POLÊMICA SOBRE A EXPLOSÃO DE UFO EM DIVINOLÂNDIA (SP)
Edison Boaventura Júnior, do Grupo Ufológico do Guarujá (GUG)
É muito importante que as autoridades militares nos dêem sua opinião sobre o Fenômeno UFO. É válido lembrar que nós, civis, que pesquisamos o fenômeno com restritos recursos tecnológicos, acreditamos estar realmente muito atrasados em nossos estudos, em comparação com a alta tecnologia que os governos e forças armadas possuem para a pesquisa dos UFOs. Infelizmente, os resultados nunca são divulgados.
Quanto às nossas pesquisas, adotamos sempre a postura de avaliar todas as hipóteses possíveis e imagináveis, dentro da metodologia científica e realidade física que nos cerca. Procuramos nunca afirmar categoricamente um determinado fato ocorrido se não tivermos provas circunstanciais. Temos a salientar que quando elaboramos a matéria sobre UFOs em Divinolândia [Editor: publicada na UFO 35], nos preocupamos em noticiar o fato, devidamente pesquisado, de forma simples, omitindo alguns dados técnicos que julgamos, na ocasião, cansativos e maçantes para a maioria dos leitores.
Porém, após lermos as considerações do general Geraldo da Rocha Lima, na UFO 37, até certo ponto muito justificáveis, destacamos alguns aspectos deste caso que tornarão as coisas mais claras. Primeiramente, quando o general escreveu que “…é evidente e notório que foi um raio o responsável pelo estrondo dos efeitos explosivos observados”, temos que discordar pelos seguintes motivos:
• O engenheiro José Geraldo de Paoli, que se encontrava fazendo o levantamento topográfico no Bairro de Água Limpa, observou um objeto de cor branca refletindo a luz do sol, em trajetória retilínea descendente e rumando em direção ao local da explosão. O objeto em questão não tinha nenhuma característica de raio. Em adendo, o engenheiro comentou que o tempo estava bom, sem nuvens. Este depoimento está gravado em vídeo em poder do Grupo Ufológico do Guarujá (GUG).
• Posteriormente, consultamos vários órgãos competentes para sabermos com exatidão as condições do tempo, no intuito de descartarmos (ou não) a possibilidade de raio ou descargas elétricas. Mais uma vez concluímos que não se tratava de raio.
• Recentemente, conseguimos uma certidão meteorológica expedida pela Somar Meteorologia, sediada em Cachoeira Paulista (SP), e assinada pela meteorologista Caarem Denise Stuzinski (Crea 122.426/SP), que traz em seu conteúdo a seguinte informação: “Certifico para devidos fins que, no dia 2 de abril de 1994, na região de Divinolândia, São Paulo, as condições atmosféricas eram desfavoráveis à ocorrência de descargas elétricas, ou seja, relâmpagos”.
• E o relatório continua: “Esta informação pode ser confirmada pela imagem do satélite Meteosat-3, das 9:00 h, fotografada do local em questão, a qual mostra sobre o estado de São Paulo e sul de Minas Gerais o predomínio de uma massa de alta pressão (anticiclônica), que causa apenas nuvens de bom tempo (nebulosidade baixa)”.
• Momentos antes da explosão, o Sr. Trajano Martins ouviu um forte som parecido com o de um helicóptero. Raios e descargas elétricas não emitem sons com estas características.
• Finalmente, não foi encontrado nada que evidenciasse raios e descargas elétricas nas amostras de rochas, solo e vegetais coletados no local.
Método criterioso — É necessário fazer uma pausa, nesse instante, alertando os leitores para o fato de que todas as possibilidades naturais para explicar o fenômeno ocorrido em Divinolândia foram checadas através de criterioso método de pesquisa, orientado por físicos, químicos, professores universitários e outros técnicos. Os laudos e pareceres desses técnicos descartaram a possibilidade de se tratar de uma queda de meteorito, pois não foi encontrado o menor fragmento de tal corpo celeste nas amostras coletadas.
Também não foi encontrado nenhum traço metálico nas amostras coletadas in loco. A explosão de artefato bélico também é uma hipótese descartada, pois não foi encontrada nenhuma prova que fundamentasse o fato. Quanto às bolas de fogo, popularmente denominadas “Mãe d’Ouro”, temos que tecer as seguintes considerações:
• Estamos conscientes de que, na maioria das vezes, a Mãe d’Ouro refere-se a fenômenos naturais. Temos pleno conhecimento de suas causas e efeitos. E temos ciência de vários outros fenômenos naturais e astronômicos que podem ser confundidos por pesquisadores menos preparados. Como exemplo de fenômenos naturais, costumeiramente confundidos com UFOs, poderíamos citar o fogo fátuo, que se manifesta em pântanos, cemitérios e lixões na forma de bolas de gases de tamanhos pequenos e duração de alguns segundos.
• Porém, em nosso artigo, quando utilizamos a expressão popular Mãe d’Ouro, queríamos expressar não o fenômeno natural, mas sim um Fenômeno UFO autêntico, baseado em suas características incomuns e bem conhecidas dos pesquisadores. Informamos ainda que toda a região é freqüentemente assolada por UFOs. Tais aparições são interpretadas pelos moradores rurais como Bolas de Fogo, Mãe d’Ouro e outras denominações folclóricas, que refletem a crença da testemunha.
Hipótese extraterrestre — Até o momento, concluímos que o fenômeno de Divinolândia é de origem desconhecida, pelas características incomuns constatadas no local. Talvez possa ter ocorrido uma onda de choque de ordem eletromagnética, sonora ou qualquer outra. Também a hipótese extraterrestre é aceita, baseada nos muitos depoimentos, de várias épocas, de moradores da região que afirmam avistar regularmente UFOs nas proximidades. Igualmente, já foi avistado anteriormente um UFO, no local exato da explosão.
De fato, esta não é a conclusão final, mas talvez nunca saibamos o que ocorreu de fato naquele dia 2 de abril. Referente à analogia das 3 categorias e difusores de notícia, citados pelo general em seu artigo (“os honestos, os desonestos e os ingênuos”), temos que concordar com o articulista. Mas sugerimos que o general Rocha leia a matéria publicada na UFO 31, intitulada O Futuro da Pesquisa Ufológica no Brasil, assinada conjuntamente pelo Grupo Ufológico do Guarujá (GUG) e Grupo de Estudos de Objetos Não Identificados (GEONI). No artigo tratamos de forma objetiva este e muitos outros aspectos de grande importância para nossa Ufologia.
Por fim, gostaríamos de convidar o general Geraldo da Rocha Lima a fazer parte do GUG, pois pelo nível da observação que fez em relação ao nosso trabalho, acreditamos ser uma pessoa de grande conhecimento técnico, motivo pelo qual certamente enriqueceria nosso quadro de filiação. Agradecemos sua crítica construtiva, pois temos consciência de que é criticando, comunicando, pesquisando e debatendo que, juntos, chegaremos a um consenso. Endereço do autor: Caixa Postal 39, 11400-970 Guarujá (SP).
UFOLOGIA: CIÊNCIA OU EMBUSTE?
Luciano Álvaro de C. Cunha
Não se trata de negar a existência de Deus, pois como dizia Louis Pasteur “…um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima”. Hoje em dia não é mais preocupação da ciência provar ou não a existência de Deus. Tampouco interessa a ela a constante luta contra a religião. A ciência também não nega que o homem possua poderes em sua mente que ainda não foram devidamente explorados. Telepatia, telecinésia, clarividência etc, são poderes já comprovados cientificamente. Contudo, o que dizer da Astrologia, dos gnomos, duendes e fadas? Da Quiromancia, do Tarot e outras formas de adivinhação? Agora sim, estamos falando de pseudociência e, neste caso a ciência tradicional se posiciona firmemente contra.
Tais pseudociências, também conhecidas como esotéricas, carecem de uma base científica que comprove seus resultados, pois aparentemente nada têm a ver com os supracitados poderes mentais do homem. Da mesma forma que a ciência tradicional é radicalmente contra as chamadas esotéricas, ela também critica a forma medíocre com que as religiões tradicionais encaram a Deus.
Almas humanas — Um Ser poderoso, onipresente, onisciente, Criador do universo e de todas as coisas que nele existem. Como pode um Ser tão impensavelmente poderoso estar preocupado com uma constante luta contra o diabo pelas almas humanas? Para que Deus teria criado um universo tão extenso e, teoricamente, inatingível em seus limites, se Sua idéia era criar a vida em apenas um único e humilde planeta? Com toda certeza, pensar dessa forma é pensar mediocremente e impor limites aos poderes divinos.
A cada dia que passa a Ufologia se impõe como ciência, com a comprovação dos fatos através de métodos científicos de análise, bem como a apresentação de provas materiais da existência do fenômeno. Ao contrário das chamadas ciências esotéricas, a Ufologia já conseguiu, em quase 50 anos de existência, juntar centenas de filmagens, milhares de fotografias e testemunhos. Sendo assim, como devemos encarar a Ufologia neste momento? Devemos aceitar a presença de artigos ufológicos em revistas do tipo Destino ou Realismo Fantástico, que dividem o espaço com matérias esotéricas? Devemos aceitar a presença de um bloco ufológico em feiras esotéricas? É possível admitir o constante surgimento de seitas religiosas tendo como guias espirituais seres de outros planetas, como é o caso da seita Universo em Desencanto? E o que falar da presença de pessoas como Trigueirinho no meio ufológico?
Que me perdoem os colegas que não concordam, mas acho que a resposta para todas essas perguntas é um sonoro não. Finalmente a Ufologia começa a ganhar espaço no meio científico. Revistas sérias e dedicadas a promover a verdadeira ciência já abriram um espaço, ainda que pequeno, para tratar da Ufologia. Infelizmente a excessiva mistificação do meio ufológico vem servindo para denegrir a imagem da Ufologia perante a sociedade e a ciência. No entanto, a Ufologia já congrega em seu meio uma quantidade significativa de pessoas com preparo tecnocientífico e começa a sair definitivamente da obscuridade e se impor como verdadeira ciência.
Sabemos que, atualmente, tão ridículo quanto aceitar a Deus da forma como as religiões tradicionais apregoam é o fato de negar a existência dos objetos voadores não identificados. Os governos, as autoridades científicas e militares que ainda se prestam a esse papel mostram apenas a sua fraqueza diante de tão estarrecedor fenômeno. Seres de outros planetas estão nos visitando: isto é tão fantástico como perigoso, pois não estamos sós no universo e não sabemos as verdadeiras intenções dos extraterrestres – e é por isso que precisamos do apoio dos governos, dos militares e de toda a sociedade. Não se trata de negar a existência de Deus, mas apenas de fazer ciência.
Endereço do autor: Rua Hermenegildo de Barros
150-B, B. Itaporã, 31710-230
Belo Horizonte (MG)