Constantemente vemos colegas pesquisadores do Fenômeno UFO fazendo críticas negativas em relação aos militares e sua atuação neste setor. Isso tem sido comum em vários países, não só no Brasil, mas acredito ser esta postura totalmente equivocada. Os militares apenas seguem regulamentos quando cumprem seu dever. O mesmo ocorre quando se engajam na pesquisa ufológica. Podemos até criticar tais regulamentos, mas não o ser humano ou as instituições que os seguem, pois delas dependem a soberania de um país.
A todo instante ficamos sabendo de um foco de guerra em algum ponto do planeta. Não faz muito tempo, a Argentina invadiu as Ilhas Malvinas e, 10 anos depois, o Iraque invadiu o Kuwait. Logo, as instituições militares são necessárias para garantir que países inferiores ou minorias sejam agredidos por nações maiores ou maiorias. Desde que o ser humano apareceu sobre a Terra, este sempre teve uma postura bélica, regulamentada sob forma de instituições e normas. Assim, a Marinha brasileira mantém a soberania nas costas oceânicas. Nosso Exército defende o Território Nacional e a Aeronáutica controla o espaço aéreo. Tais instituições militares são indispensáveis ao nosso dia a dia.
Uma interpretação dessa necessidade deve ser empregada à Ufologia. Durante a pesquisa do Caso Varginha, freqüentemente eram publicadas notícias de que os militares estavam mentindo ou escondendo os fatos ocorridos no sul de Minas Gerais. Em nenhuma ocasião tais denúncias partiram dos principais pesquisadores do caso, que tiveram cautela para discernir os acontecimentos. A meu ver, os militares que participaram das várias fases da operação de resgate e transporte das criaturas capturadas em Varginha estavam seguindo ordens e foram patriotas. Cumpriram seus regulamentos.
Observações de UFOs e contatos com tripulantes são assuntos que interessam – e muito – as nossas Forças Armadas. Entretanto, sua atividade no setor segue regras claras, ainda que não totalmente conhecidas dos civis. Um exemplo disso está descrito no Regulamento para Salvaguarda de Assuntos Sigilosos da Aeronáutica Brasileira (RMA 205-1), um documento que relaciona temas que dizem respeito à nossa Aeronáutica e que são classificados em quatro graus de sigilo: reservado, confidencial, secreto e ultrassecreto. No referido documento, vemos que são normalmente classificadas como ultrassecretos as descobertas e experiências científicas de valor excepcional. Ora, alguém tem dúvidas de que resgatar os destroços de uma nave de origem desconhecida, talvez extraterrestre, bem como estranhas criaturas que surgiram na cidade de Varginha, não é uma descoberta científica de valor excepcional?
Daí o silêncio total por parte das autoridades militares que se envolveram no episódio. Os regulamentos, leis e mandamentos devem ser respeitados e cumpridos à risca, caso contrário há uma condenação para o violador. Tanto em caso de violação culposa quanto dolosa é aberta sindicância e o envolvido será julgado e condenado, podendo a pena variar de alguns dias na cadeia até a expulsão da instituição. A pior das penalidades é a chamada “invisível”, ou seja, a transferência para um local distante, que sempre traz sérios problemas ao militar e sua família.
Por ser o tema dos discos voadores de caráter sigiloso e também muito delicado, as Forças Armadas evitam falar sobre o assunto. Mas mesmo obstando tratar deste tema, o fenômeno é real e principalmente a Aeronáutica sabe disso. Como exemplo posso citar a entrevista que deu o ex-ministro Octávio Moreira Lima à jornalista Marília Gabriela, em 1988. Nele, Marília pergunta ao entrevistado se poderia abordar os UFOs e extraterrestres. “Ministro, vamos falar em discos voadores. A Aeronáutica leva esse assunto a sério?”, perguntou a apresentadora. “Sim, é claro. Às vezes acontece de surgir um ponto de luz no céu envolvendo duas ou mais aeronaves, que o vêem ao mesmo tempo. Conseqüentemente, existe todo um processo de identificação”, respondeu o ex-ministro, direta e contundentemente.
Procedimento Aeronáutico – Este é apenas um caso em que se observa como a Aeronáutica conduz o assunto. A instituição chegou até a redigir um documento chamado Norma de Procedimento Aeronáutico NPA-9-C, em vigor no país desde 9 de setembro de 1990, para tratar dos procedimentos a serem adotados pelos órgãos do Sistema de Tráfego Aéreo/Controle de Tráfego Aéreo (ATS) no caso de avistamentos de um objeto voador não identificado. Agora, falar abertamente sobre o assunto, isso é outra coisa e as Forças Armadas evitam. Imaginem a situação do ministro da Aeronáutica ao admitir em público, para todos nós que pagamos impostos, que os UFOs existem mas não podem ser controlados pelo Sistema de Defesa Aérea – que é para onde vão parte dos recursos arrecadados.
Tal Sistema, quando acionado no caso de observação destas naves, mobiliza pessoal altamente treinado e equipamentos de primeira geração, mas fica completamente impossibilitado de impedir as manobras de nossos visitantes. Os UFOs invadem nosso espaço aéreo e fazem o que bem entendem com ele… Quando nossos caças a jato levantam vôo para interceptá-los, mal conseguem se aproximar das naves e simplesmente as vêem se afastarem em altíssima velocidade, demonstrando um domínio tecnológico avançado e totalmente desconhecido para nós.
Imaginem agora o ministro da Aeronáutica explicar, novamente em público, que os discos voadores podem causar interferências eletromagnéticas nos instrumentos de bordo de uma aeronave terrestre, pondo em risco toda sua tripulação e passageiros. Mais ainda: suponham ver o ministro afirmar que não se tem controle sobre isso. Tal atitude seria, no mínimo, admitir uma condição de inferioridade de nossa parte e, talvez, estimular o pânico entre as pessoas – principalmente aquelas que se utilizam de avião. Esta é realmente uma situação delicada.
Mas há um lado ainda mais complicado na questão dos UFOs: a religiosidade. Se ficar provado que existem seres extraterrestres inteligentes que nos visitam constantemente e que não fizeram parte do pecado original bíblico de Adão e Eva, com certeza tal revelação causará um grande choque religioso, bem como social. Poderemos correr o risco de ter uma violenta guerra santa, a exemplo do que ocorre com as Mandas e os países do Oriente Médio. Devido a isso tudo, as Forças Armadas lidam com o assunto com muitas reservas e cuidado. E por causa deste posicionamento, a própria Ciência também tem evitado falar algo a respeito ao longo desses anos todos em que os UFOs têm dado seus shows em nossos céus.
Para os cientistas, abordar o assunto é colocar em risco cargos, reputação, o próprio nome e principalmente o prestígio que se tem entre colegas. Também temos um exemplo disso no Brasil. Em maio de 1986, quando em entrevis
ta em Brasília o ministro da Aeronáutica falou abertamente sobre a presença de 21 UFOs sobre São Paulo, na noite de 19 de maio daquele ano, apareceram inúmeros cientistas tentando “explicar” o fenômeno e dando as explicações mais controvertidas para justificar os fatos, tais como meteoros, queda de satélites, testes inimigos com equipamentos bidimensionais sobre nossos radares, foguetes, miragem, espionagem etc. Ora, mesmo tendo o ministro informado que tais objetos foram detectados por radar, houve cientistas que se arriscaram a dar palpites esdrúxulos. A Aeronáutica brasileira acabou ficando numa posição delicada, vendo tais cientistas fazendo colocações absurdas e expondo-a de forma extremamente negativa. Afinal, tinham sido seus militares quem detectaram os UFOs através de radares e seguiram em seu encalço com aviões a jato. Estes cientistas acabaram transformando nossos experientes pilotos de caça em garotos brincando com aeromodelos.
Vênus e outras besteiras – Estes profissionais são a elite do Brasil e merecem respeito. A cada mil candidatos que se lançam na carreira, somente um chega a ser piloto de caça. Seu preparo, treinamento e os cursos que seguem são extremamente rigorosos e levam anos para serem concluídos. O candidato a piloto de caça inicia seus estudos num curso de três anos através da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar). Depois, vai para a Academia da Força Aérea (AFA), onde passa mais quatro anos. Em seguida, pode ir para o Comando Aéreo de Treinamento (Catre), onde permanece por mais um ano. A partir daí o piloto poderá optar por aviação civil, de transporte, de combate ou atuar junto ao Grupo de Transportes Especiais (GTE). Isso já nos dá uma boa noção do preparo que têm esses combatentes.
Além disso, não podemos também nos esquecer que os pilotos que voaram na noite do dia 19 de maio de 1986 – e viram os UFOs descritos pelo ministro – já tinham milhares de horas de vôo e grande experiência. Infelizmente, mesmo assim, alguns de nossos cientistas não entenderam isso e falaram muita besteira, o que levou nossa gloriosa Aeronáutica a lhes fechar as portas, pois percebeu claramente que tais pesquisadores ainda não estavam preparados para lidar com o Fenômeno UFO. Coisas semelhantes também acontecem em outros países: sempre que se fala de uma ocorrência ufológica, logo aparecem os cientistas para explicar que se tratava de Vênus ou algo assim, sem sequer pesquisarem e analisarem os fatos.
Mas há uma luz no fim do túnel e parece que as coisas finalmente estão mudando. Nos Estados Unidos, um banqueiro da família Rockfeller está financiando um projeto de pesquisa ufológica e contratou nove cientistas de renome para analisarem vários casos de UFOs já divulgados. Depois de muito estudo e pesquisa, eles chegaram a algumas conclusões. Primeiro, que a grande maioria – 90% – dos avistamentos tidos como ufológicos não tinham absolutamente nada a ver com discos voadores, e sim com fenômenos físicos naturais ou artificiais, tais como relâmpagos globulares, nuvens lenticulares, fogo fátuo, gases do pântano, parélio, satélites, Vênus, Júpiter, balões de estudos atmosféricos etc.
Segundo os cientistas, embora os 10% restantes não provem que as observações são de origem extraterrestre, evidenciam que o fenômeno é real. Os estudiosos também concluíram que a Ciência não tem dado o devido valor ao assunto e tem negligenciado as ocorrências ufológicas. Tais conclusões podem ser pouco para nós, ufólogos, mas são um primeiro passo. Esse fato é histórico e muito importante para a Ufologia mundial, pois pela primeira vez um grupo de renomados pesquisadores investiga os UFOs e admite sua realidade. Outros cientistas um dia também terão coragem de pesquisar o assunto, e a partir do momento em que a Ciência passar a aceitá-lo como uma realidade, com certeza as Forças Armadas acabarão abrindo suas portas e liberando as informações que vêm coletando nesses 52 anos de pesquisas. A partir daí, certamente, mudarão seus regulamentos. Quando isso acontecer, ou os ufólogos terão que se aposentar ou lecionar Ufologia nas escolas e faculdades.