A Agência Espacial Européia (ESA) anunciou um andróide dotado de tato e com sensores de força, para missões espaciais, e indicou que o robô ficará pronto “em dois ou três anos”. Recebeu o nome de Justin, está sendo desenvolvido pelo Centro Aeroespacial Alemão e poderá ser controlado à distância pelos astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS). A ESA explicou em comunicado que a máquina será capaz de reproduzir com exatidão os movimentos dos astronautas na ISS, e que estes utilizarão um exoesqueleto para trabalhar de longe. Isso lhes permitirá operar com a mesma precisão que teriam se estivessem fisicamente no lugar onde o robô estiver, segundo a agência.
Acrescentou que, para transformar a robótica e as técnicas de telepresença em uma ferramenta padrão das futuras missões espaciais, prepara uma conexão entre a Terra e a ISS que permitirá o controle de experiências com robôs no complexo orbital. Trata-se de uma iniciativa conhecida como Multi-purpose End-To-End Robotic Network Operations (Meteron), que “permitirá testar as tecnologias necessárias para as futuras missões de prospecção da Lua, de Marte ou outros corpos do Sistema Solar”, explicou a ESA.
Na primeira fase do Meteron, os astronautas da estação espacial controlarão à distância um protótipo do veículo Eurobot a partir de um computador equipado com um joystick e monitores especiais. Este protótipo possui quatro rodas e dois braços, conta com um avançado sistema de navegação, câmeras, sensores e está sendo desenvolvido desde 2008 no Centro Europeu de Pesquisa e Tecnologia Espacial da ESA na Holanda.
Na fase seguinte, os astronautas poderão conduzir um robô dotado de “tato” e sensores de força, um sistema com o qual poderão controlar andróides como o Justin. “Graças a estes sensores, os astronautas poderão sentir a força real que o robô fará em seu campo de trabalho”, disse André Schiele, chefe do Laboratório de Telerrobótica e Háptica da ESA. “Isto será especialmente útil para deslocar rochas ou desenvolver tarefas complexas, como a montagem de equipamentos”, acrescentou.