A Região Nordeste continua sendo referência quando se trata do Fenômeno UFO, com casos intrigantes ocorrendo regularmente — como os que têm sido coletados pelo Centro Paraibano de Ufologia (CPU) nos seus 14 anos de existência. A entidade realiza constantes investigações de campo em toda a Paraíba e estados vizinhos, com resultados que despertam, inclusive, a atenção de pesquisadores de outros países, como Erick von Däniken, Hans Kesselring, Peter Kolosimo e outros. Um ponto do estado de elevada concentração de casos ufológicos é a microrregião do Brejo, composta por oito municípios do Agreste Paraibano. O local tem sido cenário da observação de variados tipos de objetos voadores não identificados, relatados por pessoas simples do interior — que descrevem, inclusive, contatos com entidades extraterrestres.
Casos de abdução alienígena e contatos diretos com tripulantes de discos voadores foram estudados e registrados, por exemplo, pelo pesquisador Eloir Fuchs, consultor da Revista UFO, quando visitou o estado para produzir o vídeo Abduções [Fuchs hoje reside no Rio Grande do Sul]. Segundo o pesquisador, um dos episódios mais interessantes que encontrou foi o seqüestro de um menino de 10 anos na cidade de Guarabira, enquanto tomava banho em sua casa, em um sítio da zona rural. Como o rapaz demorava a sair do banheiro, os parentes resolveram arrombar a porta e, surpresos, viram que o cômodo estava vazio e havia um buraco no teto da residência, por onde supostamente ele teria sido levado.
A família da testemunha passou mais de seis horas à procura do desaparecido, que só foi encontrado a 4 km de distância, trêmulo e chorando. O garoto disse ter sido carregado por uma luz que entrou no banheiro e o levou para longe. O mais impressionante é que a abertura no teto parecia ter sido realizada por algum tipo de raio laser. É sabido que os abduzidos são levados para o interior de naves, onde são submetidos a diversos exames por parte dos aliens e, depois, podem desenvolver distúrbios neurológicos, tremores e calafrios, ansiedade e perda da noção de espaço e tempo em que ficaram desaparecidos [Missing Time].
“O ‘diabo’ é quem anda por aí”
Outro caso interessante ocorreu com o senhor José Gonçalves da Silva, morador do Sítio Amarelinho, no município de Pilõezinhos. Ele conta que voltava de uma “reza”, por volta das 22h00, quando viu uma bola de fogo vermelha com três metros de diâmetro vindo ao seu encontro e tentando engoli-lo. Silva teve tempo de abrir seu guarda-chuva para tentar de alguma forma se defender, quando a esfera parou de envolvê-lo. “Não sei dizer o que senti, fiquei com medo e apavorado. É muito ruim a gente se deparar com uma coisa dessas. O ‘diabo’ é quem anda por aí a essa hora da noite”, declarou.
O Nordeste brasileiro continua sendo um dos lugares de maior de incidência ufológica da Terra, com casos abundantes de todos os tipos e em todos os estados. Entre eles, a Paraíba conta com um repertório de ocorrências que voltam a ser pesquisadas mais detidamente.
A casuística ufológica paraibana é tão intensa que já se conseguiu fazer vários estudos de suas características. Um deles, baseado na obra do ufólogo e matemático francês Aimeé Michel, permitiu traçar as chamadas linhas ortotênicas da Paraíba. A ortotenia é um método rigorosamente científico que, com base nos locais de observação de UFOs e a correlação dos dados de cada caso, possibilita traçar linhas por onde os veículos trafegariam.
Alfabeto desconhecido
Analisando a onda ufológica de 1999 no estado, durante a qual se registraram dezenas de avistamentos e inclusive aterrissagens, traçamos esses “corredores ufológicos”, geralmente em linha reta. Um disco voador avistado em Mamanguape, por exemplo, em poucos minutos fora avistado também nas cidades de Bananeiras, São Mamede, Malta e Coremas. A região é cortada por várias
dessas linhas ortotênicas.
Os casos ufológicos na Paraíba são tantos que a Assembléia Legislativa do estado abriu suas portas para discutir oficialmente o assunto. O debate de emergência, histórico e único no Brasil — só perdendo para algo semelhante ocorrido na Inglaterra —, contou com a presença de representantes de vários segmentos da sociedade, com destaque para os ufólogos Gilberto Melo, Cláudio Quintans e Sérgio Alves, dentre outros, e os deputados Inaldo Leitão, Wilson Santiago e Padre Adelino. A sessão foi solicitada pelo presidente do Instituto de Estudos Avançados de João Pessoa, Jaêmio Carneiro, demonstrando interesse e preocupação com a onda de avistamentos que apavorava a população de Guarabira, a 40 km da capital, João Pessoa.
Na reunião inédita foram descritas várias ocorrências de UFOs no interior do estado, dentre as quais a de Maria do Carmo, que teve sua genitália queimada por um facho de luz emitido por um artefato voador não identificado na cidade de Bananeiras. Outro caso significativo, que está sendo estudado pelos ufólogos paraibanos e foi apresentado aos deputados, é o do comerciante José Geraldo Bezerra, 39 anos, que foi acordado durante a madrugada por uma entidade que se dizia extraterrestre e o convidou a escrever e desenhar mensagens em cartolina, em um alfabeto desconhecido. Nos escritos há detalhes de experimentos pelos quais a Terra se submeterá e da chegada oficial de outras espécies cósmicas ao planeta. O ser, que se denominou um “mensageiro das estrelas”, afirmou a Bezerra que diversas crianças foram tiradas da Terra para serem recolocadas futuramente, já modificadas, e que seriam as “novas sementes”.
O episódio tem preocupado sua esposa, a professora Natalícia Bezerra, que não agüenta mais o gasto com cartolinas e lápis de cor para que o marido satisfaça o suposto ET. Vizinhos disseram que uma “bolha de sabão” gigante foi vista acima de sua casa certa noite, desaparecendo lentamente depois, como se estivesse partindo para o céu. Por fim, há também o caso que abalou o pequeno povoado de Livramento, a 6 km de João Pessoa. Nele ocorreu a tentativa de seqüestro do senhor Euclides [Sobrenome desconhecido], fato que também despertou o interesse da cantora Elba Ramalho, natural do estado — juntamente com ufólogos, ela foi pessoalmente ao município entrevistar o quase abduzido, que sofreu descargas de luz por todo o corpo.
Guarabira e João Pessoa
Interio
r e capital do estado concorrem em número de ocorrências ufológicas. Há cerca de seis anos, por exemplo, foi registrado o surgimento de três grandes círculos com perfeição geométrica no município de Pedras de Fogo. Eles foram atribuídos a UFOs, tinham cerca de 20 cm de diâmetro e mais de um metro de profundidade, aparecendo no meio de uma plantação de cana-de-açúcar, que nunca mais brotou naquele local. Na capital, um dos bairros preferidos dos UFOs é Mangabeira, onde vários casos foram registrados. Em um deles, ocorrido por volta das 03h00 no início de fevereiro, uma forte luminosidade foi vista no meio da rua, próximo do mercado central do bairro — alguns moradores informaram tê-la observado à altura dos postes. Outro incidente deu-se no Bairro dos Estados, quando uma conhecida psicóloga da Paraíba teria visto um ser extraterrestre no jardim da sua casa.
Quando o assunto é UFOs, a cidade de João Pessoa se destaca. Um dos casos mais intrigantes é o que aconteceu no Bairro dos Bancários, com uma senhora que informa ter visto em seu apartamento um ser com braços que passavam dos joelhos, orelhas pontiagudas e semelhantes às de um cachorro. Ela teria sido forçada a manter relações sexuais com a entidade. A Igreja Católica denomina esses seres de íncubos, demônios que viriam a este mundo para copular com as humanas.
No final dos anos 90, Guarabira ficou conhecida nacionalmente como a “capital brasileira dos discos voadores”, merecendo atenção de várias redes de televisão. Mas, ao contrário do que possa parecer, ela continua sendo um dos locais mais procurados do país para vigílias. “No mês de janeiro, um disco voador passeou tranqüilamente durante o dia pelos céus da cidade”, conta o ufólogo Cláudio Quintans, presidente do CPU. “A rota dos UFOs começa no município de Baía da Traição”, disse. Uma dica para a quantidade de avistamentos lá registrados estaria embutida no próprio nome do município: Guarabira significa “morada dos pássaros”, e a cidade, se vista do céu, tem o formato de uma nave, um disco voador.