
Acabou o verão europeu, e com ele a mais fantástica e variada manifestação dos círculos ingleses. 2002 está sendo, com certeza, um dos melhores anos para os pesquisadores do fenômeno. Agora, mais que nunca, é o momento de se descartar as teorias sobre o uso de tábuas e cordas, vórtices de plasma, forças geomagnéticas etc para explicar seu surgimento. Todas essas hipóteses já foram apresentadas ou usadas para obscurecer o que é óbvio para os ufólogos, que a maioria das formações nos campos ingleses são obras de inteligências extraterrestres. Basta que se veja a abundância dos novos círculos. Embora a declaração possa parecer pretensiosa, vale ressaltar que dela foi descontada a porcentagem de figuras que cabe aos fraudadores. Entretanto, a melhor forma de embasar uma afirmação como essa é através do uso de evidências.
A formação de Pewsey, próxima a White Horse, em Wiltshire, é prova disso. Ela foi encontrada em 17 de junho pelo estudioso Charles Mallett, e é uma imagem complexa de um caracol com mais de 30 objetos. Seu diâmetro chega a 60 m e a figura é considerada uma das mais bonitas desse ano. Outra formação pictográfica que deve ser citada apareceu no dia 04 de junho, próximo ao conjunto megalítico de Stonehenge. A enorme figura, semelhante a uma rosa de seis pétalas em espiral, mede aproximadamente 200 m de diâmetro – uma das maiores de 2002 [Apresentada na página 13 dessa edição]. Ainda em North Farm, também em Witshire, em 23 de junho, o circólogo Stuart Dike descobriu um curioso e enorme objeto em espiral, com cerca de 80 m de diâmetro.
Como se vê, os autores dos círculos foram generosos nesse verão. Além das inúmeras formações, temos agora a mais surpreendente de todas, que ficou conhecida como Scary Alien Formation [Formação assustadora], um imenso rosto semelhante ao de um extraterrestre ao lado de um círculo, achado em Crabwood Farm House, Hampshire, em 15 de agosto. Se legítimo, será o mais impressionante círculo da história do fenômeno. A figura retrata um rosto e uma placa de código binário formada por discretos montículos de trigo em pé, contra um segundo plano de caules achatados. É um efeito parecido com a imagem matricial na tela de um computador. Essa aparência, decifrada pelo pesquisador Paul Vigay, representa um golpe fatal contra as teorias sobre fenômenos naturais ou ação humana como responsáveis pelos círculos. Segundo alguns pesquisadores, essa imagem é uma resposta direta à mensagem enviada pelo programa Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI) ao espaço. Sua autenticidade ainda está sendo questionada, é verdade, mas não por muito tempo.
Rosto Extraterrestre — A formação pode ser resumida como a face de um alienígena ao lado de um disco codificado. Quando essa imagem correu o mundo, a comunidade ufológica desconfiou de imediato que não se tratava apenas de mais um desenho, mas que existia algo de muito concreto nesse recado. “Se fosse uma farsa, os fraudadores teriam que ser muito competentes em realizar um círculo que deixa os sentimentos de excitação e confusão misturados”, afirma o pesquisador britânico Julian Gibsone, um dos primeiros a chegar ao local e grande conhecedor do assunto. Gibsone garante que não encontrou nenhuma evidência de presenças anteriores à dele. A partir das análises do local, os estudiosos concluíram que é improvável que este círculo se trate de uma falsificação, pois há inúmeras evidências contrárias. Uma delas é que, conforme andavam dentro da figura, as plantas, já secas, se quebravam e não havia nenhum indício de pegadas ou sinais humanos.
Como se vê, a cada ano os desenhos parecem mais específicos, como se fossem capítulos de um livro. Houve o período das circunferências, dos insetos, das figuras planetárias e agora vivemos o período das mensagens codificadas. Se realmente agirem como um livro, o capítulo do contato não deve estar longe.