
“Temos um fato preciso: um homem, saindo do solo, percorreu mais de 100 m em uma engenhoca voadora”, escreveu o capitão Ferdinand Ferber na revista Aérophile, em 1906. Ele estava encantado com a visão do brasileiro Alberto Santos Dumont sobrevoando, em seu 14-Bis os campos de Bagatelle, em Paris. No dia 23 de outubro do mesmo ano, o 14-Bis levantou vôo diante de uma comissão do Aeroclube da França, fazendo com que todos ficassem admirados com a engenhoca de pano, bambu e alumínio, capaz de imitar o vôo dos pássaros. Mas se este fato causou controvérsias entre os homens há menos de um século, imagine qual seria a reação dos povos primitivos ao constatarem estranhos objetos voando nos céus?
Desde a invenção de Dumont, as pessoas do mundo todo começaram a se questionar sobre a existência de estranhos objetos sobrevoando campos e cidades, embora já existissem os balões dirigíveis. No Brasil não foi diferente e, 60 anos depois, em Santos Dumont (MG), cidade cujo nome foi dado em homenagem ao pai da aviação, surgiu um dos primeiros casos de avistamentos ufológicos da região. Muitos dos moradores, inclusive, chegaram a acreditar que as luzes observadas seriam o espírito do falecido herói nacional, que estaria visitando o local batizado com seu nome. Desde então, já foram registradas inúmeras ocorrências ufológicas, mais de 30 somente na última década.
Um exemplo disso foi o ocorrido no dia 13 de janeiro de 1996, quando o borracheiro Jurandyr avistou um estranho objeto voador à cerca de 700 m do local em que trabalhava. “Eu não conseguia acompanhar, aquilo parecia desgovernado”, contou. Outras pessoas que estavam no local também ficaram amedrontadas com as incríveis acrobacias aéreas do aparelho. Segundo suas descrições, ele fazia movimentos extremamente rápidos, subindo e descendo. A cada ação brusca, reduzia seu brilho e tamanho. O UFO permaneceu no ar por cerca de quatro minutos, até que se tornou invisível aos olhos das testemunhas. Mais recentemente, no dia 13 de março de 1998, o motorista de ônibus Mauro Batista conduzia o veículo com 30 passageiros pela BR-262, fazendo o percurso Uberaba – Belo Horizonte (MG), quando, de repente, surgiu um estranho objeto luminoso na estrada. Ele era oval, incandescente e sua coloração variava do branco ao amarelo. Segundo Mauro, o ônibus foi seguido por aquilo durante quase duas horas. “Tinha uma luz muito forte em sua base e se parecia com um disco voador. Aquilo apareceu uns 15 km depois de Araxá e nos acompanhou durante uma hora e quarenta e cinco minutos, ininterruptamente”.
Todos os passageiros testemunharam o UFO e ficaram maravilhados com suas evoluções, mas no momento ninguém tinha uma máquina fotográfica para documentar o fenômeno. O motorista ainda afirmou ter sinalizado com os faróis do veículo várias vezes, na expectativa de obter alguma resposta. Mas nada aconteceu. Casos como esse, em que naves e sondas extraterrestres aparecem e desaparecem nos céus, são cada vez mais freqüentes em Minas Gerais. Muitas pessoas já descrevem os discos voadores semelhantes aos aviões caça da Força Aérea Brasileira (FAB), satélites ou os relacionam diretamente com extraterrestres. Contudo, alguns desses eventos ufológicos ainda são confundidos com fantasmas e aparições de entidades folclóricas. Analisando as diversas designações atribuídas aos UFOs, verifica-se que desde os primórdios elas variavam de acordo com a cultura dos povos.