Já é comum no Vale do Paraíba o aparecimento de luzes não identificadas. Muitos casos já foram documentados por grupos ufológicos e instituições como o Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos (SP). O engenheiro do INPE, Ricardo Varela Corrêa, diz receber cerca de 25 comunicados de aparecimentos de objetos voadores não identificados por ano. Os comunicados que chegam ao INPE são enviados por pessoas de diferentes profissões e níveis sociais. Uma das pessoas que já presenciou o Fenômeno UFO e o comunicou ao INPE é o ex-superintendente da Embraer e da Petrobrás, Osíres Silva.
Certa noite, por volta das 21h00, Osíres estava a bordo de um avião Xingu bimotor, juntamente com o comandante Alcir Pereira da Silva. Ambos constataram visualmente a presença de UFOs, que inclusive foram detectados por radares. Após o episódio, o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio Moreira Lima, disse, através da mídia, que “o Brasil captou, registrou em radar e enviou caças de combate ao encalço de mais de duas dezenas de UFOs situados no Rio e São Paulo”. Isso causou um verdadeiro alvoroço nos meios ufológicos e científicos, pois alguém do governo estava admitindo publicamente a existência dos UFOs.
Numa das maiores ondas ufológicas do Brasil, várias cidades do interior paulista são literalmente invadidas por luzes multicolores e estranhos objetos, mobilizando um batalhão de ufólogos. Entre as cidades atingidas estão Aparecida do Norte, onde houve dezenas de testemunhas, e Santa Bárbara d’Oeste, onde pelo menos uma vítima foi seqüestrada por extraterrestres
Desde março de 1995, fenômenos aéreos luminosos vêm sendo observados por diversos moradores das cidades de Aparecida e Cunha, no Vale do Paraíba, em São Paulo. Estas ocorrências levaram o Instituto Nacional de Fenômenos Aéreos (INFA), formado por grupos de pesquisas como o Grupo Ufológico do Guarujá (GUG), Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU), Centro de Estudos e Pesquisas Exológicas (CEPEX) e o Grupo de Estudos de Objetos Não Identificados (GEONI), a pesquisar in loco as aparições, realizando levantamento casuístico, fotográfico e videográfico, além de noites de vigílias onde foi feito o monitoramento do céu da região.
Os avistamentos acontecem em um trecho da Serra do Mar denominado Quebra Cangalha, na divisa com a cidade de Cunha (SP). A primeira testemunha a ver o fenômeno na região foi o senhor Roberto Augusto da Silva, que trabalha como frentista em um posto de gasolina da cidade de Aparecida do Norte. Roberto observou objetos voadores não identificados e luzes estranhas em diversas ocasiões. Um dos avistamentos que mais lhe marcou aconteceu em abril deste ano quando, em seu Fusca, ia para casa e viu um enorme clarão na entrada de sua propriedade.
LUZ MUITO FORTE — A princípio, pensou que se tratava de ladrões e tratou logo de apagar os faróis do veículo. Ao se aproximar ficou muito assustado: “Era uma luz muito forte, do tamanho do carro, brilhava como um diamante e seu centro era vermelho”. Segundo a descrição de Roberto, o UFO pairou a uns quatro metros do solo emitindo um raio de luz vermelha para baixo. A 70m, a testemunha disparou sua arma contra o objeto e a luz diminuiu um pouco de intensidade, descrevendo uma linha parabólica e desaparecendo atrás do morro, silenciosamente. Roberto disse ainda que após o encontro ficou com insônia, dores de cabeça e tonturas.
Outro caso de avistamento na região do Vale do Paraíba aconteceu com o cesteiro Jorge Divino Pereira. Muito humilde e quase sem nenhuma instrução, o sitiante do bairro dos Motas, em Aparecida do Norte, vivenciou, na madrugada do dia 31 de agosto, um contato que lhe ficou marcado na memória. Jorge foi puxado por uma força descomunal vinda de duas esferas luminosas que se encontravam no terreiro de sua casa. “Elas tremiam e não dava para olhar, o clarão era muito forte, doía a vista”, declara.
Jorge também contou sobre um outro contato vivido por ele. Estava dormindo e escutou seus cachorros chorarem. Acordou e percebeu uma intensa luz clareando a frente de sua residência. Ao sair, viu que os cães tinham fugido e deu de cara com duas bolas luminosas. Jorge, então, caminhou na direção das luzes, atravessando uma cerca de arame farpado quando, de repente, o querosene de sua tocha de bambu foi sugado pela luz. Em seguida, ele mesmo foi sugado por um foco de luz, ficando paralisado. Flutuou a cerca de 1,5m do chão numa distância de 50m aproximadamente. No momento que estava dentro da luz não conseguiu gritar e desmaiou.
Ao acordar, percebeu que havia passado cerca de cinco horas. Seus braços e pernas estavam imóveis e sentia uma espécie de torpor. Então, rastejou até sua cama e não conseguiu se levantar dela por quase dois dias. Nos dias seguintes teve forte dor de cabeça, insônia e vômito. Seus olhos ficaram irritados e inchados. O senhor Jorge foi em busca de ajuda e, recentemente, passou por uma hipnose regressiva, mas infelizmente isso não elucidou muito os fatos. Ele continuará a tentar tratamentos alternativos como hipnose, pois deseja se lembrar de detalhes de seu contato e se libertar da amnésia.
FOCOS BRILHANTES — No dia do rapto de Jorge Divino Pereira, o engenheiro e pesquisador Ricardo Varela Corrêa, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), acompanhou uma equipe do jornal O Estado de São Paulo numa incursão ao local das aparições. Por volta das 18h20, surgiram dois focos brilhantes sobre as montanhas. As luzes aumentavam e diminuíam de intensidade, num tom avermelhado e efetuavam movimentos verticais e horizontais. O momento mais impressionante ocorreu por volta da meia-noite, quando vários fachos luminosos cortaram o céu numa perpendicular aos pontos brilhantes, proporcionando um espetáculo para quem presenciava o fenômeno.
Nesta noite foram tiradas fotografias pelo fotógrafo do jornal, Nelson Almeida. O engenheiro Varela, utilizando-se de um aparelho posicionador global por satélites (GPS), determinou a localização exata dos pontos luminosos. Os pesquisadores do INFA estiveram várias vezes no local e, através de um criterioso estudo de estradas e l
evantamento fotográfico, definiram que as fotografias tiradas pelo jornalista Nelson são possivelmente de UFOs. Segundo Claudeir Covo, presidente do INFA, “… sem dúvida, as fotografias publicadas no Estadão foram de fenômenos ufológicos”.
É muito importante atestar a autenticidade dos fenômenos ufológicos que acontecem na região, pois é muito fácil confundi-los com faróis de automóveis. Esse foi o caso de algumas luzes avistadas a partir do morro do Galo Duro, no bairro de São Francisco, por uma média de 30 pessoas. Entre as testemunhas estavam pesquisadores e curiosos que, num primeiro momento, pensaram que as luzes eram provenientes de UFOs. Porém, mais tarde, os integrantes do INFA constataram, in loco e através de registro fotográfico, que tudo não passava de faróis dos automóveis na estrada.
A CASUÍSTICA NÃO PÁRA – No dia 7 de setembro de 1995, a professora Rosana Rangel observou um UFO na Fazenda São José, no bairro dos Motas, em Aparecida. “Começou a pegar fogo numa área da nossa fazenda e eu fui até um vizinho para telefonar ao meu pai. No carro estavam também minhas amigas Miriam e Cristina. Quando voltávamos, um pouco depois da meia-noite, vi aquela luz e parei o automóvel”, declara Rosana, contando que “… a luz oscilava, fazendo movimentos em todas as direções. Nós descemos do carro e aquilo pareceu vir em nossa direção. Assustei-me e corri para o carro novamente”. Mais tarde ela chamou seu cunhado, o engenheiro eletrônico José Luiz Rangel, para tirar algumas fotos. Em seguida o UFO desapareceu.
No dia 2 de setembro, uma equipe de pesquisadores esteve no local e coletou mais casos acontecidos em fazendas da região serrana. O senhor Joaquim Fernando Araújo Soares, capataz da fazenda Baitererê, também no bairro dos Motas, contou aos pesquisadores do INFA sobre dois avistamentos ocorridos em meados de julho e final de agosto. Joaquim conta que, numa noite, ele foi ver uma queimada no morro, mas quando chegou ao local, tudo já estava apagado devido ao sereno. Na volta, observou um clarão que o deixou arrepiado.
Rapidamente saiu dali e entrou dentro de casa apavorado. Dias mais tarde, observou a mesma luz, que apareceu pequena, no alto do morro. O foco movimentou-se para cima de um coqueiro e aumentou fortemente o seu brilho. O capataz quis olhar o fenômeno mais detidamente, mas a luminosidade era tão intensa que lhe causava dores nos olhos. Depois deste episódio, o senhor Joaquim ficou abalado, tendo inclusive lapsos de memória. Hoje ele pensa em se mudar da fazenda com a família, pois tem medo do fenômeno voltar a aparecer.
Outro caso ocorrido nos primeiros dias de outubro foi relatado por Décio Gonçalves de Oliveira, capataz da fazenda escola CEAMV, no bairro dos Motas. Por volta das 22h40, Décio viu uma bola de claridade muito forte, como se fosse um sol. Na hora do avistamento ficou tudo claro como se fosse dia. “Nossa, está acabando o mundo! Pensei que fosse um tipo de cometa porque é uma bola achatada, bem oval, num amarelo muito forte, com raios. Cada raio é de uma cor, um azul bem forte, branco, vermelho, verde…”, recorda Décio.
UFOs Invadem Várias Cidades do Interior de São Paulo
O INFA está estudando mais de 30 casos, inclusive um envolvendo o rapto do empresário Edson Roberto Marcelo, acontecidos na cidade de Santa Bárbara d’Oeste e Capivari. Os pesquisadores estão realizando diversas vigílias em toda a região visando flagrar o fenômeno. Um dos casos mais recentes aconteceu no dia 29 de setembro de 1995, na rodovia SP 304, quando dois patrulheiros, Hideraldo Klaus Mateucci e Antonio do Nascimento, observaram luzes coloridas fazendo evoluções. Na região de Tietê (SP) já foram registradas três aparições. Em Mogi Mirim, Boituva e Itirapina também foram observados fenômenos estranhos.
MITO QUE DEIXA MARCAS – No dia primeiro de outubro de 1995, por volta das 23h, os pescadores Fernando Bezerra e Wilson da Silva Oliveira recolhiam suas redes de pesca quando observaram um estranho fenômeno. Assustaram-se ao ver, a poucos metros de seus olhos, o pouso de um UFO fortemente iluminado. O avistamento aconteceu na Ilha do Major, que fica a meia hora de barco do Canal dos Barreiros, em São Vicente, litoral de São Paulo. A luz que vinha do objeto era tão intensa que os dois tentaram fugir, mas o motor do barco não funcionou. “Fizemos umas 10 tentativas até o motor pegar, depois saímos rapidamente dali. Pudemos ver, na fuga, que o objeto aterrissou em uma pequena ilha entre os meandros dos mangues do rio Piaçabuçu”, disse Fernando.
O UFO visto pelos pescadores não fazia barulho e a luz produzida por ele era tão forte que era possível ver os caranguejos nas tocas do outro lado do rio. Fernando e Wilson perceberam que havia luzes que giravam na parte inferior do UFO. Chegando em casa, contaram para seus familiares e tiveram dificuldades para se acalmar. Na segunda-feira pela manhã, voltaram ao local armados e viram marcas no solo: um círculo de 5,5m de diâmetro, que amassou e nivelou a vegetação, em sentido horário. Também encontraram quatro marcas de sapatas de apoio retangulares, cada uma medindo 10 x 15cm. As quatro marcas estavam proporcionalmente distribuídas e demonstraram que o objeto tinha peso, pois provocou um afundamento no solo de 1,5 centímetro. O fato foi comunicado ao jornal A Tribuna, que veiculou a reportagem no dia 8 de outubro.
O INFA pesquisou o caso e, pelas características observadas no local, tudo indica que se trata de um pouso típico de UFO. As amostras coletadas no local serão submetidas a diversas análises. Este caso, considerado de segundo grau, causou alterações físicas no solo, além de o efeito eletromagnético da nave ter causado a parada de funcionamento do motor do barco dos pescadores. Posteriormente, causou também danos no alternador da embarcação. Quanto aos pescadores, tiveram irritação nos olhos e diarréias.
Ficou evidente para os pesquisadores que as marcas não são de helicópteros ou qualquer outra aeronave terrestre. Não houve acampamentos militares no local durante o fim de semana. O 2° Batalhão de Caçadores, que costuma promover treinamentos na mata, informou que não esteve no local do contato e muito menos ao longo do rio Piaçabuçu. Fernando e Wilson são considerados pessoas recatadas pelos demais pescadores da região, os dois juram não ter inventado nada e que não seriam capazes de chamar a imprensa para brincar com algo por eles qualificado como muito sério.
UFOs EM BERTIOGA – No dia 2 de outubro, por volta das 23h30, a comerciante Neusa Maria dos Santos, de 57 anos, vivenciou uma experiência insólita. Ao sair no quintal de sua casa, localizada na Praia do Indaiá em Bertioga (SP), viu um UFO do tamanho de cinco luas cheias, numa tonalidade branca fluorescente. Ela observou que o foco de luz ia para baixo.
Passados alguns minutos apareceu o segundo foco. Neste instante, Neusa chamou seu cunhado Romualdo Martins Foti, que estava assistindo televisão, para ver o fenômeno.
Romualdo observou um terceiro foco e diz ter visto o objeto voador passar lentamente encobrindo a lua. Depois de aproximadamente uma hora, o fenômeno desapareceu. Embora dona Neusa não acredite em discos voadores, ela confessa que esteve diante de um fenômeno diferente de tudo o que conhece. Também no Guarujá, litoral paulista, foram avistados UFOs nos dias 14 e 15 de outubro por diversos moradores dos bairros Santa Rosa e Santo Antônio. A estatística do Instituto Nacional de Fenômenos Aéreos (INFA) revela que, só este ano, já aconteceram mais de 300 avistamentos em todo o país.