Localizada na região conhecida como “sertão central” do Estado do Ceará, Quixadá é uma cidade incrustada entre estranhos monólitos que fazem da paisagem algo parecido com os planetas de filmes de ficção, abrigando intrigantes mistérios. O município tem 24 mil habitantes na zona urbana e possui um clima agressivo, cuja temperatura chega aos 38º C na sombra. Cidade bonita, bem traçada e arborizada, tem em seus habitantes pessoas de uma simpatia incomum, o que faz com que os visitantes sintam-se como se estivessem em suas próprias casas. Além da hospitalidade dos nativos, vê-se na paisagem monólitos com beleza jamais encontrada em outras paisagens do Nordeste brasileiro. Mas teria esta cidade, com sua topografia de aspecto lunar, influenciado os visitantes espaciais – como em Nazca e Tiahuanaco, no Peru – nas suas atuais observações em nosso planeta?
Batizada de “a capital nordestina dos discos voadores”, Quixadá tem, como nenhuma outra cidade, recebido constantes visitas de naves alienígenas que perseguem, descem ao solo, raptam pessoas, colhem legumes ou fazem experiências com homens, sugados para seu bojo. Nos últimos 20 anos os órgãos de comunicação têm dado destaque a esta pequena localidade que, hoje internacionalmente conhecida, traz pesquisadores americanos, bolivianos, franceses e suecos. Sabedores dos inúmeros casos divulgados pelo Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU), de Fortaleza (CE), eles vêm aqui pagos por seus governos, ou mesmo às próprias custas, a fim de tentarem explicar os motivos pelos quais a região é escolhida para ser visitada freqüentemente por essas incríveis e desafiadoras máquinas, os discos voadores.
Às 04h30 de 03 de abril de 1976 os atiradores do Tiro de Guerra 10016 (situado na região), durante a educação física, observaram pasmos um objeto em forma de disco que deslizava a poucos metros de altitude e emitia uma forte luz. Era grande, silencioso e de cor diferente. Não sabiam o que era e acreditaram tratar-se de algo lançado na Barreira do Inferno, ou então qualquer aparelho da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), realizando pesquisas na região. Mas, como sempre acontecia às 05h00, o empresário e fazendeiro Luís Barroso Fernandes arreou seu animal de estimação a fim de atrelá-lo à charrete e viajar para sua fazenda – que fica a poucos quilômetros do centro. Depois de despedir-se de sua esposa, soltou as rédeas do burro e seguiu viagem.
Decorridos alguns minutos e já a cerca de 3 km do local de partida, ele ouviu um zumbido esquisito, vindo de trás de uma serra, como o som de abelhas gigantes que se dirigia até ele. Olhou para trás e para os lados, mas não viu nada. Tangeu o animal e continuou normalmente sua viagem.
Aparelho descendo lentamente
Repentinamente, uma bola de luz bizarra, de aproximadamente 3 m de diâmetro, passou por cima dele. Barroso puxou as rédeas, buscando observar o “aparelho”, que agora lentamente descia à sua frente, talvez a 30 m. Parecia uma roda de trator ou uma tartaruga gigante. O animal impulsionou seu corpo para trás, mas uma luz vinda do objeto paralisou os dois. Barroso estava estático, embora visse e ouvisse tudo. Nesse momento, abriu-se uma porta no UFO e de dentro surgiram dois seres: um deles, que segurava algo parecido com uma manivela ou lanterna, jogou outro raio de luz em seu rosto, fazendo-o perder os sentidos.
Quando voltou a si, duas horas mais tarde, estava distante do local em que havia parado a charrete. Ainda tonto e trêmulo – com um forte calor facial – tinha dificuldades respiratórias e intensa dor de cabeça. Sentiu náuseas e pensou que fosse morrer. Notou também que o lado esquerdo de seu corpo estava vermelho. Todos esses sintomas, aliados à dificuldade de locomoção motora, o impossibilitaram de encontrar o caminho de volta a Quixadá. Um vaqueiro que passava pela região notou a anormalidade da situação e perguntou o que havia ocorrido. Barroso não disse nada sobre o acontecido, mas pediu que o levasse à sua residência e lá narrou o fato. Sua esposa, Teresinha Barroso, por conhecer bem seu caráter, percebeu que realmente algo muito além do normal o tinha abalado. Ouvindo o marido alegar que estava muito doente e queria ir a um médico imediatamente, o levou ao doutor Antônio Moreira Magalhães, um dos mais conceituados médicos da cidade. Após ouvir a história de Barroso, o médico ficou em dúvida quanto à interferência de UFOs, pois apesar de não acreditar em discos voadores, seu paciente sempre teve muita credibilidade no que diz respeito à integridade moral. Doutor Magalhães colocou todas as informações em seu prontuário e lhe receitou um antialérgico e um calmante, aconselhando-lhe repouso absoluto. Em casa, Barroso continuou sentindo-se mal. As dores no corpo eram constantes e a angústia não o deixava trabalhar, embora não quisesse ficar deitado. Agora, seus olhos ardiam muito e o lado esquerdo do seu corpo estava totalmente vermelho. Mesmo assim, era obrigado a receber visitas de curiosos que o procuravam para ouvir a história que já repetira inúmeras vezes.
Corpo totalmente vermelho
O fato ultrapassou os limites de Quixadá chegando à Fortaleza, e logo as emissoras de rádios e jornais divulgaram o fato em grandes manchetes – tornando a vida do contatado um verdadeiro inferno de entrevistas e visitas de curiosos. O CPU seguiu para Quixadá e, ao chegar lá e averiguar o caso, encontrou um homem preocupado e pasmo pela repentina mudança em sua vida – pois de cidadão comum passou a ser notícia nacional. Tentava fugir de entrevistas e máquinas fotográficas, pedindo inclusive que esquecessem o caso. Sua esposa Teresinha e seus filhos pareciam não gostar da situação, mas educadamente atendiam a todos. Depois do impacto da notícia, a vida de Luís Barroso Fernandes foi voltando ao normal e tudo parecia continuar como antes.
Entretanto, a família começou a notar transformações físicas e psicológicas no contatado. Os cabelos se tornaram grisalhos em poucos dias, ele ficou impotente e aéreo, como se estivesse em outro mundo. Estava constantemente indisposto e apresentava lapsos de memória, o que obrigou a família a levá-lo novamente ao médico. O doutor Antônio Moreira Magalhães tentou aplicar ao quadro clínico de Barroso novas técnicas terapêuticas, mas não obteve resultados. Observou que o caso se agravava e outras providências deveriam ser tomadas, pois agora já aceitava o fato de que hav
ia realmente acontecido algo de anormal com seu paciente e, portanto, merecia atendimento especializado – não existente nos hospitais de Quixadá. Pensando assim, encaminhou-o para Fortaleza, indicando em seu prontuário do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS, atual INSS) toda a história, inclusive o fato de que “Barroso fora seqüestrado por um disco voador”.
Barroso foi atendido em Fortaleza pelos médicos José Pelegrino Alves e Glauco Lobo, ambos neurologistas e psiquiatras. Eles criticaram as informações do doutor Antônio Magalhães – quando este declarou por escrito que havia acreditado na história de um contato com disco voador – o que para eles seria apenas um problema psíquico comum. Mas a coisa não era tão simples assim e, sem conseguirem um diagnóstico, os médicos o encaminharam de volta a Quixadá, receitando tranqüilizantes e aconselhando repouso absoluto, orientando a família para o óbvio: afastá-lo do trabalho. Como a situação agora era insustentável e Barroso piorava a cada dia, sua esposa e filhos resolveram interná-lo num hospital psiquiátrico de Fortaleza, localizado na Avenida Bezerra de Menezes, no bairro São Geraldo, onde foi atendido por 16 clínicos especializados, sem que chegassem a um denominador comum. Ficou-se, portanto, sem uma explicação clínica para a doença de Luís Barroso Fernandes.
Em Fortaleza falamos com o doutor José Pelegrino Alves: “Que UFO coisa nenhuma. O seu cliente Barroso é doente. Ele não está bem, e embora eu não saiba realmente o motivo, não acredito que tenha sido levado por UFOs. Na medicina existem casos que não podem ser explicados. Este é um deles. Cá para nós, eu não sei o que está acontecendo e nem o que houve na verdade. Quem deve saber mesmo é o doutor Magalhães de Quixadá, você já falou com ele? Olha, esquece isso, senão você pode ficar como o Barroso, pirado de vez. Mas me diga, como vão as coisas com você?”
Agravado estado de saúde
O doutor Pelegrino desconversou classicamente, deixando-me sem saber o que realmente achava do Caso Barroso. Procuramos o doutor Glauco Lobo, mas ele não nos atendeu. No hospital não nos liberaram a ficha do paciente, alegando que era confidencial e somente médicos tinham condição e permissão para tal. Depois de passar pela junta médica nenhum diagnóstico digno de crédito foi encontrado e, sem ter mais a quem recorrer, apelaram para a medicina alternativa, o que também não deu resultados. Sem êxito em todos os tratamentos propostos, o enfermo ficou novamente sob os cuidados do doutor Antônio Moreira Magalhães, que agora tinha certeza de que realmente algo fora do comum havia acontecido com seu paciente, uma vez que, em Fortaleza, seus colegas passaram a considerar Barroso como um caso que deveria ser estudado por especialistas de fora do país.
Mesmo sem boas condições tecnológicas, o doutor Magalhães acompanhava o paciente, prestando-lhe toda a cobertura cabível dentro das possibilidades de uma pequena cidade situada num Estado pobre e sem apoio governamental e científico para os casos desta natureza, um dos mais importantes na casuística ufológica mundial, sem dúvidas. Luís Barroso Fernandes piorava, o que era perceptível só de olhar, e agora, além dos primeiros sintomas físicos anômalos, passava a acumular água no organismo. Seu corpo estava coberto por edemas, e o lapso de memória tinha piorado a tal ponto que não reconhecia mais as pessoas e ignorava os valores do dinheiro que recebia. Com o tempo foi se esquecendo também dos nomes de familiares e amigos mais próximos, até que finalmente passou a fazer as suas necessidades fisiológicas na cama, além de perder o controle da locomoção motora, caindo sobre os móveis.
Com isso, foi obrigado a permanecer deitado, sendo atendido por uma enfermeira. Novamente foi feita uma tentativa para esclarecer o que estava acontecendo com Barroso, mas nenhum dos exames efetuados apresentou anormalidades. Foram realizados exames de eletroencefalograma, urina, glicose, colesterol, e uma série de outras análises clínicas, que não apresentaram qualquer irregularidade. O organismo do paciente gozava de perfeita saúde, e somente seu cérebro havia sido atingido ou, quem sabe, trabalhado por alguém quando fora raptado para o interior da nave.
Segundo o doutor Magalhães, Barroso estava regredindo mentalmente e teria então a idade de aproximadamente um ano, pronunciando apenas três palavras: mamãe, dá e medo. O que mais impressiona neste caso é o fato de a regressão mental tê-lo feito articular a palavra medo com muito nervosismo, sempre que batíamos fotos e os flashes eram acionados. Isso nos fez pensar que talvez ele lembrasse das luzes com as quais fora agredido quando imobilizado em sua charrete. Atualmente, Luís Barroso Fernandes está vegetando em sua casa, numa cama com colchão d’água, com uma enfermeira permanentemente à sua cabeceira.
Mundo diferente do nosso
Não fala mais, não se movimenta, apenas geme e contorce a boca como se desejasse comunicar algo àqueles que estão ao seu redor. De acordo com o doutor Magalhães, ele escuta normalmente, não reage a toques ou beliscões, e apresenta convulsões a cada 10 minutos, estando assim num estado epiléptico irritativo, sem controle medicamentoso e se alimentando com mamadeiras. Contudo, o mais espantoso – alerta o médico – é o rejuvenescimento de sua pele. O rosto rosado, a derme sem rugas ou manchas, parecendo a face de um garoto de 17 anos. Os membros superiores, mesmo com a pele escamosa, estão com os músculos rígidos, impossíveis para um homem de 68 anos que se alimenta mal e não faz exercícios físicos há alguns anos.
Barroso, embora inválido, apresenta um aspecto saudável e parece realmente ser um bebê, não se encontrando uma ruga sequer em seu rosto. Os olhos claros e vidrados olham para o infinito como se visualizassem um mundo diferente do nosso, que talvez ele conheça tão bem como aqueles que o raptaram. O certo é que realmente aquele cidadão pacato de 45 anos teve a infelicidade de ser levado por seres inescrupulosos ou cientistas à procura de algo que possa melhorar suas vidas, em lugares bem mais distantes do que possamos imaginar. Sua esposa Teresinha, nos primeiros contatos com nossos pesquisadores, pediu que publicássemos a seguinte mensagem: “Peço às autoridades terrestres que desçam dos seus pedestais e acordem para a realidade dos UFOs, empregando tudo o que for necessário para esclarecê-los, ajudá-los, se for o caso, ou bani-los do nosso planeta. Só assim não teremos outros pais de famílias inutilizados como o nosso querido Barroso”.
Ainda em condições normais de raciocínio procuramos entrevistar Barroso, fazendo com que sentisse a necessidade da divulgação do caso, pois sabíamos que ele não havia sido o primeiro e não seria o último, podendo assim ajudar muito nos esclarecimentos futuros. Apesar de não querer mais ser molestado com este assunto, concordou, ainda que relutante…
Barroso, você pode nos contar o que realmente aconteceu naquela manhã? Claro. Não queria mais falar sobre o assunto, pois a imprensa e outras pessoas não me deixam em paz. Mas lá vai. Como já falei, eu seguia na minha charrete quando alguma coisa luminosa passou por cima de nós e parou logo em frente, descendo no asfalto. Parecia ser somente uma luz, mas depois que se apagou vimos que era algo como uma roda grande de trator ou como uma tartaruga mal acabada, com cor de alumínio e silenciosa. Recebemos uma luz e ficamos totalmente parados, sem poder nos movimentar – o animal e eu, claro. Abriu-se uma espécie de portinhola e apareceram dois seres de baixa estatura. Eram pessoas normais, embora com roupas esquisitas e uma espécie de lanterna na mão. Um deles lançou uma claridade em nós e eu perdi os sentidos.
Clareou como? Você se lembra de ter sido levado para outro lugar após esse feixe de luz tê-lo atingido? Jogou outra luz no meu rosto. Era ofuscante e muito incômoda. Parecia que entrava em minha cabeça. Senti uma dor no fundo dos olhos. Não lembro de nada. Depois que a luz me acertou, apaguei.
Você ficou com o lado esquerdo do corpo todo vermelho, o que é uma coisa muito incomum. Acha que foi alguma queimadura ou coisa parecida? Não sei. Só percebi que estava com um lado vermelho quando o vaqueiro me disse. Antes, não.
E a tontura e as dores no corpo, você já voltou com essas sensações? Quando fui encontrado pelo vaqueiro, estava aéreo e não sabia que local era aquele. Meus olhos ardiam, sentia dores esquisitas e tremia. Um calor muito grande se apoderou de mim. Tive medo. Pensei que ia morrer naquela estrada e sem ver minha família.
Você se lembra de alguma coisa que possam ter feito com você depois de receber o segundo foco de luz? Não. Nada. Parece que morri, e acho que morri mesmo.
E agora, lembra-se de algo? Não. Até parece que nada aconteceu, pois não consigo me lembrar das coisas até o momento em que voltei a mim, na estrada. Lembro-me apenas que recebi o foco de luz, mas depois, nada mais.
Existe um meio de fazermos você se lembrar utilizando a hipnose regressiva. Você aceitaria passar por esse processo? Não sei. Tenho que consultar meu médico e minha família. Esse negócio pode prejudicar ainda mais minha situação. É melhor deixarmos como está. Não sinto mais tanta coisa assim.
E essas sensações de tontura que você ainda tem, o fato de seu cabelo ter ficando grisalho tão rapidamente, e os outros sintomas? Tudo vai passar logo, você vai ver.
Você já tinha visto alguma coisa diferente no céu, antes desse fato? Não. Nunca pensei nisso, embora tomasse conhecimento de que alguém avistava luzes por aqui. Não acreditava nessas coisas. Foi azar.
Estranha força luminosa
Ao entrevistarmos o doutor Antônio Moreira Magalhães, que atendeu à vítima daquela estranha força luminosa, sentimos que no começo ele relutava veementemente em afirmar que o caso de Barroso apresentava um quadro clínico incomum. Mas, após examinar clinicamente o paciente, convenceu-se de que o mesmo realmente havia sido levado por um objeto voador não identificado. Mas para onde? Para o médico, o caso de Barroso era realmente algo fora do comum. “No início eu não aceitava a versão do paciente. A história era fantástica demais para ser acolhida de imediato, e embora soubesse que não se tratava de um homem de criar fantasias, eu fiquei na espera de mais informações”, disse.
Quando recebeu os familiares da vítima, o médico não acreditou em sua história, mas depois passou a aceitá-la. “Não que eu seja ateu ou materialista, mas essa história de discos voadores não entrava na minha cabeça. Pareciam-me histórias de quem não tinha nada a fazer, imaginação de mentes férteis, como os contos de lobisomens”. Outra pessoa que se espantou com os fatos acontecidos a Barroso foi o jornalista Jonas Sousa de Oliveira, um dos mais conceituados jornalistas da região. Ele acompanha o Caso Barroso desde o início e, embora ciente dos acontecimentos ufológicos, atuava apenas como repórter, declarando que somente acreditaria em UFOs após testemunhar as evoluções ou o pouso de um desses objetos.
Sousa confirmou que a vítima sentia dores, mal-estar, estava com os olhos irritados e um lado do corpo vermelho. “As coisas foram se complicando e o resultado está aí: um homem doente, que vegeta em cima de uma cama sem diagnóstico, apenas à espera da morte. O que tenho a duvidar?”, pergunta Oliveira. “Não possuo provas, mas aconteceu algo. Como jornalista e radialista, eu transmitia as notícias, mas tinha minhas dúvidas. Somente agora, depois de avistar três objetos não identificados, é que realmente comecei a acreditar”. Para ele, os ETs escolheram Quixadá para suas evoluções ou experiências, mas as autoridades locais não podem fazer nada e são impotentes perante tanta tecnologia apresentada pelos aliens. “Se as grandes potências não fazem nada, o que poderão fazer nossos prefeitos ou delegados?”, questiona.
Sensação de perda
Após vários anos lidando com o assunto, tivemos um novo contato com o doutor Antônio Magalhães, através de um telefonema intrigante. “Athayde? É o doutor Antônio. Venha rápido à nossa cidade. O Barroso faleceu e a família me pediu que o avisasse que estarão te esperando para o funeral”. Uma sensação de perda nos envolveu, dificultando a respiração. Com esforço, confirmamos nossa presença e asseguramos que estaríamos partindo pela manhã, pois tínhamos que chegar a tempo para o enterro, que seria às 11h15. Pouco antes, parei o carro à porta da casa do Barroso. O caixão j&aacu
te; estava saindo, os familiares pensavam que não iríamos chegar a tempo.
“Graças a Deus vocês vieram a tempo. Achávamos que não devíamos sepultar o Barroso antes de vocês chegarem”, disse sua esposa, Teresinha Fernandes. “Não poderíamos deixar de estar aqui depois desses 17 anos. O Luís já fazia parte de nós, a senhora sabe disso”. O corpo inerte, rígido, mas sem as características de um morto, deixava chocadas as pessoas que ali estavam. Ele estava corado, sem a habitual palidez de um cadáver. Dava-nos a impressão que realmente havia rejuvenescido, ou que a paz estava estampada em seu rosto. Parecia sorrir, e se realmente os espíritos permanecem na Terra por sete dias – como diz a tradição católica – antes de viajar para o além, Barroso deveria estar nos vendo e, quem sabe, rindo do tempo em que o procurávamos para tentar esclarecer o que lhe tinha acontecido sem que, entretanto, encontrássemos uma explicação.
O doutor Antônio Magalhães parecia estar sentindo muito a morte de seu paciente, e quando acompanhávamos o enterro ele me puxou para perto: “É incrível! O homem realmente rejuvenesceu nos últimos dois anos, e agora está sendo sepultado sem a palidez cadavérica. Ele parece estar sorrindo e seu rosto demonstra uma tranqüilidade, uma paz jamais vista por mim. Não tenho dúvida que algo muito além do que estudei na faculdade aconteceu neste caso. É pena que outros colegas meus não tenham acreditado na história do UFO. Mas a vida continua e o tempo se encarregará de mostrar a verdade”.
Terminado o sepultamento encontramos a filha de Barroso. Muito decidida, nos informou que permanecerá contando a verdade, pois não tem dúvidas de que o pai fora vítima de seres com poderes superiores aos nossos. Quando saímos, a Rádio Monólitos noticiava: “Faleceu o homem que foi vítima dos discos voadores, Luís Barroso Fernandes”. Voltamos para Fortaleza às 16h35 e, ao contrário da ida, desenvolvíamos uma velocidade mínima, pois não queríamos nos afastar daquele homem que durante 17 anos tinha sido pesquisado pelo CPU e levara consigo uma das mais fantásticas histórias de contatos imediatos do 3º grau. A família de Barroso não nos permitiu fazer autópsia ou mesmo exumação, alegando que ele já havia sofrido bastante.
Feixe de luz maligno
A filha de Luís Barroso Fernandes, Maria Lúcia, ainda triste, confessou o que a família realmente pensa de toda a história. Sua mãe, Terezinha Fernandes, jamais havia duvidado do marido e sempre o apoiou, desde que tomou conhecimento do fato. Seu pai, ao chegar em casa, contou que alguma coisa muito esquisita havia acontecido e que não sabia como explicar, pois lembrava apenas uma parte. Falou do zumbido nos ouvidos e da bola de luz que passou por cima da charrete, descendo alguns metros à frente. As luzes do objeto teriam se apagado e ele se viu diante de algo parecido com um Fusca ou a roda de um trator gigante. O feixe o atingiu, imobilizando-o juntamente do animal que puxava a charrete.
“Papai ouvia e via tudo, mas não podia se mexer. Até que abriu uma janela no objeto e saíram dois seres parecidos com homens. Um deles trazia algo na mão, da qual saiu uma luz forte em sua direção, que o fez sentir tontura”, declarou a moça. Ela completou o que já sabíamos, que Barroso fora encontrado por um vaqueiro que o levou para sua casa. “Não sabemos quem era esse homem, mas deve ser alguém conhecido. No começo não queríamos divulgação e até mesmo tratávamos mal algumas pessoas da imprensa, inclusive os senhores. Mas depois achamos que seria importante que todos tomassem conhecimento do fato, pois assim, talvez, as autoridades que não acreditaram, evitariam que surgissem novas vítimas”.
Maria Lúcia acredita que seu pai foi realmente vítima de algo desconhecido por humanos, mas as autoridades fazem pouco caso. “São incompetentes para solucionar um problema dessa natureza”. Quando propomos a exumação do cadáver, apesar de ter sido a favor, acatou a decisão do irmão que queria preservar o pai após a morte. Afirmou jamais ter tido contato com objetos discóides, mas que vários de seus parentes já tiveram, inclusive médicos, advogados e até policiais da região. “Quando papai foi atacado – podemos assim dizer – os soldados do Tiro de Guerra presenciaram a passagem de um disco voador, possivelmente o mesmo que atacou meu pai, uma vez que o fato foi quase às 06h00, e os soldados estavam fazendo educação física às 05h00”.
Recentemente um veterinário, juntamente com funcionários da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e seus familiares, viram três UFOs na fazenda dele e chamaram o radialista Jonas Sousa, que também viu o fenômeno e o divulgou na Rádio Monólitos. “Eu não sei o que pode ser, mas é inegável a existência desses objetos. Quase toda a população de Quixadá e Quixeramobim já os viu, então, não pode ser ilusão ou história da carochinha”.