Por Pedro de Campos
Desde meados do século passado, quando o fenômeno UFO passou a ser investigado por especialistas civis e militares, o receio dos governos veio à tona promovendo acobertamento dos casos. Confirmar as incidências ufológicas era para os órgãos de defesa assumir a obrigação de explicá-las de modo convincente e com métodos científicos.
Ocorre que, desde o início, os UFOs desafiaram de tal maneira os postulados da Física que não havia como o governo explicar de modo convincente as aparições e manobras de engenhos tão incomuns, mas apenas negá-los. Afinal, a distância que nos separa de outros sistemas solares é tão grande que não havia como entendê-los. Por certo, não apenas a distância espacial, mas o saber científico que nos separa são ambos de anos-luz.
Então as Forças Armadas e as Agências especializadas colocaram as testemunhas em posição difícil: ora as rebatendo, alegando “fenômeno natural”, ora as expondo ao ridículo, com censuras descabidas e suspeitas de fraude. Mas a desqualificação não foi suficiente para silenciá-las, porque o fenômeno UFO impacta de tal modo o intelecto que quem o vê, jamais o esquece, repetindo os relatos onde quer que seja. E isso cultivou uma repulsa do povo contra os órgãos de segurança. De fato, todos agora sabem que o governo mente quando fala dos UFOs.
Mas o cidadão esclarecido, vendo que o nosso ordenamento jurídico acolhe o depoimento verbal para aclarar um crime, enquanto nos avistamentos as autoridades pediam uma foto, um filme ou um registro de radar como prova para certificar a idoneidade testemunhal, decidiu criar também as suas prevenções e hoje o cidadão prefere não mais ir à delegacia relatar um avistamento. Ele opta por falar aos amigos e, eventualmente, ao ufólogo, mostrando-lhes as imagens capturadas quando elas existem.
Não obstante o trabalho intenso dos ufólogos em apoiar às testemunhas, mostrando inclusive vários casos e documentos oficiais (só no Brasil, há hoje cerca de 5.000 páginas na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e Brasília, que na época eram acobertadas pelo governo e cujas cópias estão na revista UFO), mas ainda assim se observa a reticência da testemunha para relatar sua experiência. Ela tem medo do ridículo, da injustiça e do prejuízo que possa lhe causar o relato.
Nota-se que testemunhas idôneas e acima de qualquer suspeita não querem declarar seus nomes nem dar sua opinião ou relatar nada que as tornem públicas com algo tão insólito. O tabu que se formou no decorrer dos anos sugere a elas que os UFOs não devem ser falados em todo lugar, porque correriam risco no emprego e numa eventual promoção, além de na sociedade serem vítimas de chacota e insinuações de desequilíbrio emocional. Este é o preço que os órgãos oficiais impuseram à testemunha com a sistemática desqualificação e acobertamento do fenômeno.
As repartições oficiais em sua rotina diária se esquivam como podem para impedir o acesso investigativo, cerceiam informações sobre as incidências nos radares de controle aéreo e sobre os alertas transmitidos de uma autoridade a outra. Há, inclusive, os alertas de autoridades de países fronteiriços, como as do Uruguai, que o tenente-coronel-aviador Ariel Sanchez, da Força Aérea Uruguaia (FAU), disse à revista UFO e a este autor, em particular, que ele \”comunica às autoridades brasileiras quando um UFO detectado em seu espaço aéreo entra em território brasileiro\”. Contudo, para os órgãos oficiais tudo é sigiloso, principalmente quando se trata de UFOs.
E quando ao ponto enigmático, visto no radar, se junta também o avistamento a olho nu ou ao binóculo, então avultam extensos relatórios formais que no fundo mais intimidam as testemunhas especializadas do que as ajudam, estimulando as fábulas nos cafezinhos de quem nada viu e enchendo as gavetas oficiais, para alegria das baratas de arquivo. No fundo, transpira dos órgãos a inabilidade para lidar com o enigma.
Pilotos e operadores de tráfego aéreo quando entrevistados denotam grande desconforto para falar das incidências, mesmo sendo profissionais experientes e gabaritados, porque relatar um avistamento de UFO pode ser sinônimo de ficar marcado com o rótulo injusto de “pessoa desequilibrada”. Assim, avulta nas testemunhas o medo de relatar oficialmente o que viram nos céus.
E o que se falar então dos agentes secretos do governo, quando eles mesmos se sentem desvinculados do órgão a que serviram e passam à categoria de testemunha? Neste caso, é melhor dar o exemplo prático. Chase Brandon, que trabalhou 35 anos na CIA, veio a público em julho de 2012 para dizer que o Caso Roswell aconteceu de fato e foi encoberto pelo governo.
Outro caso de Agente da CIA ocorreu recentemente nos Estados Unidos, mas este havia iniciado a 06 de junho de 1998, quando a jornalista investigativa Linda Moulton Howe entrevistou uma testemunha que se deu o pseudônimo de “Agente Kewper Stein”, no programa de rádio Coast to Coast AM (áudio em MP3). Na ocasião, a testemunha falara sobre discos voadores, abduções humanas e mutilação de animais.
O Agente Kewper afirmou que quando iniciara sua carreira militar seu desempenho entre os primeiros da turma despertara interesse da CIA em tê-lo como agente. Era então 1958, quando adquiriu conhecimento sobre extraterrestres e suas tecnologias. Após a primeira entrevista, a testemunha foi advertida por \”agentes ocultos\” (os chamados “Homens de Preto”), a afastar-se de todo contato com Linda, caso contrário sofreria as consequências.
Quinze anos mais tarde, então aos 77 e temendo pelo fim já próximo, a testemunha emergiu das sombras e mais uma vez se colocou pronta para contar sua experiência. Então, como no aviso anterior havia o alerta para não falar com Linda, os pesquisadores remediaram, pedindo ao ufólogo Richard Dolan para conduzir a entrevista, que ocorreu a 05 de março de 2013.
Não obstante o medo, o agora chamado “Anonymous” autorizou, pouco mais tarde, o uso de sua imagem e testemunho para inclusão na Audiência Cidadã de Divulgação (Citizen Hearing on Disclosure), em Washington DC. Então se viu nitidamente quem era a testemunha e soube-se de fatos que mostram bem aquilo que os ufólogos já denunciavam há muito: a confirmação da existência do grupo altamente secreto Majestic 12, o acobertamento de casos como Roswell, a existência de corpos e naves alienígenas acidentadas e outros testemunhos importantes.
Uma das revelações mais ousadas de Anonymous refere-se ao presidente Eisenhower (1953-1961, e tendo como vice-presidente Richard Nixon), que ao saber o que acontecia na Área 51 teria ameaçado reunir uma força de tropas para invadir aquele estabelecimento militar e ficar sabendo a verdade. Então Anonymous diz ter sido emissário da mensagem e, juntamente com seu chefe da CIA (Anthony), foi à Área 51 com o recado presidencial. O comandante, para apaziguar a situação, teria mostrado a ambos as naves alienígenas armazenadas na instalação, incluindo as do Caso Roswell e as criaturas, além dos projetos secretos de aviões da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF).
Quem assiste à gravação dos relatos testemunhais fica com impressão favorável, porque o testemunho chama a atenção e parece convincente. O ex-agente, num quarto de hospital, não faz segredo de sua condição de saúde (seus rins entraram em colapso), e diz que juntando a isso o segredo que tem embargado no peito, resolveu contar tudo para se sentir mais leve.
Ocorre que um testemunho isolado não poderia ser tomado como “prova conclusiva”, mas se forem juntados outras testemunhas, agentes do governo como ele, então o rebuliço estaria formado e o Congresso Americano exigiria do Executivo a liberação de tudo, porque os prazos legais de arquivo parecem já estar vencidos.
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos; Lentulus – Encarnações de Emmanuel, publicados pela Lúmen Editorial. E também dos recém-lançamentos: A Epístola Lentuli e Arquivo Extraterreno. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte A e Parte B, lançados pela Revista UFO. Conheça-os!
Chase Brandon trabalhou 35 anos na CIA e confirma Caso Roswell:
Testemunho no leito de morte de ex-oficial da CIA (legenda), Parte 1 (4m03s):
Testemunho no leito de morte de ex-oficial da CIA (legenda), Parte 2 (3m23s):