A Chapada Diamantina, no miolo do território baiano, entre o Oceano Atlântico e o Rio São Francisco, se esconde muito além de belezas geográficas que são o cartão postal do país, como a famosíssima Cachoeira da Fumaça, com os seus 422 m de queda livre, e o Poço Encantado, de águas límpidas encerradas numa gruta caprichosamente esculpida pelo cinzel do tempo. No meio de tantos encantos, estão constantes e intrigantes aparições de UFOs, testemunhadas por inúmeros moradores e turistas. A Equipe UFO acompanha a casuística da região e documentou relatos de viajantes que datam até de 1882, que já contavam sobre espantosos “painéis multiformes” avançando pelo sertão baiano. Agora, este autor localizou o ex-prefeito da cidade de Lençóis – uma das mais importantes da Chapada –, que também conta ter tido contatos de terceiro grau com seres extraterrestres.
Otaviano Alves Júnior, hoje com 47 anos, governou a cidade de 1993 a 1997, sendo conhecido e respeitado por toda a população. Ele garante ter vivido uma experiência fantástica que começou em 1995, quando toda a Chapada foi invadida por uma intensa onda ufológica, cujo epicentro era a Serra do Capabode, no município de Mucugê – região abundante em riquezas minerais, historicamente conhecida por seu potencial diamantífero e pelas bamburras de ouro que brotavam no seu subsolo. Tal fato, que atraiu milhares de curiosos para o local, foi documentado pelo consultor de UFO Alonso Valdi Régis [Veja UFO Especial 05]. Nessa época, Otaviano era garimpeiro no Rio São José e disse que um dia ficou até mais tarde no garimpo, quando avistou uma luz enorme, bem próxima. “Ela ficou parada no céu das 8 horas da noite até de manhã. Vi que era uma coisa normal na região. A partir daí me interessei e fiquei a observar a quantidade de objetos que iam aparecendo”, conta.
Madrugada Adentro – O ex-prefeito disse que os avistamentos passaram a ser cada vez mais freqüentes. As luzes em questão, também observadas pelos dragueiros que trabalhavam madrugada adentro no leito do rio – ainda de acordo com Otaviano –, possuíam diferentes formatos e colorações, variando do vermelho para o azul e chegando ao branco total. “Esses objetos rasgavam os céus em evoluções impressionantes”, afirma a testemunha, “porém sempre se locomovendo em silêncio e imprevisíveis, sem hora marcada para aparecer ou desaparecer.” Entretanto, para sua surpresa, o fato mais insólito ainda estava para acontecer. E não tardou! Em janeiro do mesmo ano, fazia frio e era madrugada na fazenda do ex-prefeito, que fica a aproximadamente 10 km do centro de Lençóis. “Tive a visão de luzes tomando formas humanóides e entrando pelo telhado. Eram seres estranhos, que não tocavam o chão. O primeiro contato se deu através de uma ligação telepática”, narrou.
Otaviano conta que entrou em uma espécie de transe naquele momento. Mesmo cercado de duas crianças, filhos do caseiro da fazenda, não conseguiu ouvir ninguém, a não ser os próprios pensamentos e os dos visitantes celestes. Estava consciente do que acontecia ao seu redor, porém incomunicável. “Por causa da estranheza, cheguei até a assustar os familiares a minha volta”, argumenta. Para a testemunha, aquele primeiro contato – que, aliás, nunca poderá ser esquecido – foi valiosíssimo. “Aprendi muita coisa. Eles me ensinaram, entre outras, algumas palavras e gestos que eu ainda nem sei como irei utilizá-los”, adianta o ex-prefeito, que acredita passar por uma espécie de fase de harmonização ou preparação, tendo a impressão de que algo está sendo trabalhado em seu corpo e mente, gradativamente.
Hoje em dia, sempre que se concentra, Otaviano consegue ver claramente uma série de bolas de luzes e seres materializados circulando ao seu redor. Ilusão? O ex-prefeito de Lençóis garante que não. “Vejo isso em qualquer lugar, só não consigo explicar porquê”, afirma, garantindo acreditar que seres extraterrestres, com suas naves, têm buscado constantemente a região da Chapada Diamantina atrás de minérios. Se seu caso é espantoso, no entanto, há muitos outros que demonstram a diversidade e profundidade do cenário ufológico da região. Alguns relatos de discos voadores datam do século passado, como sustenta o artista plástico Jiovaldo Chaves de Araújo, 64, conhecido como Jotacê, que se define como um eterno pesquisador da casuística ufológica da Chapada.
Relatos Seculares – Jotacê aponta Lençóis, Mucugê e Morro do Chapéu como os locais onde acontecem com maior freqüência os casos de avistamentos na região, que começaram a ser relatados por volta do ano de 1882, segundo o depoimento que se segue, de autoria de M. M. Freitas e extraído de seu livro Estradas e Cardos. “O viajor, quer seja um sábio ou um garimpeiro, um mascate ou um catingueiro, apruma-se e queda-se em pleno sertão e contempla extasiado a natureza criadora e bárbara. Indeciso a princípio e depois, quase sempre, como que arrastado por poderosa e estranha força, acenado por painéis multiformes, avança sertão adentro…” Estando um dia o escritor a caminho de Mucugê, documentou um fato inusitado: “Amparei os olhos com as mãos apoiadas sobre a testa e divisei além, muito além, na serra azulada distante, um halo de luz multicor sempre ascendente até desaparecer. Não compreendi aquele fenômeno e julguei uma visão de ótica.”
Um século adiante, Jotacê é importante testemunha dessa efervescência ufológica que continua sendo a tônica na região da Chapada. Uma de suas muitas visões aconteceu por acaso, em 1997. “Fui levar um amigo à rodoviária, por volta das 19:00 h. Estávamos eu, Roque e Eraldo. Foi só olhar para cima que veio aquela coisa linda, bem azul, silenciosa. Quando o Eraldo, que nunca tinha visto nada parecido, abriu a boca, a luz desapareceu.” O artista enumera vários tipos de avistamentos que já conseguiu documentar na região, cada história mais fantástica que a outra. Entre as formas mais avistadas, ressalta Jotacê, estão UFOs com luzes vermelhas cintilantes e algumas fixas, lembrando o farol de um carro. Em duas oportunidades, essas aparições puderam ser registradas pelo fotógrafo Tiãozinho, numa vigília que aconteceu no alto da cidade de Lençóis e que foi acompanhada por diversos moradores da Chapada.
O mesmo fotógrafo também já captou com a sua câmera o que assegura ser o rastro de um disco voador no céu de Mucugê, em três cores: vermelho, amarelo e verde. De acordo com Tiãozinho, a fotografia única foi conseguida somente com o uso de um tripé. “Mesmo assim, por pouco não sai nada, pois o pessoal se assustou muito. Eu mesmo caí no chão, com a máquina na mão,” lembra. Também, seria muito difícil esquecer-se de um fato como ess
e. Enquanto isso, moradores e turistas que exploram a região continuam a se maravilhar com as belezas das serras e – melhor ainda – das luzes misteriosas que lá habitam.