Uma das hipóteses para o surgimento da vida na Terra pressupõe que moléculas à base de carbono, que flutuavam livremente no espaço interestelar, vieram parar em nosso planeta no início de sua história. Essas moléculas seriam a matéria- prima da vida biológica.
O mesmo tipo de molécula tem sido observado pelos astrofísicos em vários pontos de nossa galáxia, sendo esta uma das principais razões pelas quais os cientistas acreditam que outros planetas, ao redor de outras estrelas de nossa própria galáxia, bem como de outras galáxias, possam possuir condições ideais para o desenvolvimento de formas de vida muito parecidas com a nossa. Esse é o campo de estudos da Astrobiologia.
Para ampliar esse leque de possibilidades, assim como para entender como o processo pode ter se dado no próprio caso da Terra, os cientistas então começaram a procurar por estas moléculas orgânicas em outras galáxias, mais jovens do que a Via Láctea – dessa forma seria possível descobrir os mecanismos de migração das moléculas de carbono para corpos celestes específicos.
Agora, a equipe da Dra. Sara Ellison, da Universidade de Victória, no Canadá, descobriu as moléculas orgânicas em uma galáxia localizada a 2 bilhões de anos- luz da Terra. As moléculas são chamadas hidrocarbonos aromáticos policíclicos, que podem ser detectadas graças à forma como elas absorvem a luz, deixando um complexo padrão de faixas escuras nesse espectro – esse padrão é chamado de Bandas Interestelares Difusas, ou DIB na sigla em inglês (“Diffuse Interstellar Bands”).
Os cientistas terão agora que prosseguir sua busca em outras galáxias. Somente o cruzamento de dados entre diversos achados, em diferentes pontos do universo, poderá ser capaz de evidenciar as moléculas exatas que estão sendo detectadas, e sua importância real para o surgimento da vida.