A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) apresenta novas e intrigantes fotos registradas pela Opportunity, uma das duas sondas espaciais enviadas a Marte. A sonda foi colocada no chamado Meridiani Planum, uma planície perto do “Equador” do planeta – como a Terra, Marte tem longitude e latitude. O principal objetivo dos cientistas era descobrir se um dia houve água onde está a planície hoje. As imagens sugerem que sim. As fotografias e dados coletados indicam que houve água na formação do planeta.
Esta descoberta é consistente com a teoria de que Marte foi um lugar muito mais quente e úmido no passado. Embora os pesquisadores não tenham encontrado indícios de que houve vida no planeta, eles alertam que, até que se prove o contrário, deve-se assumir que existiu vida lá. Os cientistas batizaram essas formações de blueberries por causa das semelhanças com a pequena fruta característica do hemisfério Norte. Os pesquisadores acreditam que tal planeta tenha sido bem diferente no passado, quando havia água. No entanto, embora em abundância, a presença do elemento teria sido intermitente. A idade da Cratera Eagle, vista nesta imagem, é estimada em bilhões de anos. Com a análise dos dados coletados pelas sondas enviadas a Marte, os cientistas têm hoje uma idéia bem mais clara da geologia do planeta.
Crateras e depressões, com rochas ricas em enxofre, são comuns no solo marciano. Os pesquisadores acreditam que elas se formaram depois de serem periodicamente cobertas por água, que teria se evaporado, dando origem a um processo de dessecamento. O cientista Steven W. Squyres, da Universidade de Cornell, diz que não é possível determinar se a vida era presente “nem mesmo possível” nas águas do Meridiani. “Mas está claro que quando as rochas sedimentares foram depositadas na cratera de Eagle, Marte e a Terra já haviam seguido caminhos ambientais diferentes”.