No dia 7 de maio de 1952, por volta de 12:00 h, estava com João Martins atravessando o canal da Barra da Tijuca e se sentaram a uma mesinha redonda do Bar do Compadre, tentando obter alguma informação sobre um certo homem muito parecido com Adolph Hitler que andava por ali. Na época corria o boato que o führer não morrera e que poderia estar refugiado no Brasil. Por volta das 16:00 h, os dois jornalistas sentaram-se na praia e começaram a bater papo.
Cerca de meia hora depois, um objeto apareceu no horizonte, sobre o mar, vindo rapidamente na direção do litoral. Keffel, que estava de frente para o sol, apontou depressa sua máquina Rolleiflex (com lente Tessar, distância focal de 7,5 cm, utilização de diafragma entre 8 e 11, foco no infinito e velocidade de 1-500) e começou a disparar. Conseguiu obter cinco chapas, exatamente as últimas do filme, para desespero dos que acreditam piamente naquele famoso material.
O objeto fez um semicírculo sobre as matas da Tijuca e sobrevoou a Pedra da Gávea. A revista O Cruzeiro, a cujo encargo esteve o furo de publicar pela primeira vez as fotos, em edição extra, traz o depoimento de João Martins: “Neste ponto, fez uma descaída, balançou-se à semelhança de uma folha que se desprende de uma árvore, ou como o que acontece às vezes com alguns aviões numa tomada de campo. Repentinamente, porém, ao chegar sobre o mar, lançou-se de novo para a frente, numa arrancada alucinante, não em posição horizontal, mas inclinado num ângulo a uns 45 graus sobre o seu próprio eixo, como um aeroplano deitado sobre uma de suas asas. E desapareceu como uma flecha, ou melhor, como uma bala, em direção ao oceano. Desapareceu além das ilhas Tijucas, que encobriram a nossa linha de visão para o horizonte.
“Voltou, portanto, para o mesmo rumo do qual tinha vindo. Tudo isso durou no máximo um minuto. Durante todo o tempo, não ouvimos o mais leve som. Aquilo parecia voar em absoluto silêncio, ou produzindo um som de freqüência superior à capacidade auditiva do homem. Não deixava o menor rastro de vapor ou de chamas. Não era luminoso. Tinha cor cinzento-azulada, que o fazia confundir-se com o céu sem nuvens”.
É possível que as fotos de Minas Gerais, só agora descobertas, venham a compor mais um indício que nos possibite descobrir a veracidade das fotos de Ed Keffel.