Mirassol é uma cidade paulista situada na região de São José do Rio Preto que, em 1979, foi palco de uma grande onda ufológica, como costumamos verificar nas mais diferentes regiões de nosso país. Nesse cenário, encontramos um jovem de 21 anos, vigia noturno na época de construção da indústria Transmóveis Fafá Ltda., que afirma ter tido um contato com seres extraterrestres muito significativo. Antônio Carlos Ferreira inclui em seus depoimentos a descrição de uma relação sexual com uma mulher não-humana. O caso ocorreu em meio a uma quantidade de ocorrências semelhantes, registradas em várias partes do planeta – inclusive no Brasil.
A residência do vigia situava-se quase ao lado da construção onde fazia guarda. Antônio Carlos era um jovem humilde, responsável e sem nenhuma instrução, sabendo apenas assinar seu nome por ter freqüentado o programa de educação do extinto Mobral. Não possuía conhecimento sobre o Fenômeno UFO, nem mesmo por televisão, pois trabalhava das 17h00 às 05h00 e dormia boa parte do dia. Na noite de 27 para 28 de junho de 1979, Antônio, juntamente com o cão pastor alemão Hongue, fazia sua costumeira guarda noturna na construção, que ficava ao lado de um posto de gasolina. Era parte de sua rotina bater o cartão de ponto de 15 em 15 minutos. Por volta das 24h00, surgiu um caminhão cujo motorista pretendia ficar na cidade para a tradicional festa de São Pedro. Conversando com Antônio Carlos, o motorista notou que o caminhão começou a falhar e resolveu seguir em frente, não pernoitando na cidade. Às 03h00 de 28 de junho, o jovem guarda bateu seu ponto, amarrou o cão e pendurou o relógio que trazia a tiracolo, dirigindo-se ao banheiro. Ao entrar, notou um estranho objeto que descia no pátio a aproximadamente 60 m do local onde se encontrava. Foi verificar do que se tratava e, ao sair, viu-se frente a frente com três seres de pequena estatura – pouco mais de um metro – que o imobilizaram com uma luz vermelha proveniente de uma pequena caixa.
Segundo sua descrição, esses homenzinhos usavam um traje de cor branca brilhante que cobria totalmente seus corpos, inclusive a cabeça, não possibilitando qualquer observação mais detalhada. Antônio verificou também que eles traziam no peito uma pequena caixa e nas costas uma caixa maior com um tubo ligado diretamente ao capacete, na altura da boca e do nariz. Nesse traje encontrava-se uma pequena insígnia do lado esquerdo, na altura do peito, no mesmo local onde normalmente usamos o bolso da camisa. Posteriormente, o rapaz viu que apenas os três portavam capacetes respiratórios e possuíam as insígnias, permanecendo de capacete mesmo dentro da nave-mãe.
Com um aparelho quadrado de aproximadamente 15 cm de largura e com dois orifícios na parte frontal, de mais ou menos 3 cm de diâmetro cada, projetaram uma luz vermelha que o imobilizou. A seguir, os três transportaram-no para a nave, tendo o jovem a impressão de que flutuavam em sua direção. Ao aproximar-se, notou que o objeto apoiava-se sobre um tripé do qual não foi possível observar detalhes. A porta tinha formato retangular e pequena altura, pois ele precisou abaixar-se para poder entrar. Quando o UFO decolou, Antônio Carlos percebeu um ligeiro zumbido como o de um transformador em funcionamento, e um frio percorreu-lhe todo o corpo. Os seres não lhe dirigiram a palavra em nenhum momento durante o percurso, fazendo com que ele permanecesse sentado em um banquinho.
Uma dúzia de tripulantes
Depois disso, o jovem vigia não se recordava de mais nada, tendo talvez sido posto em estado inconsciente pelos tripulantes do UFO. Lembrava-se vagamente da entrada na nave, só voltando a si quando estava em uma sala bem maior do que a da nave que o transportou. Nessa sala, ele viu uns 12 tripulantes, sendo que alguns deles eram verdes e outros mais escuros, de uma cor quase marrom. Falavam uma linguagem desconhecida e tinham um timbre de voz mais agudo do que o nosso, porém agradável. Ao que parece, os verdes falavam mais do que os escuros. Em certo momento da conversa, Antônio Carlos pôde entender uma palavra que lhe soou como “terráqueo”, não sabendo se falavam a respeito dele ou não. O abduzido lembrava-se também de ter visto um círculo no exterior da nave que girava a uma grande velocidade, emitindo uma luz vermelha. Essa observação foi feita quando ele se aproximou de uma janela protegida por algo parecido com vidro, contudo, não pôde ver melhor porque fizeram-no sentar novamente.
A iluminação interna da nave era de cor vermelha e verde. O jovem não pôde determinar o tempo que permaneceu na nave, nem mesmo recordou-se de como voltou. Só se lembrou do momento em que acordou, às 05h00, sentado na porta do banheiro. Ao despertar, Antônio sentiu-se bastante atordoado e com formigamento em todo o corpo que, aliás, persistiu por vários anos. Há um sinal de queimadura no braço esquerdo da qual ele não se recorda ter sentido. Em seu braço direito havia um sinal de picada na veia. Em seu corpo apareceram manchas escuras, principalmente nas costas. Sua mãe, dona Guaraçay, assustada, acordou seu marido que, ainda meio adormecido, disse-lhe que o barulho vinha da caixa d’água.
Dona Guaraçay, uma senhora bastante extrovertida, na época tinha 47 anos de idade e sempre viveu em função da rotina doméstica, levantando-se muito cedo para preparar o café para o marido que saía e para o filho que chegava. Na noite de 27 para 28 de junho, por volta da meia-noite, ela foi despertada por um ruído penetrante, descrevendo-o como “… um barulho forte demais, como se algo fosse estourar, zunia que parecia que ia explodir tudo”. Assustada, a dona da casa acordou seu marido que, ainda meio adormecido, disse-lhe que o barulho vinha da caixa d’água, coisa que segundo ela nunca havia acontecido antes. Esse estranho ruído permaneceu por mais de 15 minutos, voltando depois a incomodar por mais algum tempo. É interessante que o barulho se deu no mesmo horário em que o caminhão afogava o motor.
Estranhas reações
Segundo dona Guaraçay, sempre que seu filho chegava em casa pela manhã, costumava brincar com ela, inclusive acordando-o para conversar. Porém, na manhã de 28 de junho seu comportamento foi bem diferente do habitual. Antônio Carlos chegou calado, passou por ela sem querer o café, tomou seu banho e foi diretamente para a cama. A mãe, estranhando a atitude do filho, foi até seu quarto julgando que o moço estivesse doente, perguntando se ele queria leite. Para seu espanto, ouviu a seguinte resp
osta: “Estou tão contente hoje, mas tão contente!”. Querendo saber o motivo de tanta alegria, dona Guaraçay teve notícia do fantástico acontecimento. Apavorada com o que ouviu, chamou o senhor Alonso, seu vizinho, para que também ouvisse o relato. Contudo, ambos julgaram tratar-se de roubo.
Mais tarde, ainda assustada, a mãe do rapaz telefonou para o senhor Modesto, chefe da obra, para informar-lhe o ocorrido e para que ele verificasse se algo havia sido furtado. Por volta das 08h00, dona Guaraçay dirigiu-se à casa do investigador policial José Zanvello Neto – conhecido na região como Zézo – e contou-lhe toda a história. A senhora pediu a Zanvello que fizesse uma busca no local para averiguar se tinha acontecido roubo. O investigador foi a primeira pessoa a analisar oficialmente o local. Na parte do terreno onde Antônio Carlos afirmava ter visto o UFO descer, foi constatada uma área circular completamente varrida do pó que se encontrava por toda parte devido ao serviço de terraplanagem feito recentemente no local. Dona Guaraçay verificou, posteriormente, que o capim do barranco junto ao local estava todo chamuscado, como se tivesse pegado fogo. Depois disso, ao lavar a roupa de seu filho, notou que o paletó estava rasgado no forro e no bolso de cima, havia manchas na camisa e a cueca usada na ocasião estava em tiras – essa peça desapareceu inexplicavelmente.
Antônio Nascimento, um homem simples, de meia idade, também vigia noturno em uma construção localizada a aproximadamente 350 m do local do avistamento, declarou que na madrugada de 28 de junho, mais ou menos às 03h00, observou uma bola luminosa de cor vermelha, a cerca de 500 m de altura, perto da indústria Transmóveis Fafá Ltda. O objeto era tão brilhante que iluminava tudo à sua volta. Sem se preocupar com o que seria, Antônio Nascimento continuou sua guarda, entrando na construção e não observando assim a ascensão do UFO. Neiva Ferreira de Oliveira, uma jovem que residia ao lado da casa de Antônio Carlos, tinha o hábito de ficar assistindo televisão até tarde. Na noite de 27 para 28 de junho ela estava com a televisão ligada quando ouviu, mais ou menos à meia-noite, o mesmo ruído descrito por dona Guaraçay. Sem dar atenção ao fato, continuou assistindo a programação até que, por volta das 02h30, a TV saiu repentinamente do ar. A jovem, frustrada pela interrupção, desligou o aparelho e foi dormir, pois todos os canais saíram do ar ao mesmo tempo.
O senhor Alonso de Oliveira, pai de Neiva e vizinho de Antônio Carlos, confirma que na manhã de 28 de junho foi chamado por dona Guaraçay que, muito nervosa, pediu-lhe que ouvisse o relato do filho, dizendo-lhe que pulasse o muro que separa os quintais para não perder tempo. Na ocasião, pensou tratar-se de roubo, sugerindo que a polícia fosse notificada o mais breve possível. O cão pastor alemão que acompanhava Antônio Carlos na noite do contato apresentou visíveis mudanças de comportamento nas semanas seguintes ao fato: não comia direito, não atendia as ordens dadas, embora fosse um cão adestrado e muito obediente. Não dava atenção a ninguém que se aproximasse dele, nem mesmo para um garoto do qual o cão não gostava e costumava rosnar muito bravo sempre que o via. Nas guardas seguintes ao fato, o pastor demonstrava medo ao se aproximar dos locais onde se deram os acontecimentos.
Avistamentos constantes
Para obtermos maiores detalhes dos tripulantes e da nave, além dos fatos acontecidos em seu interior, efetuamos duas sessões de hipnose regressiva com Antônio Carlos. Essas regressões foram feitas no Instituto Braid – Centro de Atendimento Integrado de Psicologia, Parapsicologia e Aplicação de Recursos da Mente, na cidade de São José do Rio Preto (SP). As duas sessões foram conduzidas pelo parapsicólogo Álvaro Fernandes, membro do Grupo Aura de Pesquisa Ufológica, e tiveram grande êxito. A primeira aconteceu no dia 05 de agosto de 1979, sendo iniciada por Álvaro Fernandes e conduzida por este autor. Foi uma regressão indireta, feita através de uma sensitiva em estado hipnótico. A segunda, por sua vez, foi uma regressão direta, feita no dia 19 de agosto de 1979, iniciada por Álvaro Fernandes e conduzida pelo doutor Walter Bühler, presidente da então Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores (SBEDV), que faleceu em seguida. As duas regressões foram idênticas, e ambas confirmaram tudo o que o jovem havia relatado anteriormente.
Os fatos se desenvolveram em uma seqüência lógica e bem definida nas regressões, sem qualquer contradição que pudesse eventualmente ocasionar dúvidas quanto à sua veracidade. Com isso, conseguimos vencer o bloqueio mental de Antônio Carlos e obtivemos assim o relato completo da sua fantástica aventura. Soubemos que, na ocasião do contato, o cão pastor que se encontrava próximo ao banheiro, preso à guia, ao tentar enfrentar os estranhos seres, foi imediatamente subjugado, caindo como se estivesse morto. Em seguida, os extraterrestres apontaram uma luz vermelha para o rosto do jovem que, no mesmo instante, sentiu-se paralisado, sendo conduzido para uma pequena nave. Ao ser transportado, o abduzido não sentia seus pés tocarem o solo, tendo a impressão de estar flutuando. O UFO também não encostava no chão.
Segundo Antônio Carlos, o objeto era metálico, com uma iluminação interna de cor amarela parecida com fogo, sendo um pouco mais clara. Além dos assentos, possuía um painel redondo com inúmeros aparelhos e botões controlados por um dos tripulantes. A altura da nave era de aproximadamente 2 m, sem janelas, tendo apenas uma pequena porta retangular. Ao descer do pequeno objeto, notou que se encontrava em uma sala de aspecto sombrio, com luzes diversas, azuis, marrons e cor de fogo. Notou também que a nave de transporte não se apoiava no piso da outra, mas que flutuava a alguns centímetros dela. De lá, Antônio Carlos foi levado, ainda flutuando, para uma sala grande com muitos aparelhos, onde observou diversos seres de baixa estatura, vestidos com uma espécie de macacão branco que lhes cobria todo o corpo até o pescoço, tendo as mãos recobertas por luvas brancas. Os ETs traziam à altura do peito uma insígnia que não foi descrita com detalhes na hipnose.
Havia na nave dois tipos distintos de tripulantes, porém todos com altura de 1,20 m aproximadamente. Tinham cabeça desproporcionalmente grande, quase o dobro da nossa. Alguns possuíam a pele cor de chocolate, olhos grandes e pretos, sem cílios e sem sobrancelhas, puxados como dos chineses. O nariz era comprido e chato, a boca grande com lábios mais ou menos grossos, o queixo era fino e pontudo. Seu cabelo era crespo de cor avermelhada, orelhas grandes e pontudas,
aparentando ter quase o dobro do tamanho das nossas. Já os outros seres, de pele esverdeada, tinham cabelos pretos e lisos, nariz grande e fino, olhos verdes puxados, boca grande e lábios finos, orelhas e queixo grandes e pontudos.
Aproximação de uma tripulante
Ao que parece, a sala em que o abduzido se encontrava tinha várias repartições. As paredes eram metálicas e brilhantes, contendo uma delas um painel bem grande com luzes verdes e vermelhas. Na outra foi vista uma pequena janela redonda, protegida por uma espécie de vidro vermelho. Por duas vezes, Antônio Carlos aproximou-se dessa janela, sentindo-se apavorado ao ver a Terra tão pequena e distante. Observou uma parte da nave que girava em grande velocidade emitindo uma luz vermelha, notando também um movimento pendular e podendo observar no topo externo da nave uma grande luz rubra que girava sobre si mesma. Na parede oposta à janela, havia um grande quadro com desenhos esquisitos de cor verde brilhante, semelhante a um mapa que ofuscava a visão quando se olhava para ele.
A sala era profusamente iluminada com luzes fluorescentes, tendo na parte central do teto uma grande luz de cor amarela. Antônio Carlos recordou-se que o piso da sala era de cor escura, em contraste com as paredes que eram brancas e brilhantes. Havia no local muitos aparelhos, sendo que um lhe chamou muito a atenção. Tinha formato retangular, cinco botões verdes e uma luz redonda na parte superior, da qual saíam diversos fios. Esse aparelho parecia-se muito com uma televisão, embora não possuísse uma tela de projeção característica. Os seres extraterrestres colocaram Antônio Carlos em frente a esse aparelho e o rapaz achou que fosse para tirar fotografia. Mas, ao que parece, a máquina informava seus pensamentos e reações.
Em um outro setor da mesma sala, o jovem observou uma grande mesa retangular com diversos bancos retangulares e redondos de cor escura. Perto dos aparelhos havia uma espécie de divã onde Antônio Carlos foi colocado, deparando-se com uma extraterrestre, completamente nua, que demonstrava claramente suas intenções enquanto tentava pegar suas mãos. Pelas informações obtidas, a jovem tripulante seria mais alta que os homens, devendo chegar a 1,50 m de altura e pertencia ao grupo dos ETs de pele cor marrom, possuindo pêlos vermelhos na região do púbis e a pele bastante fria. A extraterrestre em nenhum momento dirigiu a palavra ao abduzido, expressando-se apenas por gestos e por tentar beijá-lo várias vezes enquanto estavam juntos.
Segundo Antônio Carlos, a moça era muito feia e seu contato dava uma espécie de choque elétrico muito desagradável. Tal sensação, segundo avaliamos, tanto poderia ser real como psicológica, causada pela repulsa que sentia por ela. A moça tentou aproximar-se novamente e pegar novamente em sua mão, mas foi mais uma vez violentamente repelida por Antônio, que estava apavorado. Ainda assim, os seres extraterrestres venceram. Depois de colocá-lo no divã, eles tentaram tirar a roupa do rapaz. Devido à sua reação, deram alguma composição química para o abduzido cheirar, algo de odor forte e desagradável que o enfraqueceu. Suas roupas foram tiradas à força, sendo algumas peças rasgadas, principalmente sua cueca. A jovem tripulante finalmente conseguiu pegar na mão do rapaz. A essa altura, os abdutores lhe aplicaram uma injeção na veia do braço direito, fazendo com que ele ficasse totalmente inerte. Em seu braço esquerdo foi colocado um aparelho cuja finalidade é desconhecida.
Os seres extraterrestres passaram um óleo de cor escura em suas pernas, órgãos sexuais, peito, costas e nuca. Em seguida, fizeram com que ele mantivesse relações sexuais com a tripulante, ficando ele sobre a moça. Deixaram-no algum tempo a sós com a jovem e, finalmente, resolveram tirar o aparelho de seu braço esquerdo, vestindo-o de novo e passando mais uma vez o óleo em suas pernas. Durante todo esse tempo, os tripulantes falavam entre si em um idioma desconhecido. Porém, sem explicação, o abduzido conseguia entender perfeitamente tudo o que diziam, como se fosse uma forma de telepatia. Os ETs falavam para ele que não tivesse medo, pois não fariam nada de mal e ele seria devolvido à Terra. Afirmaram ainda serem de outro planeta e que o abduziram porque queriam uma criança para futuros experimentos. Disseram também que voltariam para buscá-lo e que poderia ver seu futuro filho, uma criança híbrida do sexo masculino. Quando viessem buscá-lo, os ETs mandariam três sinais, mas não disseram quais seriam esses sinais.
Depois, Antônio Carlos sentiu fome e os aliens lhe deram um líquido escuro, desagradável e esquisito para beber. Quando as experiências terminaram, ele foi levado para uma sala escura onde nada podia ser visto. Depois, foi colocado na nave de transporte e devolvido à Terra. Quando recobrou os sentidos, estava ao lado do banheiro da empresa em que trabalha e o objeto voador não identificado já tinha desaparecido. Daí para frente, relatou com absoluta precisão os mesmos acontecimentos narrados em entrevistas anteriores às regressões.
Pequena sonda esverdeada
Na manhã de 10 de setembro daquele ano, fui procurado antes das 07h00 por dona Guaraçay que, com visível nervosismo, dizia-me que os tripulantes do UFO haviam se comunicado com seu filho e que eu deveria procurá-lo. Antônio Carlos contou que na noite anterior, como era de hábito, tinha ido à casa de sua noiva. Tudo transcorrera como de costume: o jovem encontrava-se na sala acomodado em um sofá ao lado de Jandira, conversando com os pais dela a respeito do casamento que seria no próximo sábado. Por volta das 20h00, repentinamente, tanto o pai como a mãe da moça sentiram-se bastante sonolentos e resolveram ir para a cama, embora fosse ainda cedo para isso.
Ao ficar sozinho com a noiva, Antônio Carlos viu uma pequena esfera verde que se movimentava pela sala, dirigindo-se para o seu lado, pairando atrás da garota que imediatamente adormeceu em seu ombro. Sentiu um forte formigamento em todo o corpo e passou a entender, sem saber como, a mensagem que os extraterrestres lhe enviavam. Disseram para não ter medo, pois iriam ajudá-lo a melhorar de vida e que, sempre que necessário, iriam comunicar-se com ele. Mostraram seu descontentamento com a regressão que fizera. Informaram-lhe também que não deveria fazer uso do cigarro – embora não sendo viciado, às vezes fumava alguns cigarros.
Os seres extraterrestres falaram que sua mãe estava fazendo muito estardalhaço em torno do assunto e que e
la deveria ser mais discreta. Quanto ao seu casamento, os ETs disseram que não havia importância e que ele não deveria se casar na igreja. Comunicaram a ele ainda, telepaticamente, que eram os responsáveis por alguns atropelos que vinham acontecendo em sua vida, atrapalhando inclusive alguns detalhes do casamento. Depois disso, a luz desapareceu, a moça acordou e tudo voltou ao normal.
“Uma fraternidade cósmica”
Num terceiro contato com os mesmos seres, do qual não pôde precisar a data, Antônio Carlos foi raptado e levado para um local onde havia muitas naves. Deitado em uma cama, foi forçado a tomar um líquido amarelo, injetaram outro líquido da mesma cor em sua veia e colocaram um aparelho em seu braço esquerdo. A seguir, mostraram-lhe seu filho, realmente do sexo masculino, e a mãe do garoto híbrido. Antônio Carlos descreveu a extraterrestre exatamente da mesma forma que havia feito no seu primeiro contato e o garoto como sendo igual à espécie da mãe. Depois disso, novos contatos se repetiram, onde o mesmo tipo de exame era realizado. Numa dessas operações, o rapaz soube que estava sendo preparado – com uma marca no lado esquerdo do corpo, semelhante ao emblema que usavam em suas roupas – para que os seres extraplanetários pudessem contatá-lo sempre que fosse necessário.
Na manhã de 16 de julho de 1984, Jandira, mulher de Antônio Carlos, ao despertar por volta das 06h00, viu que seu marido não estava na cama. Mais um seqüestro havia acontecido. Depois de voltar, o abduzido contou que foi raptado ao ir no banheiro – que ficava fora da casa – por volta de 01h30. Misteriosamente, acordou somente às 08h00, num terreno atrás de sua casa. Notava-se mais uma vez a característica marca de agulha em seu braço esquerdo. No entanto, agora, havia um intervalo de tempo de quase sete horas de amnésia. Resolveu-se então fazer nova regressão hipnótica para descobrir o que havia acontecido em tão longo tempo. O que se pôde verificar dessa vez foram novas e surpreendentes experiências. Seu rapto foi efetuado da maneira habitual, sendo ele sugado por uma luz verde. Entrou na nave e foi submetido aos já conhecidos exames. Logo depois, pela primeira vez, Antônio Carlos citou a presença de outros seres na nave, diferindo completamente dos familiares verdes e morenos. Estes eram de pele clara, com traços fisionômicos idênticos aos nossos, cabelos compridos e louros, olhos grandes e azuis, com estatura superior a 1,70 m. Seus trajes eram diferentes e não usavam emblemas na vestimenta.
Após ter tomado um líquido amarelo, Antônio Carlos foi levado a um compartimento onde lhe deram um traje espacial para vestir, juntamente com um capacete respiratório. Já com a roupa, foi levado para conhecer a nave. Pouco depois, pousaram num lugar que parecia ser uma base de operações, onde pôde ver abrigos e robôs. Descreveu o chão como tendo areia muito branca e fina, grandes montanhas com picos em forma de agulha e crateras de tamanhos variados, tudo encoberto por uma neblina cinzenta. Observou ainda uma grande quantidade de diferentes seres trabalhando em conjunto, “como uma fraternidade cósmica”, segundo relatou. Conseguiu descrever detalhadamente todos os seres, lugares e objetos que viu nessa viagem. Em seu sétimo contato, em 04 de novembro do mesmo ano, por volta das 22h30, Antônio Carlos acordou sentindo muito calor e vontade de sair para o quintal. Assim que saiu, foi envolvido por uma luz vermelha que o puxou mais uma vez para o interior de uma pequena nave. Em poucos segundos, já se encontrava dentro de outra maior. Nova regressão foi feita e constatou-se que fizera outra viagem ao mesmo local do rapto anterior.
O caso de Antônio Carlos Ferreira é um exemplo claro de que as visitas de aliens à Terra e seus procedimentos de abdução seguem uma ‘agenda’ específica, que nos envolve de maneira muito particular. Ignorar essa realidade é um grave erro que a Ufologia não pode cometer
— Ney Matiel Pires, professor e ufólogo de Mirassol (SP), falecido em 04 de novembro de 2003, foi o principal investigador do referido caso
Os seqüestros de Antônio Carlos não terminaram por aí. Ele chegou a ter mais de 16 contatos com seres extraterrestres. Sempre que ocorriam, ele nos informava em seguida. Seu nono contato, no entanto, trouxe uma novidade: teve testemunhas que o viram desaparecer por longo tempo e reaparecer após um forte vento. Estando empregado na guarda noturna municipal e tendo tomado o cuidado de avisar seus companheiros dos casos estranhos que lhe sucediam, na noite de 06 de fevereiro de 1985, por volta de 00h30, Antônio Carlos começou a sentir a presença dos alienígenas. Logo a seguir, encontrou-se com José Benedito da Silva que, estranhando o comportamento do colega, brincou com ele dizendo que talvez fossem os ETs chegando, mas que “ficaria de olho”. E, de fato, o colega ficou. Assim que Antônio Carlos virou a esquina, surgiu a luz verde e mais um seqüestro se efetuou. Momentos depois, sua ausência foi notada e seus colegas iniciaram uma busca pelos arredores, sem encontrá-lo.
Por volta da 04h00, o guarda Fausto Elísio Pereira entrou no quintal da Delegacia Regional Agrícola para ver se estava tudo em ordem. Repentinamente, as árvores do quintal começaram a se mexer violentamente, como se estivessem envolvidas por um forte redemoinho. O guarda notou ainda que somente aquelas árvores se agitavam, sendo que as demais não se moviam e a noite estava calma e sem vento. Assustado com o fenômeno, Fausto correu para a rua, encontrando-se mais à frente com José Benedito e outro guarda.
Filho híbrido no espaço
Os três seguiram para o local e, ao se aproximarem da entrada, as árvores ainda se agitavam fortemente. Ouviram por duas vezes algo parecido com uma risada seguida de um incessante eco. Então tudo voltou à normalidade e, ao entrarem no quintal, encontraram Antônio Carlos deitado de bruços com os braços estirados para frente. De acordo com o depoimento dos guardas, seu corpo estava gelado. Só conseguiram acordá-lo às 04h30. O último contato de Antônio Carlos foi em 1988. Sua simplicidade sempre deu crédito aos seus depoimentos, pois uma pessoa com tão pouca cultura não poderia criar histórias tão fantásticas e ricas em detalhes, sustentando-as por tantos anos. Nunca mais viu seu filho híbrido.