Muitos lugares de nosso planeta evocam mistérios e atiçam a imaginação das pessoas quanto a seu passado desconhecido, mas talvez nenhum deles o faça tão fortemente quanto a China. Civilização antiga, com conhecimentos médicos, bélicos e filosóficos sem rivalidade em sua época, e que até hoje espantam por sua profundidade, é da China que vem uma história que, se verdadeira, mudaria o mundo.
Como tudo o que envolve o universo ufológico, também aqui encontramos desmentidos, fraudes, acobertamentos e evidências desaparecidas. Tudo começou quando, em 1938, uma expedição arqueológica chinesa foi às montanhas de Bayan-Kara-Ula, situadas entre a China e o Tibete. O local, selvagem e de difícil acesso, mesmo nos dias atuais, revelou segredos inesperados.
Os discos e os extraterrestres
Em uma das grutas do local, a expedição encontrou uma fileira de túmulos com pequenos esqueletos, e, neles, impressionantes discos de pedra. Ao todo foram 716 achados de lítio e granito, com alta concentração de cobalto e de outras substâncias metálicas — na superfície dos discos havia uma série de símbolos gravados. Em 1947, o arqueólogo Karyl Robin-Evans recebeu do professor Ruppert Lolladoff um disco de pedra que se acreditava ter sido encontrado no Nepal. Pensava-se que o objeto pertencesse a tribo dos Dzopa ou Dropa, que o utilizavam em suas cerimônias religiosas. O disco tinha 12 cm de raio e 5 cm de espessura e, de acordo com Robin-Evans, que o havia colocado em uma balança, tinha a característica insólita de aumentar e diminuir o peso no decorrer de poucas horas. O arqueólogo, então, partiu em viagem em torno das montanhas em busca da tribo Dzopa.
A remota e quase desconhecida região de Bayan-Kara-Ula, localizada em uma área inacessível ao longo da fronteira sino-tibetana, não sentiu muito a invasão chinesa, já que, como dissemos, o lugar parecia intimidar até mesmo os tibetanos. Isso fez com que, quando os pesquisadores chegaram ao alto das montanhas, os guias de Robin-Evans não prosseguissem porque tinham medo. Esse comportamento pode ajudar a explicar porque a região era tão pouco explorada.
Veículos espaciais ancestrais
Entre os membros da expedição havia um linguista que ensinou os rudimentos da língua Dzopa ao arqueólogo, e isso permitiu que o pesquisador compreendesse as histórias que lhe foram contadas por Lurgan-La, o líder religioso da comunidade. O homem narrou-lhe a história da tribo, cujo local de origem se encontraria no céu, em um mundo pertencente ao sistema estelar de Sírius. Lurgan-La explicou que duas missões partiram daquele mundo em veículos espaciais para chegar à nossa Terra — a primeira há mais de 20.000 anos e, a segunda, por volta de 3.500 anos atrás.
Segundo o líder religioso da tribo, durante a última visita, algumas aeronaves caíram em nosso planeta e os sobreviventes não foram mais capazes de deixar a Terra. Os Dzopa seriam os descendentes diretos dos extraterrestres. Aqui vale explicar que embora o termo dropa represente a correta silabação, dzopa, ou melhor, tsopa, era mais próximo da pronúncia exata da palavra. Por isto, Robin-Evans preferiu escrever dzopa no seu relatório, que só foi publicado em 1978, quatro anos após a sua morte.
Mistério segue
Em 1958, 20 anos depois da descoberta das grutas, o assunto veio a público por meio do estudioso Vyacheslav Zaitsev, membro do Instituto da Literatura da Academia das Ciências da União Soviética. Mas foi só em 1962 que o arqueólogo chinês Tsum Um Nui, pensou ter resolvido o mistério. Sua interpretação, à parte a datação, é muito semelhante à história narrada pelo chefe religioso dos Dzopa — os símbolos gravados nos 716 discos encontrados na caverna representariam a história dos habitantes de outro mundo, presos cerca de 12.000 anos atrás nas montanhas da região de Bayan-Kara-Ula.
Segundo a tradução de Tsum Um Nui, “os dropas surgiram das nuvens com as suas aeronaves. Os homens, as mulheres e as crianças se esconderam nas cavernas por dez vezes. Quando, por fim, entenderam os sinais da linguagem dos Dropa, perceberam que os recém-chegados tinham intenções pacíficas”. Um relatório sobre a origem dos discos foi publicado em 1964, mas as teorias de Tsum Um Nui não foram bem recebidas pelos seus colegas — essa atitude irritou o professor, que decidiu transferir-se para o Japão, onde morreu alguns anos depois. Entretanto, outras organizações privadas e de pesquisa estavam se interessando por elas.
Alegações e desmentidos
Depois disso, os discos teriam sido inspecionados por cientistas soviéticos e ingleses e, de forma inexplicada, desaparecido do museu no qual estavam. Acusa-se, também, o desaparecimento da curadora do museu e de toda a documentação atestando sua existência, inclusive os documentos que confirmação a primeira expedição, em 1938. As alegações e os desmentidos se acumularam ao longo das décadas e o paradeiro dos discos é incerto. Entre a certeza dos céticos, de que tudo não passou de um embuste, e a certeza de alguns ufólogos, de que a história foi abafada pelas autoridades, o que podemos dizer é que, até que surjam novas evidências, tudo permanece um mistério.