Desde os anos 60 que aparecem na Inglaterra, ainda sem explicação, pictogramas ou desenhos enormes em plantações de vários tipos, a maioria em campos de trigo ou grãos assemelhados. Chamados inicialmente de círculos ingleses, aos poucos eles também passaram a surgir no Canadá, Itália, Austrália, Estados Unidos, Holanda e Portugal, para citar umas poucas nações onde o fenômeno se manifesta — e agora chegaram também ao Brasil e à Argentina, onde são registrados desde 2008 e chamados ora de agroglifos, ora de agrogramas. A partir do final da década de 70, principalmente na Inglaterra, o fenômeno se acentuou e passou a se manifestar em um ritmo cada vez maior, despertando o interesse de muitos estudiosos. Entre eles, o engenheiro eletricista inglês Colin Andrews, o jornalista italiano Adriano Forgione e o historiador alemão Michael Hesemann foram alguns dos primeiros a investigar esse novo fenômeno.
Mas, na verdade, de novo o fenômeno não tem nada. Na Inglaterra, há gerações os agricultores vêm relatando círculos que aparecem em suas terras, tanto que o caso mais antigo de um pictograma em uma plantação data de 1500. Em uma edição de 1880 da revista Nature, o cientista John Rand Capron já relatava algumas formas inusitadas em plantações perto de Guildford, Surrey, no sul da Inglaterra. Ele descreveu sua descoberta como “um campo de trigo consideravelmente destruído, não totalmente, mas em pedaços, formando, quando se vê a distância, manchas circulares”. E garantiu que não pôde encontrar no local qualquer indício que esclarecesse as peculiares formas em sua lavoura. “Foi-me até sugerido a passagem de ventos ciclônicos”, encerrou.
Dinheiro do governo inglês
Há mais fatos confirmando o surgimento de tal fenômeno durante a Idade Média. Por exemplo, encontrou-se na Inglaterra uma tábua de madeira entalhada com uma figura que passou a ser chamada de “demônio ceifador”, uma criatura criada pelo medo de um fenômeno não explicado e que supostamente seria responsável pelos estranhos sinais frequentemente encontrados nas plantações daquele país. A primeira menção a tal mito foi feita por um jornal inglês, em 1678. A matéria foi publicada com o título de O Demônio Ceifador nas Estranhas Notícias de Hartfordshire.
Mas desde que surgiram, seja na Idade Média, seja dos anos 60 para cá, o fato é que até agora não se sabe ao certo como são feitos ou por quem. Há quem diga que são produzidos por indivíduos movidos pelos mais variados propósitos, entre eles os circlemakers. Mas alguns desses pictogramas são encontrados ao amanhecer e sem se qualquer marca de pneus de veículos ou plantas que tivessem sido pisadas por humanos, o que denunciaria os autores de tais proezas. Mesmo assim, estima-se que 30% destes pictogramas sejam falsos — e há anos em que chegam a 80%. Na verdade, muitas pessoas já tentaram imitar os pictogramas, fazendo-os com pedaços de madeira para calcar e dobrar o trigo. Entre os mais célebres estão os octogenários Dave Chorley e Doug Bower — que, anos mais tarde, admitiram ter recebido dinheiro do governo inglês para falsificar algumas figuras.
Não é difícil encontrar provas de que muitos agroglifos são fabricados, pois as imitações não apresentam a perfeição geométrica nem a simetria que os genuínos têm. Além de neles se detectarem vestígios humanos de sua realização, esses falsos pictogramas não passam no crivo de um investigador mais atento. Nas áreas onde o verdadeiro fenômeno ocorre, os caules das plantas atingidas chegam a ser dobrados em 90° sem se partirem. Há registros de campos magnéticos sobre as figuras com valores superiores a 300% do normal, bem como de radioatividade em níveis incomuns. Quando analisados ao microscópio, as plantas de trigo ou de outros grãos dessas áreas evidenciam forte modificação em sua estrutura molecular e cristalina, além de crescerem mais do que outras não afetadas — com desenvolvimento mais rápido e tempo de vida superior.
Com um simples teste pode-se distinguir os agroglifos verdadeiros dos falsos. Colocando-se uma vasilha com água destilada dentro de um pictograma e analisando o líquido em um espectrógrafo [Equipamento que realiza o registro fotográfico de um espectro luminoso], vê-se que, em nível molecular, a água vai se dispor segundo a forma do pictograma ao qual foi exposta. É como se o líquido “memorizasse” a informação do campo energético impresso no solo. Esse é um fato impressionante e completamente não explicado.
Progressão de Fibonacci
Se observarmos com atenção, notaremos também que a geometria dos agroglifos é complexa e que neles há modelos matemáticos óbvios que se repetem. Por exemplo, a espiral interna de um círculo, figura recorrente nas formações em todo o mundo, é parte de um vórtice em contração, ou seja, um movimento espiral ao redor de um centro de rotação. A linha exterior que traça o rebordo dos círculos é geralmente de sentido contrário ao do centro do círculo. Como explicar isso? Normalmente, em pictogramas complexos podemos encontrar a progressão matemática de Fibonacci, na qual um número é a soma dos dois números que o precedem. Por exemplo, o diâmetro de um círculo é igual à soma dos diâmetros dos dois círculos precedentes ou interiores.
Também podemos encontrar nos agroglifos proporções geométricas iguais às utilizadas no passado na construção das pirâmides e de outros antigos templos. Como também temos diagramas fractais em muitas formações espalhadas pelo mundo afora, a exemplo do modelo proposto pelo matemático francês Benoit Mandelbrot, que descobriu a geometria fractal da natureza — apenas que as dos pictogramas são artificiais. Enfim, observa-se nos agroglifos simultaneamente a ordem e o caos. Isso sem falar que há em alguns deles disposições matematicamente semelhantes às marcas existentes na Planície Cidonia, na superfície de Marte, eem monumentos antigos na Inglaterra.
Encontramos ainda em muitas formações princípios de “três em um” muito usados na simbologia esotérica. Nos agroglifos já deixados em várias plantações, especialmente nas de trigo, podemos ver detalhes simbológicos utilizados pelas culturas suméria, egípcia, celta, aborígene, dos índios afr
icanos dogons e de outros nativos norte-americanos. Também encontramos neles vestígios de simbologias utilizadas ao longo da história por sociedades iniciáticas e esotéricas das mais diversas linhas. Veremos alguns casos a seguir.
Simbologia mística
Uma das características mais marcantes de muitos pictogramas é o fato de serem circulares, mas isso não pode ser mera coincidência. Em quase todas as antigas culturas o círculo simboliza o Thoth ou Tot, a unidade da criação. O círculo tem sido utilizado por muitas culturas tribais, sociedades iniciáticas, escolas esotéricas e religiões como uma forma de comunhão energética. Os exemplos abundam, como o de um agroglifo encontrado em 10 de setembro de 1988, na Inglaterra, que tinha representado em seu interior um símbolo utilizado pelos celtas e que significa a predominância do espírito sobre a matéria. Muitas das figuras têm significado semelhante e representam o contato entre o céu e a Terra por seres evoluidíssimos provenientes do cosmos, que teriam sido os mestres de grandes civilizações do passado — os “instrutores do espaço”, como os vikings os chamavam.
Em 24 de junho de 1992 foi registrado, também na Inglaterra, outro pictograma que chamava a atenção. Ele tinha a representação de um logos do Sol, a insígnia solar que contém o símbolo sumério dingir, que também significava Deus para aquela cultura. A rigor, dingir era como se chamavam as “naves de fogo celestiais” que os sumérios conheceram tão bem. Tal símbolo também foi visto pelo policial norte-americano Lonnie Zamora em uma nave extraterrestre que aterrissou no Novo México, em 24 de abril de 1964, um dos clássicos da Ufologia Mundial. Um sol com 33 raios também foi deixado em um campo de trigo da Inglaterra, em 1989, sendo que para muitas sociedades esotéricas o número 33 é a representação do fim de um ciclo — no Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria, o último grau é o 33.
Mas há ainda outros curiosos formatos nos agroglifos já registrados em todo o mundo, como um de 17 de junho de 1996, também na Inglaterra, onde havia a representação da molécula do DNA humano. Em 23 de julho de 1991, na Alemanha, um detector de metais encontrou em um agroglifo sobre uma plantação de trigo três misteriosas placas, uma de bronze e pesando 6 kg, outra de prata com 12 kg e a terceira de ouro com mais de 20 kg. Todas continham impressas um pictograma igual ao do local onde foram encontradas. Como pode ser constatado na literatura, a mitologia germânica nos fala que no final dos tempos seriam encontradas três placas com essas mesmas características. Coincidência?
Mas investigar os agroglifos não é tarefa fácil e, embora pouco sabido, muitos estudiosos ou profissionais ligados a esse trabalho já sofreram advertências governamentais ou militares. Por exemplo, vários pilotos civis que acompanhavam os investigadores dos pictogramas receberam em 1988 uma carta do governo inglês advertindo-os de que, se continuassem a voar com tais indivíduos e sobre as formações, suas licenças de voo seriam retidas — não se sabe se alguma foi de fato, mas a ameaça foi real. Apesar disso, as pesquisas progrediram e chegaram a ponto de estimar que pelo menos 90% dos círculos genuínos surgem junto de sítios arqueológicas com milhares de anos, que eram desconhecidos e só vieram a ser descobertos pela localização dos círculos.
Luzes não identificadas
O registro de misteriosos fenômenos ligados aos agroglifos também é algo que intriga circólogos — como são conhecidos seus investigadores na Inglaterra e Estados Unidos — e cientistas. Um exemplo são as luzes não identificadas que são geralmente vistas sobre os campos nas noites — e até durante dias ensolarados — que precedem a descoberta das formações. São sondas ufológicas claras que já foram até filmadas enquanto as marcas apareciam por sobre onde estavam, em uma indicação aberta de que os fenômenos estão interligados. Estudiosos apresentaram suas suspeitas quanto ao filme, mas ele foi analisado por técnicos da NASA, que não tiveram como afirmar que fosse fraudulento.
Mas nenhum de tantos impressionantes mistérios sobre os agroglifos se compara à descoberta de uma marca com formato de uma face na manhã de 14 de agosto de 2001, igualmente na Inglaterra. Naquela data, engenheiros e astrônomos que trabalhavam no Radiotelescópio de Chilbolton, em Hampshire, descobriram no campo à frente do prédio, por acidente, um desenho espetacular esculpido em uma plantação, como se tivesse sido empregado um método semelhante à técnica de meio-tom que os jornais usavam para imprimir fotografias. A partir do solo não era possível distinguir uma forma especial e parecia ser simplesmente mais uma série de amassamentos aleatórios de grãos. No entanto, quando vista do ar, ficava clara a figura de um rosto.
Dois sóis e três planetas
Desde aquela época, pesquisadores comparam o padrão da imagem de Chilbolton com o Sudário de Turim, com o rosto em Marte e outras imagens de forma humana cuja origem não pode ser explicada. E assim, pela primeira vez um agroglifo em forma de um semblante humano nítido pôde ser visto em uma plantação — e a imprensa, normalmente cética quanto ao fenômeno, abriu-se para a possibilidade de que, afinal, talvez os agroglifos tenham mesmo uma origem inusitada e “alguém” está definitivamente nos mandando uma mensagem.
Apenas cinco dias depois da descoberta da face, a equipe do radiotelescópio encontrou outro sinal incrivelmente original no mesmo campo — era um desenho sobre uma plantação de trigo idêntico a uma mensagem de rádio binária que o Projeto SETI [O programa de busca por vida extraterrestre inteligente] transmitiu em 16 de novembro de 1974 do Radiotelescópio Arecibo, em Porto Rico. O pictograma contém o código binário exatamente na sequência da mensagem original do SETI, levando estudiosos a afirmar que se tratou de uma resposta de alguma espécie cósmica à nossa transmissão.
A resposta dos próprios autores
Seja qual for tal espécie, assumindo como verdadeiro que tenha feito o agroglifo naquela plantação e tomando-se como base o que contém, deixou uma mensagem muito clara sobre si mesma. Primeiro, que outras espécies cósmicas existem abundantemente. Segundo, que sua composição química consiste em hidrogênio, nitrog&ec
irc;nio e silício. Terceiro, que os membros de sua espécie têm uma constituição de DNA diferente, mas semelhante, à nossa. Quarto, que os membros de sua espécie têm cabeças maiores do que as nossas. E, quinto, que seu sistema estelar tem dois sóis e três planetas habitados.
Apesar da grande quantidade de casos já registrados — de 6 a 20 mil em todo o mundo, segundo autores diversos —, os inexplicáveis sinais nas plantações costumam aparecer subitamente e sem aviso. Algumas formações são tão complexas que mesmo um batalhão de pessoas, como os circlemakers, usando equipamentos sofisticados e dispondo de todo o tempo necessário, não os conseguiram realizar — isso sem contar que os agroglifos genuínos têm características elétricas, magnéticas e radiativas, entre outras, que não se podem imitar.
Embora alguns grupos de forjadores sejam altamente sofisticados, e aparentemente se divirtam em fazer pictogramas, são logo descobertos — e até pelos autores dos agroglifos legítimos. Isso é o que aconteceu na Inglaterra, em 21 de agosto de 2001. Logo após ser publicada nos jornais a notícia que alguns círculos em plantações de trigo eram todos falsos, na noite seguinte surgiram 420 novos e impactantes círculos nos campos daquele país! Terá sido alguma resposta? Na ocasião, até a família real britânica fez uma visita aos círculos guiada pelo circólogo Colin Andrews, consultor da Revista UFO. Os nobres iriam se expor a fazer uma visita oficial a agroglifos se soubessem que eram falsos?
Enfim, embora queiram negar a veracidade dos pictogramas ou agroglifos, os céticos têm que se esforçar mais e explicar todas as características acima mencionadas, bem como os resultados dos exames laboratoriais nas plantas atingidas, que apontam anomalias impossíveis de serem fraudadas. Como seria possível fazer, em uma única noite e com tal perfeição, pictogramas gigantescos que chegam a 800 m de comprimento de ponta a ponta e contêm mais de 1.000 objetos geometricamente dispostos? O que disse certa vez o brilhante presidente Abraham Lincoln serve para os que insistem em atribuir os agroglifos a forjadores: “Pode-se enganar a todos por algum tempo, pode-se enganar alguns por todo o tempo, mas não se pode enganar todos o tempo todo”.