Sob vários aspectos, o Fenômeno UFO está presente em todo o planeta, a qualquer hora e lugar. Mas, entre uma manifestação e outra, muitas coisas passam despercebidas. Algumas são totalmente desconhecidas, inclusive dos ufólogos. Não bastasse o fato de que os UFOs representam por si só algo suficientemente complexo e de difícil averiguação, ainda existem problemas que a própria Ufologia necessita solucionar – como a desinformação, o acobertamento e fatores diversos que contribuem para que ocorrências importantes fiquem no anonimato.
Os limites geográficos não representam necessariamente algum tipo de barreira, nem indicam sintomas que dificultem a pesquisa ufológica. Pelo contrário, graças a um intercâmbio cada vez mais intensivo entre ufólogos, auxiliado pela facilidade da comunicação via internet, podemos confirmar uma das faces mais reveladoras do fenômeno em estudo: a de que ele se manifesta em todo o globo, sob formas às vezes sem precedentes, frustrando nossas tentativas de explicá-lo. Um exemplo disso são os fatos ufológicos que aconteceram recentemente na Península Ibérica – em Portugal e áreas isoladas da Espanha. Como um ufólogo brasileiro, vivendo do outro lado do Atlântico, foi curioso também notar a maneira diferente com que o assunto foi tratado pela população portuguesa. Um dia pouco comum será lembrado pelo público português quando se referir à aparição de objetos voadores não identificados, luzes desconhecidas ou discos voadores. Precisamente na manhã de 02 de junho, parte da comunidade ufológica local pôde conferir em vários informes, estações de rádio e através da internet a notícia de que uma luz desconhecida causou espanto no país, na noite anterior. A mesma curiosidade foi tomada pelo público em geral, quando a notícia ganhou notoriedade nos principais veículos de comunicação nacional, que, conseqüentemente, revelaram a abrangência do caso. Os relatos atraíram a atenção do país em horário nobre, através dos noticiários, atingindo ampla audiência.
Polêmica Instalada — No trabalho, nas ruas e nos bares, todos comentavam e arriscavam seus palpites. Importantes informações sobre o caso foram divulgadas e supostas novas aparições também passaram a receber atenção. Nesse mesmo tempo, a Redação da Revista Ufo recebeu críticas originadas de pessoas desinformadas em Portugal, alegando que o fato tinha explicação natural. Contrariando esses vagos comentários, o que se viu de fato apenas confirmou algo definitivamente atípico até mesmo para a Comunidade Ufológica Portuguesa.
Mesmo nos dias posteriores ao caso, as discussões não cessaram. Por exemplo, a revista semanal Visão, de grande circulação no país, veiculou a questãoforam largamente transcritas como também numerosas foram as solicitações de esclarecimentos feitas às autoridades, como a Guarda Nacional Republicana, o Corpo de Bombeiros, aeroportos militares e civis etc. Um limitado número de pesquisadores portugueses se prontificou a coletar evidências, o que justifica, até o momento, as poucas conclusões disponíveis que representam a palavra da comunidade ufológica local. Evidentemente, poderão também ser verificadas exceções e excelentes contribuições à pesquisa realizada no país.
Não obstante a curiosidade acerca da questão, o que se observou foi que ninguém obstruiu os comentários de quem quer que fosse diante de uma acessível mídia até aquele instante. Profissionais de áreas diversas, astrônomos, estudiosos de Ufologia, religiosos e até autoridades se manifestaram quanto ao assunto. Uma verdadeira enxurrada de informações desencontradas e interesses diversos apenas esboçam as conclusões que se têm, de que “se tratou de um fenômeno desconhecido até o momento”, como declarou o coronel Carlos Ribeiro, porta-voz da Força Aérea Portuguesa (FAP).
UFOs Detectados por Radar — Mesmo que exista ausência de sincronismo na seqüência dos acontecimentos, é indiscutível que algo passou nos céus de Portugal, em 01 de junho. Observado por centenas de pessoas e detectado por radares, há rumores de que o objeto também foi visto no mar e confirmações provenientes de localidades isoladas da Espanha. Da forma com que os fatos vieram à tona, diferentemente de concluirmos se era algum artefato natural, fruto de nossa tecnologia ou mesmo de natureza extraterrestre, essa pequena amostragem indica uma importante interatividade entre autoridades, imprensa e público interessado, quando comparada aos procedimentos verificados em outros países. Em particular, no Brasil, há uma busca incessante pela oficialização e discussão aberta do assunto.
Nos primeiros informes oficiais, o coronel Barbosa afirmou ao jornal Público que os radares de defesa registraram “alvos” em território português. “Entre 23h00 e 23h30, foram detectados alguns alvos de diferentes velocidades, altitudes e posições, que duraram dois ou três minutos”, declarou, acrescentando que um dos artefatos tinha trajetória ascendente. Barbosa confirmou ainda que um objeto circulava a pouco mais de 2.000 m de altitude e que, de repente, subiu para 9.000 m. O outro circulava a 12.000 m e não apresentou mudança de altitude. Ainda de acordo com o coronel, que também é responsável pelo Gabinete de Relações Públicas da FAP, os radares captaram sinais também na região do Alentejo.
O fenômeno foi descrito como uma luz intensa, branca, liberando fumaça ou rastro. Não tinha som e, além de detectado, foi também avistado pelos bombeiros do Aeroporto de Lisboa. A FAP recolheu testemunhos de dois controladores aéreos – um de Beja e outro de Montijo – ambos com muita experiência na observação de objetos voadores perfeitamente identificados. Um dos controladores teve até constrangimento ao narrar o que vira, com receio de que as suas faculdades mentais pudessem ser questionadas. Apesar da distância, os relatos dos dois profissionais foram coincidentes: ambos viram uma luz branca intensa com um rasto de fumaça. A FAP recebeu ainda, de um indivíduo residente na cidade do Porto, um desenho do que observou, perfeitamente coincidente com a descrição feita por um capitão da Aeronáutica portuguesa com muitas horas de vôo no seu currículo e também testemunha do fenômeno.
Envolvendo a NASA — Esses dados estimularam autoridades e astrônomos a considerar a hipótese de contactarem a NASA ou outro organismo sobre a detecção desses alvos não identificados. Já os radares da Navegação Aérea de Portugal (NAV), empresa civil que controla o tráfego aéreo no país, nada detectaram – “Apesar de haver áreas em que existe uma cobertura quádrupla de vigilância”, disse Paulo Lagarto, porta-voz da empresa. A NAV confrontou os cinco pilotos que voavam durante o fenômeno e todos afirmaram não ter registrado nada de anormal. Outras fontes informam que, às 23h44, a torre de controle do Porto, no norte do país, detectou um objeto com uma atitude ascendente, que tinha sido reportado 25 minutos antes em Montijo e Beja, ao sul.
O Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil contabilizou duas dezenas de telefonemas oriundos de vários pontos do país, na noite de 01 de junho. “Todos descreviam uma luz acompanhada de fumaça ou rastro luminoso, que uns diziam ser branco e, outros, preto”, afirmou o comandante do serviço, Jorge Vicente. “Estamos atentos e acompanhando o caso, mas desconhecemos do que se trata”, disse Vicente à Agência Lusa de Notícias. Por sua vez, a Guarda Nacional não informou oficialmente se recebeu registros populares da presença do UFO. Embora não seja um órgão ligado à monitoração do espaço aéreo, que tem as mesmas funções da polícia brasileira, a guarda tem linhas telefônicas de atendimento à sociedade em geral, que certamente se manifestaria sobre o ocorrido.
A emissora de televisão SIC apresentou alguns depoimentos de testemunhas civis e militares e declarações de especialistas que tentavam dar, ainda que precocemente, explicações para o fato. Mas tão atraente quanto o fenômeno em questão foi a exibição de um vídeo amador que mostrava claramente as evoluções e características do objeto luminoso. Entre uma declaração e outra, a veracidade do evento ficou cada vez mais consistente e a certeza de que o UFO foi visto em muitas outras cidades, além do Alentejo e do Porto, criou a impressão de que poderia se tratar de mais de um objeto – ou, então, que o mesmo objeto teria se locomovido cerca de 500 km num intervalo de 40 minutos. José Fernando Monteiro, do Departamento de Geologia da Universidade de Lisboa, afirmou que não poderia ser um meteorito e lembrou que a hipótese da queda de um satélite também foi descartada por funcionários do setor aeroespacial português, enquanto os serviços de meteorologia do país não puderam dar nenhuma explicação plausível.
Novos relatos surgiram também nos dias seguintes. Existem notícias de que luzes não identificadas foram observadas na Galícia e outras cidades da Espanha, no mesmo horário. Testemunhas que estavam na Praia de Samil registraram a luz não identificada às 23h50 daquela noite. “Tive a sorte de ver todo o fenômeno desde o começo, e notei que a luz desprendia um rastro de fumaça que deixava claro o céu atrás de si. O objeto voador não identificado desapareceu em dois minutos e meio, aproximadamente”, declarou uma observadora.
Ao tentar organizar a seqüência dos fatos, conclui-se que as primeiras observações se deram na região do Algarve, por volta da 23h00, e tiveram término quase 45 minutos depois, já nas proximidades do Porto,
percorrendo o país de sul a norte. Portugal jamais registrou um número tão expressivo de relatos de UFOs – embora não haja, ainda, evidências técnicas suficientes para arriscar qualquer palpite sobre sua natureza. Uma das hipóteses lançadas para explicar o fenômeno foi o da passagem de um satélite Iridium, o que ainda não foi confirmado. De qualquer maneira, em Ufologia, temos de estar atentos aos relatos, pois eles representam uma força ímpar e acessível que nos auxilia a elucidar os fatos.
Nos dias seguintes ao ocorrido, tentei contatar as autoridades portuguesas e visitei duas bases aéreas ligadas à segurança nacional, na tentativa de constatar de perto as informações, mas tive pouco sucesso. Apenas o que consegui foi uma atenciosa resposta por e-mail, dada por um oficial da Aeronáutica, que nada acrescentou. No entanto, fui bem sucedido em localizar e entrevistar duas testemunhas visuais que até então não constavam na numerosa lista de depoimentos já veiculados pela imprensa lusitana. O senhor Francisco Vicente, pescador de 49 anos, disse que limpava um barco próximo a Setúbal, a 800 m da costa, quando ouviu gritos de espanto de outro jovem pescador, que ali também se encontrava. “Era noite de Lua cheia e tinha nuvens. Olhamos para o céu e aquilo estava lá, mais bonito que a Lua. Mexia, mas não podia ser um avião”, declarou.
Míssil Teleguiado — Outro depoimento foi o de Catarina Elias Machado, 23 anos, residente em Leiria, que disse ter visto o objeto voador não identificado quando voltava da casa do namorado, sozinha. “Primeiro fiquei curiosa, imaginando ser uma estrela. Em seguida, tomei um susto ao perceber que se movia em direção ao Porto”, disse Catarina. No momento em que viu o UFO, imaginou tratar-se de algum míssil ou artefato bélico, já que os conflitos no Iraque são também uma preocupação constante em Portugal. “Disse comigo mesma: minha Nossa Senhora de Fátima, aliviai-nos desse mal”. Em seguida, Catarina correu até o portão e viu que a luz estava mais distante. “Enquanto corria, pude perceber que não era toda branca. Era algo como que se pudesse pegar, existia e estava ali, bem ao alto de mim”, concluiu.
Luz na Escuridão — Depois de todos os acontecimentos da misteriosa “luz na escuridão”, como foi chamado o fenômeno nos noticiários da emissora SIC, surgiram acontecimentos complicadores. O caso ganhou uma nova dimensão quando se soube que outro objeto voador fora flagrado um dia antes, em 31 de maio, por volta das 14h30, na barragem de Monte Novo, entre Reguengos e Évora. O Diário de Notícias, de Lisboa, publicou na primeira página, em 08 de junho, a fotografia feita por Eduardo Silva, 25 anos, de um suposto disco voador naquela região. Silva é estagiário no Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), no Tagus Park de Oeiras, e efetuava um estudo sobre a qualidade da água naquela barragem, assim como em Alqueva, Vigia e Caia. “Não ouvi barulho algum e nada vi. Só quando revelei
a fotografia é que percebi o objeto. Ainda brinquei dizendo que era um UFO, mas só quando ouvi as notícias é que dei importância”, explicou o rapaz ao Correio da Manhã, no que foi acompanhado por Marta Antas, 23 anos, também estagiária no ISQ. “Estava muito calor e não se viam pássaros, nem balões ou helicópteros”, acrescentou a estudante.
O mesmo jornal alega ter verificado a fotografia entregue à sua redação, e confirmado que a mesma não apresenta indícios de ter sido manipulada. Nela, o reflexo do Sol no objeto voador, aparentemente metálico, está em conformidade com a sombra das árvores. “Pelo que sei, não há mais ninguém que tenha registrado esse fenômeno. Estou disposto a ceder a imagem à Força Aérea para estudo”, completou Silva. Sobre esse episódio, o coronel Barbosa explicou que comparou o objeto flagrado pelo rapaz com o registrado durante o avistamento coletivo do dia posterior, e que não encontrou qualquer ligação entre os fatos – embora acrescentasse estar em curso um processo de “cruzamento de informações entre as imagens de radar e os testemunhos da população”. Barbosa ainda admitiu a divulgação de novidades sobre os episódios.
Considero importante compartilhar com os leitores o conceito de “efeito imprensa”, um termo relativamente novo que adotei em minhas pesquisas, quando ainda residia no Brasil, especialmente aplicável à grande onda ufológica verificada em Minas Gerais, em 1996. Na ocasião, simultaneamente à divulgação do Caso Varginha, surgiram dezenas de relatos de avistamentos por todo o Estado e país, criando grande confusão e contribuindo pouco para as reais investigações. Como elemento de comparação, no mês de fevereiro de 1995, foram contabilizados pelo Grupo Mineiro de Pesquisas Ufológicas (GRUMPU), que ainda coordeno a distância, apenas dois casos de aparição de UFOs, contra um recorde de mais de 20 ocorrências no mesmo mês do ano seguinte, somente em Minas [Veja edição Ufo 76]. Portanto, numa analogia, podemos encontrar no caso português o mesmo “efeito imprensa”. Esse é um belo exemplo de que, quanto mais se fala em Ufologia, mais casos surgem, verdadeiros ou não.
Poucas Conclusões — Entre as investigações de especialistas e estudiosos de diversas áreas, muitas tentativas de explicar o fenômeno da noite de 01 de junho – que já está sendo chamada aqui como “a noite oficial dos UFOs em Portugal”, numa alusão ao episódio brasileiro de maio de 1986 – foram amplamente discutidas. Dias após os fatos, o astrônomo José Matos excluiu a hipótese de que o fenômeno avistado em Portugal seria o reflexo de um satélite. Ele considerou intrigantes os registros da FAP e as imagens captadas. A teoria de Matos tem por base a consulta a um site internacional com informações sobre todos os satélites em órbita da Terra e as previsões para seus avistamentos, em qualquer ponto considerado. Da mesma forma, o vídeo amador do UFO refuta a hipótese de as luzes brancas e intensas testemunhadas em vários pontos do país terem sido o reflexo dos painéis solares do Iridium.
“Vendo as imagens em vídeo, não podemos dizer que foi o satélite, porque nunca produziria tal efeito. Parece uma espécie de bólido ou meteoro”, disse Matos, agora ponderando a possibilidade de se tratar de lixo espacial reentrando na atmosfera. De qualquer forma, não havia qualquer previsão de reentrada desse tipo de objeto catalogada pelo Comando de Defesa Aeroespacial Norte-Americano (NORAD). Matos nos lembra as explicações do geólogo Monteiro, que descartou tal possibilidade devido à ausência de ruído nas descrições dadas pelas testemunhas. “Aliás, as características estranhas e intrigantes do objeto avistado acentuam-se com os registros e descrições da Força Aérea”, completou.
Quem não acompanhou o caso ocorrido em Portugal, ficou apenas com a explicação dada pela imprensa – antes das notícias de detecção por radar e do vídeo exibido – de que se tratava de satélite. Mas parece ter havido tempo para que se reavaliassem tais hipóteses. Um dos estudiosos que explicou às pressas o fenômeno, descartando sua origem extraordinária, foi justamente o astrônomo José Matos. Mas ele preferiu refazer suas conclusões. “Esse tipo de episódio mostra quanto é difícil comentarmos essas coisas. Quando há um relato desses, nossa principal preocupação é ver se estava prevista alguma reentrada de lixo na atmosfera, e achei a explicação plausível. Depois, inclinei-me para a hipótese do Iridium, dada a uma certa proximidade com a hora de observação e o brilho do satélite”, disse Matos, para quem, agora, o mistério parece bem maior que antes. “Depois do vídeo que vi, posso concluir que estamos mesmo diante de um UFO”, completou, mas não sem antes dizer que, embora aceite que o fenômeno tenha uma natureza diferente da que ele imaginava, sua única certeza é de que não se trata de uma nave extraterrestre em visita a Portugal. “Disso, sim, tenho eu a certeza”.
Métodos de Investigação — Sem causar qualquer surpresa aos ufólogos, as notícias mais recentes sobre o caso de 01 de junho davam conta de que o objeto voador avistado foi alvo da abertura de um inquérito por parte da FAP. Uma fonte da instituição adiantou ao Portugal Diário que a investigação já foi concluída e o processo arquivado, “sem que fosse possível detectar qual a origem do fenômeno”. Entre os vários métodos empregados na investigação estavam comparações de velocidade com outros alvos anteriormente detectados e agrupados em banco de dados da FAP. Vários elementos, como fotografias e vídeos amadores recolhidos pela população, não foram examinados pela instituição e todo o material de análise veio de outros meios. A mesma fonte adiantou ainda que não houve tempo necessário para que o artefato fosse considerado uma ameaça à defesa nacional.
Encerradas ou não, essas investigações podem trazer todo tipo de conclusão. Porém, indícios de que entidades de pesquisas ufológicas e estudiosos receberiam das autoridades informações adicionais, e que a Comunidade Ufológica Portuguesa poderia até auxiliar os militares com seus conhecimentos, causaram grande expectativa. Há comentários vagos que asseguram ainda estar sendo elaborada alguma forma de participa&ccedi
l;ão dos ufólogos portugueses nas investigações do Fenômeno UFO no país. Mas não se sabe que procedimentos serão utilizados para avaliar se esse ou aquele pesquisador está ou não apto a dar suas contribuições.
Uma questão que merece ser discutida é o procedimento construtivo e favorável das autoridades portuguesas quanto ao assunto e seu tratamento à comunidade ufológica. Parece que o governo e os militares do país perceberam a importância da pesquisa ufológica. Sejamos otimistas. Se as investigações militares estão concluídas, encerradas e arquivadas, as pesquisas dos ufólogos estão apenas começando.
Novas fotos de UFOs em Portugal
Os ufólogos recebem diariamente novas fotos de objetos voadores não identificados, que, aos olhos
menos treinados, são uma fascinante amostra do Fenômeno UFO. Mas essas imagens, além de elevar as estatísticas das observações em todo o mundo, passam a ser um novo problema para os pesquisadores. Com a proliferação das câmeras digitais, instrumentos acessíveis a uma grande parcela da população hoje, centenas de novas fotos de supostos UFOs têm surgido ultimamente. Se levarmos em conta que essas imagens não possuem registros físicos, como os negativos das fotografias comuns – o que impede uma investigação mais apurada de sua natureza –, há de se considerar ainda que sua difusão via internet, muitas vezes como legítimas, se dá quase instantaneamente, de forma incontrolável.
Para se ter uma idéia, a Revista Ufo recebe, em média, 2 a 3 fotos digitais por dia, tendo em seu acervo mais de mil delas. Disso se conclui que essa nova modalidade de “evidência” ufológica pouco representa para a Ufologia, salvo nos casos em que temos testemunhas de credibilidade presentes durante o registro digital e um histórico sobre as fotos em questão. Ainda assim, muitas das imagens de supostos discos voadores que temos hoje surgem de maneira inexplicada, sem créditos e dados, geralmente espalhadas por sites pessoais, blogs e listas de discussão. Elas podem ser apenas fruto de meros erros de interpretação e falcatruas.
Imagens Inexplicadas — Não diferentemente do Brasil, em Portugal também temos vários exemplos do gênero, apresentados como novas fotos de UFOs pela imprensa. Nos meses de abril e junho deste ano, de alguma forma relacionadas às ocorrências dessa nova onda de avistamentos sobre o país, muitas imagens surgiram – entre elas a que está acima, com o respectivo detalhe, e a que ilustra as páginas 40 e 41 dessa edição. Ambas foram apresentadas por pessoas de nome pouco comuns, talvez pseudônimos, através da internet. E foram utilizadas como provas de evidência física do Fenômeno UFO quando exibidas e copiadas livremente em discussões entre jovens adeptos da Ufologia. Não se sabe ao certo em que circunstâncias foram obtidas, nem mesmo se são legítimas. Mas estão aí para conhecimento dos leitores.