Durante os últimos 60 anos a Ufologia vem buscando, além de documentar as manifestações de UFOs, analisar a origem e as intenções de seus tripulantes. A hipótese da origem extraterrestre (HET) sempre foi predominante desde então, e continua sendo a mais coerente para explicar a maioria dos casos conhecidos em que seres de outras paragens são vistos e contactados em nosso planeta. Com o passar dos anos, porém, foi ficando claro que o fenômeno é muito mais amplo do que se supunha, envolvendo criaturas que não são simplesmente procedentes civilizações de carne e osso, surgidas em planetas rochosos. As especulações sobre os objetivos dos nossos visitantes, até então, ficavam restritas a três hipóteses: invasão do nosso planeta, curiosidade ou pesquisa e visitas para conscientização ou futuro intercâmbio.
Mas a questão ufológica é bem mais complexa e está íntima e inseparavelmente ligada a uma realidade maior que envolve nossa galáxia. As civilizações físicas ou encarnadas, como a nossa, refletem apenas parte do que existe no universo em que estamos imersos. Há outros níveis de existência mais amplos, que precisam ser sondados e conhecidos, visto que alguns seres que deles se originam já estão em contato com nossa espécie. Provavelmente a vida fervilha em todo o cosmos, nas formas mais diversas e algumas até impensáveis, mas a humanidade ainda não acordou para isso. É preciso que haja a conscientização de que outras formas de vida inteligente existem, que somos visitados por várias delas e que muitas têm interesses bem diferentes entre si ao se aproximarem de nós, havendo até lutas entre as partes.
Em UFO 95 publicamos um artigo sob o título original de O Bem e o Mal na Ufologia, um texto despretensioso e de poucas páginas, posto entre outros artigos maiores e mais importantes, naquela edição. Vários meses depois, o Portal UFO promoveu uma consulta aos leitores da publicação para eleger os 10 melhores artigos veiculados nos 20 anos de existência que a revista celebrava na época. Para nosso assombro, o referido artigo figurou na lista final, entre dezenas de outros já publicados nestas duas décadas. Constatou-se que havia uma demanda por parte do público para o tipo de análise desenvolvida por este autor naquela oportunidade: o posicionamento do fenômeno ufológico numa realidade mais ampla, ligada à situação da nossa e de outras humanidades e a existência de civilizações extraterrestres antagônicas – umas negativas e outras, digamos, benevolentes. Alguns estudiosos acreditam que boa parte daqueles seres que conhecemos como extraterrestres sejam, na verdade, entidades demoníacas e assemelhados. O ponto de vista defendido neste artigo é de que tais entidades efetivamente existem e que há uma estreita relação entre elas e aqueles alienígenas que chamamos de negativos. Uma análise ainda mais contundente desta questão é apresentada neste mês na edição UFO Especial 45, que tem como editor convidado o ufólogo paulista Carlos Alberto Millan e, como tema, Alienígenas Dimensionais – Anjos, Demônios ou Extraterrestres?
Entendemos como sendo extraterrestres negativos os que são inimigos da estrutura hierárquica divina do universo, e conseqüen-temente da humanidade, por ser esta um projeto iremos de “Mente Criadora”. Tais civi-lizações parecem ser orientadas ou até controladas pelas entidades que par-ticipam do processo conhecido como a“grande rebelião”, descrito na Bíblia e em outras escrituras sagradas. Essa rebe-lião ocorreu há éons,provocada por enti-dades espirituais que pretenderam ser independentes e ter suas próprias criações físicas, que tornaram-se seres sem a imagem divina. Segundo estudiosos, eles atuam como um braço físico dos ditos anjos caídos, que voltaram-se contra Deus e provocaram uma grande guerra que atinge a galáxia – um conflito entre o bem e o mal, falando sem meias-palavras. Essa visão da realidade cósmica que apresentamos certamente parecerá filosoficamente ingênua ou simplória para alguns, mas é bom nos perguntarmos até onde o próprio desenvolvimento de nossa mentalidade foi influenciado por entidades espirituais caídas, justamente para que nos ocultassem a verdade e fazerem-na parecer absurda.
Experimentação genética — Assim, os extraterrestres negativos são aqueles que atuam contra o desenvolvimento da humanidade, como parte da guerra dos anjos caídos contra a hierarquia divina, sabotando o projeto de criação e desenvolvimento espiritual do qual fazemos parte, causando inclusive a queda do homem, descrita simbolicamente na Bíblia. Os negativos são também aqueles que, justamente por serem criações espiritualmente imperfeitas, buscam restaurar capacidades físicas e psíquicas através da experimentação genética com outras espécies, como a nossa. Essa parece ser a origem das abduções que atentam contra o livre-arbítrio humano, constituindo verdadeiros crimes, os quais a ordenação maior do universo não permitirá ficarem impunes por muito mais tempo.
A manipulação e a sabotagem sistemática contra a humanidade são operadas também e principalmente por uma legião de entidades espirituais caídas, conhecidas como arcontes, conforme são chamadas no Pistis Sophia, um livro gnóstico escrito no início do Cristianismo, que transcreve os ensinamentos de Jesus aos apóstolos após sua ressurreição. Os arcontes seriam altamente especializados em suas atividades contra a evolução do ser humano, induzindo as pessoas ao erro, à corrupção, ao desamor, à violência, ao materialismo – tudo o que possa de alguma forma desviá-las do propósito para o qual foram criadas, a evolução até a perfeição e o retorno à fonte – o Pai –, para tornarem-se criadores também. Segundo o astrônomo e filósofo James Hurtak, em seu O Livro do Conhecimento: As Chaves de Enoch [Academia para Ciência Futura, 1988], as constelações da Ursa Maior e Ursa Menor, onde está Alfa Draconis ou Tuban, seriam origens já conhecidas de seres negativos. A associação simbólica do dragão com um grande poder desprovido de compaixão não é uma coincidência, a verdade extraída através do inconsciente coletivo, trazendo à tona informações multimilenares. Na grande pirâmide de Quéops, no Egito, os dois estreitos corredores ascendentes a partir da Câmara do Rei apontam para do
is pontos: o do sul para Órion, que seria o local da origem espiritual da humanidade, e o do norte para Alfa Draconis, a Estrela Polar como estava visível à época. Isso representaria os dois caminhos antagônicos que a alma poderia seguir, um para a luz, o outro para as trevas. Não é à toa que povos tão diversos ao redor do mundo têm, em sua mitologia, a noção de que são originários de Órion.
A tipologia de seres extraterrestres que podem ser considerados negativos inclui principalmente espécies teratóides, ou não adâmicas, como os reptilianos, os alfa-cinzentos ou simplesmente cinzas [Grays], além dos insetóides – seres com aparência bizarra descritos pelo xamã sul-africano Credo Mutwa e outros mais conhecidos por tribos africanas e no folclore de vários povos. Há relatos também de contatos face a face com entidades intraterrestres de aparência réptil, inclusive no Brasil, que alegam ser autóctones e civilizadas há milhões de anos. Há até teorias e relatos que colocam os cinzas como sendo corpos artificiais criados para proporcionar a encarnação de seres negativos, para poderem atuar na materialidade. Tais raças têm em comum o desrespeito pelo ser humano, a oposição a Deus ou a descrença em sua Criação, a imposição pelo medo ou pelo controle psíquico e a aparência repugnante – há também alguns com imagem humana, o que complica sua identificação. Muitos cristãos, sobretudo evangélicos, não negam a fenomenologia ufológica, mas crêem que se trata de uma completa ilusão e engodo criado por entidades demoníacas para desviar o ser humano do caminho da retidão.
Não é uma visão realista, mas é irônico perceber que não deixa de ser parcialmente correta esta afirmação em relação aos extraterrestres negativos e seus líderes. Talvez isso até venha a ser útil como contraponto a um possível frenesi que possa ocorrer quando houver a esperada manifestação pública mundial de seres alienígenas. De forma contrária, talvez muitas pessoas que se entusiasmem com o posterior surgimento de inteligências positivas venham a ser perseguidas por poderes políticos, se esses entrarem em pânico e acreditarem que estão sendo invadidos por alienígenas, tendo uma reação militar.
Xenofobia contra todo visitante — É muito importante, porém, que tenhamos consciência de que a grande maioria das civilizações extraterrestres é de natureza benevolente. Isso não pode ser perdido de vista, mesmo com tantas evidências na casuística ufológica de abduções e contatos com entidades nocivas à nossa espécie. A prudência contra estes últimos não pode degenerar para uma xenofobia contra todo tipo de visitantes extraterrestres. Não deve haver uma generalização de conceitos, especialmente quanto à intenção de nossos observadores, pois isso nos impediria de ter grandioso processo de intercâmbio e aprendizagem com povos que podemos considerar irmãos das estrelas. Além disso, não há apenas extraterrestres físicos positivos, mas toda uma gama de seres altamente desenvolvidos, que podemos chamar de ultraterrestres, por não serem originários de planetas, mas sim terem uma estrutura totalmente espiritual. São entidades como essas que zelam pelo desenvolvimento da humanidade terrestre, a serviço da Mente Criadora. Interações com seres de tal nível também são descritos na Bíblia, mas costumam ser rotulados pelos ufólogos como simples contatos com ETs.
A identificação de entidades como sendo nocivas ao ser humano pode não ser tão simples. Houve muitos casos de abduções e de contatos diretos em que seres extraterrestres aparentemente fizeram uso de manipulação mental ou da simples mentira para se passarem por amigos dos abduzidos ou contatados, ou mesmo para se apresentarem como uma espécie de salvadores da humanidade. Essas versões distorcidas são mais divulgadas através de contatos como as canalizações. Grande parte delas têm a autoria assumida por seres que se identificam como mestres ascencionados, mas uma parcela significativa supostamente vêm de extraterrestres, inclusive de alegados e comandantes de supostas frotas interplanetárias [Veja edição UFO Documento 02, sob o tema Ashtar Sheran, neste mês nas bancas].
Religião alienígena? — Em outras ocasiões já abordamos nossa opinião de que os seres extraterrestres benevolentes ou positivos não se manifestam explicitamente em nosso planeta por uma questão de ética ou devido a algum princípio de não-interferência. Certamente, devem saber que uma atitude dessas teria necessariamente algumas conseqüências indesejáveis para a humanidade – e talvez para eles próprios. Se surgissem repentinamente sobre um estádio lotado, por exemplo, provavelmente alguns espectadores desmaiariam ou teriam enfartos. Tais seres devem estar à espera de mudanças fundamentais de paradigmas em nossa mentalidade, que proporcionem uma aceitação mais suave e proveitosa dessa nova realidade que se apresenta, da qual eles e nós fazemos parte. Talvez eles não surjam abruptamente para mudar nossa psiquê, para que aceitemos sua existência de forma não natural e traumática. Ao contrário, acredita-se que deverão primeiro esperar que estejamos preparados, mas permitindo serem observados vez por outra, para catalisar o processo que levará à sua manifestação aberta e global.
Talvez até esteja ocorrendo um tipo de “guerra fria” entre as duas facções antagônicas referidas, com os negativos esperando o momento de darem o “bote”, surgindo publicamente e apresentando-se primeiro como nossos amigos, sabendo que haverá reação por parte dos visitantes positivos – e estes últimos aguardando, sem quererem aparecer primeiro e ferirem sua ética. Por outro lado, as entidades negativas e suas parcelas extraterrestres têm seus motivos para manterem-se no anonimato, mas isso deve mudar, segundo pode-se interpretar com o estudo de algumas profecias, inclusive bíblicas. É possível que queiram apresentar-se não só como amigos, mas até como salvadores ou mesmo criadores da humanidade. Será que poderá surgir disso algum tipo de religião mundial alienígena? Um culto ou um sistema de crenças que coloque tais entidades no topo de um novo panteão de deuses, a exemplo da antiga mitologia greco-romana? Já estaria havendo algum tipo de preparação para um engodo dessa magnitude?
de Órion, que tem ao centro as chamadas Três Marias, sendo assim um conjunto estelar dos mais visíveis no céu, seria a origem de muitos mistérios que cercam a humanidade e suas origens cósmicas
Jesus advertiu que surgiriam falsos cristos. E se nos vier algum extraterrestre afirmando ser o Cristo? Quantos o seguiriam? Qual o poder que ele alcançaria? Certamente, tal ser ou seres teriam fartas condições tecnológicas para fazer prodígios e nos chamar a atenção, como os que são citados nas escrituras como uma advertência. E se a “abominação de desolação” prevista pelo profeta Daniel vier a ser justamente uma falsa divindade trazida de fora do planeta, com grande poder sobre as massas, simulando uma fraudulenta parúsia, a segunda vinda do Cristo? Mas com qual objetivo isso se daria? Provavelmente, a intenção estaria ligada à grande guerra que assola a galáxia, a guerra entre as hostes fiéis a Deus e as que se rebelaram, aquelas que têm como uma de suas metas a destruição da criação adâmica.
É importante que se diga que essas questões não estão sendo colocadas aqui aleatoriamente. Há motivos sutis para que levantemos essas possibilidades e as apresentemos ao leitor. As próprias comunicações através da chamada canalização deixam-nos entrever esse cenário, na medida em que muitas parecem fazer parte de um esforço de verdadeira propaganda alienígena para subverter os ensinamentos sagrados. Se ocorrer mesmo o estabelecimento de uma falsa religião planetária que cultue extraterrestres ou uma entidade que venha com elas, certamente será algo de magnitude extraordinária e de risco descomunal à humanidade. Será algo como uma última “grande tentação”, um esforço derradeiro das hostes caídas para desviarem o ser humano de seu caminho evolutivo.
Salto evolutivo — Um ato planejado há muito tempo, mas que não deixará de ser um esforço desesperado contra uma verdadeira operação de limpeza que será feita em nossa região da galáxia por seres de luz de grande poder. Estamos destinados à perfeição, mas nosso livre-arbítrio é ao mesmo tempo nossa maior ferramenta de evolução e nosso calcanhar de Aquiles. Para que não sejamos enganados, temos que tomar consciência da realidade em que estamos inseridos. Vivemos num universo múltiplo e uno, habitando um planeta com grandes oportunidades de desenvolvimento – mas também com muitas tentações e riscos. Há uma pluralidade de seres viventes no cosmos, físicos e espirituais, benévolos, maléficos e até neutros. E há intensas interações entre todos eles – nada é dissociado, nada é deixado ao acaso. O que nos foi prometido nas escrituras pode ser tomado como norte em nossa forma de analisar a questão: o que nos é garantido pela aliança feita desde Abraão e pela vinda do verdadeiro Cristo é a vitória de nossa espécie, a salvação e a ascensão da humanidade. É com a consciência disso que devemos ter a fé, a sabedoria e o comportamento para superarmos os grandes obstáculos que virão, inclusive na questão extraterrestre, antes de nosso próximo grande salto evolutivo.