
por Pedro de Campos
O ano de 2015, agora apenas em seu início, já dá mostras de que será um ano muito promissor à Ufologia. Inúmeros congressos pulverizados ao largo do território brasileiro começam a ser delineados pelos organizadores. Em Curitiba, no mês de março, estaremos presentes para mais um encontro ufológico, após o sucesso verificado em São Paulo, na Casa do Consolador, onde os incansáveis trabalhadores do bem, representados na revista UFO pelas palestrantes Margarete Aquila e Mônica Medeiros, estiveram presentes e mostraram a força da Ufologia Avançada.
Nesta postagem, gostaríamos de agradecer os notáveis realizadores de eventos e o nosso estimado amigo A. J. Gevaerd, editor da revista UFO, que está à testa da Ufologia Brasileira com muito mérito, realizando inúmeros eventos pelo Brasil afora. Vamos aqui fazer um raciocínio sobre a filosofia ufológica e um convite geral aos entusiastas.
Há uma máxima no meio ufológico mais impregnado de ciência, adepto da hipótese extraterrestre, que diz: “Quem se dedica à Ufologia aprende mais sobre o ser humano do que sobre os UFOs, porque destes, a bem da verdade, ainda quase nada se sabe…”. De modo prático e alinhado com a ciência atual, de fato isto parece grande verdade. Afinal, até agora não se achou nenhum planeta habitado, mas o que aprendemos com a “farta” casuística e com os chamados “contatados” é algo fantástico. Contudo, na Ufologia os enigmas são muitos. E ao ufólogo cabe tentar solucioná-los, porque o pesquisador incapaz de ao menos formular hipóteses plausíveis para eventual entendimento do fenômeno não pode ser ufólogo – se nunca chega a nada, de nada vale sua pesquisa. Então cabe a ele buscar novos caminhos ou deixar a investigação para outros.
Os ufólogos mais impregnados de religiosidade, por sua vez, destacam a máxima milenar: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Ocorre que sobre isto, indaga-se: “As tais ‘moradas’ são mundos materiais ou mundos filosóficos?”. Na terminologia usual, trata-se de questão puramente filosófica ou ligada à fé, até que se ache algum planeta com vida no Cosmos ou a nossa ciência possa captar o que se passa em outras dimensões do espaço-tempo, onde, sugestivamente, estariam os visitantes “menos materiais”.
Se para uns pesquisadores as tais \”moradas\” são planetas que teriam vida como a nossa, para outros, tratam-se de orbes ou de profundezas etéreas onde a vida seria ultrafísica, não localidades onde o espírito “encarnaria”, viveria experiências e evoluiria de modo imponderável para nós. Para muitos, essas entidades ultrafísicas se materializam e são responsáveis pelos contatos ufológicos de vários graus. Seja de um modo ou de outro, na Ufologia cada qual tem liberdade para escolher a interpretação que mais satisfaça as suas exigências.
Em razão da farta e intrigante casuística, ventilam-se hoje várias chances: uma, considera possível que vida física tecnicamente avançada e de planeta muito distante do nosso Sistema esteja nos visitando; outra, que vida ultrafísica de alguma dimensão do espaço-tempo esteja entre nós; outros têm que mais de uma natureza de vida esteja fazendo incursões à Terra. Há também quem considere inviável qualquer dessas chances, não passando tudo de efeito psicológico ou ilusão. Há inclusive os que julgam os UFOs eventos mal compreendidos da natureza, novos engenhos produzidos pelo homem ou fraudes de pessoas inescrupulosas.
O fato é que ao longo dessa linha interpretativa da casuística há pessoas com pontos de vistas diferentes e discordantes. Então, em vez da concórdia, tem-se a discórdia. E não raro surgem embates de palavras e procedimentos que extrapolam o normal. Por isso, é conveniente haver entre os ufólogos e entusiastas uma regra norteadora, capaz de ajustar o rumo quando a linha limite estiver para ser superada, mas que possa ser vista de antemão pelo próprio ufologista, sem necessidade de terceiros para lhe mostrar o inconveniente e sugerir-lhe a correção.
Sem dúvida, o programa de palestras de Ufologia, pulverizado pelo Brasil, como planejado para o ano de 2015, tende a estimular os atuais simpatizantes e até mesmo fazer emergir novos entusiastas, aumentando o fluxo de público nas instituições atuais e podendo verificar-se até a fundação de novas agremiações, o que seria muito gratificante aos ufologistas de maneira geral e um bem maior para a Ufologia.
A vivência na Ufologia, ao que parece, tem demonstrado que o melhor caminho institucional é trilhado quando há total ausência de vínculo religioso na prática ufológica. Isto porque as testemunhas do fenômeno UFO são pessoas de culturas variadas e de todas as religiões. Mas a prática ufológica também mostra ao ufólogo que no fenômeno UFO há aspectos “ocultos”, aparentemente “imateriais”, que confundem a casuística com aspectos mágicos, próprios das religiões, por isso ele não pode ficar alheio a elas, sem pesquisar os fenômenos naquele ambiente.
Assim, quer nos parecer que o mais prudente na Ufologia seja adotar um “Código de Ética” entre os ufólogos, para tê-lo como norte na atividade ufológica e não correr o risco de cair no “cientificismo paralisante” nem no “misticismo desorientador”, por assim dizer genericamente dos extremos que rebaixam a Ufologia, um estagnando o conhecimento, outro reduzindo a razão.
Não nos parece difícil aceitar, por exemplo, o conhecido Código de Ética do Ufólogo, de Arismaris Baraldi Dias (já divulgado há tempos pela revista UFO), talvez com alguns aprimoramentos para contemplar as necessidades da sociedade moderna ou algum outro código já mais aperfeiçoado. O fato é que quando não se adota uma ética formal, a religião encontra campo fértil para prosperar e, em muitas instituições, ela está presente suprindo tal necessidade, e as crenças são variadas na comunidade ufológica, porque cada dirigente tem a sua.
Mas então se indaga: o que é ética? Numa resposta breve: ética é cumprir as leis do país e uni-las à moral e aos bons costumes da nossa sociedade e às especificidades da comunidade em que estamos inseridos, no caso a “comunidade ufológica”. O cristão, por sua vez, lembraria o apóstolo Paulo, dizendo: “Seja um exemplo na maneira de falar, na maneira de agir, no amor, na fé e na pureza” (1Tm, 4,12).
O código de ética é necessário ao bom funcionamento das comunidades organizadas, caso contrário a religião (lei e moral das Escrituras) tende a ocupar o vazio com ética própria (veja citação acima). Sem a adoção formal de um código de ética as comunidades e as classes com atividades específicas navegariam ao léu, sem rumo e desorganizadas, cada qual fazendo as coisas à “moda da casa”, por assim dizer.
A observância a um código de ética seria o “Pacto Áureo da Ufologia Brasileira”, evitaria contendas desnecessárias entre ufologistas de diferentes Escolas e instituições com práticas fechadas e divulgações ufológicas não pesquisáveis, evitando exposições ao ridículo e dando mais qualidade às pesquisas de campo e às divulgações na mídia.
Embora haja entre ufólogos e simpatizantes quem se equilibre bem de um extremo e outro, é preciso considerar que nesse entremeio há pessoas diversas com procedimentos e divergências que somente a adoção de um código de ética poderia abrandar; salvo, apenas, se o interesse maior fosse não ter ética na atividade, no relacionamento, na pesquisa em si e na divulgação, o que tornaria tudo inconsequente ou pura questão de fé.
Contudo, para a maioria dos ufólogos e do público que frequenta os congressos, este não é o caso, porque são pessoas de todas as culturas e de todas as religiões, cujo ponto central é o estudo e o entendimento do fenômeno UFO. Ou seja, para ser um aficionado da Ufologia basta “gostar da ideia”, “dedicar-se ao estudo, à pesquisa” e seguir o “código de ética do ufólogo”, sem abdicar de sua crença, se a tiver.
Por estas razões, gostaríamos de convidar todos os entusiastas e ufólogos brasileiros, em especial os da Equipe UFO, sejam de uma ou de outra Escola, para fazermos um Pacto Áureo e levantarmos a bandeira da Ética na Ufologia, principalmente agora que se avizinha, por iniciativa da revista UFO, uma nova empreitada para divulgação da Ufologia no Brasil.
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos; Lentulus – Encarnações de Emmanuel, publicados pela Lúmen Editorial. E também dos recém-lançamentos: A Epístola Lentuli e Arquivo Extraterreno. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte A e Parte B, lançados pela Revista UFO. Conheça-os!
ET de Varginha – Programa Amaury Junior, Parte 1 – Entrevista Vitório Pacaccini:
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