Qualquer leitor da Revista UFO, ou qualquer pessoa em busca de informações ufológicas – geralmente após ter experimentado um fenômeno insólito –, ao adquirir um DVD da Videoteca UFO, antes mesmo do documentário ter início, já começa a se espantar com as primeiras informações que aparecem na tela, referentes à estatística dos dados ufológicos mundiais. Nelas consta que há mais de oito milhões de ocorrências ufológicas documentadas pelas forças armadas de cerca de 180 países, e que a cada minuto alguém vê um UFO em algum lugar do mundo. De qualquer leigo a frase padrão que se ouvirá é a seguinte: “Eu não imaginava que as coisas já estivessem neste ponto!” E para estas pessoas, creio que a resposta da maioria dos ufólogos seria: “Bem, na verdade já passaram deste ponto há algum tempo”.
O número de casos registrados por entidades ufológicas numa escala global é estarrecedor, assim como aqueles resgatados por instituições e sites dedicados à paranormalidade, área a qual a Ufologia se mescla inúmeras vezes. Porém, estes números não são nem de longe o retrato da realidade. É simplesmente incalculável a quantidade de experiências tanto paranormais quanto ufológicas que ocorrem diariamente em todos os quatro cantos do globo e que são, infelizmente, totalmente perdidos e ignorados por absoluta falta de registro apropriado. Mesmo com a criação de boletins virtuais, como o norte-americano Filer’s Files, que veicula semanalmente atualizações de avistamentos desde 1998, ou os Arquivos Forteanos da América Latina, ou ainda a nossa Revista UFO, que há 25 anos mantém e publica os registros de casos ufológicos ocorridos no Brasil e no mundo, uma quantidade infinita de ocorrências escapa ao nosso conhecimento.
São casos que se passam com testemunhas – e mesmo contatados – que desconhecem a existência da Ufologia como disciplina, por serem pessoas bastante simples e de baixa escolaridade, ou por interpretarem os eventos vividos como assombrações, como amplamente discorrem Paulo de Carvalho Neto e Antonio Faleiro em suas respectivas obras O Povo do Espaço e UFOs no Brasil: Misteriosos e Milenares [Códigos LIV-001 e LIV-010 da coleção Biblioteca UFO. Veja Shopping UFO desta edição]. Também há aquelas pessoas que, por não conseguirem formular uma explicação por si mesmas, preferem deixar de mencionar o fato. E outras que têm uma visão sócio-cultural e religiosa que as faz interpretarem tais eventos como algo negativo, e assim preferem se calar para não serem marginalizadas pelos seus iguais. Há ainda aquelas que chamo de “parentes da Scully”, que, até mesmo por possuírem alto nível intelectual, consideram a Ufologia pejorativamente e se recusam terminantemente a comentar um fato que possa ser mal visto pelos colegas igualmente céticos, preferindo afirmar que viram algo que não sabem o que era, mas que, com certeza, “tem uma explicação racional”.
A seguir transcrevo algumas histórias que ilustram esta realidade, algumas delas ocorridas há décadas e envolvendo membros das mesmas famílias, que poderiam corroborar o estudo de casos similares. Os nomes de algumas testemunhas ou contatados foram mantidos em sigilo a pedido dos mesmos. O primeiro fato eu descobri em 1995, quando trabalhava como professora na Escola Dorval Rodrigues, na zona rural do município de Itajaí (SC). Foi ali que conheci dona Izabel Rodrigues Prange, então com 55 anos, zeladora do estabelecimento, hoje desativado. Nos intervalos entre as aulas, dona Izabel contava alguns fatos interessantes, presenciados por ela e sua família, que sempre residiram no campo. Ano passado retornei à sua casa para uma visita rápida, munida de bloco e caneta, disposta a recuperar alguns daqueles causos.
Disco voador em fazenda de café
O primeiro acontecimento contado por dona Izabel, paulista de nascimento, ocorreu em 1954, quando tinha 13 anos, juntamente com seu pai, Artur Rodrigues, e seu irmão, Lázaro Rodrigues, ambos falecidos. A experiência se deu numa manhã de maio, por volta das 07h00, na Fazenda Garcia, com 800 mil pés de cafés plantados, onde o pai trabalhava. A propriedade ficava em Alto Paraná, perto de Paranavaí (PR). Ao rumarem o pai e os dois filhos para o cafezal, começaram a ouvir um ruído alto, “como de pedaços de ferro esfregando um no outro”, segundo ela. Havia um nevoeiro naquela manhã, mas ao chegarem mais perto viram um objeto a curta distância, do tamanho aproximado de uma casa e de cor de alumínio brilhante, composto por duas partes, sendo que a central, similar a uma bacia, girava em sentido anti-horário, e a de fora, maior, circulava o objeto como uma roda de carroça girando em sentido horário. O avistamento durou cerca de dois minutos e o objeto partiu devagar. Outros moradores do local afirmaram ter ouvido seu barulho, mas não o viram. A então menina Izabel recorda de seu pai, um homem simples mas de grande sabedoria, ter dito que “não se deve duvidar das coisas que têm nome, porque se têm nome é porque existem ou existiram”, e que aquilo devia de ser o que chamavam de disco voador.
Em 1976, dona Izabel novamente testemunhou um fato insólito, desta vez em companhia dos filhos Waldir, Frederico, Márcia e Nágela. O evento ocorreu numa região de reflorestamento da cidade de Rio D’Oeste (SC), num mês de junho, por volta das 20h30. Eles se lembram da data por ser época da safra de mandioca, de cuja colheita se fazia farinha. Ela retornava com os filhos da casa do sogro, quando avistaram o que descreveu como “uma linda claridade que mudava de cor, maior do que a Lua”, que tinha um ruído suave e marcante, e que “veio por detrás de um barranco alto acima de uma serra”. Todos se abaixaram, quase se atirando ao chão, inclusive dona Izabel, que carregava a filha mais nova, ainda um bebê, no colo, com medo que aquilo lhes batesse nas cabeças, pois passou a uma altura máxima de dois metros do chão.
A luz deixava um rastro descrito como uma corrente vermelha e entrou numa gruta conhecida como Grota Funda, na Fazenda do senhor Abílio Lutério Gonçalves. Aquele era um local onde se falava que “coisas estranhas apareciam”. Ao passar por cima de uma cerca, os palanques de aproximadamente um metro de altura adquiriram uma tonalidade branco-azulada fluorescente, tal a luminosidade emitida pelo objeto. Em outra ocasião, o marido e uma das filhas de dona Izabel avistaram um objeto com menos de um metro de comprimento, de formato semelhante a um avião a jato e cor prata brilhante, que não emitia qualquer ruído, Aquilo sumiu dentro da mesma gruta.
Detalhes que passam despercebidos
Nem dei a devida atenção a muitos episódios contados por dona Izabel, por não considerá-los diretamente relacionados à Ufologia. Exemplo disto foi um caso relatado pelo marido da senhora, que contou ter acordado no meio da noite para beber um copo de água e, ao olhar pela janela, viu uma árvore ou arbusto brilhando muito, o que o fez pensar que estives
se pegando fogo. Ele presenciou o fato e permaneceu se indagando sobre o que teria causado o incidente e como os outros trabalhadores da fazenda iriam dar conta de apagar o “incêndio”. Mas voltou a dormir e no outro dia espantou-se ao encontrar o local intacto, sem nenhum vestígio de fogo.
Na ocasião, procurei conduzir a conversa para outros casos que dona Izabel já havia comentado antes, dos quais queria obter mais detalhes, mas seu esposo parecia muito impressionado com o ocorrido e desejoso de me contar sua experiência, e insistentemente perguntava minha opinião sobre o que teria sido aquilo, para o quê minha ignorância não tinha nenhuma resposta. No entanto, meses depois, ao ler alguns livros da Biblioteca UFO, deparei-me com o que Ubirajara Rodrigues chama de “enigma das árvores luminosas” em seu livro Na Pista dos UFOs [Código LIV-005 da coleção Biblioteca UFO. Veja Shopping UFO desta edição], e então descobri que a aparição de UFOs causa um fenômeno de luminescência em determinadas plantas. Se soubesse disto antes, teria dado maior atenção ao esposo de dona Izabel e procurado descobrir que tipo de arbusto era aquele.
Fatos isolados ou interligados?
Até que ponto um avistamento pode ser interpretado como um fato isolado depende da abordagem estabelecida pelo ufólogo e da linha de investigação seguida. Mas creio que, ao cruzar informações, ampliamos enormemente a base de dados disponíveis, para, digamos, se fazer um diagnóstico da situação, pois na análise correlacionada enxergamos sutilezas que normalmente seriam ignoradas. Os casos descritos anteriormente ocorreram com a mesma família, porém em localidades diferentes, e nenhum na cidade de Itajaí, onde a família reside atualmente. No entanto, a região é rica em episódios, assim como tantas outras do Território Brasileiro, sendo que o que mais chama a atenção são os constantes avistamentos de objetos que emergem ou submergem no mar, o que reforça os rumores de que exista uma base extraterrestre submarina no litoral catarinense, como podemos conferir na matéria de Carlos Alberto Machado, Caso Navegantes: Queda de UFO em Santa Catarina, publicada na edição UFO 079. O texto trata do acidente com um suposto disco voador naquela cidade, vizinha de Itajaí, caso bastante semelhante ao abordado na edição UFO 138, sobre a queda de um UFO em Porto Shag no Canadá, incluindo operações militares da Marinha e a clássica desinformação oficial subseqüente.
Um dado interessante e que pode ter alguma correlação com os avistamentos de objetos submarinos não identificados (OSNIs) é o fato de já ter sido dito que algumas naves seriam feitas de magnésio em alto grau de pureza, não encontrado na Terra. O magnésio é o sexto elemento mais abundante na crosta terrestre. Não é encontrado livre na natureza, porém entra na composição de mais de 60 minerais, sendo os mais importantes industrialmente os depósitos de dolomita, magnesita e brucita. O metal é obtido principalmente pela eletrólise do cloreto de magnésio (MgCl2), sendo extraído de salmouras e água de mar [Veja o mais novo lançamento da Biblioteca UFO, o livro OSNIs, de Roberto Pinotti, código LIV-022 na seção Shopping UFO desta edição].
Alguns episódios de OSNIs ocorridos em Santa Catarina levantam questionamentos que poderiam ser melhor analisados por ufólogos experientes, pois meu trabalho aqui é apenas o de relatá-los. Estes, junto a vários outros casos ufológicos da região, que chegam por e-mail ao site da Revista UFO, poderiam agregar mais peças ao quebra-cabeças local, se pudessem ser mais detalhadamente averiguados, ajudando, assim, a definir o perfil da casuística ufológica regional, marcada pelo clássico Caso Antonio Nelso Tasca, ocorrido a caminho de Chapecó, em 1983, que viveu uma experiência não tão isolada, como se poderia supor e como veremos a seguir.
Garoto avista UFO em Itajaí
G. P., 22 anos, vendedor de autopeças, reafirma hoje com mais detalhes um fato ocorrido por volta de seus 11 anos, quando avistou um objeto a poucos metros de sua casa, por volta das 21h00. Naquela noite, seus familiares e amigos jogavam baralho quando G. P. e um amigo de 14 anos foram até a casa deste último, situada a poucos metros da residência do primeiro, onde o garoto mais novo ficou aguardando o retorno do amigo na rua deserta. Neste instante, G. P. começou a chamar pelo colega insistentemente: “Corre, corre pra ver um ‘negócio’”. Nos fundos da casa vizinha havia um coqueiro, acima do qual aparentava, diagonalmente, estar posicionado o tal “negócio”. Era um UFO bem baixo e com aproximadamente 4 m de diâmetro, cor de aço cromado, nenhuma luz visível e sem emitir ruído algum.
A parte de baixo do aparelho discóide era toda formada por gomos. G. P. acredita que o objeto estava na verdade na rua de trás, dando a impressão de estar pairando sobre o coqueiro a partir do seu ponto de vista. Entrou correndo em casa para contar a seus familiares o que havia visto, mas ninguém lhe deu atenção. No entanto, hoje todos acreditam em seu relato, por ser um jovem muito responsável e por jamais ter voltado atrás em seu depoimento. Ambas as testemunhas declaram ter tido no local avistamentos de estrelas que mudam estranhamente de lugar.
R. M., 30 anos, estava descansando em sua hora de almoço de um dia nublado na praia central do Balneário de Piçarras, litoral norte de Santa Catarina, a poucos quilômetros de Itajaí e Navegantes. Era inverno de 2007 e ele trabalhava como segurança em uma casa lotérica. Tinha como hábito ir até a praia sentar-se sobre as pedras existentes no local e ficar olhando o mar. A poucos metros alguns pescadores recolhiam redes. Subitamente, ouviu um som alto e rápido passar por cima de onde estava. Olhou para o alto pensando se tratar de um jato que cairia no mar, mas nada viu. Os pescadores próximos também olharam para cima procurando a origem do som. Foi quando, mais à frente no mar, ocorreu uma movimentação, “como quando se pressiona a mão na água e ela afunda no meio mas levanta pelos lados”, segundo suas palavras.
Ele imediatamente achou que teria a oportunidade de ver uma baleia, pois já tinha ouvido que tais animais por vezes eram vistos na região. Rapidamente, pegou seu celular
e tentou fotografar a baleia para mostrar para os amigos e usá-la como papel de parede do aparelho, batendo três fotos seguidas. Infelizmente, não conseguiu captar o cetáceo, como esperava. Resolveu ir embora, mas antes de deixar a praia, passando pelos pescadores, con-firmou que eles também ouviram o ruído e pensaram que seria um avião caindo. Ao comentar sobre a baleia, ouviu deles que era difícil avistar o animal por ali, mas que alguma coisa costumava estragar suas redes sem que eles conseguissem descobrir do que se tratava. Disseram que sempre perdem redes que são rasgadas naquele ponto da praia.
Somente à noite, já na cama e com as luzes do quarto apagadas, revendo as fotos no seu celular, percebeu que em duas das três fotos batidas algo semelhante a uma mancha luminosa aparecia. Ele mostrou a foto a funcionários de uma loja de aparelhos celulares e também de uma loja de máquinas fotográficas, que, segundo seu depoimento, acreditam ser um disco voador envolto por uma espécie de campo de força. A testemunha enviou-me duas das fotos, mas somente após análise de especialistas se poderá dizer algo concreto a respeito. Lamentavelmente, elas têm baixa resolução e foram tiradas com um aparelho simples e antigo. Levando-se em conta a história de como a foto foi tirada, supondo que as informações fornecidas sejam verdadeiras, o fato de ser um dia nublado e o horário em questão, 12h30, dão a impressão de realmente haver algo na foto envolto um campo de força.
Mediunidade: experimento alien?
N. C., 54 anos, dona de casa, nascida na cidade de Navegantes e moradora de Itajaí, tem inúmeros episódios insólitos para contar em sua vida, desde sua infância, que por si só renderiam um artigo. Entre suas experiências cito apenas algumas que considero relevantes na abordagem proposta neste artigo. Desde muito cedo a senhora apresenta o fenômeno de visão remota, freqüentemente alertando à mãe sobre visitas não esperadas de parentes, de 15 minutos até horas antes que eles chegassem. No início da puberdade foi visitada por uma entidade de aparência humana, vista por ela como seu anjo da guarda ou guia, que lhe ensinou desdobramento ou viagem astral. Segundo ela, o ser lhe dizia que poderia atravessar paredes, voar, mas que não deveria mexer com as pessoas, coisas que por vezes ela se via tentada a fazer, notando que, às vezes, alguns percebiam sua presença. Aquele ser lhe dava aulas, lições sobre a existência de uma vida espiritual em outra dimensão, e sobre como se comportar e interagir neste ambiente astral.
Ainda na juventude começou a ver um bebê nas nuvens, que ela afirmava que seria sua filha. Ao casar-se, logo engravidou, e embora os médicos dissessem que seria um menino, ela sempre teve certeza de que teria uma filha – e de fato ela teve uma menina, que também, desde cedo, manifestava sinais do que convencionamos chamar de mediunidade. Ela também teve uma visão do rosto do segundo filho, que chegou a desenhar e bordar num babador de bebê. Quando estava grávida, N. C. diz ter recebido a visita de Nossa Senhora, que teria lhe avisado sobre dificuldades que teria com este filho, que nasceu com o distúrbio da hiperatividade e déficit de atenção.
Em certa ocasião, em trabalhos conduzidos no centro espírita que freqüentava, durante sessões para desenvolvimento de pintura mediúnica, dentro do círculo formado para os trabalhos, ela teve a visão de três seres. Eles carregavam uma espécie de equipamento nas costas e que lhe saudaram dizendo que tinham energia a oferecer a ela nos trabalhos mediúnicos, caso assim o desejasse, e que tal energia era carregada naqueles equipamentos. No início ela achou que fossem espíritos, mas depois notou que havia algo estranho naquelas entidades, algo diferente.
Ao fim dos trabalhos, outra médium descreveu ter visto os mesmos seres, mas não interagido com elas, e um dos dirigentes do centro afirmou se tratarem de habitantes de outros planetas que vieram oferecer ajuda energética em trabalhos que N. C. viesse a desenvolver. Disse que ela não deveria se assustar caso se deparasse com algo estranho, pois ele havia visto, através da clarividência, uma nave pousada sobre o centro espírita. Os seres, descritos como semelhantes a humanos, mas com olhos amendoados, pele morena e cabeça cônica coberta por uma espécie de chapéu ou capacete, vestiam um macacão com luvas e botas acopladas e disseram que pertenciam a “antiga raça egípcia”. Ela enfatiza, apesar de não ter estudo para isso, que se trata de um povo que viveu antes “daqueles egípcios que há nos livros de história, mais antigos do que aqueles que a gente conhece”. Esta dona de casa anônima tem muito mais experiências para contar, entre elas poemas, músicas e desenhos recebidos mediunicamente, mas vamos nos ater a estes episódios citados e ao próximo, que considero o mais importante e revelador.
No começo deste ano, N. C. estava em sua cama quando se sentiu agarrada pela cintura e conduzida por trás, em posição fetal, até um local aberto e com alguma vegetação, similar a um grande rio, e levada para dentro da água. Sem ver o rosto de quem a conduzia, ela julgou ter sido raptada por um homem, algum criminoso, com intenções de matá-la. Segundo conta, quando estava a cerca de oito metros debaixo d’água, questionou-se o porquê de ainda não estar morta, afogada. Naquele momento, deixou de sentir as mãos que a mantinham presa pela cintura e permaneceu flutuando parada dentro do rio, até sentir que um objeto lhe foi introduzido, segundo suas palavras, “como numa endoscopia no ânus”. Disse ainda que sentia o artefato até “dentro da coluna, sofrendo terríveis dores”, e que julgou que tal experiência teria durado por volta de 30 minutos, período em que parecia que seu corpo inteiro estivesse se abrindo.
A dor insuportável, embora ela não tenha perdido os sentidos, a deixou sem reação, prostrada, e como até este momento julgava-se vítima de um assassino, acreditava que seria deixada lá mesmo, na água, para ser comida pelos peixes. Então, subitamente, sentiu-se novamente puxada e conduzida pela cintura para fora da água, só que desta vez fora colocada em pé em terra firme, a aproximadamente 5 m da margem do rio e achando que seria incapaz de andar ou permanecer de pé devido às dores que sentia. Finalmente, seu captor sai de trás da mesma posicionando-se à sua frente e ela pode vê-lo pela primeira vez. O ser aparentava 1,80 m, usava uma espécie de macacão prateado com um distintivo laranja do lado esquerdo do peito, botas e luvas ligadas ao macacão e um capacete, e foi interpretado pela vítima num primeiro momento como sendo um m
otoqueiro. No capacete, aparentemente também grudado à roupa, mas que posteriormente foi retirado, havia um visor por onde os olhos podiam ser observados.
Extraterrestre de aparência humana
Quando o ser retirou o capacete, N. C. viu que tinha cabelos dourados e longos até os ombros e divididos ao meio, sem franja, uma aparência em geral humana. Até aquele momento, nenhuma palavra havia sido trocada entre ela e seu agressor, e a vítima não sabe explicar como inesperadamente estava numa atividade sexual com o mesmo, estando ambos em pé e vestidos. Ela diz ter sentido algo penetrar sua vagina, mas que isso era impossível, pois estavam ambos vestidos. N. C. descreveu estar sem reação, como se fosse uma boneca de pano, sem forças devido à agressão sofrida embaixo da água, e se questionava durante o ato como poderia estar tendo uma relação sexual depois de ter sido submetida a tal tortura. Porém, diz ter experimentado uma sensação que “não poderia ser humana”, tamanha a intensidade.
Ao término do ato, o ser disse: “você ainda tem nove óvulos”. Então ela se viu novamente em seu quarto. Sentou-se na cama e o procurou a fim de ameaçá-lo com um processo, quando se deu conta de que aquilo tudo deveria ter sido um sonho ou desdobramento astral. Mas seu corpo estava extremamente dolorido, “como se tivesse sido realmente introduzido um pedaço de pau na sua coluna”, segundo suas palavras. Ela não conseguiu andar direito por três dias.
Os depoimentos acima registram casos aparentemente sem nenhuma ligação, mas quando analisados em conjunto, revelam um elo importante que não se deve ignorar. Todos os protagonistas dos casos acima são parentes. No entanto, eles não costumam comentar suas experiências. Pelo contrário, até evitam tocar no assunto, com exceção de R. M., que é mais extrovertido e gosta de mostrar a foto que tirou no celular. Na verdade, ao colher estes depoimentos, descobri que um não sabia sobre as experiências do outro. Não são pessoas interessadas por Ufologia, não possuem conhecimento sobre o assunto e somente um concluiu o segundo grau. Mas o que teria de fato acontecido com N. C.? Um simples pesadelo que a impressionou? Se for assim, por que as dores intensas nos dias que se seguiram? Quanto à idoneidade, caráter e sanidade mental da testemunha, como a mesma faz questão de se manter anônima e, portanto, se recusaria a passar por qualquer avaliação psicológica profissional, só posso assegurar que nada há que a desabone durante os longos anos em que a conheço e que sempre soube de episódios relativos às suas faculdades mediúnicas, tendo inclusive presenciado vários deles e checado várias informações obtidas através de sua paranormalidade, que se confirmaram.
No entanto, a primeira hipótese que se poderia aventar sobre sua experiência é a de que N. C. teria sido assediada por algum homem enquanto dormia e seu subconsciente geraria aquelas imagens oníricas, como uma forma de interpretar o que estava ocorrendo a seu corpo. Mas ela é viúva, não tem vida sexual ativa há anos – o que também dá espaço a algumas hipóteses freudianas quanto ao teor sexual da experiência relatada, seja esta experiência astral ou psicológica – e mora sozinha com a filha. Podemos concluir com certeza, então, que assediada por alguém enquanto dormia ela não foi, pelo menos não alguém desta dimensão. Considerando- se a possibilidade de uma abdução, teria sido ela real e ocorrida em nível físico, ou teria sido uma abdução astral, não menos real para quem as experimenta, mas um fenômeno muito mais comum e que ocorre em outros níveis da existência, outras dimensões, como explica o projeciologista Wagner Borges.
Clarividência e mediunidade
Deve-se ou não levar em consideração as experiências insólitas anteriores relatadas pela pessoa que pesquisamos, sejam elas mediúnicas, astrais ou como quer as chamemos? Seus dons tanto podem ter sido ocasionados por eles, supondo-se que ela seja objeto de experiências desde tenra idade, como, na contramão, podemos supor que ela seja um interessante objeto de estudo para os seres extraterrestres por possuir habilidades extra-sensoriais incomuns, como clarividência e mediunidade de cura. E aqui no deparamos com o clássico problema: o que veio primeiro, o ovo ou a galinha? Qual é a maneira mais objetiva de interpretarmos a fenomenologia que N. C. relata? Ela é uma médium que vê espíritos ou uma abduzida monitorada desde criança, cuja prole possivelmente faz parte da continuidade de experiências genéticas visando precisamente o aumento das faculdades de interação multidimensional do ser humano? Afinal o que é a mediunidade além de uma ferramenta para interação multimensional?
O tal “motoqueiro do espaço”, caso este episódio seja uma abdução alienígena de fato, aparenta ser do tipo nórdico. Após estudar a descrição de N. C., procurei buscar algum desenho ou episódios semelhantes e encontrei no citado livro UFOs no Brasil: Misteriosos e Milenares, de Faleiro, uma figura de seres avistados por Olmiro da Costa na localidade de Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul, em 11 de setembro de 1954. Apesar de as cores das vestimentas mudarem, de marrom, em 1954, a prata na descrição de N. C., ela achou os seres retratados muito parecidos com o que viu. Um fato talvez relevante é de que a mesma passou por uma cirurgia de extração do útero e de um dos ovários aos 32 anos, e, portanto, possui apenas um ovário.
Acho possível que não haja realmente intercurso sexual em episódios como este, em que a pessoa supostamente contatada não compreende como pode estar sendo penetrada enquanto vestida e, principalmente, estando a pessoa com a qual ela acredita estar tendo uma relação sexual, usando um macacão dos pés à cabeça! Acredito que os seres responsáveis pela abdução, física ou astral, acionariam mecanismos de compensação sensorial, a fim de que a percepção de prazer intenso se sobreponha à experiência dolorosa dos testes ou procedimentos a que foi submetida.
Fica evidente, também, que a memória é manipulada, talvez com o objetivo de que tal lembrança seja tomada por um simples sonho ou pesadelo. Quanto à razão de tais seres, sejam quem forem, quererem disponibilizar energia para uma simples dona de casa e sem maiores estudos, acho importante frisar que N. C. é uma grande médium de cura, tendo inclusive recuperado tecidos num de
do necrosado de um paciente que sofria de diabetes, que os médicos queriam amputar.