Segundo o Dicionário Houaiss, o verbo conspirar significa: planejar, tramar ou maquinar secretamente, junto com outras pessoas, ações contra alguém. O uso informal da expressão significa conversar baixo, sussurrar, cochichar, e seus sinônimos mais comuns são conchavar e mancomunar. “Estando na área de exploração de petróleo, a família Bush tem há muito tempo laços sociais e de negócios com a realeza da Arábia Saudita”, diz nosso entrevistado, Jim Marrs, que aqui inaugura outro sentido para o verbo conspirar: ter laços sociais. Por esta frase inicial já dá para ter uma idéia do que será esta entrevista. Mas o que são mesmo conspirações: No mínimo, um tema polêmico, que nos últimos tempos tem recebido pouca atenção no âmbito ufológico. Vários outros setores, é certo, prosseguem associando a Ufologia com as teorias de conspiração, que, na absoluta maioria das vezes, não passam no entendimento de muitos como simples lendas urbanas.
Mas mantenha a mente aberta, leitor, pois outras informações surpreendentes poderão ser conferidas na entrevista especial que publicamos nesta edição. Entre outras coisas porque o entrevistado é alguém cuja reputação, de credibilidade astronômica, se equipara com a de grande causador de polêmicas — aliás, todas muito bem dissecadas por Marrs. “O primeiro inimigo comum era o comunismo mundial, e depois, quando este caísse, seria o terrorismo internacional, no tempo em que estamos agora. E quando a guerra contra o terrorismo for vencida, será a vez de encararmos uma ameaça vinda do espaço”. Sim, mais do que em outras entrevistas com figuras igualmente proeminentes da Ufologia Mundial, o leitor deve estar preparado para rever muitos conceitos ao ler as páginas a seguir.
Acompanhando a abertura brasileira
A pergunta que vai permanecer após a leitura deste material, entre tantas, certamente será: não deveríamos prestar mais atenção a certos fatos? Alguns aspectos de eventos que são notícia não deveriam ser mais bem examinados, em vez de serem simplesmente esquecidos, às vezes de forma conveniente demais? Um exemplo próximo de nós, ufólogos, é a nota liberada há pouco pelo Ministério da Defesa, dando conta de que todos os documentos relativos à presença alienígena em nosso país já teriam sido liberados. Sobre isso, nosso entrevistado acrescenta: “Eu tentei acompanhar as divulgações dos arquivos governamentais brasileiros. Gostei especialmente da entrevista com o ex-ministro da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Sócrates da Costa Monteiro, feita pelo editor A. J. Gevaerd [Veja edição UFO 163], e o relato de uma aparente captura de um UFO no estado da Bahia”, declara Marrs.
Ao mesmo tempo em que militares vêm a público cada vez mais abertamente tratar da questão ufológica, ainda há aqueles poucos que, usando seu poder e influência, trabalham silenciosamente ao lado de burocratas das altas esferas governamentais, com o intuito de manter a maior revelação da história da humanidade oculta.
Mas estariam todos os arquivos sendo mesmo liberados, como afirma o referido ministério? Sem exceção? Bem, nossas fontes dizem o contrário! Dizem ainda que existem inúmeros documentos — incluindo fotos e filmes — mantidos com carimbos de secreto e ultrassecreto nos cofres do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, exemplificado pelo fato de um arquivo com a primeira classificação mencionada haver sido divulgado na liberação correspondente aos anos 80. E permanece inexplicável, por exemplo, a razão pela qual o citado ministério não cumpre o que manda a Lei e libera, na íntegra, todo e qualquer material relativo à Operação Prato, de 1977, cujo sigilo expirou em 2007, de no máximo 30 anos pela atual legislação. “Os governos provavelmente não se importam se sabemos a respeito de alienígenas nos visitando. Sua busca é por novas tecnologias, de forma a obter lucro delas”, diz Jim Marrs sobre a razão
do jogo do sigilo.
Dados comprometedores
Esses fatos nos induzem a pensar que, ao mesmo tempo em que diversos oficiais de nossas Forças Armadas têm vindo a público recentemente falar de maneira cada vez mais aberta sobre a questão ufológica, honrando a mais nobre tradição militar — que dita que o soldado deve antes de tudo servir a seu país e seu povo —, ainda há aqueles que, com poder e influência, trabalham silenciosamente ao lado de burocratas de altas esferas governamentais, com o intuito de manter preciosas informações distantes do escrutínio da sociedade. Releia, no primeiro parágrafo, a definição emprestada do Dicionário Houaiss sobre o verbo conspirar. Afinal, não estariam essas pessoas, que trabalham pelo sigilo eterno de informações comprometedoras, incluindo as que tratam de Ufologia, envolvidas em uma conspiração? Nosso entrevistado se manifesta novamente: “A política de negação está sob considerável pressão. Os governos não podem manter em segredo a verdade sobre a realidade dos discos voadores por muito mais tempo”.
O entrevistado desta edição de UFO é possivelmente o pesquisador mais conhecido por desvendar intrincadas tramas e expor as ligações comprometedoras das pessoas que comandam o mundo. Para Jim Marrs, o cerne da nefasta política de acobertamento ufológico, que parece estar em plena vigência no Brasil, é a questão do controle. O norte-americano defende que o sigilo quanto aos estudos da tecnologia alienígena, ainda efeito em algumas nações, tem principalmente motivação econômica. O primeiro que desvendar a tecnologia de nossos visitantes e explorá-la economicamente ganhará muito dinheiro — e poder. Marrs descreve como o governo dos Estados Unidos, usando artifícios copiados por outros, ridiculariza e continua negando a realidade da presença extraterrestre. Mas o entrevistado também deixa claro que a disponibilidade cada vez maior e mais fácil de informações, especialmente na internet, está aos poucos minando a abominável conspiração da política de acobertamento.
Mudança de poder nos EUA
Jim Marrs vai ainda mais longe. Afirma, por exemplo, que os ataques de 11 de Setembro de 2001, em Nova York, foram cuidadosamente planejados há muito tempo e executados pelo próprio governo norte-americano, e que a ficção que tanto explorou das mais variadas formas o rumoroso assassinato do presidente John Kennedy pode ter chegado mais próximo da verdade do que jamais se supôs. “O assassinato de Kennedy foi um verdadeiro golpe de estado, uma repentina e violenta mudança de poder nos Estados Unidos. E tal poder permanece dentro do país hoje”, diz. O entrevistado garante que há um “governo dentro do governo”, como é dito em uma das séries de TV mencionadas na entrevista, e que ele é o responsável pela criação da imagem do presidente Barack Obama. Marrs não é muito otimista quanto à possibilidade de o atual mandatário norte-americano agir contra a estrutura do poder e, entre outras coisas, realizar uma política de liberação de informações ufológicas como as que estão em curso em outras nações.
Jim Marrs se dedicou a pesquisar inúmeros assuntos em sua longa carreira, a maioria ligada à Ufologia e às conspirações. É autor de diversos livros, entre os quais se destacam Crossfire: The Plot that Killed Kennedy [Fogo Cruzado: A Trama que Matou Kennedy, Basic Books, 1993], em que narra o complô que resultou no assassinato do presidente e inspirou o filme JFK [1991]. Também de destaque entre suas obras está The War On Freedom: The 9/11 Conspiracies [A Guerra Contra a Liberdade: As Conspirações de 11/9, Ares Publishing, 2003], em que descreve tudo que descobriu de suspeito a respeito dos atentados ao World Trade Center, em 2001, e Alien Agenda [Agenda Alienígena, Harper Torch, 1998], no qual deixa claro que não é mais possível negar a realidade dos discos voadores, concluindo que eles são naves conhecidas há muito tempo pelos governos.
Marrs serviu na inteligência militar dos EUA durante a Guerra do Vietnã e, desde 1980, é autor freelancer e pesquisador, realizando palestras ao redor do mundo e participando de programas de televisão, como a série Arquivos Extraterrestres, do History Channel. Fã de ficção científica, ele discorre em várias de suas respostas nesta entrevista sobre produções do gênero, especialmente algumas consideradas clássicas e que expuseram para o público a realidade do acobertamento ufológico e das conspirações. Para Marrs, novamente a ficção “adivinhou”, com poucos meses de antecedência, o que se tornaria uma terrível realidade, motivando políticas que ainda hoje, vários anos depois, estão em curso.
Mas Jim Marrs permanece esperançoso quanto à explosão da verdade, pois acredita que a ampliação do acesso às informações tornará mais difícil o trabalho dos que mantêm a política de negação. Sobre as provas da existência de UFOs, tão cobradas pelos céticos, ele é categórico: “As únicas que podem derrubar o segredo em torno dos discos voadores são seus próprios tripulantes. Tudo que eles precisariam fazer é aparecer abertamente sobre alguma grande cidade. Nada além disso fará alguém cético mudar de idéia”. Ele também percorreu o mundo recolhendo provas das visitas que a Terra recebe há milênios de outras espécies cósmicas, testemunhando que também na arqueologia verdades nada convenientes estão sendo acobertadas. E defende que mais e mais pessoas estão se dando conta dessa verdade, com o que a política de segredos irá finalmente encarar o seu fim. Vamos à entrevista.
Provavelmente o público em geral o conhece mais devido ao filme JFK, baseado em seu livro Crossfire, de 1993. Como foi o processo da produção do filme? Você teve alguma participação na seleção do elenco, definições do roteiro, algo assim? Meu livro teve seus direitos adquiridos pelo diretor Oliver Stone menos de três meses após sua publicação, em novembro de 1989. Eu fui levado para o desenvolvimento do filme por volta da terceira revisão do roteiro, e depois fui consultor até a versão final. Estive presente nas locações de Dallas e de Nova Orleans durante as filmagens, e Stone sempre me consultava sobre variados assuntos. Minha participação foi estritamente a respeito dos detalhes do assassinato de Kennedy. Foi-me oferecido, e aceitei, um pequeno papel como Joseph Milteer, um político de direita da Flórida que acertou ao prever o assassinato, e então fiquei no meio da multidão e próximo da intersecção da Rua Houston com Elm, em Dallas, local do assassinato, justamente enquanto a limusine com o presidente passava rumo a seu destino. Mas ninguém consegue me encontrar no filme, pois eu estava sem barba e usando uma peruca…
Que tipo de informação já se tem comprovando a ação de membros da hierarquia de poder norte-americano na trama para matar Kennedy? Por exemplo, ainda que não se possa provar que o presidente Lyndon B. Johnson e seu amigo Edgar Hoover, diretor do FBI, determinaram o assassinato, é sabido que os dois agiram para bloquear qualquer investigação isenta sobre a morte de Kennedy. No sistema legal norte-americano, isso faz de Johnson e Hoover cúmplices e tão culpados quanto os homens que puxaram os gatilhos. O assassinato de Kennedy foi um verdadeiro golpe de estado, uma violenta mudança de poder nos Estados Unidos — e esse poder permanece dentro do país hoje. Ele esteve por trás da saída de Richard Nixon, da morte de Martin Luther King, da tentativa de assassinato contra Ronald Reagan, das falsas operações do 11 de Setembro e até da invasão e ocupação do Iraque e Afeganistão.
É óbvio que foi necessária muita pesquisa e coragem para escrever Crossfire, a começar pelo título da obra, A Trama que Matou Kennedy. Quais foram suas fontes? Em Crossfire listei aproximadamente 140 fontes, incluindo 26 volumes da Comissão Warren e seu relatório sobre o assassinato, intitulado House Select Committee on Assassination [Comitê da Seleção da Casa sobre o Assassinato]. Mas há muitas outras fontes não listadas, incluindo artigos de revistas publicados de forma privada e, claro, entrevistas que incluem Marguerite Oswald (mãe de Lee Harvey Oswald), Marina Oswald (esposa de Oswald), Jeanne De Mohrenschildt, as testemunhas Jean Hill, James Tague, Beverly Oliver, Phil Willis, Charles Brehm, Bill e Gayle Newman, Ed Hoffman, e muitos outros, além de vários oficiais da polícia e cidade de Dallas. Eu também conversei com um conhecido capanga que acompanhava Jack Ruby na cobrança de dívidas de jogo nos anos 50. Assim como o procurador Carroll Jarnagin, que investigou a trama entre Oswald e Ruby e reportou isso antes do assassinato, e Paul Groody, o diretor do funeral que enterrou Oswald, e que me disse que viu agentes do FBI plantando as digitais de Oswald no rifle três dias após o assassinato. Aconselho o leitor a assistir novamente JFK para se lembrar da seqüência dos fatos.
Falando novamente do filme, naquela cena em que há uma longa conversa entre o personagem de Kevin Costner e o misterioso Senhor X, numa área de Washington, é baseada em um evento real? O Senhor X seria uma de suas fontes? O misterioso personagem Senhor X foi uma composição entre duas pessoas reais, o coronel Fletcher Prouty e o agente infiltrado Richard Case Nagell. Nagell foi membro dos serviços de contraespionagem que se passava por agente da KGB. Lembremos que foi a KGB que descobriu a trama do assassinato e, temendo que seus integrantes pudessem ser implicados, ordenou que Nagell matasse Oswald para impedir o crime. Mas, sendo um agente norte-americano, Nagell, ao invés disso, fingiu roubar um banco, sendo preso e mantido sob custódia da polícia durante o assassinato. Ele dizia: “Prefiro estar preso a ser um traidor”. Alguns anos depois, Nagell se encontrou com o promotor de New Orleans Jim Garrison em Washington, e o informou o que sabia sobre a conspiração para matar Kennedy. Muitos anos depois, o coronel Prouty escreveu um livro e também revelou que sabia sobre a trama. Oliver Stone queria usar o que Prouty disse, mas tinha receio de que seria criticado por inventar coisas, já que o militar nunca se encontrou com Garrison durante sua investigação do assassinato, e então combinou Prouty e Nagell como o Senhor X.
Como um dos mais reconhecidos estudiosos do assassinato de Kennedy, qual você considera ter sido a razão principal dele ter ocorrido e quem foi o responsável? Em minha opinião, baseado em tudo que conheço sobre o caso, tudo partiu do topo da estrutura de poder dos Estados Unidos, onde se tornou consenso que Kennedy representava uma ameaça contra eles, contra o establishment. Então, poderosos homens nos meios militares, econômicos, governamentais e de inteligência norte-americanos, além de membros do crime organizado, ordenaram que seus agentes manipulassem a máfia cubana e a CIA para matar o presidente Kennedy. Ele foi assassinado em uma emboscada de estilo claramente militar orquestrada pelo crime organizado e com a ativa participação de elementos dentro do governo dos Estados Unidos. Naturalmente, pressões vindas do topo da hierarquia de poder frustraram qualquer investigação mais séria sobre o assassinato, e até hoje muita coisa é escondida.
Muita gente considera as alegações de que houve uma trama pra matar Kennedy uma falácia, uma invenção. Entre os autores que mais se destacam no ataque à teoria está Gerald Posner, que escreveu Case Closed [Caso Encerrado, Anchor, 2003], em que procura desmistificar as teorias de conspiração a respeito do assassinato e comprovar que Lee Harvey Oswald agiu sozinho. O que pensa sobre a obra e de quem defende tal postura? Sobre Gerald Posner há muito o que dizer. Recentemente ele foi forçado a se demitir do The Daily Beast, um site de notícias comandado por Tina Brown, editora das revistas Vanity Fair e The New Yorker, depois de ser acusado de plágio. Ele também alterou, falsificou e fraudou vários textos, o que deixa claro que não se trata de pessoa de confiança. Posner certa vez me confessou pessoalmente que o caso JFK não está encerrado, ao contrário do título de seu livro. Disse que a idéia para a obra nem foi sua, mas de um editor da Randon House, que há muito tempo é alvo de rumores de ser influenciado pela CIA — e também comentou que o tal editor lhe ofereceu total cooperação da agência. Acredito que isso mostra de onde Posner veio. Seu livro contém informações cuidadosamente escolhidas para dar suporte à teoria de que Oswald agiu sozinho. Ele também é enganoso. Por exemplo, ele afirma ter uma análise computadorizada pela Failure Analysis Associates, supostamente comprovando que Oswald poderia ter agido sozinho. Ele esqueceu-se de mencionar que a tal análise é apenas uma das simulações em computador desenvolvidas pela citada empresa para um canal de TV a cabo.
Mas há outros estudos que mostram justamente o contrário, que Oswald não estava sozinho. O que sabe sobre isso? Mas há outra análise computadorizada, que Posner convenientemente não menciona, demonstrando que Oswald não poderia ter agido sozinho. É interessante que ele foi filmado dizendo “sou apenas um bode expiatório” — e isso está em JFK —, o que significa que foi escolhido para levar a culpa pelo assassinato. Apesar de suas palavras, nem as duas investigações oficiais do governo norte-americano, nem os defensores da Comissão Warren, Posner e Bugliosi, se preocuparam em investigar se Oswald poderia estar dizendo a verdade. Eles apenas consideraram as evidências que o incriminavam e deixaram de lado inúmeras evidências, indicando a existência de uma conspiração para matar Kennedy e a inocência de Lee Harvey Oswald. Porém, uma análise de sua voz — que mede a tensão que tinha na hora — mostrou que ele dizia a verdade.
E a respeito do livro Reclaiming History [Recuperando a História, W. W. Norton & Company 2007], de Vincent Bugliosi, promotor que atuou no caso de Charles Manson e que ao longo de 20 anos defendeu o trabalho da Comissão Warren, que apontou que Lee Harvey Oswald agiu sozinho no assassinado de Kennedy? Esse livro monstruoso, de 1.600 páginas, deveria se intitular Defendendo a Comissão Warren. Ele só é útil como apoio ao caso. Como a Comissão Warren e Posner, Bugliosi selecionou cuidadosamente apenas as evidências que apóiam sua conclusão predeterminada de que Oswald era culpado e agiu sozinho. Ele convenientemente exclui qualquer possibilidade que possa levantar dúvidas a respeito da autoria. Isso é inconcebível para alguém como Bugliosi, um advogado conhecido e considerado justo em julgamentos. Ele também encheu seu livro com fatos inconseqüentes e até inventados, como uma suposta conversa entre Jack Ruby e um gângster imaginário que batizou de Vito.
Sendo as conspirações a sua área, o que pode nos dizer sobre o Caso Watergate, o escândalo político ocorrido na década de 70 envolvendo o presidente Richard Nixon, que culminou com sua renúncia? Primeiro é preciso que se diga que o presidente Nixon começou sua carreira política com financiamento nazista — muito pouca gente sabe disso em sua biografia, mas é verdade. Ele foi alvo de várias tramas de assassinato, sendo a pior em 1972, no Caso Watergate. Mas desta vez não era uma tentativa de assassinato físico, e sim de caráter. E a pior parte — para ele — era que seus inimigos não tiveram que fabricar nada para incriminar Nixon e simplesmente revelaram o que o presidente fazia na Casa Branca, junto de seus auxiliares Earlichman, Halderman e Liddy. Em resumo, Nixon foi flagrado em atos ilegais e imorais, denunciados por isso — por um jornalista que acabou conhecido como Garganta Profunda, Mark Felt.
O que a KGB, o serviço secreto da então União Soviética, sabia a respeito da trama para assassinar John Kennedy? De acordo com Dick Russell, autor de O Homem que Sabia Demais [1956], Richard Case Nagell era um agente da contrainteligência norte-americana se passando por membro da KGB. Nagell diz que a KGB sabia a respeito da conspiração para matar Kennedy e que Oswald era parte dela. O serviço secreto da União Soviética então ordenou que Nagell matasse Oswald, temendo que o país levasse a culpa. Fora de si, Nagell foi preso e da cadeia enviou uma carta ao então diretor do FBI, J. Edgar Hoover, no começo do outono de 1963, alertando-o sobre o iminente assassinato. Os russos continuaram a alegar que o homicídio era um golpe interno dos EUA envolvendo direitistas, os cubanos contra Castro e os próprios militares norte-americanos. Eles diziam a verdade.
E a respeito da tentativa de assassinato do presidente Ronald Reagan, o que pode nos dizer? Foi também um caso de conspiração? Em abril de 1981, há dois meses apenas no governo, Ronald Reagan também foi alvo de tiros. Se a bala que o atingiu tivesse alterado a trajetória pouco mais de seis milímetros, atingiria seu coração e ele deixaria a presidência para George Bush. Hoje sabemos que um atirador solitário chamado John Hinckley, cuja família tinha negócios e amizade com a família Bush, foi acusado do crime. Ele usou uma pistola RG-14, calibre 22 e com seis balas, ainda que as imagens das redes de televisão CBS e NBS indicassem que sete tiros foram disparados. Há outras evidências que mostram que, enquanto Hinckley estava na cena do crime atirando, talvez a sua não tenha sido a bala que atingiu Reagan. Durante sua convalescença, o controle do governo esteve com Bush (o pai), oito anos antes de ele ser eleito. Deve ser notado que durante a campanha presidencial de 1980, Reagan atacou Bush por este ser membro do Conselho de Relações Exteriores, e prometeu não permitir que ele participasse de sua administração. Entretanto, durante a Convenção Nacional Republicana, Reagan foi forçado a aceitar George Bush como vice-presidente. Os meandros da política são indecifráveis…
Falando sobre Reagan, lembremo-nos de seu famoso discurso na Assembléia Geral das Nações Unidas, de 21 de setembro de 1987. Ele declarou, em alto e bom tom, que “talvez necessitemos de alguma ameaça externa para nos fazer reconhecer esses laços. Eu ocasionalmente penso quão rapidamente nossas diferenças desapareceriam se estivéssemos enfrentando uma ameaça alienígena vinda de fora deste mundo”. O que você pode dizer a respeito? Parece que Reagan sabia sobre a questão ufológica tanto quanto o cientista Wernher von Braun, criador do foguete alemão V-2 durante a Segunda Guerra Mundial, que trabalhou para o programa espacial dos Estados Unidos ajudando a projetar as missões que levaram o homem à Lua. Von Braun certa vez disse que o primeiro inimigo comum da humanidade seria o comunismo mundial. Depois, quando este sistema caísse, seria o terrorismo internacional, na época em que estamos agora. E quando a guerra contra o terrorismo fosse vencida, seria a vez de uma ameaça vinda do espaço. Estranhamente, Von Braun alegou que não acreditava nisso. Não sabemos o que Reagan pensava sobre o assunto, até aquela memorável seção na ONU, e nem o que continuo a pensar. Seja como for, o que é certo é que ele usou a possibilidade de uma ameaça extraterrestre para aumentar o apoio que buscava ao sistema de defesa antimísseis que tinha em mente, apelidado de Star Wars [Guerra nas Estrelas].
Alega-se que o presidente Bill Clinton também tinha grande interesse tanto sobre o assassinato de Kennedy quanto sobre a questão ufológica. Ele sabia a verdade sobre os discos voadores ou tal informação, tal como a seus antecessores, lhe foi negada pelo poderio militar que controla a questão? O presidente Clinton realmente tinha interesse por ambos os temas, mas foi mantido longe da verdade por aqueles que têm este poder nos Estados Unidos — que estão acima da figura do presidente ou de qualquer outro membro do governo. Clinton nomeou seu amigo e companheiro em partidas de golfe Webster Hubbell para o cargo de promotor-assistente, e determinou que ele descobrisse quem matou Kennedy, bem como sondasse o que os militares de seu país sabiam sobre os UFOs. Em vão: Hubbell nunca saiu do lugar, nada encontrou de substancial e a verdade lhe foi escondida. Em seu livro Friends in High Places [Amigos em Lugares Importantes, Hardcover, 1997], escreveu que ele e Clinton foram incapazes de conseguir as respostas que procuravam, apesar das posições que ambos ocupavam. A verdade sobre certas questões cruciais, como se vê, definitivamente não está à mão — e procurá-las não é fácil.
Tenho mais algumas questões sobre o assassinato de Kennedy, para então partirmos para a parte ufológica de nossa entrevista. Gostaria de ouvi-lo sobre a controversa “bala mágica”, aquela que teria atingido o presidente, segundo os estudos oficias, fazendo impressionantes e improváveis manobras no ar. A Teoria da Bala Única, mais conhecida como Teoria da Bala Mágica, postula que uma única bala de rifle foi disparada no atentado e teria passado através dos corpos de Kennedy e do governador John Connally, que o acompanhava no carro aberto em Dallas, causando sete ferimentos e quebrando dois ossos na segunda vítima, conseguindo emergir virtualmente intacta para ser descoberta “acidentalmente” em uma maca no Hospital Parkland, por um trabalhador da manutenção. Querer que se acredite nesta bala é realmente forçar a barra. Esta é uma teoria nada plausível, uma vez que quando uma bala atinge qualquer coisa sólida ela fica amassada e distorcida. É evidente que mais balas foram disparadas, e que mais de uma atingiu o presidente Kennedy.
Obrigado. Agora, fale-nos um pouco mais sobre você. Onde e o que você estudou? Quais são seus outros interesses? Conte qualquer coisa ou experiência que tenha tido e que os leitores possam achar interessante sobre você. Nasci em Fort Worth, Texas, e me formei em jornalismo na Universidade do Norte do Texas, em Denton. Depois passei dois anos no Instituto de Tecnologia do Texas, em Lubbock, onde pela primeira vez atuei como repórter e depois editor para o jornal Lubbock Avalanche. Os leitores da Revista UFO devem conhecer o famoso Caso das Luzes de Lubbock, um avistamento ufológico de grande importância ocorrido em 1951. Um dos fotógrafos que cobriram esse episódio ainda estava lá quando visitei pela primeira vez o jornal, em 1966. Ele riu da explicação oficial, que dizia que as testemunhas viram as luzes da cidade refletidas na barriga de patos. E dizia: “Não eram bundas de patos!” Eu voltei a Fort Worth em 1968 e trabalhei inicialmente como repórter policial e depois como escritor de temas de aviação e militares para o Fort Worth Telegram. Tirei licença em 1969 para servir em uma unidade de Inteligência do Quarto Exército, durante a Guerra do Vietnã.
Você certamente teve uma vida muito agitada e emocionante, tanto enquanto jornalista como autor de best sellers… Sim, tive uma vida interessante e viajei a lugares como o Tibete, China, Austrália, Canadá, México, leste da Europa e Oriente Médio. Andei em elefantes, em balões de ar e disparei metralhadoras de um helicóptero Huey, além de voar em aeronaves militares, como o bombardeiro B-52 e até em um B-17 da Segunda Guerra Mundial. Cobri histórias envolvendo acidentes, inclusive de aviões, assassinatos e mutilação de gado por seres extraterrestres, aparições de fantasmas e até de pássaros que comeram a casa de tijolos de um homem. Até minha aposentadoria, em 2007, ministrei um curso sobre o assassinato de JFK, começando em 1976 na Universidade do Texas, em Arlington. Em 2000, também lecionei um curso sobre UFOs, tornando-me possivelmente a primeira pessoa nos Estados Unidos a dar aulas em universidades a respeito do tema. Como passatempo, passei mais de 30 anos encenando batalhas da Segunda Guerra Mundial, e inclusive participei da reconstituição dos desembarques na Normandia na Virgínia, no aniversário de 50 anos do Dia D. Certa vez, cheguei até a encenar a Batalha do Álamo, como um soldado mexicano. Nem preciso dizer, mas tive muitas experiências que me beneficiaram muito como jornalista, que pratico do tipo generalista, ou seja, aquele que possui conhecimento geral sobre uma variedade de assuntos.
Ainda quanto ao assassinato de John Kennedy, você acredita que os documentos da investigação serão realmente liberados algum dia? Esta é uma informação que custará a chegar ao conhecimento da população dos Estados Unidos e de todo o mundo, como a espantosa nota de agradecimento escrita pelo presidente Lyndon B. Johnson para Lee Harvey Oswald, que seria oficialmente o assassino de Kennedy. Sim, ela existe, mas nunca será liberada, embora documentos mais pertinentes já tenham se tornado públicos. Não se esqueça de que, durante a investigação do assassinato de Kennedy, houve casos de alteração, destruição, fabricação e supressão de evidências, além de intimidação de testemunhas. Isso nunca vai ser admitido.
Durante a Guerra do Vietnã você serviu à inteligência dos Estados Unidos. Você viu alguma coisa fora do comum naquele período? Primeiro deixe-me dizer que servi aos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, mas nunca fui para lá. Mas, para responder sua pergunta, informo que conversei com muitos veteranos que estiveram lá no Sudeste Asiático e ouvi deles muitas histórias de UFOs durante o conflito. Os objetos voadores não identificados eram captados por radar e freqüentemente vistos em áreas de luta intensa. Um operador de radar me disse que UFOs eram tão comuns lá que ele e seus companheiros se habituaram àquela situação e não consideravam que se tratava de algo extraordinário [Veja texto Acontecimento Ufológico no Vietnã, em UFO 126].
Interessante. E o que pode nos dizer a respeito do seu curso sobre o assassinato de Kennedy, na Universidade do Texas? Meu curso durou de 1976 a 2007, mas gradualmente perdeu interesse porque as informações se tornaram acessíveis ao público. Em 1976, era difícil encontrar qualquer dado de credibilidade sobre o tema. Mas por volta de 2007, graças à internet, isso mudou. Nos anos 70 e 80, tive um bom número de estudantes, entre oficiais de polícia, advogados e outros que trabalhavam no governo. Eles estavam especialmente interessados no assassinato porque os procedimentos de investigação padrões não foram seguidos no caso, assim como a metodologia legal elementar.
Em seu livro The War On Freedom [Guerra à Liberdade, Paperback, 2003] você apresenta vários nomes de celebridades e políticos que tomam ou tomaram parte em uma estrutura de poder controlada por sociedades secretas. Segundo a obra, existe um governo paralelo que controlaria decisões políticas e econômicas ao redor do mundo, e também definiria o curso de guerras e crises. Eles também são os responsáveis pelo acobertamento ufológico? Sim, eles são os principais responsáveis pelo acobertamento à realidade dos UFOs, pois representam os poderes financeiros que detêm os monopólios sobre energia, transporte, produtos farmacêuticos e comunicações. Essas pessoas não se importam se acreditamos ou não em alienígenas. O que elas não querem é que saibamos da existência de fontes alternativas de energia, um conhecimento que prejudicaria seu monopólio.
Em seu site há destaque especial para os ataques de 11 de Setembro de 2001 ao World Trade Center, em Nova York [Endereço: www.jimmarrs.com]. Parece que este é um de seus temas preferidos. São vários textos apresentando informações de que foram perpetrados pelo próprio governo dos Estados Unidos, e muito tempo antes daquele trágico dia. Você acredita mesmo que eles tenham sido planejados pela comunidade de inteligência norte-americana? Sim, acredito. E este é de fato um de meus temas preferidos. Conforme os anos passam, mais informações e evidências vêm à tona provando que altos oficiais da administração de George W. Bush (filho) sabiam antecipadamente que os Estados Unidos estavam a ponto de serem atacados — e não apenas nada fizeram para impedir como ainda tomaram medidas para bloquear qualquer investigação a respeito da Al Qaeda e seus planos. Quando você adiciona a esta informação o fato de que a Al Qaeda é financiada com dinheiro que a Arábia Saudita manda para a “caridade”, como foi apontado pela comissão oficial que investigou o 11 de Setembro, e que a família Bush tem muitos negócios e amigos próximos da família real saudita, a única conclusão possível é a de que certos oficiais norte-americanos foram cúmplices dos ataques. Isso tudo talvez fique ainda mais claro quando se sabe que Marvin Bush, irmão de George W. Bush, era diretor da Securacom Holdings, a firma que fazia a segurança do World Trade Center, cujos procedimentos rotineiros estranhamente foram minimizados no dia dos ataques.
Colocando temporariamente de lado a possibilidade de uma conspiração dentro do governo e assumindo que a Al Qaeda tenha sido mesmo a responsável pelos ataques, a administração Bush poderia ter deixado aquilo acontecer? Seria o caso de lembrarmos que aquele não era um governo popular, após todos os problemas da controversa eleição de 2000, e talvez então fosse conveniente ter um inimigo estrangeiro com o que distrair a população? Iria mais longe e diria que a Al Qaeda de fato foi a responsável, mas a questão é: quem controla a Al Qaeda? Em meu livro Rise of the Fourth Reich [Ascensão do Quarto Reich, Paperback, 2009], especifico como o grupo terrorista de Osama bin Laden foi criado pela CIA, que recrutou guerrilheiros no mundo árabe para combater a ocupação russa no Afeganistão nos anos 80. Naquela época, bin Laden foi trazido aos Estados Unidos com o nome de Tim Osman e recebeu treinamento, armas e dinheiro para construir a Al Qaeda a partir de remanescentes da velha Irmandade Muçulmana, controlada pelos nazistas. Em 2002, forças norte-americanas prenderam Abu Zubaydah, o mais graduado chefe da Al Qaeda já capturado até hoje. Zubaydah nada confessou durante tortura, mas foi enganado pelos soldados para revelar que, na verdade, atuava sob ordem de três príncipes da Arábia Saudita — ordens que ele passava por intermédio de um oficial militar paquistanês. Ele forneceu seus nomes e números de celular, que se mostraram corretos. Dois meses após essas informações serem reveladas, inusitadamente, todos os príncipes sauditas e o oficial paquistanês morreram em “acidentes”. Isso significa que os sauditas controlam a Al Qaeda. Agora, quem são os parceiros de negócios e amigos fiéis da realeza saudita? A família Bush! Eles são convidados de honra da Arábia Saudita, como no verão de 2000, e lucraram muito a partir dos ataques de 11 de Setembro.
O que mais se sabe sobre as conexões existentes nos negócios da família Bush com os sauditas? Muito. Atuando na área do petróleo, os Bush têm há muito tempo laços sociais e negócios com a realeza saudita. O ex-presidente George W. Bush iniciou suas atividades comerciais com dinheiro de Salem bin Laden, irmão mais velho de Osama bin Laden. Salem tinha muitos negócios no Texas antes de sua morte, em 1988, quando seu avião caiu. Para se ter uma idéia, no verão de 2000 a família Bush visitou a Arábia Saudita como convidada da realeza. E deve ser salientado que os seqüestradores de 11 de Setembro não eram iraquianos ou afegãos, mas principalmente sauditas.
É impressionante isso tudo. E o que se pode dizer sobre a companhia Blackwater, sabidamente de mercenários que oferecem serviços paramilitares a governos e atuam como força auxiliar de segurança no Iraque e Afeganistão? Veja que a Embraer, fabricante nacional de aviões, vendeu um exemplar do A-29 Supertucano para essa empresa, o único no mundo operado por uma companhia privada. O governo brasileiro tentou negar a transação. Apesar de que empresas privadas contratadas continuem no Iraque com números maiores de pessoal que os das tropas norte-americanas no país, a reputação da Blackwater é bem mais nebulosa. Depois dos tiroteios que vitimaram mais de duas dúzias de civis iraquianos em setembro de 2007, até mesmo o governo do Iraque, fiel aos Estados Unidos, exigiu a expulsão da empresa do país. Mas o governo norte-americano, que alega estar lá para oferecer liberdade e democracia, recusou-se a ordenar a partida da Blackwater, citando acordos contratuais. Mais tarde, em julgamentos na justiça, funcionários da empresa foram declarados inocentes de assassinato, mas ela perdeu prestígio e seu fundador, Erik Prince, foi acusado de assassinato, assim como outros altos empregados.
A afirmação de que os ataques de 11 de Setembro tenham a participação do próprio governo norte-americano é uma acusação bem forte. Tem como sustentá-la? Certamente, mas ainda estamos de luto. Mas assim como nos 15 anos seguintes ao assassinato de Kennedy, também no caso dos ataques aos World Trade Centre não é considerado educado mencionar tais eventos nos Estados Unidos de hoje. No entanto, a revolta é crescente. Veja que John Farmer, conselheiro da comissão oficial que investigou a tragédia, disse: “No curso de nossa investigação sobre a resposta aos ataques, a comissão que investigou o 11 de Setembro descobriu que a versão oficial do que aconteceu é quase total e inexplicavelmente falsa”. O que existe de antipatriótico em se tentar encontrar a verdade sobre o episódio, desde que aquele evento ofereceu a razão para a invasão e ocupação do Iraque e Afeganistão?
Retornando ao 11 de Setembro, o que pode nos dizer sobre o ataque ao Pentágono? Foi de fato um avião comercial ou um míssil que o atingiu, como consta das teorias conspiracionistas? Há muita coisa a se falar sobre este outro episódio. Mas é importante começar dizendo que em 10 de setembro de 2001, o dia anterior aos atentados, o secretário de Defesa Donald Rumsfeld anunciou publicamente que o Pentágono não poderia prestar contas dos 2,3 trilhões de dólares que haviam sumido do caixa governamental. Quem teria a responsabilidade de explicar a perda dessa imensa quantidade de dinheiro? Tecnicamente, o Escritório de Contabilidade do Exército [Army Accounting Office], que era uma das poucas unidades remanescentes da até então renovada ala leste do Pentágono, justamente a área atingida no “atentado”. Pois o escritório de contabilidade foi o que sofreu as maiores perdas naquele dia. E ainda precisa ser explicada a falta daqueles trilhões de dólares, dos quais o público esqueceu devido à cobertura dos atentados do 11 de Setembro. Coincidência? Pelas evidências disponíveis, é fato para mim que primeiro houve uma explosão, ou explosões, dentro do Pentágono, e depois, se um objeto aéreo esteve envolvido, acredito que foi um míssil ou um avião A-10 de ataque a partir do solo.
Os aviões que atingiram o World Trade Center eram realmente militares? Se isso for verdade, o que aconteceu com as verdadeiras aeronaves comerciais e seus passageiros? E o vôo 193, aquele no qual os passageiros lutaram contra os terroristas? Ninguém sabe as respostas para essas questões, já que ainda está para ser feita uma investigação verdadeira e objetiva. Mesmo John Farmer, o promotor da comissão oficial que investigou o 11 de Setembro, afirmou que as conclusões da comissão são “quase inteira e inexplicavelmente inverídicas”. Muita coisa se pode deduzir a partir de uma declaração como esta.
Você é um entusiasta de ficção científica. No primeiro episódio de The Lonegunmen [Os Pistoleiros Solitários], série derivada de Arquivo-X, é mostrada uma conspiração que planeja um ataque contra o World Trade Center utilizando um avião civil radiocontrolado. Seria apenas uma coincidência com os fatos verdadeiros ou às vezes a ficção se aproxima demais da realidade? Eu tenho uma cópia desse episódio piloto, que foi exibido em 04 de março de 2001. Caramba, seis meses antes do 11 de Setembro tivemos um programa na TV dizendo ao público como agentes dentro do governo dos Estados Unidos usaram tecnologia de informática para tomar o controle de um avião civil, sob o disfarce de jogos de guerra contra o terrorismo e fazê-lo se chocar contra o World Trade Center, culpando terroristas estrangeiros. E qual seria o pretexto disso? Também tivemos no mesmo programa a resposta de que isso tudo se deu para que o governo tivesse seus orçamentos aumentados — exatamente o que houve após 11 de Setembro de 2001! Para mim, é óbvio que agentes tanto da CIA quanto do FBI não foram os únicos com conhecimento antecipado do que estava para acontecer. E as chances de isso ser uma simples coincidência são mínimas.
E quando começou seu interesse pelo Fenômeno UFO e pelas conspirações? Principalmente, como você juntou uma área com a outra? Sempre tive fascínio pelos discos voadores, como eram chamados nos anos 50. Crescendo, li muitos livros a respeito, como também de ficção científica, outra área que me atraía muito — naquela época o termo não era comum como gênero literário. Já adulto e atuando como jornalista, ainda na universidade, quando Kennedy foi assassinado, sabia que aquela seria uma grande história, e então prestei muita atenção e comecei a entrevistar as pessoas envolvidas. Conheci Jack Ruby antes do assassinato, o general Edwin A. Walker, Marguerite Oswald, mãe de Lee Harvey Oswald, e Marina, sua esposa, além da amiga Jeanne de Mohrenschildt. Morando numa área próxima a Dallas, rapidamente fiquei atento a tudo que não estava correto sobre o acontecimento e passei a investigá-lo criteriosamente. Quando tive certeza de que oficiais do governo norte-americano mentiriam para o público sobre algo tão grave, então uma nova perspectiva se abriu para mim, a de que a verdade nos é sonegada, inclusive sobre os UFOs. Assim, desde 1957, pelo menos, venho me dedicando a estudá-los, acompanhando tudo o que posso.
Você então conhece a manifestação ufológica desde os mais tenros primórdios da chamada Era Moderna dos Discos Voadores? Sim. Ainda possuo uma pintura em guache, que fiz naquele ano, de um disco voador descrito em notícias em jornais que davam conta do avistamento de um grande objeto de formato cilíndrico pousando em uma rodovia próxima a Levelland, no Texas. Também tenho recortes de meu jornal durante o tempo de universidade, de 1965, no qual escrevi um editorial pedindo um estudo urgente do assunto. Com o sucesso de meu livro Crossfire, viajei pelo mundo e perguntei às pessoas sobre o que achavam ser o maior acobertamento promovido pelo governo dos Estados Unidos, depois do assassinato de Kennedy, e por unanimidade a resposta era: “A verdade sobre os UFOs”.
Falando sobre ficção científica, o que você gosta no gênero? Poderia preencher todas as páginas da Revista UFO detalhando os grandes livros e seriados de ficção científica de que gostei. Sou fã há muitos e muitos anos do gênero. Quando era garoto, lia Robert Heinlein, Isaac Asimov, Ray Bradbury, Arthur C. Clarke, todos os clássicos. Acho que eles me proporcionaram melhor cultura e conhecimento para poder investigar casos autênticos de UFOs e outros mistérios como jornalista. Quanto a filmes mais recentes, coloco entre meus favoritos Mad Max 2: The Road Warrior [1981], Exterminador do Futuro [1984] e, claro, Avatar [2009]. Como divertimento, aprecio filmes e livros que tratam de vampiros, lobisomens e chupacabras.
Poderia nos descrever o avistamento do tal objeto cilíndrico visto em Levelland? Parece realmente interessante. Sim, o incidente aconteceu em novembro de 1957, quando o trabalhador de uma fazenda, chamado Pedro Saucedo, telefonou para a polícia de Levelland para reportar um grande UFO cilíndrico, com cerca de 60 m de comprimento. Saucedo disse que quando o artefato se moveu, aproximando-se de seu caminhão, o motor parou. Era noite, e quando o objeto se afastou, as luzes e o motor voltaram a funcionar. Contou ainda que ele e a pessoa que o acompanhava sentiram uma onda de calor quando o UFO passou por eles. Mais tarde, nas primeiras horas da manhã, outras pessoas também avistaram o aparelho.
Esta entrevista continuará na próxima edição, UFO 172, de dezembro.