No mês de maio de 1986, o universo ufológico foi alertado para a presença de disco voadores nos céus do Brasil, em particular no trecho entre as cidades de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Na ocasião, foram avistados diversos UFOs, não só por populares, mas também por tripulantes e passageiros das maiores companhias aéreas do país. Os comandantes e controladores de vôo dos aeroportos, cumprindo normas de segurança, comunicaram ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) que tinham registrado algo estranho no céu.
José Sarney, o presidente da República na época, depois de balbuciar “só faltava esta, aparecer discos voadores no meu governo”, autorizou que caças Mirage e F-5 da Força Aérea Brasileira (FAB) fossem interceptar os 21 UFOs em nosso céu. Entretanto, os militares não obtiveram resultados positivos, sendo obrigados a regressar desmoralizados perante tanta tecnologia. A presença dos objetos foi confirmada não só pelos comandantes das companhias aéreas, como pelo então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio Moreira Lima, o presidente da Petrobras, Ozires Silva, e por nove pilotos que participaram da perseguição.
Tais artefatos foram detectados nos radares e vistos a olho nu. Este episódio ficou conhecido como a Noite Oficial dos UFOs no Brasil [Veja UFO 99 e 111]. O fato, não temos dúvida, confirma a existência dos discos voadores. O que poucos sabem sobre o ocorrido é que tais objetos ratificam a teoria do ufólogo francês Aimeé Michel sobre as linhas ortotênicas ou corredores Bavic [Caminho imaginário que constituiria a rota mais provável dos UFOs].
Espetáculo aéreo — Uma das entradas mais utilizadas pelos UFOs em nosso país está localizada no Ceará, mas precisamente em Fortaleza, cuja trajetória vai até Ponta Porã (MS). No caso citado, tais objetos entraram em nosso espaço aéreo às 14h10, o que foi assegurado pela Base Aérea da capital cearense, que não sabia explicar do que se tratava. O artefato maior, uma possível “nave-mãe” gigantesca, era seguido por 21 UFOs discóides menores. Todos se deslocavam de leste para oeste em velocidade moderada. Manobraram a certa distância para o Centro-Oeste e desapareceram por entre as nuvens. O mais impressionante no ocorrido é que os discos menores, às vezes, davam impressão de terem grudado no casco da aeronave maior em forma de charuto e que girava sob seu eixo. As testemunhas revelaram que “ela descia e subia como se fosse uma folha seca. Não possuía uma rota retilínea e, sim, altos e baixos”. Tal objeto às vezes liberava uma fumaça ou nuvem, que o camuflava.
O Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU), avisado por um oficial da FAB, dirigiu-se ao local do avistamento e conseguiu testemunhar o final do espetáculo, além de entrevistar 130 pessoas de vários níveis sociais e culturais que presenciaram o acontecimento. As testemunhas relacionadas pelo presidente do CPU foram: Manoel Genésio Moreira, funcionário da Academia de Polícia Civil, 47 anos, sua esposa Natividade Moreira e seus filhos, o contador Werbster Cunha Mota, 39 anos, o mecânico Plácido Leite Carneiro, 35 anos, os estudantes Maria Aparecida Souza, 19 anos, e Paulo Airton Silva, 17 anos, e o comerciário José Santos Neto, 26 anos. Todos foram entrevistados por Reginaldo de Athayde, presidente da entidade. Moreira, que é escrivão, estava no Bairro Álvaro Weyne, onde morava, no dia do ocorrido. Por volta das 14h00, ouviu gritos na rua e correu, chegando a tempo de ver a nave-mãe. Sua esposa, Natividade, chegou a observar algumas sombras, como pequenas cápsulas ligadas ao charuto reluzente no céu. A estudante Maria Aparecida caminhava na calçada quando viu o objeto.
Cilindro de cor escura — Comerciantes que se encontravam numa outra rua do bairro, à procura de uma carona para irem trabalhar no centro da cidade, também observaram o artefato cilíndrico que se movimentava no sentido oeste-leste e girava em torno do seu próprio eixo. O fato foi noticiado pelos jornais cearenses O Povo e Diário do Nordeste, e por várias emissoras de rádio. Eis uma parte de um dos relatos publicados no Diário do Nordeste, de 19 de maio de 1986: “Um objeto estranho foi visto ontem à tarde no céu de Fortaleza por várias pessoas. As descrições feitas por moradores do Bairro Álvaro Weyne indicam que o mesmo foi visto às 14h00. O presidente do CPU Reginaldo de Athayde acredita tratar-se de um artefato extraterrestre, especificamente de uma nave-mãe”. Segundo informações dos que presenciaram o fato, o objeto tinha uma forma de charuto, sendo um pouco maior que um avião Boeing, com aproximadamente 150 à 200 m de comprimento. Sua cor escura reluzia sob os reflexos do Sol.
Sobrevoou a cerca de 10 mil metros de altura, deslocando-se rapidamente no sentido leste-oeste. Antes de desaparecer, porém, fez uma pequena curva seguindo no sentido do Sertão Piauiense. A Base Aérea de Fortaleza recebeu vários telefonemas de pessoas que buscavam esclarecimentos sobre a identificação do cilindro de cor escura. A única informação prestada, no entanto, foi a de que um helicóptero tinha deixado o campo de aterrissagem da base, mas sua rota era outra bem diferente do bairro Álvaro Weyne. E o mistério continua, já que esta não foi a primeira vez que apareceram objetos não identificados na cidade.