Muito se falou no IV Fórum Mundial de Ufologia sobre a necessidade de união das vertentes científica e mística da Ufologia e do reconhecimento de que o contato com outras inteligências cósmicas já vem ocorrendo individualmente, mas de forma psíquica. Migrando a temática do âmbito social e fenomenológico da presença alienígena na Terra para o âmbito interior humano, as conferencistas Mônica de Medeiros, Margarete Áquila e Gilda Moura descreveram diversas experiências de contatados, questionando seus propósitos e analisando as consequências de suas experiências. Segundo Mônica, que é médica e consultora da Revista UFO, apesar da crescente frequência das manifestações de UFOs — assim como de evidências físicas, como os agroglifos, por exemplo —, a maioria dos contatos com nossos visitantes extraterrestres não se dá na dimensão bruta da matéria em que vivemos, mas de forma extrafísica.
Mas por que eles se mostrariam dessa maneira e não permitiriam que tivéssemos provas físicas de sua existência? E como saber se as civilizações que nos observam e contatam dessa forma são boas ou ruins? A questão agora — que fica como mensagem do UFOZ — não é apenas se tais visitantes querem nos contatar, mas se estamos preparados para recebê-los. Já foi dito que essa aptidão não depende apenas de compatibilidade tecnológica e da abertura de informações, mas precisa ser acompanhada da respectiva evolução humana. Para tanto, é necessário que a dita Ufologia Científica se una com aquela vertente que leva em consideração os elementos holísticos e espirituais do Fenômeno UFO. E é preciso, sobretudo, que cada indivíduo desenvolva sua consciência de modo a encarar a realidade ufológica com a mente aberta. “Falta-nos o principal pré-requisito para o tão esperado contato em massa: nossa maturidade enquanto espécie”, afirmou Mônica em sua palestra.
Antagonismo e descrença
Quanto ao medo culturalmente imposto de que esses visitantes tenham apenas a intenção de explorar nossos recursos, a médica e ufóloga argumentou que “a pirataria do planeta já é passado, pois atualmente a presença alienígena na Terra vai muito além disso”. Mônica também afirmou que, diante da falta de entendimento completo da realidade extraterrestre, contatados e abduzidos ainda vivem muito antagonismo e descrença perante a sociedade, sentindo-se sós e abandonados, e nisso se perde muita informação valiosa. Os contatados parecem crer que são seres especiais e passam a ser vistos pela comunidade ufológica científica como excêntricos ou falsos profetas.
“Mas existiria um pré-requisito no DNA humano para a pessoa ser contatada por ‘eles’, e isso está ligado à nossa frequência vibratória, ou seja, à nossa carga interior, que se acumula desde várias encarnações”, afirmou a especialista. A intenção dos extraterrestres, nesses casos de encontro, seria transformar aqueles que contatam no que chama de “elo de entrada” para que a comunicação entre a nossa espécie e a deles se faça possível. O contato, por enquanto, se dá majoritariamente no nível frequencial e consciencial. “Ainda não estamos prontos enquanto sociedade para o contato aberto. Para caminharmos em direção a isso, é essencial o autoconhecimento”.
Psicologia das abduções
A convergência entre a Ufologia e os estudos da consciência humana também foi tratada por Margarete Áquila, que, além de emocionar o auditório com belas canções — ela é artista em São Paulo —, fez uma interessante apresentação sobre a psiquê dos contatados. Segundo a estudiosa e artista, a raça humana precisa dar um “salto consciencial” — e aí estaria a contribuição atual dos nossos vizinhos cósmicos, ou seja, transformar-nos em seres cósmicos aptos à interação universal. “Esse processo tem início a partir do contato psíquico, com uma evolução individual do ser humano, que provoca a quebra de paradigmas e exige uma postura diferente diante da vida e diante de si mesmo”, defendeu.
Já exemplificando as consequências das abduções e das experiências de contato, a psicóloga e ufóloga Gilda Moura apresentou interessantes ocorrências ufológicas, entre elas a de um objeto submarino não identificado (OSNI) na localidade de Arrábida, em Portugal, e uma abdução que pesquisou por meio de investigações de campo e sessões de regressão hipnótica — sua especialidade — com as pessoas envolvidas. Em suas análises, Gilda concluiu que os abduzidos passam por um processo tão intenso de variações comportamentais, e até genéticas, que é possível dizer que elas chegam a ocasionar uma transformação radical em suas consciências. “O Fenômeno UFO teria essa intenção de mudança do ser humano, de despertar esclarecimento”, declarou a psicóloga, que também é consultora da Revista UFO.
Os praticantes da chamada Ufologia Mística creem que certos indivíduos já desenvolveram a vibração frequencial de que trata Mônica de Medeiros, e que cada vez mais “crianças índigo” estariam nascendo no planeta — seres humanos sensitivos, que desenvolvem dons telepáticos e psíquicos com facilidade e que ajudarão a guiar a sociedade para um nível mais elevado de evolução. “Com isso, o resultado é que estaremos mais preparados para estabelecer comunicação aberta com as inteligências extraterrestres que nos observam”, prevê Mônica.