Cientistas das universidades de Cambridge, na Grã-Bretanha, Harvard e Chicago, nos Estados Unidos, e ETH Zurich, na Suíça, anunciaram a formação do que chamaram de Federação das Origens, no sábado, 04 de março, na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência em Washington. “Acredito que a vida está inserida nas leis da física do universo”, disse Didier Queloz, líder da iniciativa, que tem dois compromissos em Cambridge e ETH. Ele foi codescobridor do primeiro exoplaneta conhecido – um planeta orbitando uma estrela diferente do nosso Sol – na década de 90.
“A busca de longa data por vida extraterrestre, sejam micróbios simples ou civilizações avançadas, seria potencializada por novas missões interplanetárias a Marte e às luas de Júpiter e por observatórios como o telescópio James Webb”, disseram os cientistas fundadores. A pesquisa complementar se concentraria no surgimento ainda misterioso da vida na própria Terra. “Estamos vivendo um momento extraordinário da história”, disse o professor Queloz. Os cientistas identificaram mais de 5.000 exoplanetas e acreditam que bilhões existam apenas na Via Láctea.
“A descoberta de muitos planetas diferentes é o grande divisor de águas”, disse ele. “Encontramos uma enorme diversidade de sistemas planetários e muitos deles são bem diferentes do sistema solar.” A colega do professor Queloz em Cambridge, Emily Mitchell, uma bióloga evolutiva, acredita que a vida simples se espalhará por toda a nossa galáxia, a julgar pela velocidade com que os micróbios surgiram na jovem Terra há cerca de 4 bilhões de anos.
O laboratório da doutora Emily está procurando por pistas sobre a vida extraterrestre desde o início da evolução bioquímica dos primeiros micróbios na Terra. “À medida que começamos a investigar outros planetas, as bioassinaturas podem revelar se a origem da própria vida e sua evolução na Terra foram apenas um feliz acidente ou parte da natureza fundamental do universo, com todas as suas complexidades biológicas e ecológicas”, ela disse.