Pedro de Campos
Na entrevista que realizamos com Oriental Luiz Noronha, o Tatá, em São Thomé das Letras, agora nas bancas na Revista UFO 255, enquanto a resenha do colóquio estava no prelo o entrevistado nos contou um caso intrigante, que vamos narrar aqui ao leitor. Fizemos a seguinte pergunta:
Houve algum avistamento que para você, Tatá, ficasse nítido a fuselagem da nave, algum detalhe dela ou dos ocupantes que se pudesse dizer algo absolutamente físico, sem engano?
– Pedro, eu não sei precisar a data exata, mas no começo dos anos 70, eu estava em uma propriedade na zona rural do bairro do Cantagalo, com minha companheira e mais um casal amigo. Era em torno de 8 horas da noite, quando avistamos sobre a Pedra do Disco, no bairro do Areado, uma nave-mãe que transitava lentamente nos céus. A nave era enorme, tinha uns 2 km de comprimento, semelhante a um charuto. Não consegui definir sua cor, mas notei um facho de luz esverdeado que iluminava o ambiente pela parte superior do objeto. Havia também uma pequena luz na frente e uma grande na parte traseira da nave. De repente vieram cinco luzes arredondadas, de uns 10 metros de diâmetro cada, eram pequenas perto do objeto de tamanho descomunal. As luzes menores, em grande velocidade, entravam e saíam do interior do objeto e ficaram assim por uns 10 minutos. Uns 5 minutos depois da nave e das luzes menores desaparecerem do nosso campo visual, dois caças da Força Aérea passaram em linha reta na mesma rota da enorme nave-mãe. Tudo bem nítido, sem qualquer engano.
Quando esta longa entrevista de Tatá que fizemos para a revista UFO estava no prelo para ir às bancas, em uma conversa ele nos acrescentou algo intrigante: “Sobre o caso dos aviões caça, eu testemunhei uma história bem estranha, contada por um daqueles pilotos, que uma década depois esteve em São Thomé das Letras e falou-me do caso”.
CONOTAÇÃO À NOITE OFICIAL DOS UFOs
Antes de prosseguirmos, caro leitor, é preciso explicar aqui o que foi a chamada Noite Oficial dos UFOs, uma importante incidência ufológica verificada a 19 de maio de 1986. Naquela noite, e na madrugada que a seguiu, nada menos que 21 objetos voadores não identificados foram detectados pelos radares do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) sediado em Brasília. Por várias horas o espaço aéreo dos estados de Goiás, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro recebeu uma revoada de UFOs tão chocante que o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) considerou que a segurança do espaço aéreo de São Paulo, onde se concentra o maior número de rotas aéreas do país, fora ameaçado.
Diante da incursão aérea inusitada, o Alto Comando da Força Aérea Brasileira ordenou operações de interceptação e perseguição aos UFOs. Então aviões caças Northrop F-5E Tiger II e Dassault Mirage III foram lançados em duas operações: uma partindo da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, e outra da de Anápolis, em Goiás. No dia seguinte, o então Ministro da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Octávio Júlio Moreira Lima deu uma entrevista à imprensa, junto com os pilotos que realizaram a operação para confirmar as ocorrências. Por isso, o incidente ficou conhecido como “Noite Oficial dos UFOs”.
Cabe esclarecer que 19 anos depois, em maio de 2005, após intensa campanha da revista UFO para ter os documentos oficiais, a Força Aérea Brasileira liberou os papéis. Em uma das pastas, havia 134 páginas mostrando as ocorrências na noite crítica. Em outra, estavam 99 páginas com incidências nos dias seguintes e, em especial, na página 54/99 deste relatório, o brigadeiro do ar, José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, comandante do COMDABRA, registra: “3 – Como conclusão dos fatos constantes observados, em quase todas as apresentações, este Comando é de parecer que os fenômenos são sólidos e refletem de certa forma inteligência, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores como também voar em formação, não forçosamente tripulados”.
Acontece que nessa época, após esse episódio intrigante, Tatá recebeu em São Thomé da Letras um hóspede imprevisto. O homem chegou à sua Pousada perguntando por Tatá e teve a confirmação de que estava diante do próprio. Então a pessoa se apresentou como Nelson (não deu o nome completo) e pediu um quarto para se hospedar, tendo recebido as chaves de Tatá. Disse que ia guardar suas coisas e dar uma volta na cidade.
No outro dia, pela manhã, conversando com Tatá, o hóspede falou que tinha vindo de Juiz de Fora. Disse que sua esposa era daquela cidade, filha de um médico local, e como estava para dar à luz de seu segundo filho, fora àquela cidade para seu pai fazer o trabalho de parto, tal como no primeiro filho.
Nelson disse a Tatá que há tempos havia lido uma reportagem, num jornal local, sobre seu avistamento de uma grande nave em São Thomé das Letras. Falou que era tenente-coronel-aviador e que ele mesmo agora tinha voado ali, dando caça a objeto voador não identificado num avião Mirage, vindo de Santa Cruz, e junto a ele havia outro caça no mesmo serviço. No relato de Nelson, o segundo caça tinha vindo da Base de Anápolis e por ter apresentado um problema durante a operação, o piloto recebeu ordens de retornar imediatamente – Nelson ficara sozinho durante a caça ao objeto que, para ele, era notado apenas no radar, não chegando a ser visto a olho nu.
Conforme pediu Nelson a Tatá, na noite seguinte ambos foram à Pedra do Disco para uma vigília. Durante a sentinela, ambos avistaram três pequenos objetos com luzes alaranjadas fazendo manobras que desafiavam as leis de gravidade. Os movimentos deixaram Nelson intrigado. Diante do insólito, o piloto disse a Tatá que voltaria à Base de Santa Cruz para pegar um binóculo infravermelho e aparelhar-se melhor para observar ocorrências daquele tipo. Então deixou todas as suas coisas no quarto da Pousada. Mas, de modo estranho, os dias passaram e o homem nunca mais voltou.
Depois de três meses, não restou alternativa senão entrar no quarto e mexer nas coisas do hóspede obscuro. Tatá queria achar algum endereço para se comunicar com ele ou com a família. Dentre as coisas, havia só uma barraca de acampar, um facão de roçar mato, algumas roupas comuns e uma ordem de pagamento onde havia o nome completo do hóspede e o endereço da Base de Santa Cruz – notava-se que o cidadão parecia ser de fato o tal piloto. Então Tatá não teve dúvida e escreveu para lá, relatando o acontecido, mas nunca recebeu resposta e nada mais soube do tal hóspede que foi embora, dizendo que voltaria, mas jamais voltou.
Em suas pesquisas, Tatá ficou sabendo depois que em Campanha, cidade próxima a São Thomé das Letras, em Minas Gerais, o bispo dom Inocêncio Engelke, que governou a diocese de 1935 a 1960, também já havia relatado o avistamento de um objeto de tamanho descomunal, passando lentamente nos céus daquela cidade. Então Tatá concluiu que a nave-mãe gigantesca que avistara na década de 70 era reincidente em aparições naquela região.
Enfim, os avistamentos do passado pareciam estar interligados agora às ocorrências de 1986, suspeitando-se que a nave-mãe descomunal, testemunhada naquela região anos antes e por pessoas distintas (bispo dom Inocêncio e ufólogo Oriental Noronha), poderiam ser a mesma que havia lançado na Noite Oficial dos UFOs os objetos menores captados no radar pela Força Aérea Brasileira (FAB). Por certo a FAB, ao menos na pessoa do tenente-coronel-aviador Nelson, dera continuidade às investigações da Noite Oficial dos UFOs, ao revisitar dias depois o local de antiga incidência ufológica que tinha potencial para ser foco de onde partiram as naves que os aviões caças detectaram e perseguiram sem obter êxito.
A entrevista dada por Oriental Noronha, o Tatá, está imperdível – leia na UFO 255, já bancas.
NOTA: Estaremos discutindo este tema no XXIII Congresso Brasileiro de Ufologia – II Encontro de Ufologia Avançada do Rio Grande do Sul, de 25 a 27 de maio de 2018, no Hotel Embaixador, em Porto Alegre. Informe-se sobre o evento clicando aqui.
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos; Lentulus – Encarnações de Emmanuel, publicados pela Lúmen Editorial. E também dos recém-lançamentos: A Epístola Lentuli e Arquivo Extraterreno. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte A e Parte B, lançados pela Revista UFO. Conheça-os! Visite também o blog do autor no site da Lúmen Editorial, clique aqui para conhecê-lo. Face book .