Uma nova missão da Nasa, a Themis, será lançada em meados de fevereiro para investigar detalhes sobre as tempestades magnéticas que causam as auroras boreais – e ameaçam satélites e astronautas. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (17). As belas auroras que iluminam os céus do pólo Norte encantam as pessoas com a mesma intensidade com que enlouquecem os cientistas espaciais.
Embora já se saiba por que as auroras se formam – elas são fruto da colisão de partículas solares com a atmosfera da Terra durante as chamadas “subtempestades magnéticas” -, não se sabe quando elas vão ocorrer, onde ou o que causa seus padrões de luzes, cores e desenhos. Sem motivo aparente, uma aurora pode ficar muito mais brilhante – e muito mais devastadora para as missões espaciais.
“Estudar e prever as subtempestades é essencial para proteger nossos satélites e astronautas”, explicou o pesquisador principal do projeto, Vassilis Angelopoulos, da Universidade da Califórnia, durante a apresentação do projeto. A Themis levará em conta duas velhas máximas da sabedoria.
Primeiro: “para aprender é preciso observar”. Depois: “a união faz a força”.
Os cinco pequenos satélites trabalharão em conjunto com outro projeto da Nasa, a sonda Stereo, lançada em outubro de 2006 para estudar o Sol. Quando a Stereo identificar uma erupção solar que se encaminha para encontrar a Terra, as sondas Themis vão se posicionar para observar o que vai acontecer. A esperança dos cientistas é descobrir exatamente quais características das partículas solares eles precisam aprender a combater. E quando, onde e como as subtempestades começam.
O estudo do Sol – chamado de “heliociência” – é um campo de pesquisas relativamente novo na Nasa. A aposta da agência nessa área é em diversas pequenas sondas operando em conjunto, em vez de uma grande e dispendiosa missão. “Com Stereo e Themis juntos acredito que estamos entrando em uma nova era para a pesquisa do Sol”, afirmou Jim Slavin, do departamento de Heliofísica da agência americana.