positiva do ano.
Chegamos ao ponto de observação acompanhado por Denilson de Andrade Lima, que desde o ano anterior vinha participando de nossas atividades como pesquisador de campo. Denilson, inclusive, reside em Santa Isabel. Ás 19h55 tivemos nosso primeiro contato. Observamos uma sonda inicialmente imóvel sobre a região conhecida como Baixadão, à esquerda da Serra da Beleza, a uma distância de aproximadamente 5 km. O objeto tinha a forma esférica e apresentava um brilho avermelhado. Após alguns poucos segundos, o UFO começou a se deslocar para a direita, em direção à serra, onde acabou por desaparecer logo em seguida.
Depois de realizar mais de 500 vigílias noturnas, estudando detalhadamente os fenômenos luminosos observados na Serra da Beleza, podemos afirmar que estamos diante de dois fenômenos distintos, mas de alguma maneira interligados. Um deles parece estar associado à estrutura geológica da região, e o outro seria o que chamamos de Fenômeno UFO
Por volta das 20h10, um outro aparelho semelhante foi notado vindo de Minas Gerais em direção à Serra da Beleza, sobrevoando em baixa velocidade o Baixadão. O objeto terminou por desaparecer por trás das mesmas montanhas que o anterior, cerca de quatro minutos depois do início do avistamento. Nesta mesma noite tivemos ainda mais uma experiência. As 21h10, notamos um outro UFO esférico, bem mais luminoso que os outros, brilhando já na cor amarela. O aparelho foi observado inicialmente ganhando altura a partir da Serra da Beleza, numa área bem próxima do local onde acampamos em nossas primeiras pesquisas.
Após ganhar altura, o aparelho apresentou então um movimento para direita. Mas no momento em que passava sobre o ponto mais alto da estrada que corta a Serra da Beleza, ficou praticamente imóvel por cerca de cinco segundos, retomando em seguida o movimento na mesma direção, que o levaria a desaparecer por trás de uma montanha conhecida como Cavalo Russo. Aquela noite foi, na verdade, apenas o início da maior onda de aparições de sondas ufológicas na região. Do dia 5 de junho, data do primeiro avistamento, até a noite do dia 6 de setembro, quando ocorreu o último contato, foram realizadas 34 vigílias por este autor, Denilson de Andrade Lima e outros membros da AFEU, sendo que em 18 delas o fenômeno foi presenciado. No total foram 44 avistamentos. O número de contatos dentro da onda de 1988, portanto, foi superior ao próprio número de vigílias, fato sem precedente desde o início de nossas atividades na região.
Um outro detalhe relevante, já relativo à distribuição dos avistamentos, foi uma maior concentração nos dias em que a região apresentou em suas estradas menor tráfego (de domingo a terça-feira). Dos 44 avistamentos, 36 ocorreram dentro desse período. Entretanto, menos da metade das nossas vigílias foram feitas durante esses dias da semana.
As noites de domingo para segunda-feira foram as recordistas, com um total de 17 avistamentos. Encontramos também um padrão em relação às fases da Lua. Dos 44 avistamentos, 24 aconteceram entre a lua nova e o quarto crescente, 6 entre o crescente e a lua cheia, 7 entre a cheia e o minguante, e o mesmo número entre o minguante e a nova. Mais de 50% dos contatos ocorreram entre a fase nova e o crescente. Esses padrões continuam valendo até os dias atuais.
REGISTRO DAS TRAJETÓRIAS – A onda de 1988 basicamente foi de sondas, pequenos aparelhos não tripulados, controlados à distância, ou mesmo com algum tipo de programação automática que, imaginamos, poderia inclusive, mediante determinadas situações, permitir a tomada de “decisões”, modificando a atuação do objeto. Foi em meio à onda de 1988 que resolvi tentar novamente documentar as aparições dos UFOs na Serra da Beleza. Tinha uma certa intuição de que alguma coisa poderia ter mudado. Alguns membros da AFEU eram contrários a essa minha pretensão.
A idéia geral era de que tal atitude poderia estancar o lento – mas progressivo – processo de aproximação que est&
aacute;vamos tendo com o fenômeno. Felizmente isto não aconteceu. No dia 10 de agosto conseguimos as duas primeiras fotografias de UFOs, documentando as evoluções de uma sonda ufológica.
Nosso último avistamento dentro da onda, ocorrido no dia 6 de setembro, também foi documentado. No ano seguinte (1989) conseguimos mais 40 fotografias documentando de maneira definitiva a presença dos objetos voadores não identificados na região. Todas essas fotos foram batidas com a máquina fixada a um tripé e com vários segundos de exposição, técnica que permite, inclusive, o registro das trajetórias dos objetos, além de permitir o registro das estrelas e outros pontos que podem servir de referência nos estudos das fotografias.
Uma das fotos mais importantes foi batida na noite de 24 de março, quando estavam presentes em nosso acampamento, além deste autor e de Denilson de Andrade Lima, hoje consultor de UFO, os pesquisadores Cláudio de Mello Paoliello, Heitor Bolivar Darrigo e Guilherme Mendes Roters, todos da AFEU. Aproximadamente às 20h00, observamos o aparecimento de um objeto esférico, extremamente luminoso, emitindo luz de maneira constante, com uma coloração avermelhada, a sudoeste de nosso acampamento, em baixa altitude.
Imediatamente me aproximei da máquina fotográfica e iniciei a exposição do filme, deixando seu obturador aberto. Ao mesmo tempo, um dos membros do grupo observava o objeto através de um binóculo. Podemos dizer que o UFO brilhava bem mais do que o planeta Vênus, tendo um tamanho aparente visto de nossa posição equivalente a cerca de um quarto da Lua.
Cerca de 15 segundos depois de seu aparecimento, o objeto simplesmente apagou, desaparecendo de nossas vistas, aparentemente na mesma posição em que tinha surgido e permanecido durante toda a observação. Logo em seguida, encerrei a exposição do filme. A impressão que tivemos no momento é de que o aparelho realmente tivesse se desmaterializado ou eliminado seu campo luminoso. Só após a revelação dessa fotografia é que tivemos realmente a noção exata do que tinha acontecido.
Como estávamos usando um filme de 1000 ASA, apesar da “pequena exposição”, na foto podemos ver, além do próprio UFO, uma série de montanhas, postes de energia elétrica etc – coisas que a olho nu não tínhamos condições de avistar naquela noite, ainda mais por se tratar de uma noite escura, com céu totalmente fechado e coberto de nuvens.
Na fotografia podemos ver ainda uma linha luminosa sinuosa, que parte do objeto indo até o limite superior de uma das montanhas. Ou seja, a trajetória feita pelo aparelho até o momento em que se ocultou atrás da montanha foi feita numa velocidade tão elevada que os nossos olhos não puderam notar, dando-nos a ilusão de que ele tinha simplesmente se apagado. Estudando ainda a fotografia, tomando por base a montanha atrás da qual desapareceu, conseguimos calcular que ao ser fotografado o objeto estava a cerca de 1,6 km de distância. Segundo ainda nossos estudos, concluímos que o UFO tinha aproximadamente 3 m de diâmetro. No total, conseguimos bater mais de cem fotografias, a maioria delas de sondas ufológicas. Nos últimos anos outros membros do grupo tiveram a oportunidade de também fotografar UFOs na região.
LINHA SINUOSA – Denilson de Andrade Lima já conseguiu mais de 30 fotos documentando a presença desses objetos e, mais recentemente, o pesquisador Alexandre Bonfim, um dos mais atuantes membros da AFEU, conseguiu também documentar as aparições desses misteriosos objetos. Depois de realizar mais de 500 vigílias noturnas, estudando de maneira detalhada os fenômenos luminosos observados na região da Serra da Beleza, podemos afirmar de maneira definitiva, não só a partir de minhas experiências pessoais, como também mediante os mais de 400 depoimentos conseguidos junto à população local, que estamos diante de dois fenômenos distintos, mas de alguma maneira possivelmente interligados.
Um deles parece estar associado a causas naturais, relacionadas à estrutura geológica da região. Já o segundo se encontra perfeitamente dentro do que conhecemos por Fenômeno UFO. Talvez as próprias condições geológicas invulgares, responsáveis pelos fenômenos naturais, que estão limitados a certos pontos da região, estejam atraindo os discos voadores para os distritos de Santa Isabel do Rio Preto e Conservatória. Quanto aos UFOs, podemos dividir suas manifestações também em dois grupos distintos.
Um deles está relacionado a objetos voadores de grande tamanho, indiscutivelmente tripulados, que se manifestam de maneira aleatória ao longo do ano, geralmente sem um período de maior incidência. Já um segundo grupo está relacionado à presença de pequenos objetos voadores, geralmente de forma esférica, que não ultrapassam 30 cm de diâmetro. São as chamadas sondas ufológicas, que na região são avistadas anualmente, principalmente nos meses de maio, junho, julho e agosto. Acreditamos, entretanto, que as sondas observadas nessa área estejam ligadas à mesma civilização responsável pelas naves, que, devemos destacar, nem sempre têm a forma discóide. Esses quinze anos de investigações permitiram ainda que chegássemos ao motivo pelo qual os discos voadores tanto se manifestam na região. O distrito de Santa Isabel do Rio Preto é uma das áreas mais ricas do país em areia monazítica. Justamente nos pontos onde este tipo de areia radioativa aparece na superfície em grandes quantidades, os UFOs têm sido observados com mais freqüência – e algumas vezes chegam mesmo a pousar.
Como até hoje não foram encontrados sinais da retirada da areia, cremos que a civilização responsável pelos objetos que aparecem na região estaria se valendo de algum tipo de tecnologia que permite o aproveitamento energético da própria emanação radioativa da areia. Defendemos também a possibilidade da existência de uma base de UFOs na região, possivelmente subterrânea ou mesmo hiperfísica. Tal idéia encontra suporte numa série de depoimentos pertinentes ao aparecimento e desaparecimento dos discos voadores em meio às montanhas.
Esperamos que nossas pesquisas e resultados obtidos na Serra da Beleza possam servir de estímulo para outros grupos ufológicos. Pois existem em nosso país inúmeras áreas de incidência, onde o Fenômeno UFO continua a se apresentar de maneira constante. Jogamos um jogo cujos lances principais são feitos sempre pelo outro jogador
MANIFESTA&Cced
il;ÃO DO FENÔMENO – Isso para não falarmos da experiência mantida por um antigo morador de Santa Isabel que teria, segundo seu relato, sido levado através de uma nave para uma espécie de cidade abaixo da superfície. Infelizmente, quando chegamos à localidade para iniciar as investigações, o protagonista dessa experiência já havia falecido. Tivemos a oportunidade de conversar com vários de seus amigos, e alguns tinham ficado realmente impressionados com sua história, dando crédito às suas palavras. Outros tinham participado de vigílias em sua presença, nas quais UFOs haviam se manifestado de maneira bastante objetiva.
Devemos ressaltar ainda que não encontramos qualquer tipo de manifestação do fenômeno que pudesse indicar, de maneira objetiva, algum tipo de risco ou perigo para a população local. Apesar de ser uma área rica em gado bovino, não detectamos até hoje qualquer caso de mutilação de animais que pudesse ser relacionado à presença desses objetos na região.
Para finalizar, gostaríamos de ressaltar que esperamos que nossas pesquisas e resultados obtidos na Serra da Beleza possam servir de estímulo para outros grupos ufológicos. Pois existem em nosso país inúmeras áreas de incidência, onde o Fenômeno UFO continua a se apresentar de maneira constante. Um convite está sendo feito aqui: é evidente que uma pesquisa sistemática, como a que conseguimos realizar, é algo difícil e que demanda muito tempo, recursos e principalmente paciência. Jogamos um jogo cujos lances principais são feitos sempre pelo outro jogador.
Cabe a nós, ufólogos, basicamente, estar do outro lado do tabuleiro na hora certa. Não podemos continuar a depender em nossos estudos e pesquisas exclusivamente dos depoimentos de pessoas que, até serem protagonistas de uma experiência ufológica, não tinham ligação com o assunto. Existe algo transcendente desafiando-nos, e cabe a cada um de nós fazer a partida continuar, na busca de uma compreensão maior do fenômeno que acompanha a Humanidade desde seus primórdios.
Marco Antonio Petit, 40, é técnico em programação de computadores, presidente e fundador da Associação Fluminense de Estudos Ufológicos (AFEU) e diretor estadual da Mutual UFO Network (MUFON). Petit é também autor dos livros Os Discos Voadores e a Origem da Humanidade e Terra – Laboratório Biológico Extraterrestre, em edição pelo Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV). Além disso, o ufólogo publicou dezenas de artigos nas revistas Planeta, Ufologia Nacional e Internacional, PSI-UFO, Incrível e Realismo Fantástico. Proferiu mais de 200 conferências, várias delas em eventos internacionais, e promoveu mais de 150 seminários para divulgação da Ufologia. Foi um dos coordenadores do I Fórum Mundial de Ufologia e, atualmente, dedica-se à produção de vídeos ufológicos.