Poucas vezes na história da pesquisa científica das mutilações de animais houve oportunidade de se contar com tantos elementos para buscar alguma conclusão sobre este intrigante fenômeno — e eles apontam para a ação de misteriosos agentes por trás dos ataques, que geralmente atuam na calada da noite. O grupo de pesquisas ufológicas Visión OVNI, baseado na província de Entre Rios, na Argentina, está diante dessa situação. O local, uma região de forte vocação pecuária, tem registrado incontáveis casos de mutilações, sempre associados à observação de luzes e até mesmo de naves alienígenas.
O país vizinho é recordista em tais ocorrências entre as nações da América do Sul, que se espalham por seu amplo território. Os casos conservam as mesmas características das mutilações em outras partes do mundo, como nos Estados Unidos e Canadá. Eles não se restringem a agressões a gado, mas também englobam cavalos, ovelhas, porcos e até aves e animais domésticos, mais raramente. Na província de Misiones, no nordeste da Argentina, 10 ovelhas foram atacadas mortalmente no início de setembro passado, em mais um caso que comoveu os habitantes da zona rural.
José Fraga, proprietário dos animais atacados e da fazenda onde se deu o fato, decidiu comunicar o incidente à polícia e detalhou que, próximo de um dos currais, viu no solo a impressão muito profunda de uma pata com três longos dedos, “como se fosse de uma ave, mas bem maior”. Sobre os ferimentos dos animais, disse que todos tinham mordidas no pescoço. As mutilações com a declaração do fazendeiro constam do boletim de ocorrência que realizou na delegacia local, tendência que muitos proprietários adotaram há anos.
O policial Andrés González, da cidade de Campo Viera, confirmou que os ataques às ovelhas foram realizados em duas ocasiões. “Realmente, é curioso que o possível predador não tenha comido nenhum dos animais, que os tenha matado com mordidas no pescoço e que somente nesta área haja sangue — nada havia em outras partes do corpo das vítimas”, declarou. A suspeita da ação de um chupacabras também no país vizinho, simultaneamente aos casos de mutilações mais precisas, reconhecidas como tendo origem alienígena, tomou corpo.
Ataques premeditados
Em propriedade não muito distante, na mesma época, também foram mutilados 10 ovinos com cortes precisos no pescoço, igualmente encontrados sem sangue no organismo. O responsável pela chacina feriu ainda mais dois deles e uma vaca, que teve seu úbere atingido. Os ataques foram geralmente na região jugular e em poucos minutos o agente extraiu por completo o sangue de cada vítima. “Não se conhece predador capaz de tal ato, com idêntica rapidez e voracidade”, disse um proprietário da região. Corvos e urubus sobrevoaram os corpos, mas sem avançar sobre as partes atingidas, como se algo os afastasse — eles se alimentavam apenas em outras áreas da pastagem. As formigas ganharam terreno sobre os cadáveres, mas, ao chegarem à zona do pescoço, morriam inexplicavelmente.
Em um dos animais que sobreviveram foram ministrados diferentes antibióticos para estancar o processo de infecção, sem sucesso. Um veterinário da cidade de Oberá provou outros medicamentos nas vítimas, que igualmente não tiveram resultados. Perto das carcaças foram encontradas impressões muito bem definidas no solo, todas com três dedos e garras, novamente similares as de uma ave, porém muito maiores e com longitude aproximada de 18 cm. O caso do animal sobrevivente está sendo acompanhado pelo doutor Alberto Pariani, da Universidade Nacional de La Pampa. A vítima ainda com vida apresenta um processo infeccioso completamente descontrolado, mas novos antibióticos foram testados e aguardam-se os resultados de sua ação.
Análises da polícia científica
As autoridades de diversas províncias argentinas [O equivalente aos estados brasileiros] atuaram timidamente nas ocorrências, talvez pela impossibilidade de chegarem a conclusões satisfatórias que pudessem ser informadas à população. Mas a possibilidade de ter alguns animais mutilados ainda com vida está animando os estudiosos e veterinários, como Pariani, que assim terão peças de investigação que podem levar às respostas científicas para os eventos. O caso está aberto e os ufólogos esperam as análises que a polícia científica de Oberá realizou.
Pueblo Esther também está às voltas com misteriosos ataques. Trata-se de uma pequena localidade ao sul de Rosário, na província de Santa Fé, cujos moradores se acostumaram com notícias de “presenças insólitas”, como chamam as visitas de luzes, naves e até seres de origem não terrestre. Várias pessoas asseguram ter observado objetos voadores não identificados pelos campos da região, transformando o vilarejo em importante ponto da Casuística Ufológica Argentina. No entanto, uma das últimas ocorrências no local foi o aparecimento de um jovem cavalo mutilado, que surgiu com um típico corte em sua queixada, acompanhado da extração total da língua, dos órgãos ocular e auditivo e a exposição dos ossos mandibulares.
O eqüino foi encontrado por Fernando Schienke em 17 de outubro de 2010, próximo de sua casa, e o cenário o deixou assombrado. Imediatamente acionada, uma equipe do grupo Visión OVNI esteve no local e rapidamente detectou que a área mutilada do animal apresentava desidratação, típica nos casos do gênero e indicativo de que não se trata da ação de predadores comuns. Algumas partes ao redor do corte pareciam depiladas, sem sinais de rasgo nos tecidos, marcas de mordidas ou de restos de pele ou carne nos ossos, que costumam ser sinais diferenciadores da ação predatória normal.
Inteligência por trás dos ataques
Este é um fator decisivo na apuração das responsabilidades dos fatos, já que muitos patologistas argumentam que a perda de partes macias de tecido se deve à alimentação de larvas, descartando assim a ação de inteligências por trás dos ataques. Os ufólogos observaram neste caso como as moscas começaram a agir sobre o corpo do animal encontrado, ainda não havendo presença de colônias de bactérias nem larvas. Isso indicaria, primeiramente, um contato dos insetos com o corpo inanimado, mas as feridas já estavam com os cortes característicos.
Durante anos de investigação científica das mutilações, especialistas do Visión OVNI conseguiram estabelecer padrões básicos sobre os cenários e agentes que trabalham sobre os cadáveres, após as mutilações. Em primeiro lugar, há uma proliferação de larvas
sobre as carcaças, seguida em uma segunda fase pela ação de seres necrófagos, depois por cachorros ou porcos do mato e, finalmente, por aves. Os três últimos grupos costumam deixar rastros facilmente identificáveis. No entanto, nas últimas ocorrências todos atuaram somente depois de aproximadamente 72 horas do aparecimento dos animais vitimados.