O projeto SETI é conhecido por buscar sinais de rádio de civilizações extraterrestres avançadas. Muito embora já tenham sido detectados de acordo com um de seus diretores, Seth Shostak, centenas de sinais candidatos, nenhum deles se repetiu ou foi captado por outras equipes de radioastrônomos. Sendo assim, não são considerados como evidências de civilizações alienígenas. Contudo, vários dos membros da comunidade científica passaram a defender que a busca seja ampliada, acreditando que nossos instrumentos cada vez mais aperfeiçoados podem ser capazes de detectar sinais de estruturas alienígenas.
Já existe um termo para essa questão, astroengenharia. A idéia é que civilizações bem mais avançadas que a terrestre poderiam realizar projetos em escalas cósmicas, o que para nós ainda se resume a experimentos mentais, cálculos teóricos e ficção científica. Porém foi um físico, Freeman Dyson, quem em 1960 publicou um artigo intitulado Busca por Fontes Estelares Artificiais de Radiação Infravermelha. Ele defendeu que qualquer megaestrutura construída ao redor de uma estrela poderia ser detectada por sua emissão de calor. Dyson dizia que qualquer civilização avançada teria uma tremenda necessidade de quantidades cada vez maiores de energia, e por isso acabaria construindo uma rede de imensas estruturas ao redor de seu sol natal, com o propósito de recolher a maior parte da energia da estrela.
Mas descobriu-se depois que o Sol e outras estrelas são rodeadas por discos de matéria, poeira, rochas e asteróides, que emitem muito infravermelho. Encontrar estruturas artificiais envolveria procurar por frequências específicas do espectro infravermelho. Contudo, existe um projeto atual, liderado por Dick Carrigan do Fermilab, que regularmente vasculha o céu procurando pela assinatura infravermelha de estruturas tais como Dyson descreveu, Esferas ou Enxames de Dyson. Por enquanto nada foi encontrado, mas há incontáveis locais para procurar.
Esta não é a única busca acontecendo. Recentemente Geoff Marcy, conhecido por haver detectado 70 dos primeiros 100 exoplanetas, defendendo esse estudo em uma época em que era considerado como inviável, defendeu a procura por sinais de engenharia alienígena nos dados recolhidos pelo telescópio Kepler da NASA. Sua idéia é que as gigantestas estruturas orbitando uma estrela, formando um Enxame de Dyson, poderiam ser detectados da mesma maneira que planetas alienígenas, quando passassem diante de seu sol em um trânsito.
Esferas ou Enxames de Dyson já foram explorados na ficção científica, e outra idéia surgida na arte seria uma estrutura artificial como uma Estrela da Morte, dos filmes Star Wars. No primeiro filme de 1977 a estrutura media 160 km, e a do terceiro filme, de 1983, tinha 900 km de diâmetro. Embora para a tecnologia atual tais feitos sejam impossíveis, mesmo que construões desse tamanho possam ser construídas por civilizações alienígenas avançadas, detectá-las seria um problema quase insolúvel, pois em uma escala estelar mesmo objetos desse tamanho seriam extremamente pequenos. Outras criações da ficção, entretanto, oferecem melhores possibilidades, como um anel construído ao redor de uma estrela.
Na série de videogames Halo uma estrutura assim é descrita, construída na região habitável de sua estrela como um Anel de Dyson, com uma superfície milhões de vezes maior que a de um planeta, podendo abrigar trilhões de seres. A comunidade científica também comenta a possibilidade de alienígenas construírem uma série de anéis de Dyson ao redor de sua estrela, com o mesmo propósito de habitação e recolher a totalidade da energia de sua estrela. Além de detectar tais colossais estruturas, nossos telescópios também estão se tornando capazes de estudar as atmosferas de exoplanetas, onde gases relacionados a presença de vida também podem ser detectados. Os cientistas, comprovando a evolução e a abertura inédita ocorrendo na astronomia, igualmente comentam a possibilidade de detectar gases artificiais como os clorofluorcarbonos (CLFCs). Com os novos telescópios que entrarão em serviço nos próximos anos, a busca por inteligência extraterrestre será grandemente ampliada.
Leia o artigo de Freeman Dyson em inglês
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Estamos prestes a estabelecer contato direto e definitivo com outras espécies cósmicas? O que isso pode significar para a raça humana? Após quase três décadas de pesquisas e centenas de vigílias em busca de um contato direto com as inteligências por trás do Fenômeno UFO, o autor Marco Antonio Petit formulou instigantes hipóteses que explicam o interesse extraterrestre por nossa humanidade.
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