Ao abordarmos uma tentativa de classificação dos tripulantes dos UFOs, entramos num campo minado. Sem dúvida, essa temática é uma das mais controversas na Ufologia. Basicamente, não há quaisquer provas concretas dos dados. Estamos lidando exclusivamente com depoimentos de testemunhas que são, por definição, subjetivos e vulneráveis a uma série de variáveis e distorções. Isto nos leva, incondicionalmente, para premissas que podem ou não serem corretas com a realidade do Fenômeno UFO.
Poucos pesquisadores de renome do circuito internacional ousaram uma tentativa de classificação dos supostos tripulantes dos UFOs. Entre eles, podemos citar um estudo sobre os pilotos dessas máquinas realizado pelo doutor Jacques Vallée, em 1964. Segundo o trabalho de Vallée, podem se estabelecer basicamente três grupos de ocupantes diferenciados. De 100 seres descritos em 80 incidentes compilados pelo estudioso, quatro foram considerados “gigantes”, 52 foram qualificados como “iguais aos homens” e 44 eram “anões”. Outros trabalhos destacados pelos métodos científicos empregados na análise dos tripulantes de UFOs são os de Geneviece Vanquelef, dedicado à relação de aparência e comportamento dos seres, o de G. Edwards, relativo à fonética e linguagem que empregavam, e do espanhol Vicente Juan Ballester Olmos, que oferece o panorama dos encontros com tripulantes de UFOs que foram recompilados pelos investigadores ibéricos.
Mas, até hoje, o estudo científico mais completo na área é o do brasileiro Jader Pereira, que catalogou 230 casos de contatos entre humanos e seres extraterrestres. Embora apresente defeitos de método, Pereira estabeleceu pautas para uma classificação básica dos diferentes humanóides, obedecendo especialmente às características de forma física dos mesmos. Segundo seu estudo, há 12 categorias básicas com 23 variações. Conforme seus critérios, cinco pontos distintos serviram como indicadores da credibilidade dos casos que analisou: (a) Número de testemunhas. (b) Conceito das testemunhas. (c) Outras testemunhas do avistamento somente do UFO, supondo que esteja relacionado com o avistamento do humanóide. (d) Evidências posteriores, tais como marcas no solo, radioatividade etc. (e) Finalmente, nível da investigação realizada. Com a classificação cumprindo esses critérios, Pereira centrou sua atenção em pontos que considerou críticos para determinar as categorias dos seres. Entre os pontos estava a utilização de equipamentos protetores, como escafandro e máscaras, as características métricas dos seres, suas aparentes formas anatômicas e seus comportamentos.
Por exemplo, Pereira entendeu que os seres que eram parecidos com humanos, inclusive em altura e aspecto facial, a tal ponto de poderem passar despercebidos em meio à multidão, seriam classificados como do Tipo 01. No entanto, frente a uma casuística multifacetária, Pereira dividiu este tipo em três variações: aqueles que se aproximam da testemunha, os que se mantêm à distância e, ainda, aqueles que costumam ser mais altos que os humanos (acima de 2 m) e também se mantêm à distância. Esta última variação apresenta ETs portando roupas justas, luminosas e, ainda, uma arma em forma de esfera de luz. Já a classificação do Tipo 02 do pesquisador seria idêntica a do Tipo 01, também com três variações, mudando apenas no fato que os humanóides teriam pequena estatura. Em suma, Pereira constituiu uma infinidade de tipologias distintas.
Diversidade de civilizações — Num primeiro momento, essa excessiva variedade de formas dos tripulantes dos UFOs parece ser um indicador de que estamos diante de muitas civilizações diferentes entre si, que estariam nos visitando. O veterano ufólogo francês Aimé Michel comentou, em certa oportunidade, que a diversificação de formas observadas na anatomia dos humanóides requeria uma multiplicidade de origens. Porém, até certo ponto, temos um padrão mesmo nesta diversidade: a constituição anatômica dos seres é, na maioria esmagadora das vezes, humanóide. Ou seja, eles têm cabeça, tronco e membros. Muitas vezes com uma infinidade de variações em determinadas características de seus corpos – como cor de pele e estaturas diversas. Mesmo assim, seres com tais diferenças podem ser de uma mesma espécie.
Nós, os Homo sapiens sapiens, também apresentamos uma infinidade de variações. Somos brancos, negros, pardos, amarelos etc. Também temos indivíduos que são de estatura alta, outros de estatura baixa e até anões. No entanto, todos somos seres humanos. Esse talvez seja um dos elementos de suma importância nesta análise, e que parece ter sido ignorado no estudo de Jader Pereira. A possível diversidade anatômica que pode existir entre membros de uma mesma forma de vida, sendo desnecessário classificá-los um a um. Essa questão fez com que seu estudo fique impraticável, uma vez que há uma infinidade de classificações tornando seu uso nada pragmático e viável.
Também não há como não mencionar que existem critérios que são um tanto duvidosos no estudo de Pereira, como classificar um humanóide em uma nova categoria pelo simples fato deste estar usando cabelos cumpridos. É o caso do Tipo 03, que também tem três variações subseqüentes. Esse elemento é realmente relevante? Um ser humano que usa cabelos cumpridos merece estar em uma nova categoria num estudo voltado principalmente para as características anatômicas? No nosso caso, dos terrestres, isso é uma mera questão de estética individual. Assim, algumas premissas usadas para realizar a classificação do estudo de Jader Pereira são bastante discutíveis. Mas mesmo com método questionável, não se pode negar que Pereira foi um pioneiro no assunto, tornando-se inclusive referência internacional.
Tentativas de classificação — Eric Zurcher, em seu livro Les Apparitions d\’Humanoides [As Aparições de Humanóides], baseando-se principalmente nos estudos do brasileiro, fez uma autópsia da gigantesca onda ufológica internacional do ano de 1973 – uma das mais significativas que já houve. Deixando temporariamente de lado as possíveis diversidades anatômicas que uma forma de vida pode comportar, vamos buscar um parâmetro mais generalizado para analisá-las. Um método mais pragmático e compatível com a classificação da casuística atualmente. O co-editor da UFO Claudeir Covo realizou uma interessante classificação da tipologia dos humanóides extraterrestres, com base na freqüência estimada com que cada categoria aparece na casuística ufológica. Essa classificação determinou seis categorias distintas – Alfa, Beta, Gama, Delta, Ômega e Sigma –, sendo que a generalização é o conceito básico que pressupõe a admissão de uma vasta var
iedade de formas numa mesma categoria. É sempre importante lembrar que estamos trabalhando com elementos especulativos e dedutivos quando se estuda a morfologia dos humanóides extraterrestres. Por exemplo, na época da divulgação do Caso Varginha os seres observados e capturados pelas autoridades foram classificados como sendo do tipo Delta.
Sistema de comunicação — Dentro da casuística envolvendo encontros com tripulantes de UFOs há um elemento bastante perturbador para a testemunha. Trata-se da tentativa de comunicação por parte dos humanóides, valendo-se de diferentes métodos, sejam verbais, gesticulados ou de outra natureza – como telepática. Se este fator é complicador, o quadro fica ainda mais complexo quando se acrescentam a ele aspectos inusitados. É quando o alien transmite com clareza à testemunha alguma mensagem ou informação: “somos de Marte”, “quero água”, “voltaremos a procurá-lo”, “estamos efetuando uma missão na Terra”, e assim por diante. Pode parecer ficção, mas há um longo e desconcertante rosário de proposições, conselhos, mensagens contraditórias, pedidos e avisos que os seres dão aos seus interlocutores. Em certas ocasiões, há profundas mensagens nas quais exortam a humanidade a buscar o caminho da paz, da luz e a se precaver quanto ao perigo de uma guerra nuclear. Quase sempre são discussões filosóficas, mas há, ainda, advertências relativas às atividades humanas que os seres extraterrestres consideram inaceitável.
Para ilustrar esta situação, podemos citar o Caso Palhano, investigado pelo também co-editor Reginaldo de Athayde à. O acontecimento envolveu o policial militar Luiz de Oliveira e seu amigo Pedro da Silva, técnico em eletrônica. Em 05 de março de 1992, em Palhano, à 140 km de Fortaleza (CE), os protagonistas tinham saído da cidade para caçar paturis – uma espécie de pato selvagem muito apreciado naquela localidade. Por volta das 18h00, ambos se encontravam de tocaia à beira do Rio Palhano, observando o céu. Subitamente, um UFO se aproximou e Silva correu para o rio, jogando-se na água, para depois se esconder nos arbustos. Já Oliveira correu em direção à cidade e foi perseguido pelo objeto, que o atingiu com uma luz que o puxou para seu interior. Dentro do objeto, um dos humanóides passou uma mensagem desconcertante ao abduzido: “Não tenha medo, não vamos lhe fazer mal algum. Somos de Catandorius Decnius. Nossa civilização é descendente de outra mais evoluída, que habitou a Terra há 353 mil anos”. Nesse momento, o estranho alienígena apontou para uma pirâmide pequena, dizendo que aquele era o modelo de seu templo. O caso é exótico, é verdade, mas a idoneidade das testemunhas foi amplamente checada e até o oficial superior de Luiz de Oliveira confirmou sua honestidade.
O comportamento do fenômeno é sempre estranho, e forçosamente repetido até a exaustão em toda a história contemporânea do Fenômeno UFO. E o fim é quase sempre o mesmo. Na maioria das vezes, depois de terem assombrado o pobre humano ali presente com um suposto diálogo, seja por telepatia, alguma linguagem inteligível ou em nosso próprio idioma, tranqüilamente os ETs voltam para alguma nave luminosa e desaparecem no céu, deixando os terrestres deslumbrados ante tal experiência. Em alguns casos, também deixam uma mensagem infantil ou imprópria para as testemunhas. Ainda assim, com relação aos principais tipos de comunicação registrados na casuística mundial, podemos classificá-los em cinco categorias distintas:
Diálogos no idioma da testemunha — Estes são casos em que houve uma comunicação plena, oral e em nosso idioma entre ETs e seres humanos. A implicação desse tipo de comunicação é que se pressupõe que os humanóides são bastante similares a nós, pelo menos em parte de sua anatomia biológica. Para falar, o tripulante teria que ter uma língua semelhante, cordas vocais, dentes, certas cavidades em seu aparelho respiratório, das cordas vocais à boca, e produzir sinais vocálicos dentro da freqüência auditiva do humano.
Diálogos em idioma desconhecido — Estes são casos em que houve uma comunicação ininteligível, oral e em idioma desconhecido. A princípio, podemos pensar que a implicação dessa categoria é a mesma da anterior. No entanto, sendo um idioma desconhecido e inteligível, não sabemos quais as qualidades e características dos fonemas que são usados e, assim, se os sons produzidos requeriam que tais seres tivessem uma similaridade anatômica conosco, como foi discutido no caso anterior. Comunicação com grunhidos — Há casos em que se estabelece uma comunicação incompreensível, oral ou com sons estranhos associáveis a grunhidos. Eles sequer parecem ser um idioma propriamente dito. A implicação dessas ocorrências é idêntica a da categoria anterior.
Comunicação por gesticulação — Existem casos em que se verifica uma aparente comunicação através de gestos, por parte dos seres extraterrestres. Nesta categoria de acontecimentos, a implicação que se vê é interessante. Ela supõe que os nossos sinais e linguagens corporais são absolutamente compreensíveis para os aliens e, como se não fosse o bastante, são usados por eles tal qual nós usamos entre nós. Isso nos remete a um universo de simbolismos comuns entre humanos e os nossos misteriosos visitantes.
Comunicação telepática — Várias testemunhas descrevam situações nas quais é possível ouvir os humanóides sem que seja mencionada palavra alguma ou que sequer mexam a boca. É uma espécie de telepatia, algum tipo de comunicação mental. Quem passa por esse processo diz que percebe sensações, palavras e imagens em sua cabeça, sem que haja aparente esforço de sua parte e, obviamente, sem sua vontade pessoal. Este tipo de comunicação é muito comum nos casos das chamadas abduções alienígenas.