Em visitas realizadas ao local da descoberta da marca da possível aterrissagem de um UFO no Bairro São José, da cidade litorânea de Peruíbe, a primeira coisa que se nota é que a depressão sobre o mato tem formato elíptico. Dentro da marca, a vegetação de taboa foi afetada. Esta planta é da ordem das typhales, da família das typhaceae, e os caules estavam deitados exatamente em uma mesma direção. Um observador poderia ter a impressão de que as plantas foram cuidadosamente “penteadas por um pente gigante”. O limite da elipse estava extremamente bem definido, sendo que as plantas imediatamente externas à borda estavam intactas.
O “piso” aparente da região afetada estava a 25 cm de altura em relação ao chão e era constituído de caules praticamente paralelos ao solo. Isto foi o resultado da dobra da base das plantas próximo ao chão. Ao contrário dos círculos ingleses, as plantas não foram simplesmente curvadas de forma suave, e sim dobradas, o que muito provavelmente acarretará seu enfraquecimento [Veja edição UFO 146]. Havia alguns brotos jovens com as folhas dobradas múltiplas vezes, sugerindo que houve pressão abrupta sobre as folhas que não foram encurvadas no momento inicial do fenômeno. As bordas da marca elíptica são o ponto mais intrigante do fenômeno de Peruíbe. A do lado sudoeste tinha as plantas dobradas em direção ao centro da figura, mas a do lado nordeste tinha os vegetais dobrados para fora dela, ficando apoiadas nas plantas não afetadas, formando uma curiosa “parede”.
Dentre as hipóteses oferecidas para explicação do fenômeno em termos meteorológicos está a tese do microburst [Em tradução livre, pequeno jato de vento], mas ela é rapidamente descartada devido a três fatores. Primeiro, a extrema linearidade da direção dos caules afetados. Segundo, porque a forma geométrica da área atingida é muito bem caracterizada. E, terceiro, por haver uma interrupção abrupta, da ordem de centímetros, em todas as direções do fenômeno. Seria como ter um forte vendaval de um lado de uma rua estreita e uma calmaria do outro lado, sem situações intermediárias de transição.
A conclusão preliminar a que se pode chegar é de que algo extraordinário atingiu aquele matagal, não tendo explicação em fenômenos conhecidos, meteorológicos ou biológicos. Corroboram a tese dados coletados com moradores da região, que atestam que, na madrugada de segunda-feira, dia 18 de agosto de 2008, quando o fenômeno surgiu – tendo sido descoberto nas primeiras horas da manhã –, animais agiram estranhamente, fenômenos luminosos foram vistos e sons inexplicados, ouvidos. A alteração do comportamento dos cães das casas vizinhas foi notável, persistindo nos dias seguintes.
Diversas testemunhas também relataram ter visto um forte clarão, ora vermelho, ora amarelado, juntamente com um barulho de “furadeira elétrica furando madeira” durante cerca de três segundos, por volta de 01h30 de segunda-feira. Simultaneamente, houve falta de energia durante o período em que o fenômeno teria sido produzido, ressalvando-se a necessidade de se verificar junto aos órgãos de distribuição de energia elétrica qual foi a causa. Avistamentos de estranhos objetos luminosos foram também registrados no Bairro São José às 23h35 do dia 17, resultando numa fotografia, em fase de análises. Outra testemunha alega ter visto um feixe de luz vermelha vertical saindo do local.
A hipótese de fraude também foi aventada por alguns estudiosos, mas resultou inconclusiva. Parece improvável que alguém tenha interesse em executar uma manobra como esta em um bairro pobre, ainda mais em horário adiantado da noite. Some-se a isso a necessidade de requintes técnicos para executá-la, a ponto de não ter restado no local marcas de pegadas de pessoas nem de animais, e menos ainda de rastros de veículos. Como a marca teria sido produzida sem estes vestígios? E o que ganhariam eventuais fraudadores com esta ação?
Por tudo isso que se verificou no Bairro São José, é bastante provável que o local foi visitado por um objeto de origem não identificada, de 9 m de diâmetro, cor avermelhada muito intensa, que teria pairado a uns 30 cm do solo, primeiro na região sudoeste da elipse e, posteriormente, deslocando-se 6 m na direção nordeste. Depois, teria subido verticalmente, evitando danos ao poste de energia vizinho à formação. Desta forma ficaria explicado o sentido em que as plantas foram curvadas. E se for mesmo um UFO que provocou o amassamento, em vôo rente ao solo, terá sido um dos casos mais bem documentados de que se tem notícia em nosso país.