“Dois estranhos objetos avançavam sobre seus exércitos, causando pânico nos soldados, elefantes e cavalos que se recusavam a cruzar o Rio Jaxartes”. Esse trecho foi escrito em 329 a.C., durante uma das campanhas militares de Alexandre O Grande, segundo o estudioso Raymond Drake, autor de Deuses e Astronautas na Grécia e Roma Antigas [Record, 1989]. “Os objetos descritos eram grandes e prateados, como escudos brilhantes que cuspiam fogo de suas extremidades”.
Durante quase todos os conflitos militares do planeta, desde os tempos mais remotos até os mais recentes, estranhos objetos têm sido observados no cenário dos entraves. Outra prova foi a notícia de que um UFO teria sido visto sobre o Iraque durante a ofensiva anglo-americana, despertando mais uma vez a atenção da comunidade ufológica mundial. Mas, afinal, por que os alienígenas observam nossos conflitos e guerras? Eles estão presentes onde quer que haja ação militar. É assim desde a Antiguidade, em períodos anteriores a Cristo, durante a Idade Média, na Primeira e na Segunda Guerras Mundiais, na Guerra das Malvinas, durante os conflitos no Vietnã e na Coreia, e, mais recentemente, nas duas Guerras do Golfo — lá estavam eles observando o que se passava e, em determinadas ocasiões, até interagindo com as forças combatentes.
Nos episódios mais recentes, a partir da Guerra do Golfo, em 1991, armamentos de alta tecnologia empregados nos campos de batalha têm confundido muitos dos comandos engajados nos conflitos. Mas o mesmo arsenal tecnológico foi usado para detectar com mais precisão intrusos não identificados. Sempre que há um entrave militar de grandes proporções, ou que atraia a atenção do resto do mundo, surgem em abundância relatos de avistamentos de enigmáticos objetos nos céus. Claro, muitas vezes são aeronaves militares ou mísseis — mas nem sempre. Nem o lado mais preparado desses conflitos — como as forças anglo-americanas na Guerra do Iraque — tinham condições de determinar a origem desses fenômenos.
Os indícios do surgimento de objetos voadores não identificados estão presentes até mesmo em guerras bastante antigas. Há milhares de anos, no antigo Egito, aparições de UFOs já eram registradas com regularidade. O escritor inglês Brinsley Le Pour Trench, o conde de Clancarty, cita em suas obras, como exemplo, o fragmento de um hieróglifo do tempo do faraó Thutmose III, que governou entre os anos de 1468 e 1436 a.C. Durante uma guerra às margens do Rio Eufrates, os escribas relataram o avistamento de um círculo de fogo vindo do norte. Eles o descreveram ao faraó da seguinte maneira: “Hoje, esses círculos de fogo são cada vez mais numerosos no céu. Eles brilham mais do que o Sol. As tropas estão com medo. Tempos depois, os círculos ascenderam ao céu e desapareceram”. Esse trecho tem quase 4,5 mil anos de idade.
Outro exemplo ocorreu no ano 70 d.C., durante a chamada Guerra Judaica. “No dia 21 de maio, um fantasma demoníaco de incrível tamanho surgiu no céu sobre todas as carroças e tropas que se preparavam para a batalha”, conta a história. Constantino O Grande e sua armada, em 312 d.C., também observaram uma cruz luminosa no céu, que ficou em frente ao Sol. Para Constantino, aquele foi o derradeiro aviso de sua vitória sobre Maxentius, meses depois. Da mesma forma, durante o reinado de Carlos Magno também foram registrados muitos relatos de encontros com “tiranos do ar e suas naves aéreas”, conforme eram descritos. Os relatos preocupavam tanto o rei que as pessoas que descreviam tais fenômenos eram sujeitas à tortura e à morte. Ainda assim, as narrativas continuavam surgindo e importunando Carlos Magno.
O monarca também esteve às voltas com UFOs durante outra importante ocasião, quando foram registradas manifestações desses objetos em plena campanha militar que empreendeu contra os saxões pagãos, entre 800 e 814 d.C. O monge Lorenzo, em suas cartas Annales Laurissenses, escreveu que as tropas de Carlos Magno avançavam em direção ao Castelo de Salzburg. Segundo os escritos medievais, “a oposição dos saxões foi dura, mas, quando tudo parecia perdido, Deus enviou dois grandes escudos vermelhos e brilhantes para cima dos saxões”. Não seria a primeira vez que um governante teria a impressão de que fora ajudado por forças divinas — quando, na verdade, o que se via nos campos de batalhas eram UFOs de formatos semelhantes aos que conhecemos hoje. O contrário também era comum, atribuir uma derrota aos mesmos enigmáticos objetos — só que, nesses casos, vinham do inferno.
Em julho de 1967, o tenete Haines Bishop, da 5ª Esquadrilha Fox de Artilharia, pilotava um caça sobre a cidade de Hoi Na, quando foi avisado que uma bola luminosa de mais de 10 mde diâmetro estava em sua cauda
Se Carlos Magno foi ajudado pelos deuses em seu confronto com os saxões, séculos mais tarde, na sangrenta conquista do México, alguma inteligência alienígena a tudo acompanhava, sobrevoando os combatentes em terras norte-americanas. Segundo Bernal Del Castillo, cronista do conquistador espanhol Hernán Cortez, que massacrou os astecas, em uma das batalhas os nativos disseram que uma bola de cor verde e vermelha fora vista no céu. “E que logo atrás dela outra luz, que acompanhava a primeira, surgiu disparando relâmpagos em direção ao solo e sobre as cidades de Panuco e Tezeuco”. Não se sabe se foi por causa das cores desses objetos — vermelho e verde — que a bandeira mexicana
recebeu as mesmas tonalidades.
No Japão, durante a Guerra dos Shoguns, no ano de 1235, o quarto kamakura shogun Fujiwara Yoritsune e sua tropa estavam acampados quando misteriosas luzes apareceram no céu — que foram vistos por horas fazendo círculos e manobras que impressionavam os militares. O kamakura shogun [Título de senhor de um clã no Japão medieval] pediu uma investigação a fundo sobre o evento, cujos resultados não são conhecidos. Talvez essa tenha sido a primeira investigação oficial sobre os UFOs. De fato, era relativamente comum que os governantes envolvidos em conflitos em que objetos não identificados eram vistos, pedissem a seus comandantes que averiguassem sua natureza.
Dezenas de bolas prateadas
Em diversas ocasiões durante seu transcurso, discos voadores resplandecentes foram observados. As batalhas eram travadas nas planícies da Europa e os objetos mais comumente registrados eram esferas de fogo. O ufólogo inglês Timothy Dodd pesquisou a fundo essa guerra à procura de relatos de UFOs e conseguiu algumas evidências que sugerem fortemente a presença de visitantes. “Tenho certeza absoluta de que estamos sendo visitados há milhares de anos por extraterrestres e eles não deixariam de nos observar em nossa atitude mais selvagem, durante as guerras”, disse Dodd.
Um dos relatos coletados pelo ufólogo inglês remonta ao ano de 1410 e foi feito em uma carta de um soldado
inglês aos seus pais, moradores de Weybridge County. “Eram quase 05h30 de 15 de abril quando fomos acordados pelo general Gordon McFulky. Quando nos levantamos, vimos, para o nosso assombro, duas dezenas de bolas prateadas cruzarem a planície onde estávamos acampados. Elas ficaram sobre uma lagoa e depois sumiram”. Segundo Dodd, o próprio general McFulky teria escrito uma carta ao rei Henrique V relatando os estranhos fatos: “Nossas tropas não podem enfrentar os ‘demônios franceses’. Eles estão utilizando bruxaria contra vossas tropas”. Em maio de 1986, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, tivemos uma das maiores ondas ufológicas do país, em que mais de 20 UFOs foram detectados por radar na área [Veja edição UFO 170, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Seria mais bruxaria francesa?
Ainda na Inglaterra, em Bristol, no ano de 1343, uma guarnição inteira viu um “navio baixar uma escada reluzente e seus tripulantes descerem por ela”, segundo escritos da época. Mas os estranhos foram atacados pelos soldados ingleses e retornaram para bordo da curiosa embarcação, para depois desaparecerem. “Desde aquela época, os reis tinham medo dos círculos voadores, das bolas de fogo e seres alados. Os foo-fighters da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais são os descendentes de tais fenômenos”, acrescentou Timothy Dodd. Ele sabia o que dizia. Policial aposentado já falecido, Dodd era considerado um dos mais meticulosos ufólogos da Inglaterra, tendo sido uns dos fundadores da revista UFO Magazine.
O primeiro grande conflito do século XX foi a Primeira Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918. A tecnologia das nações envolvidas na ocasião nem em sonho se igualava ao que vários pilotos e tropas viram durante suas missões. Em 1914, no primeiro ano da guerra, vários avistamentos assombraram os generais de ambos os lados do conflito, que ficaram sem saber o que poderiam ser aquelas máquinas voadoras que surgiam sobre os campos de batalha. Em Midlandet, Noruega, em 21 de novembro daquele ano, uma fantástica aeronave foi vista perto do Farol de Skjaervaer. Em Morgenbladet, no mesmo país, outro veículo foi visto na manhã de 20 de dezembro e vários soldados aliados testemunharam o ocorrido. O objeto de Midlandet foi observado inicialmente a cerca de 700 m de altitude, mas desceu até 400 m e ficou parado por uma hora sobre a área, para espanto dos militares. Dezenas de soldados da guarda norueguesa viram o fenômeno e, na época, o general Irwin Solskajer levantou a possibilidade de ser uma aeronave alemã, hipótese logo descartada.
Outro fato inexplicado marcou o ano de 1915. Em Gallipoli, na Turquia, o 1º Regimento de Norfolk simplesmente desapareceu quando tentava tomar uma montanha na Baía de Suvla. Diante dos olhos de 22 testemunhas, mais de 800 homens marcharam em direção a uma estranha formação de nuvens lenticulares, que estava sobre a montanha, e nunca mais foram vistos. Os soldados que ficaram na área disseram ter enxergado uma enorme bola de luz de intenso brilho indo em direção ao céu. O governo inglês considerou os homens que desapareceram como capturados pelos turcos, mas quando a guerra acabou e a Inglaterra pediu à Turquia sua libertação, o governo de Ankara surpreendeu-se com o fato e negou ter conhecimento de tal regimento.
Zepelim misterioso
O repertório de casos durante a Primeira Guerra Mundial é imenso. Em 1916, por exemplo, o soldado inglês Maurice Phillip Tuteur relatou com clareza um UFO. “Um objeto em forma de zepelim surgiu por detrás das nuvens, mas não como uma aeronave normal. Ele disparou verticalmente e depois ficou em posição horizontal, acelerando a mais de 300 km/h. Então, virou-se, deu marcha ré e desapareceu nas nuvens”. Dois sargentos também teriam visto o artefato. Casos assim foram se tornando rotina durante o conflito. Ao seu final, os registros de ambos os lados envolvidos no entrave continham centenas de ocorrências ricamente descritas — e não somente soldados rasos ou sargentos eram testemunhas dos fenômenos, mas muitos oficiais graduados também os observaram.
Um dos maiores ases da aviação, o barão Manfred von Richthofen, mais conhecido como Barão Vermelho, é um deles. “Ele não derrubou somente 80 aviões inimigos para a Alemanha, durante a Primeira Guerra Mundial. Ele foi também o primeiro a atirar contra uma espaçonave alienígena”. Quem afirma isso é o ex-piloto alemão Peter Waitzrik, que diz ter ficado abismado ao ver o barão disparar contra um UFO com luzes laranjas quando se encontravam em uma missão matinal sobre a Bélgica, em 1917. Segundo Waitzrik, quando atingido, o UFO abriu-se como se fosse uma ostra e caiu em uma floresta. “Os Estados Unidos tinham acabado de entrar na guerra e, então, pensamos que poderia ser alguma arma secreta deles”, disse o ex-piloto. “Já se passaram mais de 80 anos e me ordenaram que não contasse nada. Mas já estou no fim da vida e quero que meus filhos E netos saibam a verdade”, declarou. Ainda segundo seu relato, o objeto tinha cerca de 40 m de diâmetro, formato de dois pratos sobrepostos e era prateado.
Em 1918, dois soldados britânicos que voltavam de uma campanha militar viram vários objetos voadores alaranjados sobrevoarem a planície de Salisbury. Em pleno furor que varria a Europa durante a guerra, as observações eram tidas como prenúncios de fatos a acontecer. Já próximo do final do conflito, o marechal da Real Força Aérea Britânica (RAF), lorde I. Dowding, fez uma afirmação surpreendente: “Estou convencido de que esses objetos existem e de que não são fabricados por qualquer nação da Terra. Não vejo, portanto, qualquer alternativa senão a de aceitar que provenham de fontes extraterrestres. A existência dessas máquinas é evidente e eu já as aceitei totalmente”. Sua palavra conta muito — foi lorde Dowding um dos responsáveis pelo sucesso da Inglaterra no entrave. Ele garantiu que mais de 10 mil avistamentos de naves não identificadas haviam sido comunicados &ag
rave;s forças aliadas.
Tais fatos se repetiram também durante a Segunda Guerra Mundial, e novamente o acúmulo de avistamentos de misteriosos objetos celestes chamou a atenção das autoridades militares. Nos diversos lados do conflito, oficiais da inteligência começaram a estudar os casos mais graves e comitês secretos de investigação do assunto, compostos por militares e cientistas, foram criados em vários países. Eles tinham dois propósitos: determinar a natureza dos objetos e, depois, examinar se constituíam alguma ameaça à segurança nacional dos países envolvidos. EUA, Inglaterra e Alemanha tinham os estudos mais avançados na área. No caso alemão, Hitler era informado pessoalmente dos fatos mais graves registrados por seus comandos em toda a Europa.
Smokey Stover
Mas tanto os aliados quanto os alemães tiveram em inúmeras ocasiões a presença desses inexplicáveis artefatos sobre suas bases secretas. Com o início dos avistamentos, a primeira reação que cada lado da guerra teve foi imaginar que os UFOs seriam armas de espionagem de forças inimigas. Mas como os objetos não atacavam qualquer dos países envolvidos, a hipótese de que fossem inimigos passou aos poucos a dar lugar à outra — de que seriam armas secretas dos aliados, mas ainda não informadas ou conhecidas publicamente. A confusão durou os primeiros anos da guerra, até que sucessivas reuniões entre os comandantes militares resultassem na descoberta de que a ninguém pertenciam tais artefatos. De quem seriam então?
Em 1943, os ingleses criaram um grupo especial para investigar UFOs, chefiado pelo tenente-general Warren Massey. Ele foi informado por espiões que os objetos não identificados não eram de origem alemã, e que estes achavam que fossem armas secretas dos aliados. Massey evidentemente sabia que não eram nem ingleses, nem norte-americanos, e deduziu a gravidade do assunto. Pouco depois, em 1944, a uma esquadrilha norte-americana baseada na Inglaterra também criaria um grupo de estudos do assunto. Nessa ocasião, instruções amplamente disseminadas entre as tropas aliadas davam aos soldados informações sobre como registrar e relatar avistamentos de UFOs. Não se assumia ainda, de maneira aberta, que seriam de procedência extraterrestre. Mas o crescente interesse dos governos quanto às observações e o aumento no grau de sigilo com que o assunto foi sendo tratado deixaram claro que algo de muito sério se passava.
Não só vimos como fomos perseguidos por eles e também os perseguimos. UFOs podem ser muitas coisas, menos objetos de fabricação terrestre
Lembremos que ainda era década de 40, quando não tinham ocorrido os famosos casos de Kenneth Arnold ou mesmo de Roswell, que fizeram com o que o assunto passasse a uma alçada ainda mais complexa e confidencial. Durante a Segunda Grande Guerra os UFOs receberam o nome provisório de foo-fighters ou kraut balls, respectivamente lutadores tolos ou esferas germanas. O nome inglês foi adotado a partir de um personagem dos quadrinhos chamado Smokey Stoover, que dizia sempre que where there is foo, there is fire [Onde há tolos, há fogo]. Quando os marinheiros e aviadores aliados começaram a ver estranhas bolas de fogo ou esferas prateadas, que podiam circular seus aviões e seguir seus navios no mar passaram a chamá-las de foo-fighters, e o nome pegou.
Definitivamente, a Segunda Guerra Mundial foi aquela em que mais se registrou relatos de UFOs. Mas embora tenham sido vistos durante todo o conflito, os relatos se acumularam pesadamente a partir de 1944, ao mesmo tempo em que os aliados invadiram a França e os alemães começaram a disparar os mísseis V-1 contra Londres. Eram tratados como “inexplicáveis bolas metálicas, transparentes e brilhantes” pelos jornais. E os repórteres se intensificaram ainda mais em novembro daquele ano, não muito depois que a Alemanha passou a disparar também os modernos foguetes V-2 contra Londres e Paris. De alguma forma, pareceu haver uma escalada nas observações conforme se agravava o conflito.
Objetos de metal polido
O mesmo fato se repetiu noutras guerras. Quanto maior a hostilidade e os recursos bélicos lançados em batalhas, maior era o número de registros de UFOs acompanhando o processo. Os casos da Segunda Guerra são inúmeros e não se restringiram à Europa, palco central de operações. Em setembro de 1941, no Oceano Índico, dois marinheiros a bordo do navio USS Pulaski alertaram o resto da tripulação para o fato de que um estranho globo verde brilhante seguia a embarcação por uma longa hora. Em 12 de agosto de 1942, em Tulagi, Ilhas Salomão, o sargento Stephen Brickner, da 1ª Brigada Paraquedista Norte-Americana relatou que as sirenes de sua base tocaram e ele pôde observar cerca de 150 objetos voando em linhas de 10 e 12, um atrás do outro. “Eles pareciam ser de metal polido e extremamente brilhante”, registrou no livro de ocorrência da base.
No final de 1943, o sargento Luis Kiss era o artilheiro da cauda do avião B-17 Phyllis Marie, em missão de bombardeio. A aeronave estava sobre o centro da Alemanha quando observou a aproximação de uma estranha esfera dourada do tamanho de uma bola de basquete. O objeto aproximou-se do B-17 e ficou sobre sua asa direita. Logo depois, ficou acima da cabine dos pilotos, para então baixar até a asa esquerda. Kiss chegou a pensar em atirar naquela coisa, quando ela ficou próxima aos motores do bombardeio, mas desistiu da ideia. Muitos aviadores relataram que os objetos reagiam a seus pensamentos. Quando a ideia que lhes passava pela mente era de atirar em sua direção, quase que instantaneamente os foo-fighters se afastavam. O saudoso general brasileiro Alfredo Moacyr Uchôa, um de nossos maiores pioneiros e notáveis ufólogos, definiu esses artefatos como sondas com capacidade de obter informações do estado psicológico dos pilotos durante suas missões.
Em 22 de dezembro de 1944, sobre Hagenau, Alemanha, o piloto e o operador de radar de um avião norte-americano encontraram duas enormes “bolas laranjas que rapidamente desceram e ficaram ao lado de sua aeronave”, segundo a descrição de um deles. Quando o piloto fez uma manobra evasiva, os artefatos o seguiram. No final de 1945, o tenente-coronel Donald Meiers estava voando sobre o Vale do Reno, também na Alemanha, quando globos flamejantes apareceram repentinamente em direção ao seu avião. “Eu virei para a esquerda e as bolas de fogo vieram comigo. Fui para a direita e elas também. Estávamos a 420 km/h e as esferas o tempo todo ao nosso lado. Pensei que fossem armas alemãs”, disse o piloto. Manobras evasivas não surtiam muito efeito, visto que as sondas continuavam coladas aos aviões.
Em meio aos milh
ares de relatos e informes sobre foo-fighters, o jornal New York Herald Tribune, de 02 de janeiro de 1945, publicou em suas páginas uma matéria sobre o assunto que chamou a atenção dos norte-americanos mais alheios à guerra. “Agora parece que os nazistas estão usando algo novo nos céus. São estranhas esferas chamadas foo-fighters que perseguem nossos aviões. Pilotos têm observado essas armas há mais de um ano, mas aparentemente ninguém sabe o que são. As bolas de fogo aparecem de repente e acompanham os aviões por quilômetros”.
Quando a artilharia terrestre tenta disparar contra UFOs, seus equipamentos travam misteriosamente. Em alguns casos, projéteis desviam inexplicavelmente do alvo ou explodem antes de atingi-los.
Era evidente e crescente a preocupação dos governos envolvidos no conflito, principalmente o norte-americano. Os avistamentos continuaram até 1945, quando UFOs começaram a ser vistos também noutras partes do mundo. Em 1952, o tenente-coronel W. W. Ottinger, da Divisão de Inteligência da Força Aérea Norte-Americana (USAF), declarou que uma avaliação dos relatos sobre os foo-fighters foi feita no final da Segunda Guerra Mundial. Tal estudo concluiu que não se tratava de algo que pudesse ameaçar a segurança nacional. Essa posição ambígua, sem assumir a preocupação que os EUA tinham quanto ao assunto e nem definir qual era a origem dos objetos, incomodou a opinião pública. Para inquietá-la ainda mais, jornais da Califórnia trouxeram à tona um fato acontecido em 1942, que até então era pouco associado com os objetos registrados na guerra.
Artilharia contra UFOs
Naquele ano, às 02h25 de 25 de fevereiro, em um dos períodos mais críticos da guerra e apenas três meses após o ataque japonês a Pearl Harbour, as sirenes de alerta contra ataques aéreos soaram em alto e bom som em Los Angeles. Os radares norte-americanos tinham detectado a aproximação de uma aeronave a 200 km de distância da costa do Pacífico. Era uma esquadrilha de objetos não identificados, esféricos e brilhantes. Segundo um relatório enviado ao então presidente Franklin Roosevelt, foram feitos mais de 1.340 disparos de artilharia antiaérea contra os objetos. Holofotes nas ruas iluminaram a misteriosa formação enquanto era atingida pelas armas terrestres — mas ela permanecia imóvel. Do relatório a Roosevelt constava que “nenhuma aeronave foi derrubada. Os objetos desapareceram no ar”. Se isso não é perigo à segurança nacional norte-americana, o que seria então?
“A preocupação dos governos dos países aliados, principalmente dos EUA, era evidente. Afinal, seus pilotos estavam sendo perseguidos por esferas prateadas que pareciam ser controladas por inteligências superiores. Seu país tinha sido invadido por uma esquadrilha que ficou sobre Los Angeles e não foi derrubada”, avaliou a situação o ufólogo e físico canadense Stanton Friedman em e-mail para esse autor. Até hoje o incidente de Los Angeles é solenemente ignorado pelas autoridades. E é importante lembrar que, logo após a guerra, em 1947, teríamos o Caso Roswell, e com ele a implantação de uma política de acobertamento.
Mas os episódios envolvendo objetos voadores não identificados durante conflitos armados não pararam com o término da Segunda Guerra Mundial. Logo após ela, os EUA se viram envolvidos em mais um conflito, a Guerra da Coreia. E novamente os UFOs surgiam para preocupar os comandos militares engajados nas sangrentas disputas. No palco dos bombardeiros tivemos muitos casos de intrusos misteriosos, todos cuidadosamente registrados. Documentos liberados por força da Lei de Liberdade de Informações norte-americana [Freedom of Information Act, FOIA] e estudados pelo ufólogo e escritor inglês Nick Redfern, contêm pelo menos 10 casos de extraordinários avistamentos de naves por pilotos e marinheiros norte-americanos. Em seu livro The FBI UFO Files [Arquivos ufológicos do FBI, Simon & Schuster, 2000], Redfern descreve que, na madrugada de 05 de março de 1951, pilotos faziam ataques-surpresa à cidade de Fuxin quando surgiram nada mais do que 20 esferas luminosas no céu.
O combate tornou-se o que alguns dos pilotos descreveram como uma “brincadeira de pega-pega” entre caças dos EUA, norte-coreanos e os próprios UFOs. Os aviadores conseguiam ver os objetos — mas os radares de seus aviões não os detectavam. Eles tentavam disparar suas armas, mas não conseguiam. Até hoje, mesmo com os documentos liberados, o governo nega que tais acontecimentos tenham ocorrido. Em 22 de abril de 1953, o piloto Michael S. Brown foi perseguido por esferas metálicas quando estava sobre Pungsan. A exemplo de como aconteceu durante a guerra anterior, sobre a Europa, tais fatos começaram a parecer repetitivos, mas os artefatos não mais receberam o nome foo-fighters. Não foram somente as tropas norte-americanas que os viram durante o conflito. Segundo o jornal coreano Dagin Daily, de 18 de dezembro de 1952, o 5º Regimento de Infantaria Norte-Coreano observou um objeto discoide com 3 m de diâmetro sobre um vale.
Naves vistas no Vietnã
Todos os soldados teriam permanecido no local até a chegada de dois oficias, que relataram o caso ao general Xin-Li Po, comandante do regimento. Em outras ocasiões houve indícios de que os norte-coreanos atiraram contra UFOs, mas o governo do país jamais liberou informações concretas a respeito. A Guerra do Vietnã também foi palco de avistamentos ufológicos. Ela se deu entre 1959 e 1975 e teve, segundo os norte-americanos, natureza ideológica. Mas foi, na verdade, o mais polêmico e violento conflito armado da segunda metade do século XX, em virtude da determinação das guerrilhas comunistas do Vietnã do Sul, o chamado Vietcong, com o apoio do governo do Vietnã do Norte, para derrotar seu rival sulista. “Como não poderia deixar de ser, avistamentos de UFOs também aconteceram durante essa guerra e deixaram o governo norte-americano inquieto — a ponto de um general declarar em uma reunião no Pentágono que não mandaria seus pilotos decolarem se fossem feitos de tolos por estranhos objetos”, declarou Jerome Clark, dirigente do Center for UFO Studies (CUFOS), dos EUA.
Um dos casos mais interessantes daquele sangrento conflito foi relatado pelo tenente Haines Bishop, da 5ª Esquadrilha Fox de Artilharia, em julho de 1967. Ele pilotava seu caça sobre a cidade de Hoi Na quando foi avisado por rádio, pelos seus companheiros, que uma gigantesca bola luminosa estava em sua cauda. Segundo os outros pilotos, o objeto tinha mais de 10 m de diâmetro. Haines tentou escapar pensando que fosse alguma arma inimiga, mas não conseguia despistá-la. A perseguição durou cinco minutos, até que outros aviões se aproximaram e a esfera acelerou desaparecendo. Outro caso ocorreu com militares norte-americanos que faziam vig&iacut
e;lia em um acampamento na mata, no Vietnã ocupado. “Ouvíamos explosões distantes e nossos aviões passando sobre nossas cabeças. De repente, três objetos luminosos em forma de pires apareceram do nada e ficaram sobre uma colina próxima ao acampamento”, disse um dos soldados.
Clark informa que, na manhã de 25 de março de 1971, três aviões dos EUA foram abordados por dois objetos discoides enquanto bombardeavam uma floresta vietnamita. Seus pilotos tentaram disparar contra os UFOs, mas seus instrumentos não respondiam ao comando. Esse é um fato relativamente comum durante guerras. Quando os pilotos, no ar, ou artilharias terrestres tentam disparar ou lançar mísseis contra objetos voadores não identificados, notam que seus equipamentos travam misteriosamente — em alguns casos, projéteis lançados contra UFOs desviam-se inexplicavelmente do alvo ou simplesmente explodem antes de atingi-los.
Um ano após o fim da Guerra do Vietnã, o brigadeiro Joseph Lawrence Prest deu uma entrevista à rede de TV ABC e respondeu ao repórter que havia lhe perguntado se os pilotos tinham observado UFOs durante o conflito. “Não só os vimos como fomos perseguidos por eles e também os perseguimos. UFOs podem ser muitas coisas, menos objetos de fabricação terrestre”. A declaração teve o efeito de uma bomba de artilharia pesada sobre os militares do Pentágono, que se esforçavam para conter a curiosidade da imprensa quanto ao assunto. Noutra entrevista, dessa vez ao The New York Times, o piloto da reserva da USAF Theodore Winfred, que lutou na Normandia, declarou que todos os relatos eram passados aos seus superiores. Disse ainda que a cúpula militar dos EUA estava mesmo interessada nesses avistamentos, “não importa que neguem”. Dessa forma, os conflitos globais continuavam — e com eles os UFOs iam e vinham. Na década de 80, tivemos dois conflitos que, apesar de não serem mundiais, também atraíram a atenção de todo o planeta — e, mais uma vez, de nossos curiosos visitantes.
Forte ditadura
“A guerra entre Irã e Iraque foi de 1980 a 1988 e vitimou milhares de pessoas. Esses dois países sempre tiveram governos muito fechados e viviam sob forte ditadura. Portanto, informações sobre UFOs em seus territórios era algo quase impossível”, disse Paul Stonehill sobre a guerra entre aquelas nações. Stonehill, também consultor da Revista UFO, é um dos maiores nomes da Ufologia Soviética, apesar de viver na Califórnia. Ele se dedicou a pesquisar o assunto porque a extinta URSS teve participação decisiva no conflito. Segundo apurou, um dos casos mais conhecidos de que se tem notícia no Irã está em documentos oficiais do FBI, que descrevem a perseguição de um UFO em 1976 por dois caças Phanton II, da Real Força Aérea Iraniana, sobre a capital, Teerã. Stonehill forneceu relatos interessantes de discos voadores durante a guerra entre Irã e Iraque.
Operação no deserto
Em um deles, ocorrido em maio de 1983, acreditando tratar-se de uma aeronave inimiga, patrulhas iranianas dispararam contra um objeto esférico com mais de 20 m de diâmetro, que cruzou a fronteira de seu país. No mesmo mês, vários aviões iranianos teriam sido perseguidos por UFOs, o que levou o comando militar local a abrir investigações. Forças iraquianas também registraram encontros com UFOs. Durante uma operação no deserto, baterias antiaéreas abriram fogo contra um misterioso anel luminoso.
Também durante a década de 80 tivemos discos voadores agitando o cenário de uma guerra relâmpago entre Argentina e Inglaterra pelo controle das Ilhas Malvinas [Para os argentinos] ou Falklands [Para os ingleses]. Apesar de curtíssima, ela também entrou no rol das que tiveram avistamentos de UFOs em plena luz do dia e durante sessões de bombardeio. Alguns casos são relatados por Redfern, em seu citado livro The FBI UFO Files. Um deles dá conta de que, em meio às incursões inglesas na ilha, Paul Brigtsson, piloto de um caça Tornado da RAF, foi perseguido por esferas de cor alaranjada. No dia 28 de maio de 1982, em pleno conflito, dois aviões ingleses foram surpreendidos por um grande objeto discoide —ao tentar alcançá-lo, os ingleses somente conseguiam se aproximar um pouco para, segundos depois, ver a nave acelerar de forma incrível e sumir no horizonte.
Num relatório que a inteligência norte-americana fez ao presidente Roosevelt constava que…”estes objetos não representam ameça à segurança nacional”. Claro. UFOs apenas observam as guerras. Quem as fez são os homens.
Documentos da CIA relatavam que o governo inglês abriu várias investigações para tentar esclarecer esses fatos e que em todos os casos os pilotos que descrevesse, algo incomum eram interrogados e submetidos a exames médicos. Do lado argentino, os incidentes ganharam as páginas dos jornais. Na época, o coronel Charles Greffet, ministro da Defesa, citou alguns casos ao público. Em 26 de abril, cinco soldados que estavam nas Malvinas dispararam contra um objeto que havia pousado em um penhasco, pensando ser algo dos ingleses. No dia seguinte, outro avistamento se deu sobre o oceano, agora com a tripulação de um avião Mirage, que não conseguiu disparar suas armas contra 10 esferas que acompanhavam sua rota. Em Buenos Aires, o jornal La Razón, de 08 de junho de 1982, descreveu como dois pilotos viram uma grande nave enquanto faziam o patrulhamento na ilha.
Os jornais tiveram grande participação na informação desses fatos à população. O Diário do Povo da cidade de Tandil, de 13 de maio de 1982, por exemplo, descreveu o pouso de um UFO na base militar da cidade. Parecia que os oficiais argentinos estavam tão concentrados na estúpida guerra que desencadearam uma tentativa desesperada e suicida de ganharem prestígio da população, que se esqueceram de censurar os meios de comunicação. Ufólogos do país relatam inúmeros acontecimentos descritos pelas TVs e emissoras de rádio do país. Os governantes ingleses foram mais prudentes e, atendendo à sua tradição histórica de combatentes, mantiveram a imprensa em silêncio.
A década de 90 teve início com mais uma guerra. Em 1990, o Iraque invadiu o Kuwait e eclodiu, então, a Guerra do Golfo. Pela primeira vez em um combate eram utilizados equipamentos de alta tecnologia, mísseis teleguiados com precisão cirúrgica e instrumentos impensáveis em conflitos anteriores. A cobertura que a TV fez da guerra também foi inédit
a. Redes de todo o mundo, principalmente a CNN, mostravam os acontecimentos praticamente ao vivo — e quando as imagens são ao vivo, não se pode censurá-las. Foi o que aconteceu em 30 de janeiro de 1991, quando o jornalista Willian Blystone, da CNN, disse com todas as letras que um objeto voador não identificado estava sobre Tel Aviv, capital de Israel. “Essa coisa vai cair na minha cabeça”, gritou. O Jornal Nacional, da Rede Globo, chegou a noticiar que “um objeto sem identificação surgiu nos céus de Israel”.
Durante as guerras, cada lado dos conflitos tenta derrubar tudo que não seja do seu time — algumas vezes até isso acontece, o que é chamado de “fogo amigo”. Mas o que mais chamou a atenção dos ufólogos foram dois episódios nos quais UFOs teriam sido derrubados por tropas em combate. Em 24 de janeiro de 1991, um artefato foi detectado pelos radares norte-americanos sobre o Golfo Pérsico e uma ordem para abatê-lo foi dada pelo comando na região, sendo atendida por vários navios, incluindo o USS Wisconsin, o USS England e o USS O’Brien, além das fragatas Battieaxe e Jupiter.
Prato cromado
Todas as embarcações dispararam contra a misteriosa aeronave, que foi descrita pelos oficias como tendo formato de um prato cromado e parecido com alumínio. O objeto emitia um som muito agudo e diferente dos aviões convencionais, e caiu no oceano. Mas não há muitos detalhes sobre a ocorrência, infelizmente, que foi bem ocultada com o auxílio de diretrizes que regem momentos de guerra. Em ocasiões como essa, além da tradicional política de sigilo há ainda uma complementar e fortíssima determinação de que a revelação de fatos como esses por militares pode levar o infrator à corte marcial. Mas o segundo caso transpirou na lista de discussão interna da Mutual UFO Network (MUFON) na internet, a Mufonet, e causou excitação em toda a Comunidade Ufológica Mundial. Segundo e-mail que circulou na lista, uma fonte do alto escalão das Forças Armadas Norte-Americanas teria revelado que um caça F-16 derrubara um UFO sobre a Arábia Saudita durante a operação Tempestade no Deserto. O documento informava ainda que cinco nações tentaram encobrir o fato — o objeto seria circular e feito de um material muito resistente.
A nave teria entrado no espaço aéreo saudita e o piloto do F-16 começou uma perseguição imediata. Quando o avião estava a cerca de 5 km de distância do objeto, esse disparou alguma coisa contra o F-16, que se desviou e emitiu dois de seus mísseis. O UFO foi atingido em sua lateral, espatifando-se no deserto e sendo rapidamente alcançado por outros veículos. Todos os destroços foram recolhidos pelos Estados Unidos e enviados para análises. O fato foi insistentemente examinado e as autoridades questionadas sobre sua veracidade. Evidentemente, negaram.
As notícias de manifestações de UFOs durante a Guerra do Golfo foram reveladas apenas parcialmente através de relatórios do Pentágono, liberados com muitas restrições por Washington. Mas os rumores de incidentes envolvendo discos voadores foram investigados por muitos ufólogos e jornalistas, entre eles o repórter inglês Anthony Edens. “A tecnologia de guerra dos EUA não foi superior somente a Saddam Hussein, mas também a alguns UFOs”, disse Edens. E ele vai ainda mais longe ao afirmar que, quando George Bush ordenou que os avistamentos fossem investigados, a CIA informou que desde a Segunda Guerra Mundial radares e depois satélites operavam ao redor do mundo para detectar e rastrear UFOs — o ex-presidente não tinha conhecimento disso.
Depois, em 2003, durante a Guerra do Iraque, a mais completa cobertura jornalística já montada durante uma guerra esteve presente no front de batalha, junto das tropas anglo-americanas e cobrindo seus avanços passo a passo, ao vivo para a TV mundial. Como era de se esperar, também nesse moderníssimo conflito UFOs foram registrados. Mas informações custaram a aparecer e mais ainda para serem analisadas, mas alguns fatos sólidos podem ser narrados. Um deles aconteceu durante os bombardeios sobre a cidade de As-Zab As-Saghir [Que significa pequeno Rio Zab em árabe], quando vários objetos voadores não identificados foram vistos e permanecem não esclarecidos.
Essa notícia reacendeu a hipótese, muito propalada, de que Saddam Hussein tivesse uma espécie de base secreta em um dos desertos iraquianos. Mesmo cientistas dissidentes do regime de Bagdá, ainda que sob risco de morte, já afirmavam que Saddam tinha amplo conhecimento da presença alienígena na Terra e chegara a construir um local tão secreto quanto a Área 51 no Iraque. Dinheiro para isso nunca faltou ao ditador, e condições tecnológicas idem, a julgar pela maneira como seus bunkers foram construídos para dar-lhe proteção.
Segundo os primeiros relatórios que chegaram do Iraque, logo após a guerra, alguns casos parecem impressionantes. Como se sabe, os céus do país foram ocupados por aviões norte-americanos e ingleses, e toda a alta tecnologia disponível no momento foi utilizada neste conflito — incluindo avançadíssimos sistemas de detecção de movimentos aéreos. O uso de instrumentos inéditos para rastrear o céu era necessário, e assim muitas coisas estranhas foram registradas. Mas como a coalizão anglo-americana usou dispositivos ainda totalmente secretos no conflito, os ufólogos tiveram muito trabalho para identificar os casos de UFOs legítimos daqueles de armas voadoras secretas — até porque, talvez a tecnologia de ambos não seja muito distinta.
Ação governamental
Como os governos envolvidos nas guerras encararam esses casos de possíveis e verdadeiros UFOs? Da única forma que sempre procederam: investigando tudo para seu próprio conhecimento e acobertando os fatos do público. Desde o imperador Carlos Magno, que punia inclusive com a morte aqueles que relatavam tais eventos, até os fatos ocorridos durante a Primeira Guerra Mundial, todos os lados das batalhas tinham uma visão dos acontecimentos. Podiam não saber, a princípio, do que se tratavam aqueles objetos — mas isso mudaria radicalmente na Segunda Guerra Mundial, quando os governos engajados chegaram a criar grupos de investigação do assunto. Já estava ficando claro que nossos problemas terrenos interessavam a nossos vizinhos cósmicos.
Rumores chegaram a circular, após a Segunda Guerra Mundial, de que Hitler teria abatido UFOs para usá-los em projetos bélicos e que estaria desenvolvendo seus próprios protótipos de discos voadores. Sua intenção, garantem alguns historiadores, era dispor de uma tecnologia imbatível contra seus inimigos — e essa é uma ideia que já passou também pela cabeça de russos e norte-americanos. Quem não gostaria de ter uma arma com as capacidades de um UFO? Afinal, sua tecnologia ainda
transcende o imaginável por nossa espécie. Para o tenente-coronel Meiers, dos Estados Unidos, “existem três tipos de foo-fighters: as bolas de fogo vermelhas que aparecem sobre asas de aviões, os artefatos que voam na frente das aeronaves e grupos de luzes que aparecem a distância, como uma árvore de Natal”. De qualquer forma,
detêm uma tecnologia formidável.
Desde a última guerra global já passamos por outros 500 conflitos armados. Será que fomos observados por civilizações alienígenas em todos eles? Provavelmente, sim. Mas por que nos acompanham e que impressão nossos vizinhos cósmicos têm a nosso respeito? Somos uma espécie evidentemente belicosa, e ajudaria bastante melhorar nossa condição se os governos revelassem o que escondem sobre nossos visitantes. Mas isso não parece estar prestes a acontecer. Em 1963, o ex-presidente John Kennedy, quando perguntado pelo repórter Bill Holden sobre o que pensava a respeito dos UFOs, respondeu: “Eu gostaria de contar ao público o que existe sobre a situação alienígena, mas minhas mãos estão atadas”. As nossas também.