Contradições na UFO
Antenor L. de Souza
Nossa posição é de extrema cautela com relação aos fenômenos ufológicos, pois sabemos dos riscos a que se expõem pessoas que ousam alardear com insistência suas experiências. Entretanto, de uns tempos para cá, minha curiosidade voltou a ser aguçada, talvez pelos acontecimentos recentes. Parece-me que a Revista UFO toma uma posição dúbia ou contraditória, com relação às seitas ufológicas, que também se escondem por trás de nomes como “Sociedades Científicas” e outros mais.
O editor desta revista, A. J. Gevaerd, no programa Mistério, da Rede Manchete, diz que é contra e combate esse tipo de Ufologia Mística. Se não entendi corretamente a posição de Gevaerd, queiram desculpar-me. Porém, vamos aos fatos: no editorial de UFO 51, de junho deste ano, à página 05, Gevaerd adverte sobre os perigos que as seitas representam, inclusive, citando o caso da tragédia da seita Portão do Céu, cujos membros acreditavam que seriam transportados através de discos voadores para outra esfera de existência.
Na mesma edição, o co-editor Claudeir Covo, em seu artigo Lamentável culto aos alienígenas, também faz sérias denúncias e adverte os leitores, além de esclarecê-los, sobre os perigos do fanatismo ufológico. Ali ele fala da “loucura” de contatados que recebem mensagens infantis de paz e amor, do tipo cessem as guerras, os ataques com bombas atômicas, zelem pelo equilíbrio do planeta etc. Também cita o doutor Joseph Allen Hynek e fala sobre contatados que “chegam às raias do ridículo afirmando que viajam em discos voadores todos os dias…”
Parece-me que a UFO toma uma postura contraditória com relação às seitas ufológicas e outros assuntos relacionados ao fanatismo. Mas, afinal, qual é sua verdadeira posição? Pois as mesmas loucuras tão combatidas são também exaltadas em reportagens e matérias elaboradas
Realmente, há que se ter o máximo de cuidado ao se divulgar tais seitas ou “contatados”. Entretanto, vejo tremenda contradição e dubiedade na posição do editor. A UFO 48, de dezembro de 1996, dedica enorme espaço a um senhor chamado Dino Kraspedon. Acontece que este afirma ter contatos com um “comandante de Ganimedes”, o qual faz-lhe confidências espetaculares com relação ao destino da Terra. Espíritos inferiores, Divina Providência, Majestade Divina, planeta governado por mulheres são os assuntos deste senhor.
Ele termina sua aventura extraterrestre dizendo: “Conto-lhe o que me foi transmitido, minuciosamente, porque acho que todos devem ficar a par dos acontecimentos futuros” etc. Na edição 19 de UFO Especial, com o título Na Bahia, um jovem fez contato com Ashtar Sheran, a senhora Ana Santos assina um artigo exaltando o brilhantismo de um jovem já falecido, reconhecido pela Comunidade Ufológica Brasileira como “O Místico”, que teria tido contato físico com o “comandante Ashtar Sheran”, e outros membros de uma expedição intergaláctica que o incumbiram de levar mensagens “falando de paz e amor sobre todas as fronteiras”.
Afinal, qual é a verdadeira posição da UFO? Pois, a mesma loucura e infantilidade com que se fala sobre as seitas ufológicas, tão combatidas pela revista, são também publicadas e exaltadas – em linguagem mais apurada – em reportagens feitas por ufólogos e colaboradores, anunciando catástrofes, “…cessem as experiências atômicas para fins bélicos. O equilíbrio do universo está ameaçado” – mensagens telepáticas de Hélio Vieira Aguiar.
Endereço do autor:
Rua Carlito Gonçalves da Fonseca 213,
Jardim Pinheiro, 27943-450
Macaé (RJ)
FAB acoberta UFOs
Paulo C. D. Capella
Não é de agora que o Fenômeno UFO faz parte da vida de seres humanos. Alguns acreditam que até nossa existência esteja relacionada com a presença alienígena na Terra. O fato é que as forças aéreas do planeta, não raro, deparam-se com esse fenômeno fascinante, sendo testemunhas privilegiadas do bizarro e incomum comportamento de objetos, e dos imensos problemas que estes podem causar no tráfego aéreo, colisões e até tragédias de proporções incalculáveis. O episódio envolvendo o Tucano da Esquadrilha da Fumaça demonstra claramente o que afirmo (lembrando que, apesar da perícia do piloto, parece-me ter havido uma vítima fatal).
Há três anos, um fato semelhante ocorreu no México, envolvendo um avião vindo de Guadalajara para a Cidade do México, quando uma colisão com um UFO de pequenas dimensões causou avarias na aeronave, sem afetar a aterrissagem que decorreu normalmente, mas que poderia ter gerado um acidente de proporções sombrias. Nos EUA muitos especulam que o acidente aéreo em Nova York, pouco tempo antes do início das Olimpíadas e que não deixou sobreviventes, teria sido causado por um UFO.
A casuística de acidentes envolvendo aviões e UFOs é razoável e remonta aos anos 50. Os fatos ocorridos no Pará, pesquisados então em segredo pela Força Aérea Brasileira (FAB), mostram, além da presença física real em nosso espaço aéreo, o deliberado ataque à população ribeirinha, levando-a, em alguns casos, até a morte. Aliás, lendo os depoimentos colhidos no local pela FAB e observando os ótimos documentários da onda mexicana, a mais documentada em vídeos da história ufológica, nota-se grande similaridade entre o que foi relatado no Pará e o que se vê nas filmagens do México, tanto na forma estrutural de alguns UFOs, quanto no comportamento em vôo.
Bom seria se pudéssemos ter acesso aos filmes do Pará, mas isso é um assunto bem guardado. Fica claro, portanto, que a FAB, até por responsabilidade, interessa-se por estudar os UFOs e, com certeza, pesquisa suas nuanças. Responsável que é por nosso espaço aéreo, ela tem obrigação de fazê-lo. Mesmo que não disponha de recursos financeiros ou técnicos, o órgão pode contar com a ajuda externa, principalmente dos EUA. Porém, sempre que chamado a responder a esse questionamento, nega veementemente. E qual seria a razão? Para mim, é simples e facilmente compreensível. Por si só, o tema suscita polêmicas profundas de dimensões antropológicas, socioculturais, religiosas, econômicas, políticas, que a tão desgastada teoria do pânico coletivo não pode ser descartada.
Além disso, temos, para nosso conhecido desconforto, a presença cada vez maior de embusteiros das mais variadas espécies e matizes, alardeando vaticínios e absurdos, que nos envergonham mesmo quando estamos sós, e lendo os ingênuos relatos de contatos e viagens espaciais para planetas com os mais estapafúrdios nomes, e entidades alienígenas com nomes mais estapafúrdios ainda e com formas tão descabidas que nos fazem atentar se o caso talvez não requisesse um psiquiatra ao invés de ufólogo.
Afora isso, temos as mais diversas fraudes perpetradas por pessoas mais interessadas em lucro fácil do que propriamente em UFOs. Outro comportamento estranho é o de, mesmo que um caso seja constatado como fraude ou erro de interpretação, a foto ou o filme continuam a ser veiculados em revistas ou documentários – o que, convenhamos, dá subsídios aos céticos, e com toda razão. Cito dois casos como exemplo: o do mecânico Paul Villa e do filme feito em Catalina Island, entre outros. Sendo assim, a atitude de negar estaria plenamente justificada.
Como soaria, para o conjunto das forças armadas, um oficial sentado em um plenário, lado a lado com um elemento que diz ter sido raptado por um ET chamado Klebin, louro, olhos azuis, 1,9 m, parecido com Mel Gibson? Sendo assim, elejo alguns pontos que poderiam concorrer para que a FAB aceitasse discutir o assunto e quem sabe dividir descobertas e dúvidas. São os seguintes: a Força Aérea tem razão mais do que absoluta ao negar conhecimento, para assim se esquivar de situações como a hipotése já citada.
É chegada a hora da Ufologia dita científica perceber que ou se desliga totalmente desses elementos, ou jamais governo ou força aérea de país algum sequer cogitará revelar o que sabe. Existem alguns que, por acreditarem tanto no fenômeno, acabam crendo também em pessoas que, francamente, são portadoras de problemas psiquiátricos dos mais variados (personalidade messiânica e distúrbios de ordem sexual são bastante comuns).
Investigação ufológica – Outra forma de impulsionar esse avanço é fazer uma pesquisa ufológica, com a evidente finalidade de tornar público todo o fato e expor os detalhes à população leiga e mesmo à mais especializada no assunto, e não criar métodos, mesclando jornalismo e investigação de maneira a se tornar impossível acreditar no caso, por exemplo:
“O UFO foi registrado e levado para Campinas, segundo uma testemunha que não pode ser identificada por razões óbvias. A Entidade Biológica Extraterrestre foi autopsiada pelo doutor Badan Palhares, segundo uma testemunha que não pode ser identificada por razões óbvias. Segundo testemunha que não pode ser identificada, o Norad comunicou ao Cindacta que “Santa Claus” pousou. Ela afirmou que pessoas não identificadas sugeriram que esquecesse tudo”.
Ou seja, todo o caso é fundamentado em informações que jamais poderão ser checadas, ou simples testemunhos que podem não ser verdadeiros. Quais razões óbvias impedem uma testemunha de fatos tão conturbadores de se identificar? O minguado soldo das forças armadas brasileiras? Medo dos homens de preto? Medo de seqüestro? O procedimento de se proteger a fonte no jornalismo investigativo é baseado na Ética, porém os fatos denunciados têm como ser checados e demonstrados. O próprio Caso Varginha é exemplo, ou seja, todas as informações que formariam a coluna cervical do caso são depoimentos sigilosos que somente os investigadores têm acesso.
Outra sábia providência, a meu ver, seria de se negar a propagar procedimentos copiados dos EUA, saídos dos clichês do Arquivo X, tais como: “Fui levado a uma sala secreta, e lá os oficiais me mostraram dezenas de filmes, fotos, todo o tipo de análise laboratorial, confirmando o interesse por UFOs. Tem alguma prova disso? Não. Nem mesmo uma tenuezinha prova… Não, ‘eles’ apagaram tudo ou sumiram até com a sala”. Nota-se aí a tal personalidade messiânica, ou seja, apenas “eu” sou ou fui testemunha do evento. O mito de ser o escolhido manifesta-se sempre. Fujamos dos portadores desse tipo de informação.
Eles parecem inofensivos, porém o estrago perpetrado ao pesquisador sério é imenso, e a própria Ufologia fica desgastada. Podem até ser verdadeiras as afirmações, mas na impossibilidade de comprovação, dever-se-ia optar por não divulgá-las, para o bem da própria causa. Enfim, acho que expus todos os procedimentos não científicos quanto ao aproach na investigação, na veiculação da informação relacionados ao assunto UFO, que acabam – e com razão – afastando a FAB e todas as outras forças aéreas do planeta de trabalhar lado a lado com os ufólogos para descortinar uma resposta correta para tão fascinante fenômeno.
Endereço do autor:
Av. Guilherme Dumont Villares 1136/34, Bloco 02,
05640-900 São Paulo (SP)
Os donos do pedaço
Wagner A. Fischer
A era não será mais da escrita, nem da leitura, tampouco de sagradas escrituras e manuscritos científicos. Tudo virá pelas vibrações através do Cosmo. Existe algo no ar, um movimento, uma onda, que não parece ser apenas coincidente com o fim do milênio. Não que eu acredite que nos primeiros minutos do próximo século a água tornar-se-á vinho (mas é possível que haja mais vinho do que água potável no planeta!). Tudo é um processo, sim, mas seu ritmo parece se acelerar junto aos avanços no universo e à tendência de globalização e unificação comunicativa da informática. O mundo ficou pequeno, a população informada, e portanto fica mais difícil esconder os fatos, driblar a mídia, controlar as mentes. Existe um buraco mais embaixo, ou bem mais em ci-ma, quem sabe?!
São aliens caindo, luzes diferentes chegando, o invisível físico sendo descoberto, ou melhor, tornando-se inegável. A religião e a ciência não entendem a si próprias, começam a ver e conviver com suas respectivas cegueiras, dando-se conta dos equívocos em seus dogmas e hipóteses. Uma “zona” universal… Basta estar um pouco atento para sacar que os manipuladores de informação sabem bem mais do que publicam ou divulgam. E agora estes mesmos parecem querer dar sinais ao povo, cobrir o sol com a peneira, minar as mentes por vários meios.
Como moleques, autores de diversas travessuras que um dia virão à tona tentam, com rodeios, achar uma forma eufemística de contar o ocorrido. Aí inventam mil modos de insinuar, de amaciar o tranco da surpresa. É, o mundo ficou pequeno demais, e todos os fatos segredados realmente têm perna curta. É inegável agora este repentino interesse em globalizar, este esforço em convencer a todos de que somos irmãos, tudo partindo do pressuposto de que vivemos num planeta “condenado” a suportar a vida. E a Terra não suportará nossa espécie ad eternum, incomodando aos que sempre acharam que eram os donos do pedaço.
Os espaçosos terão que dar lugar a outros seres do espaço, sejam eles intra ou extraterrestres. Pode demorar um tempo ilimitado, mas também pode ser instantâneo. Assim, é bom que estejamos todos juntos, para que não sucumbamos na solidão do inesperado. Como era boa a ignorância, a vidinha pacata do “crescei e multiplicai-vos”, na qual não sofríamos tanto, pois não fazíamos idéia da importância das informações atuais. Quantos meteoros gigantes já devem ter passado raspando o casco de alguma nave-mãe? Quantas vezes olhos atentos surgiram do céu para observar nossa atmosfera? Quanto tempo vivemos mergulhados neste “fluído anti-material” invisível? E quantos “acasos” já não ocorreram sem terem sido meras coincidências? E não sabíamos de nada, vivíamos e nos multiplicávamos.
Pois bem, a evolução tem seu lado cruel e desumano. Neste mundo somos ainda filhotes, aprendendo a alçar os primeiros vôos. E teremos, sim, que um dia abandonar este ninho global. Pois é certo que nem todos sobreviverão a tantas mudanças. Afinal, ficarão alguns seres como recurso a algum predador desconhecido, que pode ser um dos tantos deuses místicos consagrados, monstros sobrenaturais, Chupacabras da vida, ou mesmo algum vírus mais discreto, como o HIV ou o Ebola. Quem poderá saber, já que tudo é provável nos tempos de hoje?
Quem serão os novos excluídos da terra prometida, ou melhor, do planeta prometido? O fato é que precisamos estar sensíveis e atentos, para não perecermos com as surpresas que com certeza virão à tona. E surpresas fazem parte da incerteza do futuro, e provavelmente elas ocorrerão. Oxalá a sorte permaneça entre nós e outra vez os anjos digam amém.