No dia 19 de agosto de 1995, o doutor Roger Leir removeu cirurgicamente dois objetos dos corpos de dois contatados supostamente abduzidos por ETs. Para tentar verificar a origem destes objetos, o National Institute for Discovery Science (NIDS) conduziu uma inspeção externa detalhada, com base no teste de espectroscopia extensiva de raios laser. Para aumentar o número de informações sobre esses objetos, o NIDS também decidiu suprir os recursos com mais exames metalúrgicos realizados no laboratório New Mexico Tech, na cidade norte-americana de Socorro, Novo México. Nesse caso, Leir fez um excelente trabalho documentando a extração dos corpos estranhos. Similarmente, o cuidado foi tomado em cada passo da transferência dos materiais durante o teste e no retorno dos exemplares.
O objetivo do envolvimento da NIDS foi o de estabelecer alguns padrões para o exame do material. Um grande número de especialistas foi consultado para determinar quais análises não destrutivas seriam apropriadas nesta etapa da investigação. A bateria de testes recomendada diz respeito à estrutura química, mecânica e eletromagnética, compreendendo a técnica de imersão de densidade em tolueno, determinação de dureza e módulo elástico, além do uso de um microscópio de varredura eletrônica. De acordo com o relatório dos testes de Paul A. Fuierer, professor assistente do Departamento de Engenharia de Materiais do New Mexico Tech, apresentada no dia 19 de julho de 1996, os exemplares examinados continham duas peças semelhantes a palitos ou agulhas, primariamente de cor preta acinzentada, com algumas partes de suas superfícies na cor branca amarronzada.
Exames laboratoriais – Descobriu-se que dois deles são fortemente magnetizados ao longo do comprimento de seus eixos, embora nenhum seja condutor de energia. Em um dos objetos foi encontrada uma substância amarelada e uma alta concentração de um elemento reflexivo que parecia cobre. A densidade da massa dos exemplares foi medida utilizando-se uma técnica de imersão baseada no Princípio de Arquimedes, a qual consiste em submergir os exemplares em um líquido de densidade já conhecida. Nesse caso, foi utilizado o tolueno, ao invés de água, para evitar qualquer hidrólise possível ou reações de oxidação com o material. A diferença entre as densidades dos exemplares foi considerada significativa.
O índice de dureza foi obtido através da média calculada entre os valores da densidade e o tamanho das ranhuras feitas com um micro cortador de ponta de diamante. Um dos objetos era duro, como quartzo ou aço, enquanto que o outro, relativamente macio, como calcita. Por causa do pequeno tamanho dos implantes, a análise química ficou limitada a uma estimativa qualitativa na qual foi utilizada espectroscopia de dispersão de energia a raios-x e uma unidade auxiliar de um microscópio eletrônico de varredura. Como tais exemplares tinham uma membrana envolvendo-os, ao isolálos foi necessário depositar uma pequena camada de carbono para evitar a carga elétrica, durante a leitura das imagens. Foram detectadas maiores quantidades de ferro, fósforo e cálcio, e alguns traços de cloro. O espectro mostrado foi todo obtido num intervalo de tempo de um minuto. Como não existe virtualmente diferença nesse espectro, foi concluído que a composição do material era uniforme.
Difração de raio-x – Todas as tentativas de se obter um padrão de difração de raio-x dos exemplares, utilizando-se um difratômetro Philips, foram fracassadas. A detecção de qualquer reflexo em exemplares pequenos requer instrumentação e condições especiais. Por conseguinte, os exemplares foram levados a um local especial para raios-x, equipado com um difratômetro Siemens D-5000. Numa tentativa de estudar mais sobre o ferro encontrado no centro desses exemplares, foi efetuada a metalografia tradicional com um microscópio óptico. Embora a microestrutura não revelasse a estrutura clássica da perlita, o sistema interpretado como supostamente de ferro-carbono com uma fase escura, poderia ser, talvez, cemetita, uma substância obtida a partir do elemento químico ferro. Uma porcentagem de carbono finamente disperso pode ser considerada a causa da alta dureza.
Após diversas análises, pudemos perceber que um dos exemplares pôde ser descrito como uma agulha, com um centro predominantemente de ferro não condutor e uma membrana envolvente cinza escura. Esta membrana, ou camada de material da superfície, tem como seus componentes ferro, cálcio, fósforo, cloro e muito possivelmente alguns elementos mais leves, como carbono e oxigênio. A análise de fase gasosa não foi totalmente conclusiva por causa do pequeno tamanho do exemplar. A microestrutura do centro do exemplar (polida e corroída), quando observada sob um microscópio óptico, lembra uma liga rica em ferro com grandes quantidades de carbono, provavelmente na forma de carbide de ferro. O composto é provavelmente ferroso, com um empacotamento de corpo do tipo centro-cúbico. Desde que os exemplares sejam magnetizados, sua dureza central torna-se muito alta, semelhante à dureza das ferramentas de metais carbonados.
O outro exemplar é uma mistura muito complexa de materiais. Enquanto que a parte interna é similar ao primeiro, a porção externa é feita de uma combinação de muitos elementos e fases diferentes, dependendo do local. Esse segundo exemplar apresenta uma substância flocosa, que pode ser um complexo mineral silicado.
Implantes meteóricos? – A hipótese de que as amostras teriam origens meteóricas foi levantada a partir do alto valor de dureza relativa obtido para o núcleo de ferro de uma delas, pois ligas de ferro muito duras podem ser encontradas em exemplares de meteoritos. De fato, características como a complexa combinação de diferentes elementos químicos, por exemplo, são similares a certos meteoritos.
As análises elementares feitas por espectroscopia energética dispersiva de raios-x indicaram ferro e fósforo como os maiores componentes do material externo que envolvia o núcleo. Em adição, identificou-se um resíduo de fosfato de cálcio como uma possível fase dentro do material externo de ambos os exemplares. Curiosamente, a cloropatita está entre os minerais mais comuns dos meteoritos. Isso seria a justificativa para a presença de uma quantidade substancial de cálcio e menor quantidade de cloro detectada na amostra.
Contudo, nenhuma porção de níquel foi detectada na primeira amostra e somente uma quantidade mínima na
segunda. Um pesquisador afirmou que “a maioria dos meteoritos contém entre 6 e 10 % de níquel. Nenhum meteorito contém menos de 5 % desse elemento”. Uma explicação pode ser formulada com base no fato de que esses espécimes foram extraídos de um corpo humano, onde qualquer peça de ferro incrustada dentro de um tecido pode possivelmente causar uma reação de calcificação. Isso explicaria a presença de cálcio e fósforo na superfície dos exemplares. Não é surpreendente que as vítimas não tenham tido uma reação adversa ao objeto estranho. No entanto, devemos enfatizar que isso é apenas uma teorização sobre a origem dos espécimes baseada em dados e informações preliminares. Estudos mais aprofundados devem ser efetivados para provar qualquer tese.