O Rio de Janeiro, apesar de ser um dos menores estados do país, sempre foi responsável por uma expressiva parcela da casuística ufológica nacional. Desde que o jornalista João Martins e o fotógrafo Ed Keffel voltaram da Barra da Tijuca com polêmicas fotos, supostamente documentando a presença de um disco voador no céu da cidade, a presença de UFOs e seus tripulantes tem sido marcante no estado — e um dos municípios mais ricos nessas manifestações é, sem dúvida, Valença. As visitas de discos voadores àquela cidade nos últimos anos têm sido tão significativas que acabaram por provocar a criação, no final do século passado, de um grupo de pesquisas para acompanhar e estudar a rica incidência, o Grupo de Estudos Ufológicos de Valença (GEUVA). Vários dos seus membros já tiveram suas próprias experiências com o fenômeno ufológico.
Em 1996, esse autor e o pesquisador Alexandre Bonfim, ambos membros da Associação Fluminense de Estudos Ufológicos (AFEU), receberam um convite da diretoria do GEUVA para acompanhar e participar de suas investigações do grupo — na ocasião se pôde constatar o quanto a presença de naves alienígenas era marcante na região, sendo um dos casos mais extraordinários o que ocorreu com a enfermeira Raquel Alves Marques. No dia da experiência, a testemunha havia chegado a sua residência no final da tarde e sentiu, pouco tempo depois, uma vontade incompreensível de voltar a sair para dar uma volta pelo bairro onde mora, como se estivesse sob uma interferência de uma “outra vontade”. Apesar de suas filhas terem insistido muito em acompanhá-la, Raquel não permitiu e acabou saindo realmente sozinha. Depois de andar poucos minutos pelas ruas próximas, acabou por entrar na estrada que liga Valença à cidade de Rio Preto, não muito longe dali.
Minutos depois, a moça parou e, ao olhar para trás e para o alto, em direção às montanhas, notou a presença de um objeto voador de forma oval que emitia uma intensa luz cor de rosa. A testemunha ficou como que hipnotizada olhando para o aparelho e, apesar de ser inverno e estar muito frio, Raquel começou a suar muito. Segundo seu relato, teve a sensação de que estava sendo sugada pelo objeto. Conforme narrou em seu depoimento, “era como se o mundo tivesse parado e parecia existir apenas eu e o UFO”. A enfermeira não se recorda de ter visto o artefato partir, e depois de um tempo, que não sabe precisar, retornou à sua casa e tomou um banho. Sem entender porque, embora se considerando uma pessoa temerosa, Raquel resolveu voltar sozinha ao local onde tinha avistado o UFO naquela mesma noite, mas o aparelho já não estava mais lá.
Registro da memória consciente
Dois dias depois de sua experiência, a testemunha reparou a presença de um estranho hematoma na parte interna de um de seus braços — mas não se recorda de nada que justificasse a existência daquela misteriosa marca. O hematoma ficou visível por duas semanas, até que desapareceu progressivamente. Durante os dias seguintes, a enfermeira passou a acordar no meio da noite e sentir dificuldade em voltar a dormir. Esses sintomas levaram a questionar se ela teria vivido algo mais que sua memória consciente registrava. Poucas semanas depois, voltou a avistar um UFO durante uma viagem entre as cidades de Três Rios e Valença, no interior do Rio de Janeiro — o fato aconteceu nas proximidades da localidade de Rio das Flores e, dessa vez, seu marido e suas filhas também observaram o fenômeno.
O caso de Raquel apresenta alguns pontos realmente obscuros, mas infelizmente não se conseguiu até hoje levá-la a realizar uma hipnose regressiva, fato que poderia favorecer uma visão mais completa de suas experiências. Na mesma época em que passou pelos incidentes, estavam sendo registradas várias observações de objetos voadores misteriosos em uma fazenda situada a poucos quilômetros da parte urbana da cidade de Valença. A principal testemunha desses fenômenos foi a médica Maria José Carlos de Freitas, dona da propriedade. As primeiras experiências registradas naquele local aconteceram em 1992, quando uma estranha luz de cor amarela, que brilhava como ouro, foi vista por Maria José durante várias noites sobre o terreno situado atrás de sua casa. Mas foi na noite do dia 21 de junho de 1996 que os fenômenos começaram a ficar mais impressionantes.
Naquela ocasião, quando chegava à sua residência de carro, a médica notou mais uma vez a presença daquela luz amarelada — o artefato estava pairando sobre o mesmo ponto de onde já vinha sendo observado desde 1992. Como seus filhos ficaram com medo, ela entrou rapidamente em sua casa com eles e depois se dirigiu sozinha para o terreno do lado de fora. O UFO começou então a se movimentar, até posicionar-se bem em frente à residência. Pouco depois, ainda naquela mesma noite, por volta das 23h00, Maria José observaria dois objetos de forma discoide emitindo uma luz vermelha sobrevoando lentamente a propriedade. Um deles chegou a liberar uma espécie de fumaça branca pela parte inferior. Não foi constatado qualquer tipo de ruído que pudesse ser atribuído aos discos, que foram observados à curta distância, antes que desaparecessem.
O UFO se aproximou lentamente
Na noite de 29 de julho de 1996, a médica teve outro avistamento importante. Dessa vez, estava dirigindo na estrada que passa em frente à sua propriedade quando teve a oportunidade de avistar a mesma luz amarela pairando bem acima da casa principal da fazenda. Ela parou o carro e ficou observando o artefato com receio — mas poucos minutos depois ele desapareceu. Alguns dias após esse fato, também à noite, Maria José percebeu novamente o mesmo objeto planando sobre o terreno atrás de sua casa. Dessa vez, no entanto, ele começou a se aproximar lentamente e a ficar cada vez maior, até que a testemunha passou a ter medo e correu para chamar sua irmã, que mora em outra casa dentro da mesma propriedade.
Segundo a testemunha, muitas vezes durante os avistamentos, com o passar do tempo, a luz que inicialmente aparecia amarela se transformava em um objeto em forma de disco, que passava a emitir uma intensa luminosidade vermelha. “Quando os UFOs aparecem, geram uma forte interferência na televisão. A imagem, normalmente limpa e firme, captada por uma antena parabólica que fica no terreno atrás da casa principal, parece que se torna distante no fundo do tubo, apresentando ainda um efeito de chuvisco”, disse. Em certa noite, ela chegou a ouvir várias vozes falando em uma língua desconhecida através da televisão. Poucos dias antes de chegada desse autor à fazenda
ocorrera uma nova manifestação da nave em forma de disco emitindo luz vermelha — mas, dessa vez, ao contrário dos casos anteriores, o UFO apresentou uma velocidade bem maior, levando a testemunha a brincar com o fato. “Eles estavam em meio a uma operação de emergência”.
Naquela mesma noite, as luzes da casa de uma conhecida, que fica a poucos quilômetros de distância de sua propriedade, apresentaram uma forte variação, justamente na hora em que o aparelho estaria sobrevoando a região, logo após se afastar da fazenda de Maria José. Algumas pessoas daquela localidade descreveram fenômenos semelhantes aos observados pela médica. Uma delas garantiu que os UFOs muitas vezes parecem surgir inicialmente por cima da propriedade da doutora — mas, para a proprietária da fazenda, o fato mais preocupante dessa história foi a morte, até hoje sem explicação, de quatro bezerros, encontrados um ao lado do outro dentro do próprio curral, no início de 1996. Segundo Maria José, o veterinário que examinou os animais não teria encontrado nada que justificasse os óbitos, sugerindo como possibilidade a queda de um raio. A testemunha garantiu, entretanto, que na noite em que os animais morreram não havia notado nada assim. Inclusive, o curral fica a poucos metros de distância da casa principal da fazenda.
Estranho brilho alaranjado
Segundo o pesquisador Luciano Fraga Ribeiro, que faz parte da diretoria do GEUVA, desde a década de 40 já se registravam relatos pertinentes às aparições dos discos voadores nos céus de Valença. Ribeiro também é testemunha das manifestações ufológicas sobre a cidade, assim como a pesquisadora Suely Madeira, uma das fundadoras do GEUVA, já falecida — em 31 de agosto de 1996, Suely observou um UFO emitindo uma luz intensa sobre um morro da cidade. O aparelho chegou a se aproximar da testemunha, que teve tempo de chamar sua sobrinha para observar o fenômeno. O disco voador demonstrou alterar várias vezes sua coloração, apresentando alternadamente um brilho alaranjado e em alguns momentos amarelado. Cerca de 10 minutos depois do início do avistamento, o objeto foi se afastando lentamente, até ser perdido de vista rumo ao espaço. Além de sua sobrinha, testemunharam parte do fenômeno sua irmã e seu cunhado. Esse caso é apenas mais um exemplo entre tantos que se encontram na cidade de Valença.
O relato mais impressionante registrado em Valença, no entanto, é o da professora Vera Lúcia Guimarães Borges. Sua primeira experiência ufológica teria ocorrido no início da década de 50, quando ainda era uma criança. O fato aconteceu no começo da noite, quando brincava na calçada com uma prima, em frente à casa de sua avó. De repente, a rua foi iluminada intensamente por uma luz azulada que transformou a noite em dia. Nesse momento, segundo Vera, passava um carro pela rua e a luz do UFO era tão intensa que o motorista, impressionado, parou o veículo para observar de maneira mais atenta o fenômeno. Vera não teve coragem de olhar para cima, mas sim sua prima — ela declarou que algo como um “enorme holofote” era responsável pela claridade. A futura professora ficou tão assustada com o fenômeno que começou a chorar, sendo consolada por uma vizinha que também havia observado o objeto. “É a Mãe do Ouro, menina. Fique tranquila”, disse a mulher referindo-se a uma das lendas do folclore brasileiro atribuídas a UFOs.
A segunda experiência de Vera Lúcia com o Fenômeno UFO aconteceu pouco tempo depois, também na casa da avó, onde foi criada. Ela era uma criança muito medrosa e na noite desse fato acordou sentindo vontade de ir ao banheiro. A residência em que estava era muito ampla, seu quarto ficava na parte da frente da casa, junto à sala, e o banheiro estava nos fundos da mesma, depois da cozinha. Por estar com medo de ir sozinha até o banheiro, Vera tentou acordar sua avó, mas ela, apesar de ter sido despertada, permaneceu em seu quarto reclamando da menina, alegando que não havia motivo para aquele tipo de comportamento. Diante disso, acabou por ir sozinha e, ao voltar em direção ao quarto, foi progressivamente apagando todas as luzes que havia acendido para chegar ao banheiro.
Caindo no chão paralisada
Quando passava pela sala, ao olhar para a porta que dava acesso à rua, notou uma luz através do vidro que ficava por cima da mesma. Inicialmente, a testemunha pensou que alguém estivesse com uma lanterna, mas logo percebeu que a ideia era infundada devido à altura em que a luz estava. Amedrontada, Vera pensou em seguida se tratar da iluminação de um poste da rua, mas o mesmo não ficava naquela posição. Logo em seguida, para sua surpresa, aquela luz começou a aumentar sua intensidade, penetrando na sala e vindo em sua direção, até que a menina caiu no chão paralisada. Depois que a luminosidade desapareceu, Vera Lúcia conseguiu finalmente gritar por sua avó e acordou todos que estavam na casa. A senhora a encontrou ainda no chão e Vera se recorda até hoje que, ao ser tocada pela mesma e ser por ela levantada, sentiu como se existissem várias agulhas atingindo seu corpo. A testemunha disse que estava se sentindo muito mal, mas a avó mais uma vez a repreendeu, declarando que tudo aquilo não passava de mais uma de suas bobagens e que todos deveriam voltar a dormir. Vera Lúcia foi então para sua cama, mas ainda com a sensação de seu corpo estar repleto de eletricidade — a protagonista do caso teve muita dificuldade para dormir, pois algo realmente muito especial havia acontecido.
Aproximadamente uma semana depois, a testemunha notou o surgimento de uma espécie de queimadura na parte esquerda de seu quadril. E, nos dias seguintes, começaram a surgir na perna esquerda algumas manchas roxas, que ficaram altas e se transformaram em caroços que doíam muito. Ela foi então levada por sua avó a vários médicos, que não chegavam a qualquer conclusão sobre o estado de saúde da menina. Com o passar do tempo, as marcas foram desaparecendo sem deixar qualquer vestígio, até que, dois meses depois, a testemunha começaria a viver outro tipo de fenômeno. Na ocasião, sua avó recebeu a visita de um parente, e como era costume no interior, na época, as crianças tomavam a bênção dos adultos, beijando-lhes as mãos.
Sentir ou visualizar doenças
Para desgosto de sua avó, Vera Lúcia se recusou a pegar na mão da visitante e receber sua bênção, alegando que a mesma estava doente. De fato, cerca de um mês depois, a família recebeu a notícia do falecimento da mulher, que sofria de tuberculose, fato que sua avó desconhecia. Posteriormente, ao ir com sua tia visitar vizinhos, Vera Lúcia sentiu uma forte dor de cabeça ao entrar em determi
nada casa. Ela prontamente disse à tia que alguém naquela residência estava doente, justamente com o mesmo tipo de problema. Mais uma vez a menina foi repreendida por ficar falando besteiras, mas logo em seguida a dona da casa confirmava as palavras de Vera Lúcia, informando que a sua filha estava no quarto com uma forte enxaqueca.
Diante de tão estranha fenomenologia, Vera Lúcia passou a ser levada por seus familiares a psiquiatras, centros espíritas etc, sempre na busca de solução para o que consideravam um problema. Mas os fenômenos continuaram incompreensíveis para ela — que havia adquirido a capacidade de sentir ou visualizar doenças e outros problemas de saúde nas pessoas. Diante da incompreensão de sua família, durante muito tempo ela resolveu ficar em silêncio, até que, com o passar dos anos, já adulta, começou a utilizar suas faculdades para ajudar as pessoas. Um dos casos mais impressionantes de que se recorda aconteceu em 1973, época em que Vera Lúcia dava atendimento em um centro espírita de sua cidade.
O fato aconteceu com a senhora Ivanir da Silva, que estava com intensa hemorragia, já desfalecida. Tendo visto aquilo, Vera Lúcia sentiu vontade de colocar a mão sobre o estômago da mulher e depois sobre um copo com água. Naquele momento, seu braço começou a vibrar e a hemorragia parou, voltando a senhora a recobrar seus sentidos. Depois de aproximadamente um mês, dona Ivanir a procurou para dizer que seu médico, o doutor Paulo Pentagna, havia perguntado a ela o que teria acontecido com a úlcera que, segundo ele, devido à gravidade, só teria solução com uma cirurgia. Assim, gradativamente, as faculdades paranormais de Vera Lúcia se tornaram muito conhecidas em sua cidade, e com o tempo ela recebeu cada vez mais pessoas em sua casa — até que a situação se tornou insustentável, a ponto de não ter mais tempo para cuidar de si mesma e de sua família.
Mas, ao contrário de alguns supostos paranormais, videntes e contatados, que dizem ter poderes superiores, Vera Lúcia nunca cobrou um centavo para tentar ajudar as pessoas, ficando gratificada simplesmente com um sorriso ou um agradecimento quando, de alguma maneira, conseguia ajudar àqueles que necessitavam. Chegou várias vezes a receber pedidos de ajuda de profissionais da área médica em casos mais desesperadores, nos quais um diagnóstico urgente se fazia necessário. Em uma dessas ocasiões, foi chamada às pressas ao pronto-socorro da cidade para ver uma menina que havia sido picada aparentemente por uma cobra — os médicos precisavam rapidamente dar soro à garota, pois sua perna já estava inchada e apresentava diversos machucados que dificultavam uma identificação definitiva do problema.
Estados patológicos graves
Apesar da evidente pressão que recebeu, quando conseguia relaxar um pouco, Vera Lúcia percebeu que na verdade a menina havia sido picada por um escorpião e informou ao médico que a atendia. Pouco tempo depois, chegava ao pronto-socorro a mãe da criança com a informação de que em sua propriedade os escorpiões realmente proliferavam. Vera Lúcia acertava seu diagnóstico novamente. Muitas vezes, era difícil para ela ser responsável por levar às pessoas notícias e informações sobre estados patológicos graves, isso para não falarmos de percepções ligadas aos seus próprios familiares.
Talvez o caso mais triste seja o da morte de seu primo, Ivan Borges Toledo. Em 27 de novembro de 1990, ele sofreu um acidente de carro na cidade de Barra Mansa, interior do Rio de Janeiro. Tendo as duas pernas totalmente esmagadas, foi levado para o hospital da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), na vizinha Volta Redonda, onde os médicos procuraram sanar a grave hemorragia. Após fazerem um rápido exame, chegaram à conclusão de que só a amputação das mesmas salvaria a vida do acidentado. Fátima, a irmã da vítima, ligou para Vera Lúcia pedindo a ela que “olhasse” para seu irmão, ainda que a distância, a fim de ver o que estava acontecendo — naquele momento, Toledo ainda estava consciente, desesperado e dizendo que não queria morrer. Depois de se concentrar, Vera Lúcia percebeu que seu primo também estava com uma hemorragia na parte abdominal, comunicando o fato à sua amiga Suely Madeira. Durante duas horas ela tentou se comunicar por telefone com os médicos no hospital, sem sucesso. Às 18h15 daquele dia, sua prima ligou novamente dando a notícia que Toledo havia falecido por causa de outra hemorragia, que não havia sido detectada, supostamente não identificada pelos médicos devido à gravidade dos ferimentos nas pernas.
O que haveria por trás dessa inusitada e surpreendente capacidade de Vera Lúcia, desenvolvida após suas experiências ufológicas? Anos atrás, ela e Suely Madeira viajaram até a cidade de São Thomé das Letras, em Minas Gerais, e lá conheceram casualmente o advogado e ex-ufólogo Ubirajara Franco Rodrigues, que também estava visitando a cidade. Vera Lúcia sentiu que Rodrigues poderia ajudá-la a entender os mistérios de sua vida e pediu auxílio ao pesquisador. Ele então convidou ambas a irem até a cidade mineira de Varginha, onde residia, para que pudesse estudar melhor o caso. Chegando lá foi realizada uma série de testes buscando aferir as capacidades mentais de Vera Lúcia, mas foi apenas através da realização de uma hipnose regressiva que a verdade começou a surgir — e revelando outros detalhes referentes à noite em que ela havia caído no chão da casa de sua avó, depois de ser atingida por aquela misteriosa luz. A hipnose mostrou que Vera caiu sobre o lado direito de seu corpo, ficando totalmente paralisada, mas consciente.
ETs com macacão prateado
Logo em seguida ela observou dois seres que aparentemente pareciam ter atravessado a porta da sala. Através da hipnose, descobriu-se que as criaturas — um homem e uma mulher — se aproximaram de Vera Lúcia flutuando, sem que seus pés tocassem o piso. O homem era moreno, tinha traços orientais e apresentava cabelo negro, tão colado à cabeça que quase parecia uma touca. Já a mulher tinha a mesma cor de pele, os mesmos traços orientais de seu companheiro, porém um cabelo mais cheio. Ambos eram altos e estavam usando uma espécie de macacão prateado, ligeiramente fosforescente. Eles não moviam os lábios, mas Vera Lúcia, que só conseguia movimentar os olhos, de alguma maneira sentia que podia confiar neles. Segundo ela, os seres transmitiam muita paz. A mulher manteve certa distância da menina, ainda flutuando, enquanto o homem se inclinou sobre o seu co
rpo — tinha uma espécie de aro de luz, como se fosse um grande anel com brilho dourado.
Presente deixado por alienígenas
O estranho visitante aproximou o aro do quadril de Vera Lúcia, deixando o mesmo durante um bom tempo nessa posição. Em seguida, foi passando o aparelho sobre o seu corpo até chegar à cabeça, lá permanecendo durante um período maior. Na sequência dos acontecimentos, a criatura voltou a posicionar aquele misterioso aparelho sobre o quadril de Vera Lúcia e, em seguida, passou-o sobre o seu corpo, sem tocá-lo. Levou-o até a posição de seus pés, retornando o instrumento mais uma vez até seu quadril, quando então se levantou e, juntamente com a criatura feminina, foi se afastando lentamente, flutuando. Os dois seres desapareceram em seguida, juntamente com a própria luz que havia atingido e derrubado a menina no início da experiência. Logo após o fato, ela conseguiu finalmente gritar por sua avó, que a ajudou a se levantar — tinha terminado nesse ponto sua surpreendente experiência. Depois daquela noite, com o passar dos anos, Vera Lúcia teve outros avistamentos que podem ou não estar relacionados aos fatos narrados.
Em uma dessas vezes, também durante a noite, quando estava com sua prima — a mesma de sua primeira experiência —, observaram no céu, por trás de uma nuvem, uma grande claridade que Vera Lúcia pensou inicialmente ser gerada pela Lua. Pouco tempo depois, no entanto, sua prima alertou-a para o fato de a Lua estar visível em um ponto diverso do céu. Em seguida, elas e outras pessoas que estavam na rua puderam notar a presença de um objeto em forma de charuto, que de repente desapareceu. Ela tinha apenas 12 anos de idade na época.
Os dois seres desapareceram em seguida, juntamente com a própria luz que havia atingido e derrubado a menina no início da experiência. Logo após o fato, ela conseguiu finalmente gritar por sua avó, que a ajudou a se levantar
A última experiência que Vera Lúcia teve com UFOs aconteceu já na década de 80, em companhia de seu irmão. De repente, ambos tiveram uma sensação “muito gostosa” em seus ouvidos, conforme descreveu. Segundo a testemunha, “era como se milhares de pequenos cristais estivessem batendo uns nos outros”. Os irmãos olharam para o céu juntos e perceberam um objeto semelhante a uma aliança de brilhantes — uma espécie de anel de luzes saindo de trás de um morro. O objeto pairou por cima dos dois e logo depois desapareceu, desfazendo-se no céu como em um passe de mágica.
Casos como o de Vera Lúcia fazem refletir sobre a real natureza do Fenômeno UFO e, principalmente, motivam a busca de seu sentido, do que existe por trás de muitas dessas experiências. Hoje a testemunha parece não ter dúvidas sobre a origem de seus poderes e que de alguma forma, por motivos ainda desconhecidos, foi “preparada” pelos visitantes daquela noite para uma missão de amor e fraternidade. Vera Lúcia é uma pessoa simples e honesta, sempre pronta a ajudar seus semelhantes, e que somente nos últimos anos começou a divulgar a totalidade de sua história. Não podemos provar que suas capacidades especiais foram realmente um presente deixado por seres alienígenas, mas, conhecendo o valor de suas percepções, não ficaria surpreso se ela mais uma vez estivesse certa.