Um dos aspectos mais misteriosos inerentes aos contatos imediatos de grau elevado tem sido o avistamento, em meio às experiências ufológicas, de criaturas animalescas, cujos padrões físicos parecem contrastar-se com a avançada tecnologia dos UFOs. Apesar destes casos não serem muito freqüentes, existem registros suficientes para que levemos a sério a realidade de tais acontecimentos. Mais recentemente, no mês de janeiro deste ano, uma criatura, apresentando o mesmo padrão, foi vista pelo senhor Antônio Cândido de Morais, no município de Alfenas, no sul do estado de Minas Gerais. O ser chegou a assustar o gado, que acabou por destruir parte da cerca de arame farpado da propriedade. O fato aconteceu em meio a uma das maiores ondas ufológicas já verificadas no país.
No dia 28 de junho, dirigimo-nos mais uma vez a Varginha, e ao contrário do que tinha acontecido das outras vezes em que estivemos neste município, o objetivo dessa vez não estava ligado ao caso ocorrido na cidade, pelo menos, de maneira direta. Nosso objetivo era verificar uma série de ocorrências misteriosas verificadas na cidade de Passos, situada também no sul de Minas. Várias pessoas tinham sido atacadas por uma criatura não identificada. A história já havia encontrado espaço na mídia, a ponto de ser comentada no Jornal da Globo dias antes. O caso ficou conhecido como O Lobisomem de Passos. Existiria alguma ligação entre estes fatos e o Fenômeno UFO? Buscávamos justamente encontrar respostas para o problema.
Em cidades da região, por todo o sul de Minas Gerais, UFOs e estranhas criaturas têm sido observadas com grande regularidade. Em Passos, algumas testemunhas alegam ter sido atacadas por um ser não identificado que teria extrema força. Pesquisadores em alerta estudam ligação com a captura de ETs em Varginha
Cerca de 170 km separam os municípios de Varginha e Passos. Nosso objetivo inicial era encontrar o senhor Luciano Olímpio dos Reis, a primeira pessoa a ser atacada, e a única que os ufólogos Claudeir Covo e Vitório Pacaccini tinham localizado em meio às primeiras investigações, quando haviam estado na cidade. O fato acontecera no início do mês de junho.
Depois de duas horas e meia de viagem, chegamos à cidade e procuramos o Depósito Maia, onde Luciano dos Reis trabalha. Lá, verificamos que nossa testemunha era extremamente bem vista no local onde trabalha. O gerente do estabelecimento chegou a dispensar Luciano antes do término do expediente, facilitando nossa investigação, sem que tivéssemos solicitado isto. A testemunha é tida como pessoa honesta e de responsabilidade. Logo de início confirmamos que a estória do lobisomem tinha sido uma invenção da imprensa, já que Luciano, em momento algum, havia se referido à criatura nestes termos.
ATACADAS PELA CRIATURA – Deixamos o Depósito Maia e nos dirigimos, juntamente com Luciano, à Fazenda Serrinha, onde está situada sua casa, a cerca de 4 km da cidade, já na parte rural do município, e tivemos a chance de conhecer sua família. Interrogamos inclusive a mãe da vítima, dona Fátima Reis, uma pessoa simples, mas que nos transmitiu muita sinceridade. Segundo ela, os moradores da região estavam com muito medo, pois outras pessoas foram atacadas pela estranha criatura, ou até mesmo já a tinham visto.
A testemunha nos levou até o ponto onde teria sido atacada, relatando todos os detalhes de sua experiência. Ele vinha, como fazia praticamente todas as noites, da casa de sua namorada na cidade. Por volta das 23h30, quando já estava fora da parte urbana, andando pela estrada de terra em direção à Fazenda Serrinha, nas proximidades da porteira de uma outra propriedade, escutou uma espécie de gemido forte. Logo depois, surgiu uma espécie de bicho peludo que o atacou.
Segundo Luciano, a criatura andava sobre duas pernas, tinha uma altura estimada em 1,80 m e não trajava qualquer forma de vestimenta. Tinha braços longos e finos, com mãos grandes e geladas. O ser cheirava mal e tinha as pernas curvas. Quanto aos detalhes faciais, Luciano não pôde falar muito, notando apenas que “o nariz era achatado e a boca esquisita, bem diferente de um gorila”. De acordo com a testemunha, o ser andava de maneira estranha, com as pernas abertas. A própria cabeça era coberta também por pêlos.
Ao ser atacado, Luciano acabou caindo no chão, entrando em luta corporal com a criatura com o objetivo de escapar da mesma. A vítima conseguiu se levantar mas foi derrubada ainda uma segunda vez, antes que escapasse do ser ao correr em direção à cidade. O bicho veio atrás de Luciano até o momento em que eles se aproximaram de um cavalo, que, assustado, tomou outro rumo, começando também a correr.
A estranha criatura, de maneira inesperada, passou a seguir o animal, permitindo que Luciano escapasse em direção à cidade. Ao chegar na parte urbana do município, a vítima foi até um telefone público e comunicou o fato à Polícia Militar. Dois policiais foram ao encontro de Luciano e o conduziram ao pronto socorro, pois este estava com uma das pernas machucada e apresentava arranhões em várias partes do corpo. Segundo Luciano, as pessoas que o atenderam não quiseram aplicar uma injeção para dor e o liberaram, sem maiores cuidados.
LUTADOR DE CAPOEIRA – A vítima é um rapaz forte, mede 1,93 m e luta capoeira. Ao ser entrevistado ressaltou a força da criatura, colocando a idéia de que se esta tivesse atacado uma pessoa mais fraca, poderia até matá-la. Segundo ele, apesar de ter revidado as agressões sofridas, a criatura não pareceu sentir seus golpes. “Não era uma coisa normal”, declarou Luciano.
Menos de 24 horas depois da experiência vivida por Luciano, o senhor José Fernandes Siqueira encontrou também, aparentemente, a mesma criatura. A testemunha, que é inseminador artificial, estava voltando para casa de bicicleta, quando, ao passar nas proximidades de uma ponte de madeira, por volta das 19h20, foi derrubado. Este ponto fica a poucas centenas de metros do local onde Luciano lutou com a criatura. Após derrubar a criatura, José Fernandes saiu arrastando a bicicleta e correu para casa sem olhar para trás. Ao chegar em sua residência, pegou uma arma e voltou ao local, mas não encontrou qualquer vestígio da criatura.
Apesar de ter sido também ferido pelo ser, que deixou vários arranhões em seu corpo, José não procurou assistência médica, nem a Polícia. No dia seguinte, amanheceu com uma forte febre, que só desapareceu mais de 24 horas depois. Quando chegamos para entrevistá-lo, vestia a mesma camisa da noite do ataque, rasgada na manga esquerda entre o cotovelo e o ombro.
Ao entrevistarmos a testemunha, ficamos sabendo ainda que, na
madrugada do dia 28 de junho, por volta das 5 horas, ou seja, no dia anterior à nossa chegada a Passos, José Fernandes tinha observado o aparecimento de uma tocha a partir do próprio solo, nas proximidades de sua casa. O objeto luminoso ganhou altura e desapareceu rapidamente em alta velocidade. Existiria uma ligação entre este fenômeno e a criatura?
Depois de tomarmos o depoimento da testemunha, Luciano nos levou ao ponto onde José Fernandes tinha sido atacado, e em seguida nos dirigimos para a Fazenda Vicente Nogueira, onde iríamos encontrar o senhor Marcelo Henrique de Oliveira, 23 anos, retirante, que mora e trabalha na mesma. Segundo o senhor Marcelo, dias depois dos encontros de Luciano e José Fernandes, ele também viu a criatura de sua casa. O fato aconteceu por volta da meia-noite de um domingo. Marcelo pôde observar, entretanto, apenas um “vulto grande de cor escura”, que andava curvado para a frente, nas proximidades de sua residência. A mesma testemunha confirmou ainda ter tido outras chances de observar a criatura, só que a uma distância maior. Segundo ela, os cachorros da região perseguiam aquela coisa. Marcelo nos informou ainda que havia boatos de que a criatura estava sendo vista em um outro ponto do município: o bairro conhecido como Santa Luzia.
INVESTIGAÇÃO DEMORADA – Depois de deixarmos a Fazenda Vicente Nogueira, dirigimo-nos para a Delegacia Policial de Passos, na busca de uma palavra oficial das autoridades que estavam investigando o caso. Ao chegarmos lá, fomos recebidos pelo delegado regional, que nos explicou que não podia falar muita coisa sobre o assunto, já que não estava ligado ao caso, mas, prontamente, mandou um subordinado seu chamar o doutor Carlos Augusto da Silva, o delegado que estava investigando a história. Como o delegado estava demorando a chegar, resolvemos ir até o Pronto Socorro, na esperança de termos informações da equipe médica que atendeu Luciano, mas nada conseguimos de objetivo, apesar da boa vontade do funcionário que nos atendeu.
Pouco tempo depois de termos voltado à delegacia, o doutor Carlos Augusto da Silva chegou e subimos para seu gabinete. O delegado nos informou de todos os detalhes já apurados. Confirmou a idoneidade de Luciano, atestando a sinceridade do rapaz. Soubemos também que tanto José Fernandes, como Marcelo Henrique tinham prestado também depoimento. A polícia militar chegou a prender um andarilho, tido como doente mental, conhecido pela alcunha de Zé Zito, que andava pela região, mas foi logo liberado, pois tratava-se de uma pessoa já idosa, fraca e debilitada que, evidentemente, não poderia ser o responsável por aqueles ataques. Luciano inclusive conhecia o suspeito, tendo descartado a possibilidade de seu envolvimento.
O delegado nos forneceu cópias xerografadas de toda a documentação oficial do caso, que incluía os depoimentos originais de Luciano, José Fernandes e Marcelo Henrique, além da documentação relativa ao exame de corpo de delito feito pelo primeiro rapaz. Do material gentilmente fornecido, fazia parte ainda um desenho, uma espécie de retrato falado, mas que não era totalmente fiel, segundo Luciano.
POSSE DA TERRA — Questionado pelo ufólogo Ubirajara Rodrigues, o delegado deu sua opinião sobre o caso. Segundo ele, apesar de ainda não existirem provas, haveria por trás daqueles ataques um interesse de amedrontar as pessoas que vivem na região, “com objetivo de posse da terra ou mesmo emprego”. O delegado chegou a mencionar um suspeito, possivelmente envolvido na história, que, logo após as primeiras notícias saírem através da imprensa, desapareceu da cidade. Para doutor Carlos, o atacante seria simplesmente uma pessoa usando algum tipo de fantasia ou algo parecido.
Quando já estávamos saindo da delegacia, o doutor Carlos revelou a existência de uma quarta testemunha, e acabou conduzindo-nos até a casa desta pessoa que, infelizmente, não se encontrava. Retornamos a Varginha ainda naquela noite, e apesar da quantidade de informações conseguidas, o mistério continuava.
A hipótese levantada pelo delegado do caso, evidentemente, não pode ser descartada totalmente como explicação, apesar de considerarmos uma possibilidade remota. Sabemos dos riscos que uma pessoa usando uma fantasia correria atacando pessoas durante a noite no meio rural. Pois, não é incomum o porte de armas de fogo e muito menos de facões ou coisas deste tipo nessas regiões. Se o objetivo era apenas assustar as pessoas da região, isto poderia ter sido feito de outra maneira, mais segura e, talvez, mais inteligente, sem a necessidade de um contato físico tão direto, que poderia inclusive revelar a real natureza do atacante. Na experiência de Luciano, a criatura deixou de segui-lo para acompanhar um cavalo, de maneira surpreendente, revelando, aparentemente, uma certa limitação mental.
Por outro lado, não conseguimos também encontrar qualquer informação, pelo menos, em termos objetivos, que nos permita ligar o atacante de Passos ao Caso Varginha, ou mesmo ao Fenômeno UFO, em termos gerais.
Ao contrário de outros casos em que criaturas animalescas foram vistas em meio a observações de discos voadores, em Passos, não encontramos sequer um depoimento que nos permita estabelecer tal ligação. O próprio avistamento da tocha relatado por José Fernandes só aconteceu várias semanas depois dos ataques investigados. Temos que ter muito cuidado ao apresentar nossas conclusões. Qualquer conclusão referente à real natureza da criatura seria prematura. O caso de Passos deve ser deixado num compasso de espera, pelo menos até o aparecimento de novas informações.