Foz do Iguaçu, cidade cujas cataratas são consideradas uma das Sete Maravilhas da Natureza e onde está fincada a segunda maior usina hidrelétrica do mundo, sediou, de 06 a 09 de dezembro passado, o tão aguardado IV Fórum Mundial de Ufologia ou I UFOZ 2012, amplamente anunciado na internet e nas edições anteriores da Revista UFO. Tratou-se do maior evento sobre discos voadores em terras brasileiras desde a histórica primeira edição do Fórum, ocorrida em Brasília, em 1997, também por iniciativa desta publicação. Com grandes expectativas e banhado pela energia positiva que o local emana — que também é ponto de alta incidência de manifestações ufológicas —, o UFOZ contou com a participação recorde de 34 conferencistas, entre ufólogos, cientistas e militares, somando 12 diferentes nacionalidades.
Comandada pelo editor da UFO e organizador do evento, A. J. Gevaerd, a cerimônia de abertura, realizada na noite de 06 de dezembro, levou quase 500 pessoas ao auditório do Hotel Golden Tulip Internacional Foz, na qual foram anunciados os principais propósitos do evento que a partir daquele instante se transformaria em um marco na história da Ufologia Brasileira e Mundial. O público dos dias seguintes foi igualmente numeroso, com visível entusiasmo pelas atividades que ali se desenvolveram.
Debate multifacetado
As duas linhas mestras que nortearam as palestras apresentadas no UFOZ foram questões reconhecidamente importantes da problemática ufológica. A primeira tratou da iminência do contato definitivo com inteligências extraterrestres e a necessidade de preparação global para tal encontro — o que os ufólogos presentes ao evento quiseram deixar claro é que caminhamos gradualmente para estabelecer comunicação com aqueles que nos visitam de modo cada vez mais evidente. Mas, apesar disso, eles fazem perguntas pertinentes, debatidas no Fórum. Será que estamos prontos para este momento? Qual é o papel da humanidade e da Ufologia diante do contato? O segundo tópico que permeou todo o UFOZ diz respeito ao processo de abertura ufológica em andamento em diversos países — especialmente no Brasil — e à necessidade de intensificar os pedidos de revelação oficial por parte dos governos e das forças armadas, que ainda mantêm em sigilo grande parte do que oficialmente descobriram sobre os UFOs e seus tripulantes.
Dentro dessas premissas, todos os conferencistas do UFOZ reconheceram que estamos vivendo um momento de necessária união para alcançarmos os propósitos da coletividade dedicada a este tema, ou seja, é patente que somente o trabalho em conjunto levará à abertura ufológica e à nossa evolução enquanto sociedade. Estas foram estabelecidas como condições básicas para alcançarmos o tão desejado contato, que já está se materializando gradualmente, na opinião de alguns. Para os pesquisadores, essa união, que exige rupturas de certos sistemas sectaristas regentes, deve ocorrer em meios não somente ufológicos e também contar com apoio dos governos, dos militares, de civis e de religiosos, em busca do maior esclarecimento possível sobre a realidade extraterrestre. Nesse sentido, no UFOZ, a presença alienígena na Terra foi tratada sob variados pontos de vista, com profunda discussão da natureza de nossos visitantes.
O que se viu em Foz do Iguaçu naqueles quatro dias de dezembro é que distintas vertentes do meio ufológico estão de mãos dadas e trabalhando em comunhão em busca de uma maior compreensão da posição do ser humano no universo e — por que não? — de sua evolução em um contexto que vai além da Terra. O IV Fórum Mundial de Ufologia também exibiu uma característica transdisciplinar, englobando conhecimentos de astronomia, física, sociologia, espiritualidade, política, psicologia etc, ao lado de recursos de investigação de campo, análises de evidências materiais, técnicas de exame de imagens e casuística ufológica de alto nível. Foi posição unânime no UFOZ que, seja voltado para o método científico ou focado na vertente espiritualista, o entendimento da Ufologia por diferentes óticas somente contribui para enriquecer esse conjunto de conhecimentos e comprovar inequivocamente sua complexa realidade.
“A FAB está à disposição”
O movimento dos ufólogos de todo o mundo em torno da desclassificação de informações relacionadas à ação na Terra de outras espécies cósmicas, por parte das autoridades políticas e militares, é algo que vem sendo realizado há bastante tempo — mas que chega, agora, aos seus primeiros resultados. Um histórico das relações de governos e das forças armadas com o Fenômeno UFO e o desenvolvimento deste processo de abertura, durante o qual houve várias formas de intercâmbio de informação entre civis e militares, foi apresentado no UFOZ por vários conferencistas, como Marco Aurélio de Seixas, Fernando A. Ramalho, Andrea Simondini, Antonio Huneeus, Jaime Rodriguez Tanguay, coronel Ariel Sánchez, Stephen Bassett e Roberto Pinotti. Todos são membros do Conselho Editorial da Revista UFO.
É necessária uma exopolítica de verdade no continente para que estejamos aptos a conviver com a realidade ufológica
Logo em sua cerimônia de abertura o evento contou com a importante manifestação do enviado oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) ao evento, o capitão Herbert Amarante Pinheiro Filgueiras, que relatou a história do envolvimento da instituição com a questão ufológica. O militar destacou diversos períodos de cooperação entre militares e civis, desde 1954, quando houve a criação do Primeiro Inquérito Oficial sobre Objetos Aéreos Não Identificados, até 2010, quando foi publicada no Diário Oficial da União a Portaria 551/GC3, que determinou que informações sobre UFOs registradas pelo Comando da Aeronáutica fossem transferidas para o Arquivo Nacional [Veja edição UFO 167, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. O capitão Filgueiras parabenizou os ufólogos pela atitude e pela seriedade do evento e declarou, em nome do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito: “Estamos sempre à disposição dos senhores”. A Ufologia Brasileira agradece e espera que essa importante participação represente a semente de um próximo passo de cooperação na investigação do Fenômeno UFO.
Projetos secretos
Como é sabido, a partir
da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais, governos de vários países estabeleceram inúmeros projetos de investigação ufológica, alguns secretos e outros pretensamente públicos — esses últimos com o paradoxal objetivo de levar a sociedade a retirar do tema sua devida importância. Desde os aviões fantasmas da Primeira Guerra e dos foo fighters da Segunda Guerra, até a criação do termo UFO por Edward Ruppelt, diretor do Projeto Livro Azul da Força Aérea Norte-Americana (USAF), já na chamada Era Moderna dos Discos Voadores, seguiu-se uma série de investigações oficiais acerca da fenomenologia ufológica. O marco inicial deste processo é o famoso Caso Roswell, de 1947, que, lamentavelmente, também serviu de ponto inicial de implantação da famigerada política de acobertamento do tema — com ela, os resultados das investigações oficiais ficaram guardados a sete chaves pelas forças armadas e os serviços de inteligência de vários governos.
Esse foi um dos temas mais amplamente abordados por vários conferencistas do UFOZ, como o chileno naturalizado norte-americano Antonio Huneeus, para que se oferecesse ao público uma ideia das razões que levam as autoridades a esconderem a questão da sociedade. Ele mostrou que, conduzindo importantes estudos na área, programas oficiais do governo dos Estados Unidos sempre estiveram à frente da questão, entre eles o Projeto Sign, de 1947 a 1949, o Grudge, de 1949, e o mencionado Livro Azul, de 1949 a 1969. Esta iniciativa, a mais maquiada de todas, apresentou conclusões negativas a respeito da origem extraterrestre do fenômeno e limitou-se a afirmar que os discos voadores, “se existissem”, não apresentariam qualquer ameaça à segurança nacional norte-americana — ainda que seus cientistas não conseguissem explicar suas espantosas características.
“Desde os primórdios da política de acobertamento ufológico até hoje, não foram poucas as iniciativas de se esconder a verdade da população”, disse o ufólogo italiano Roberto Pinotti, presente em Foz. O tema também foi investigado por agências de inteligência, como a CIA, o Mossad, a KGB e o MI6, comprovando que sempre foi visto como assunto de segurança nacional. Em todo o mundo, várias iniciativas governamentais secretas, cujos procedimentos vazaram para os ufólogos, comprovaram que os UFOs eram inicialmente temidos pelos governos por sua capacidade tecnológica incompreensível, tanto que, posteriormente, sua existência passou a ser insistentemente negada à sociedade para que as autoridades se empenhassem em duplicar tal potencial em seus arsenais bélicos — o que lhes garantiria a superioridade sobre o resto do planeta.
Pesquisas governamentais
“Porém, não apenas os Estados Unidos se interessaram secretamente pelo tema. Em muitas outras partes do mundo também foram conduzidos estudos sobre UFOs, mas ora reservados, ora secretos”, disse Huneeus em sua palestra. Por exemplo, no Canadá foi criado o Projeto Magnet, que durou de 1950 a 1962, quando se investigou grande quantidade de casos. Na França, nos anos 70, surgiu o Grupo de Estudos de Fenômenos Aeroespaciais Não Identificados (GEPAN) com a mesma finalidade, mas praticamente sem muitos segredos — e a iniciativa levou à criação, em 1999, do chamado Comitê Cometa [Veja detalhes no livro homônimo, código LIV-021 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br ]. E assim por diante, surgiram projetos na Inglaterra, no Uruguai, no Chile etc. No Brasil, como sabemos, tivemos o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI), aparato oficial e sigiloso da Aeronáutica para investigar a manifestação dos UFOs no país, em atividade de 1969 a 1972. E, anos depois, a Operação Prato, que durou de setembro a dezembro de 1977.
Dentro deste contexto, Huneeus foi apenas um dos vários conferencistas nacionais e internacionais do UFOZ a citar os esforços da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) para a liberação de arquivos secretos de nossos militares quanto aos UFOs — ponto considerado crucial para o evento. Como se tem conhecimento, a CBU lançou em 2004, através da Revista UFO, a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, que culminou, a partir de 2007, com a liberação de mais de 4,5 mil páginas de documentos antes secretos sobre avistamentos de UFOs no país, investigados pela Força Aérea Brasileira (FAB). “As informações que temos, mesmo que significativas, estão sendo liberadas em conta-gotas pelo Governo”, afirmou Marco Aurélio de Seixas em sua palestra Relações Históricas Entre Governos e Militares com o Fenômeno UFO.
Não se pode esperar que tenhamos um UFO em um laboratório para que a ciência finalmente se renda às evidências
Foram vários os conferencistas presentes ao UFOZ que trataram daquele que é considerado um dos principais passos da Ufologia Mundial, a abertura ufológica plena. O processo de disponibilização oficial de informações sobre UFOs, junto com o reconhecimento de sua singular importância para a humanidade, já foi despertado em diversas partes do mundo. E dentre elas é sobressaliente, por razões óbvias, a posição do Vaticano quanto ao assunto, outro dos temas recorrentes do evento. “Apesar do suposto antigo desentendimento entre religiosos e ufólogos — e do que muita gente podia esperar como negação da fenomenologia ufológica pelos primeiros —, o Vaticano reconhece, sim, a possibilidade de vida extraterrestre”, declarou Pinotti.
O jornalista e conferencista italiano se referiu ao fato de o jesuíta José Gabriel Funes, atual diretor do Observatório Astronômico do Vaticano, ter afirmado recentemente que a crença em vida em outros planetas “não contradiz a fé cristã porque não se podem colocar limites à liberdade criadora de Deus”. E continuou, ousado: “Acredito que os seres extraterrestres, se existirem, podem ser considerados nossos irmãos” [Veja mais na Revista UFO 143, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Vários outros presentes na programação do UFOZ trataram da posição da Igreja quanto ao Fenômeno UFO, e por uma razão óbvia, como resumiu o coeditor da Revista UFO Marco Antonio Petit: “O reconhecimento da existência de outras formas de vida pela Santa Sé vai produzir efeitos profundos na sociedade planetária”.
Uma busca sem fronteiras
Ainda sobre a abertura ufológica na A
mérica Latina, considerada a mais bem sucedida do mundo — onde vários países da região revelaram seus segredos —, conferencistas de outros continentes presentes ao UFOZ demonstraram sua admiração com os resultados aqui obtidos. Entre eles, o inglês Gary Heseltine, o norte-americano Stephen Bassett e o mexicano Jaime Maussán declararam no evento que observam o processo de abertura local como um grande exemplo a ser seguido por todos os países do globo. Em sua palestra A Abertura Ufológica no Brasil Através da Constituição Federal, o também coeditor da Revista UFO Fernando de Aragão Ramalho apresentou uma relação de entidades oficiais que estão ou estiveram em funcionamento pesquisando UFOs aqui no continente.
“Entre elas, a mais antiga em atividade é a Comisión Receptadora y Investigadora de Denuncias de Objectos Voladores No Identificados (Cridovni), que está dentro da estrutura da Força Aérea Uruguaia (FAU) e é sediada em Montevidéu”, declarou. E entre os presentes ao UFOZ estava justamente o presidente de tal entidade, o coronel Ariel Sánchez. Outros órgãos oficiais mencionados foram o Comité de Estudios de Fenómenos Aéreos Anómalos (CEFAA), fundado no Chile em 1979, a Oficina de Investigación de Fenómenos Anómalos Aeroespaciales (OIFAA), criada no Peru em 2000, e a recente Comisión de Investigación de Fenómenos Aeroespaciales (CIFA), recém-estabelecida na Argentina, em 2010. Esta última foi apresentada ao público em detalhes pela conferencista Andrea Simondini, correspondente internacional da Revista UFO em Buenos Aires. Assim como o conferencista equatoriano Jaime Rodriguez Tanguay tratou do funcionamento da similar criada em seu país, em 2005, a Comisión Ecuatoriana para la Investigación del Fenómeno Ovni (CEIFO).
América Latina em peso
Tendo tamanho desenvolvimento no continente — onde há o maior número de entidades oficiais de pesquisa ufológica do mundo —, não foi surpresa que vários países da região estivessem presentes no IV Fórum Mundial de Ufologia. Aliás, um dos títulos do evento previa justamente isso: I Cumbre OVNI de Las Américas. Assim, diversas nações do continente estiveram representadas no UFOZ tanto por ufólogos de alto nível quanto por militares da reserva, ambos os grupos apresentando informações desde os primórdios da Ufologia em seus países. Foi o caso do paraguaio Ronald Maidana Torres, do chileno Rodrigo Fuenzalida e do peruano coronel Julio Chamorro Flores, para citar alguns — todos integrantes do Conselho Editorial da UFO. Eles apresentaram os principais casos ufológicos de suas terras, do passado ao presente, referindo-se ao fato de que também lá tais fatos têm desencadeado uma maior aceitação do Fenômeno UFO pela sociedade — em algumas nações, eles chegam a forçar a desclassificação de registros secretos de avistamentos.
Da Argentina, a ufóloga Andrea Simondini, correspondente internacional da UFO em Buenos Aires, comandou a participação de mais seis ufólogos de seu país, que ganharam uma representativa sessão extraordinária na programação do último dia do UFOZ. O evento, por suas características democráticas, buscou acomodar e dar espaço a todos os pesquisadores que, desde seu lançamento, mesmo não estando no programa oficial, se ofereceram para se apresentarem. Os argentinos que o fizeram e que tiveram suas palestras no IV Fórum Mundial de Ufologia foram Elias Kolev, o casal Eduardo e Liliana Grosso, Guillermo Aldunatti, Luis Alberto Reinoso e Silvia Simondini, mãe de Andrea [Veja box]. Entre eles, Eduardo e Liliana tiveram trabalhos sobre visitas de dormitório e mutilações de animais apresentados aos leitores recentemente.
A veterana Andrea, cuja palestra foi intitulada A Abertura Ufológica na Argentina e a Institucionalização da Ufologia, é fundadora do grupo de investigação Visión OVNI, que dirige com sua mãe, Silvia, e membro da diretoria da Comisión de Estudios Del Fenómeno OVNI de La República Argentina (Cefora), que pede a abertura ufológica em seu país nos mesmos moldes com que a CBU faz aqui. Sua conferência apresentou um histórico da Ufologia no país vizinho e descreveu como as diversas comissões investigativas que lá foram criadas pelo governo atuaram nas últimas décadas. “Temos muitos casos oficiais que acabaram sendo bem documentados por nossas autoridades, o que levou ao estabelecimento de um novo órgão oficial de pesquisas ufológicas dentro da Força Aérea Argentina (FAA), em 2010”, declarou. Ela se referia ao citado CIFA — e espera que haja uma desclassificação de arquivos em seu país a qualquer momento.
Limitações da ciência
Também do continente, o chileno Rodrigo Fuenzalida, correspondente internacional da UFO em Santiago, palestrou sobre a busca do contato extraterrestre por parte da ciência, relembrando conquistas — e limitações — da radioastronomia, cujo resultado mais significativo permanece até hoje sendo o Sinal Wow, registrado em 1977 pelo Projeto SETI, o programa de busca por vida extraterrestre inteligente [Veja edição UFO 192, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Segundo ele, a motivação científica que rege a investigação do Fenômeno UFO mescla a necessidade de confirmar suas características extraterrestres e inteligentes com a ambição de reproduzir sua tecnologia avançada. “Mas não se pode esperar que tenhamos um UFO em um laboratório para que a ciência finalmente se renda às evidências”, disse. Em contrapartida, com o já citado CEFAA, o Chile tem dado um excepcional exemplo de maturidade ao planeta ao realizar um grande trabalho de investigação ufológica, sem dogmas ou entraves e comprometido com o esclarecimento da sociedade quanto ao tema. Surpreendentemente, em sua página na internet, a entidade disponibilizou vídeos, registros detalhados de casos e outros arquivos sobre UFOs no Chile [Endereço www.cefaa.cl].
Com uma discussão aberta e séria do tema podemos construir protocolos realistas e confiáveis para o momento do contato
Na linha de pensamento que antevê um futuro relacionamento com outras espécies cósmicas, o jornalista equatoriano Jaime Rodriguez Tanguay fez no UFOZ conferência sobre uma possível “diploma cia extraterrestre”, calcada nos principais acontecimentos ufológicos em seu país. Ele narrou o intrigante caso em que um supost
o alienígena teria visitado a embaixada equatoriana no Peru por repetidas vezes ao longo de alguns meses, comunicando-se por telepatia com seus oficiais e apresentando-se como comandante de sua nave. “Apesar da estranheza do fato, ele é real e foi documentado por militares de meu país”, declarou. O Equador também é um exemplo para outros governos quando se fala de realidade extraterrestre — lá, seu presidente Rafael Correa já admitiu a existência de UFOs e autorizou a criação de um órgão de investigação sobre este assunto.
Contudo, infelizmente, a Comisión Ecuatoriana para La Investigación Del Fenómeno OVNI (CEIFO), precariamente estabelecida pelo Ministério da Defesa Nacional em 2005, e que pretendia operar tanto na investigação do tema quanto na conscientização da sociedade, ainda sofre com dificuldades internas para sair efetivamente do papel. “Os militares são um governo paralelo a todos os governos e a dissimulação é sua estratégica para manter tal posição. Por isso, não sabemos ao certo qual é seu conhecimento sobre os UFOs”, desabafou Tanguay energicamente — ele é correspondente internacional da UFO em Quito. Segundo ele, a raiz do problema no Equador estaria no fato de que alguns militares são subordinados aos serviços de inteligência dos Estados Unidos, infiltrada nas Forças Armadas equatorianas.
UFOs dentro e fora do governo
Representando o Uruguai, o UFOZ contou com a presença do coronel Ariel Sánchez, que dissertou sobre a situação ufológica de seu país, especialmente na visão da Cridovni, a mencionada entidade da qual é presidente, e de sua congênere civil Centro Regional Investigador de Fenómenos Aeroespaciales y Terrestres (Crifat). Sánchez fez fortes declarações no evento, entre elas a de que as barreiras que impedem o reconhecimento amplo e irrestrito da realidade extraterrestre estão no acobertamento militar e na negação do Fenômeno UFO por parte da ciência. “O governo reconhece, sim, os UFOs. Mas o que não admite é a origem extraterrestre da inteligência que controla tais objetos”, afirma o militar, que é correspondente internacional da Revista UFO em Montevidéu.
Ariel Sánchez fez uma afirmação ainda mais significativa: “A Força Aérea Uruguaia (FAU) confirma e declara que aceita, dentro de sua hipótese de trabalho, a possibilidade de estar lidando com veículos de tecnologia extraterrestre”. Segundo ele, os militares uruguaios pesquisam oficialmente o Fenômeno UFO há três décadas, e o fazem sem acobertamento — o acordo de cooperação entre a Cridovni e o CEFAA chileno é um exemplo que deve ser notado pelos demais países. Tal transparência foi relatada pelo editor da UFO A. J. Gevaerd em longa entrevista que fez com o conferencista uruguaio [Veja edições UFO 185 e 186, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br]. “Com uma entidade oficial em funcionamento desde o final dos anos 70, não se pode deixar de reconhecer que o Uruguai está na vanguarda da Ufologia Mundial”, disse o editor.
No Paraguai
Já o panorama da Ufologia do Paraguai foi apresentado pelo especialista em informática e correspondente internacional da UFO em Assunção Ronald Maidana Torres, que há quase uma década vem recompilando os mais importantes casos ufológicos de seu país, formando um banco de dados com relatos de importantes testemunhas. Seu trabalho de investigação reergueu a Ufologia Paraguaia, letárgica há anos, e agora tem mostrado ao mundo que a nação tem impressionante casuística. Em sua conferência, Maidana Torres fez menção aos casos mais importantes da nação vizinha desde séculos atrás, como um ocorrido a um jesuíta em 1651. Entre os episódios ufológicos paraguaios mais recentes está o Caso Loma Pytá, que pode ser conferido na edição UFO 193, em artigo do próprio conferencista.
O IV Fórum Mundial de Ufologia também contou com a muito aplaudida conferência do coronel Julio Chamorro Flores, oficial da reserva da Força Aérea Peruana (FAP) e fundador da já citada OIFAA, em 2000. Intitulada A Cosmovisão do Homem Andino Indica Que Estamos Próximos do Contato, sua palestra mostrou com eloquência que habitantes das comunidades que vivem na Cordilheira dos Andes têm uma relação muito próxima com o cosmos. Figuras míticas pré-incaicas, como a La Orejona, assim como as ruínas da cidade sagrada de Caral Supe e de Chankillo, dentre outras evidências da rica cultura andina, registram que seus habitantes já conviveram com outras espécies cósmicas na Antiguidade. “Tais fatos nos dão sinais claros de que estamos prestes a restabelecer contato com elas. São evidências que apontam para o ‘Princípio de Consciência Única’, que busca relacionar semelhanças de formas e estruturas coincidentes em distintas partes do globo”, disse Chamorro, consultor da Revista UFO em Lima.
Exopolítica de verdade
Ele também é partidário da ideia de que o contato com outras espécies cósmicas já vem acontecendo por via psíquica em humanos com maior sensibilidade. Segundo o conferencista, é urgente alertar a humanidade para a realidade de que vivemos uma contagem regressiva para o contato definitivo com inteligências superiores, restando saber se vêm em paz e como agiremos neste processo. “Faz-se necessária, portanto, uma exopolítica de verdade para que estejamos aptos, nos âmbitos individual e coletivo, para conviver com a realidade ufológica, questionando preconceitos científicos e o medo do tema, culturalmente imposto como uma ameaça alienígena, dentre outros paradigmas”.
2012 é um momento de especial transformação, segundo os maias. É quando a Terra passará para outra fase de sua história
Muito enfaticamente, Julio Chamorro Flores propôs criar uma Exopolítica Latino-Americana, para a qual os representantes de cada país contribuiriam com os elementos necessários a um maior esclarecimento sobre os UFOs, tendo o objetivo de nos prepararmos para o encontro definitivo com outras inteligências cósmicas. “É necessária uma discussão aberta e séria do tema, para que possamos construir, de maneira conjunta, protocolos realistas e confiáveis para o momento do contato extraterrestre”, afirmou. Mas ele reconheceu que ainda temos que alcançar as condições sociais,
políticas, cognitivas e psíquicas apropriadas para um acontecimento tão radical — é nesse sentido que propõe a redefinição do conceito vigente de Exopolítica, ampliando-a vigorosamente. Sua proposta foi aclamada com grande entusiasmo pela plateia presente ao UFOZ.
Herança ufológica
Neste IV Fórum Mundial de Ufologia também tivemos a presença de dois importantes “filhos”. O primeiro, o coeditor da Revista UFO Thiago L. Ticchetti, relatou que seu contato inicial com a Ufologia se deu por meio de seu pai, então piloto da Aeronáutica. Isso o levou a ser, hoje, um dos mais prolíficos e atuantes ufólogos brasileiros. Sua conferência no UFOZ tratou de casos de encontros entre UFOs e pilotos nos céus, reunindo relatos de vários comandantes que interagiram com discos voadores durante seus voos — a maioria deles inéditos na casuística ufológica brasileira. Sua busca de informação sobre o tema o levou a descobrir que alguns dos envolvidos chegaram até a fazer relatórios dos episódios à Aeronáutica, mas que nunca souberam das conclusões a que os militares teriam chegado. “A Aeronáutica não investigou os casos?”, foi a pergunta que veio do auditório. “Sim, investigou, mas não revelou o que descobriu. E é isso que a gente quer. Onde estão os resultados das investigações?”, reclamou o coeditor.
O outro “filho” presente no Fórum foi ninguém menos do que o general Paulo Yog de Miranda Uchôa, ex-diretor da Secretaria Nacional Antidrogas, apresentando o legado de seu pai, o saudoso e legendário general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, falecido em 1996. Yog Uchôa fez sua homenagem a um dos maiores nomes da Ufologia Brasileira em todos os tempos e grande incentivador de várias gerações de pesquisadores. Engenheiro civil, geógrafo, oficial de engenharia do Exército, professor de cálculo vetorial e professor catedrático de mecânica racional na Academia Militar das Agulhas Negras, o “General dos UFOs”, como era chamado, notabilizou-se ao fazer uma união entre parapsicologia e Ufologia em uma época em que isso era impensável. “Ele era ao mesmo tempo respeitado no meio militar brasileiro, por governos, cientistas e religiosos”, destacou o ex-diretor. As lembranças de seu pai, apresentadas por ele, emocionaram os conferencistas presentes. “Os ufólogos brasileiros serão eternamente gratos por seu pioneirismo e contribuições para a Ufologia”, declarou o editor da UFO Gevaerd, ao fim da palestra.
Carta de Foz do Iguaçu
Reconhecidamente, o UFOZ foi um importante momento para a Ufologia Brasileira, em especial por ter retomado com peso a questão da abertura ufológica no país. E entre suas principais atividades neste sentido esteve a leitura da Carta de Foz do Iguaçu, que novamente pediu às autoridades — agora com maior contundência —, a desclassificação de todos os arquivos sobre UFOs no Brasil. A emissão do documento seguiu os moldes do que se fez em 1997 no I Fórum Mundial de Ufologia, em Brasília, quando se produziu a Carta de Brasília, também assinada pelos presentes naquela ocasião — ela foi o embrião que deu origem, em 2004, à campanha UFOs: Liberdade de Informação Já. Como é fato conhecido, a campanha foi bem sucedida e, logo em 2005, gerou o histórico encontro entre pesquisadores civis, representados pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), e militares da Aeronáutica no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) e Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), na Capital Federal [Veja edição UFO 111, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Anos depois, em 2008, os primeiros documentos liberados pelo Governo foram encaminhados ao Arquivo Nacional, em Brasília — e hoje passam de 4,5 mil páginas.
Agora, com a Carta de Foz do Iguaçu, emitida durante o UFOZ, os ufólogos deixam claro ao Governo que querem mais, muito mais. Eles consideram que a Aeronáutica — a única instituição de nossas Forças Armadas a abrir seus arquivos — entregou apenas parte de seu acervo e que muita coisa ainda resta escondida da sociedade. “Pedimos a desclassificação total e irrestrita de todas as informações e documentos gerados anteriormente a esta data pelo Ministério da Defesa e que tenham qualquer relação com as áreas de estudo do Fenômeno UFO”, diz o documento de forma clara. Endereçado ao titular da pasta Celso Amorim, ele foi protocolado no começo de janeiro do referido Ministério — e os ufólogos brasileiros agora esperam seu desfecho, preparados para reagir a uma negação.
Eles pretendem que o UFOZ seja mais um passo definitivo, e decisivo, do movimento UFOs: Liberdade de Informação Já, que tem sido bem sucedido até aqui, mas que esbarra na morosidade da burocracia oficial e na recusa da Marinha e do Exército de também abrirem seus arquivos — apenas a Aeronáutica o fez, e ainda assim parcialmente, liberando, entre outros materiais, algumas centenas de páginas da famosa Operação Prato, de 1977. Sobre este tema específico falou, no Fórum, o coeditor da Revista UFO Fernando de Aragão Ramalho, funcionário público concursado da Câmara dos Deputados e atualmente presidente da CBU. Sua palestra mostrou o desenrolar da campanha pela liberdade de informações no país e seus resultados. “As pessoas têm o direito de conhecer os resultados das investigações oficiais levadas a cabo por nossos militares, e que ainda não foram divulgados”, declarou.
A força da união
A Comunidade Ufológica Brasileira, em boa parte representada pelos conferencistas nacionais do UFOZ — todos integrantes da Equipe UFO —, defende que as informações a respeito de contatos com discos voadores no Território Nacional, especialmente protagonizados por representantes das três Armas, têm alto interesse científico e cultural, e devem ser disponibilizadas para consulta de toda a sociedade. Igualmente, os ufólogos pedem, por meio da Carta de Foz do Iguaçu, que seja instaurada, nos moldes de instituições similares que já existem em países vizinhos, uma comissão mista e composta de pesquisadores civis e militares, a fim de que seja procedida uma criteriosa análise sobre casos de contatos imediatos ocorridos no país.
Seguindo a outra linha de raciocínio que norteou o UFOZ — a que trata da proximidade de estabelecermos contato com n
ossos vizinhos cósmicos —, foram reforçadas pelos conferencistas inúmeras velhas e novas evidências, como, por exemplo, a enorme lista de casos ufológicos que tornam inquestionável a existência de inteligências atuando de maneira crescente em nosso meio. Vários conferencistas trataram deste assunto e apresentaram à plateia uma substancial casuística, tanto no país quanto no exterior. Destacando-se entre os estados brasileiros mais bem representados no UFOZ, o Rio Grande do Sul teve seu vasto histórico ufológico tratado pelos conferencistas Rafael Amorim e Carlos Odone Nunes, ambos do Movimento Gaúcho de Ufologia (MGU).
O assunto UFO deve ser levado de volta às Nações Unidas, e apenas uma nação teria a coragem política para isso, o Brasil
Amorim, consultor e capista da Revista UFO que também é presidente do Núcleo de Estudos Ufológicos de Santa Cruz do Sul (NEUS), mostrou as mais recentes evidências no estado, concluindo que, se já temos dados de sobra sobre nossos visitantes, resta saber o que fazer com eles. “Os UFOs estão aí como realidade. Agora, a questão é saber quem fará o contato com eles?” Contestador, Amorim criticou a catalogação contínua das ocorrências ufológicas, que, apesar de contribuir para o argumento da presença alienígena na Terra, por muito tempo limitou-se apenas a isso. “Somam-se fatos e provas, mas não fazemos uso de nossas próprias conclusões e não vamos além do básico na busca do contato”, atentou. Seu grupo também desenvolve um trabalho junto a entidades ufológicas místicas, buscando nas práticas holísticas um caminho para o contato imediato.
Para organizar as pesquisas no Rio Grande do Sul, em 2009 foi criado o MGU, hoje considerado o movimento ufológico mais ativo e mais organizado do Brasil. Sobre ele discursou Odone, consultor da Revista UFO, buscando levar seu exemplo a outros círculos ufológicos do país. “O MGU defende a união de dois pilares interdependentes e complementares, a ciência e a espiritualidade”, disse, completando que o sucesso da entidade vem do intercâmbio de conhecimentos entre diferentes vertentes ufológicas. Esta ideia também foi defendida por outro expositor do UFOZ, Ataíde Ferreira Neto, que descreveu alguns importantes casos ufológicos ocorridos em seu estado, o Mato Grosso — a região detém alto índice de registros e que podem contribuir para a Ufologia Brasileira.
Decifrando o Fenômeno UFO
Também percorrendo importantes registros da casuística ufológica brasileira — especialmente no litoral de São Paulo —, o ufólogo Wallacy Albino, conselheiro especial da UFO e presidente do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS), falou sobre a importância da investigação de campo em palestra com tom pedagógico, incentivando aqueles que pretendem perseguir o fenômeno. Albino mesclou procedimentos de análise e coleta de evidências com exemplos de casos que pesquisou, entre eles alguns pousos de naves alienígenas em áreas do sul de seu estado, registrados na edição UFO Especial 043, que recebeu o título Aliens no Litoral Paulista [Agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Também enfatizando a importância da análise dos dados ufológicos, desta vez de imagens, os conferencistas Antonio Inajar Kurowski e Ricardo Varela Correa apresentaram em seus trabalhos os principais equívocos e comprovações que se podem depreender do cuidadoso exame de fotos e vídeos de UFOs. Kurowski, coordenador do grupo de Análises de Imagens da Revista UFO, escolheu três casos para comprovar evidências da ação extraterrestre em nosso planeta registrados em imagens, dentre eles dois episódios famosos e consagrados da Ufologia Brasileira, o Caso Ilha da Trindade (1958) e a Operação Prato (1977). Ele tratou também de uma recente ocorrência, já conhecida como Caso São Lourenço, de 2008. As imagens deste fato, antes em vídeo, foram convertidas para formato digital e submetidas à análise por meio das novas tecnologias, incluindo técnicas de equalização de cores e realce de contrastes, permitindo concluir que um UFO de enormes proporções foi registrado naquela cidade mineira. “O que mais espanta nesta ocorrência é o tamanho do objeto, talvez mais de 100 de diâmetro”, disse o palestrante.
Já Varela dividiu sua palestra em duas partes, a primeira tratando de registros ufológicos desde a Antiguidade, como pinturas em cavernas e símbolos desenhados em pedras, bem conhecidos dentro da Ufoarqueologia. Na segunda parte, tal como Kurowski, também exemplificou aberrações óticas que levam a falsos vídeos, reforçando a necessidade da análise de imagens. “No estudo ufológico, é necessário ter um conhecimento sobre as limitações das câmeras que fazem os registros, além de noções de ótica, de física e de fenômenos atmosféricos, para podermos usar as imagens geradas para comprovar que estamos sendo visitados por outras inteligências cósmicas”, declarou. Segundo ele, que também é conselheiro especial da UFO, a atual facilidade do manuseio de câmeras é preciosa para o ufólogo, por permitir o registro imediato de um fenômeno — mas também perigosa por sua capacidade de gerar fraudes ou aberrações óticas. “Sendo o Fenômeno UFO inconstante e não passível de reprodução, são essas inconsistências que prejudicam sua análise científica”.
Mais evidências pelo mundo
A natureza extraterrestre dos UFOs e a consequente sugestão de que o contato com seus tripulantes está cada vez mais próximo prosseguiu no IV Fórum Mundial de Ufologia confirmadas por evidências colhidas em todo o mundo e apresentadas pelos conferencistas. Dentre os internacionais, o evento teve a participação do detetive veterano da polícia inglesa e consultor da Revista UFO Gary Heseltine, que abordou em seu trabalho cinco casos ufológicos cruciais, que considera peças do quebra-cabeça da realidade alienígena. São elas um avistamento na França ocorrido durante a II Guerra Mundial, o chamado Incidente Teerã, de 1976, o Caso Floresta Rendlesham, de 1980, a intercepção de UFOs na Bélgica no começo dos anos 90 e um episódio envolvendo a missão STS-75 do ônibus espacial, de 1996. “Existem elementos em quantidade suficiente para sustentar que o planeta vem sendo visitado por outra
s civilizações em caráter regular. Não existe mais espaço para o ceticismo, e sim para a ação”, disse enfático após mostrar detalhes de cada um dos eventos acima.
Novidade para grande parte dos presentes, o húngaro Gabor Tárcali fez sua rápida, porém interessante, participação no Fórum expondo um panorama da Ufologia em seu país. Seu grupo Hungarian UFO Research Network (HUFON) pesquisa ocorrências no Leste Europeu há mais de 20 anos. Tárcali, que atua como consultor da UFO em Budapeste, esteve na primeira edição do evento, em Brasília, 1997, e agora compareceu ao UFOZ por sua conta, “para mostrar um pouco do que vem ocorrendo na Hungria”. Ele apresentou alguns de seus principais casos e finalizou tecendo elogios à Ufologia Brasileira.
O poder da informação
Mas, apesar de ter recebido conferencistas de várias nacionalidades, o UFOZ esteve particularmente bem representado pelos mexicanos, como Yohanan Díaz Vargas e Jaime Maussán, ambos do Conselho Editorial da UFO e produtores do programa de televisão Tercer Milénio, que transmitiu o evento ao vivo pela internet. Díaz Vargas expôs em vídeos os mais recentes casos registrados em seu país, chamando a atenção de todos para o fato de que, nos últimos anos, três países da América latina — especificamente o Brasil, a Argentina e o México — passaram a ser alvos dos agroglifos, quase que simultaneamente [Veja edição UFO 195, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. “Apesar da insistência no surgimento destes padrões em plantações, a população desses três países ainda reage com muito espanto diante dos fatos”, disse. Segundo ele, o que temos que nos perguntar é: por que isso está ocorrendo somente agora e que mensagem as inteligências por traz deste fenômeno querem mandar aos três países?
Uma das principais estrelas do evento, o também mexicano Jaime Maussán fez a mais longa das conferências do UFOZ. Mundialmente conhecido e referência em Ufologia em eventos internacionais, o jornalista chegou a Foz do Iguaçu com uma promessa: “Trago revelações impressionantes sobre a realidade extraterrestre”. E cumpriu sua palavra na noite de sábado, dia 08. Ele mostrou, organizados por temas, fotos e vídeos contundentes e atuais registrando a ação na Terra de outras espécies cósmicas, desde esquadrilhas de naves em várias partes do mundo — as chamadas flotillas —, até evidências obtidas pela NASA em Marte e na Lua, em que UFOs aparecem claramente. Para ele, são sinais inequívocos de que estamos sendo observados de perto por nossos visitantes. Maussán também tratou dos agroglifos, tema de sua especialidade, além de apresentar filmagens surpreendentes de fenômenos inexplicáveis, que vão além da Ufologia e não dão margens à dúvida. Com um imenso acervo de registros e o eficiente trabalho de sua numerosa equipe, a realidade da presença extraterrestre pode ser apresentada por ele de maneira profissional em Foz.
O contato aberto com outras civilizações só vai ocorrer quando conquistarmos a completa abertura de informações ufológicas
“2012 é um momento de especial transformação, segundo o Calendário Maia. Não se trata de qualquer coisa relacionada ao fim do mundo, como se alardeia, mas algo que indica que o planeta Terra passará para outra fase de sua história”, declarou. Para ele, que interpretou os escritos maias, neste ano a Terra passaria para outro hemisfério da galáxia. Segundo Maussán, o contato com civilizações alienígenas está próximo: “Os avistamentos e outros registros estão cada vez mais claros e evidentes. Casos de todos os tipos e em grande número foram confirmados nos últimos anos, provando que ‘eles’ estão se comunicando inteligentemente conosco e que o contato é iminente”. O auditório acompanhou sua extensa palestra até o fim e, reconhecendo o impressionante trabalho do mexicano, mostrou seu agradecimento com uma longa ovação em pé.
Ações da NASA
Sinais de ETs tanto na Terra como no espaço já não são mais novidade. E foi justamente para falar desse tema que se apresentou no UFOZ o veterano ufólogo e coeditor da Revista UFO Marco Antonio Petit. Seu trabalho consistiu de uma análise acurada da presença e da atividade alienígenas em nosso planeta e outros pontos do Sistema Solar, bem como sua relação com o processo de abertura ufológica de governos e outras instituições frente às descobertas realizadas. Petit exibiu várias imagens de espantosos artefatos extraterrestres na Lua e em Marte, obtidas oficialmente pela NASA — que a agência liberou sem explicar devidamente. São registros como a movimentação de estruturas de mais de 100 m de altura na Lua, por exemplo, deixando rastros no solo do satélite, ou de ruínas em Marte que sugerem a existência de civilizações pregressas no planeta. “Não restam dúvidas de que outras inteligências atuam nos planetas do nosso sistema, além da Terra, deixando para trás as evidências de sua passagem”, disse o conferencista.
Entretanto, para Petit, mesmo que a NASA esteja disponibilizando inúmeras fotos espantosas do espaço, da Lua e de Marte em seus sites, tais registros ainda são submetidos a algum tipo de acobertamento. Para confirmar isso, no UFOZ ele lembrou a fala do doutor Ken Johnson, gerente da Divisão de Controle de Dados e Fotos do Laboratório de Recepção Lunar da agência durante o Projeto Apollo, na década de 70: “Recebi ordens para destruir as fotos mais críticas que demonstravam a existência de ruínas e de tecnologia extraterrestre na Lua”. O ufólogo carioca sugeriu, em seu aplaudido trabalho, que a agência espacial norte-americana quer que a população vá se familiarizando com tais evidências, mas de maneira gradual. “Por isso, seus sites contêm fotos reveladoras, mas que não são acompanhadas de descrição. Se os dirigentes da NASA não quisessem que tais fatos fossem conhecidos, por que as fotos estariam disponíveis?”, argumenta.
Dentre os temas mais recorrentes da Ufologia Brasileira, presente não apenas no UFOZ, mas também em muitas outras ocasiões, está a necessidade de uma conscientização global a
respeito da realidade extraterrestre. No IV Fórum Mundial de Ufologia, o conselheiro especial da Revista UFO Gener Silva foi da mesma opinião do já mencionado comandante Júlio Chamorro Flores, e defendeu a urgência em se desenvolver uma exopolítica em nosso país. “Não somente em termos políticos ou estratégicos, mas dando ao Fenômeno UFO características mais abrangentes e que englobem outras áreas da atuação humana”, disse. Para Silva, paralelamente ao entendimento da superioridade tecnológica dos ETs, é necessária uma evolução individual coletiva que inclua conceitos de parapsicologia e espiritualidade, para que a humanidade esteja preparada para o contato definitivo com ‘eles’ — que vem sendo anunciado cada vez com mais frequência e clareza.
Segundo Gener Silva, no entanto, antes que seja possível pensar em exopolítica, é preciso desenvolver o que chamou de contatologia, um estudo das formas que a relação com avançadas espécies cósmicas poderia ter. Assim, além dos sete graus de contatos imediatos já adotados por muitos ufólogos — com exceções —, Silva propôs definições para um 8º, um 9º e até um novo 10º grau. Para ele, os casos de oitavo grau seriam as interações coletivas entre grupos de humanos e de aliens, aqui na Terra. Já os contatos imediatos de nono grau seriam as comunicações simbólicas e matemáticas dessas inteligências, como nos casos de agroglifos. E um caso de décimo grau seria justamente a oficialização do contato, ou seja, o intercâmbio regular e constante entre nossa civilização e povos extraterrestres. “É a partir desse relacionamento sociopolítico com ‘eles’ que seria construída, em conjunto, uma exopolítica”, argumentou.
“Mas ainda será preciso evoluirmos muito para nos qualificarmos para este tipo de encontro definitivo, pois para isso é necessária a afinidade e a preparação da humanidade”, reconheceu. Para Silva, no âmbito individual, a conscientização da realidade extraterrestre já vem acontecendo de maneira psíquica em pessoas com maior sensibilidade, com as quais já ocorre determinados tipos de contato. Justamente sobre isso trataram as conferencistas Gilda Moura, Mônica de Medeiros e Margarete Áquila, que apresentaram trabalhos sobre contatados e abduzidos, bem como os pré-requisitos para que se estabeleça um encontro com outras inteligências cósmicas e o que isso significa para nossa sociedade.
Maturidade da Ufologia
Na tarde de encerramento do evento se apresentaram, além de Petit, o ativista norte-americano Stephen Bassett e o italiano e pioneiro da Ufologia Europeia Roberto Pinotti. Este último, correspondente internacional da UFO, editor da revista UFO Notiziario e veterano consultor do governo italiano sobre Ufologia, discursou sobre o impacto sociológico que o contato com outras civilizações teria. Para ele, infelizmente, tal momento vem sendo interpretado até agora como ameaçador, uma visão que teria sido incutida em nosso pensamento por meio de filmes e outras mensagens subliminares. “É preciso mudar isso e mostrar que o contato com outras formas de vida já vem ocorrendo há milênios, e que quando isso se tornar público em escala global, o mundo viverá uma nova era de prosperidade”, declarou. Segundo Pinotti, para todos os sistemas políticos, religiosos, militares e sociais da atualidade, a realidade extraterrestre traria grandes complicações — e justamente por isso os governos vêm mantendo sua postura defensiva de acobertamento, para a manutenção de seu poder ante aquilo que se sobrepõe a tudo.
Contudo, disse Pinotti, a Ufologia agora alcançou um estágio de grande maturidade e hoje se percebe que há necessidade de os ufólogos se envolverem de modo político com os destinos da humanidade, de falarem seriamente às autoridades, levando as evidências que compilaram e confirmaram a todas as esferas dos governos. “Com engajamento político, precisamos buscar não apenas a abertura ufológica, mas entender o que ela significa, ou seja, um momento de união da nossa espécie”. Para ele, é hora de unirmos diferentes vertentes da Ufologia com outras posições da ciência e tentar um trabalho coordenado com apoio e reconhecimento dos governos, dos militares e das instituições religiosas.
O estudioso italiano, que está há mais de cinco décadas na área, defendeu que todos estes grupos estão assumindo cada vez mais a realidade e as consequências da presença extraterrestre, reconhecendo que é chegado o momento de a humanidade se preparar para o contato iminente com outras civilizações do universo. O já citado ufólogo chileno naturalizado norte-americano Antonio Huneeus já h