
Por Pedro de Campos
Desde longa data há indícios de que a Igreja vem sendo monitorada por seres alienígenas, em especial durante os pontificados de João XXIII, Paulo VI e João Paulo I. Uma das primeiras evidências dessa monitoração veio à tona por meio do chamado “contatismo ufológico”. Um episódio do Caso Adamski veio confirmar que a mídia não estava errada ao informar que o papa João XXIII estivera no passado em sintonia psíquica e, depois, fizera contato com entidades alienígenas nos jardins de Castel Gandolfo. Neste sentido, o episódio Adamski com João XXIII é digno de nota e vamos relembrá-lo aqui, associando outras evidências observadas depois, durante os pontificados de Paulo VI e João Paulo I, quando o contatista suíço Billy Meier faria revelações perturbadoras, cujos fatos foram testemunhados pelo coronel Wendelle Stevens, um dos mais conceituados pesquisadores ufológicos do mundo.
Pouco antes da morte de João XXIII, verificada em 03 de junho de 1963, ocorreu um caso intrigante envolvendo o astrônomo amador George Adamski. Ele teria encontrado o Santo Padre para entregar-lhe uma mensagem extraterrestre. O informe seria oriundo da mesma entidade que o papa contatara em sua residência de Castel Gandolfo, nos idos de 1961, cujo episódio, em detalhes, demos no livro Arquivo extraterreno [São Paulo, Lúmen editorial, 2012]. Aqui vale lembrar que o encontro alienígena com o papa somente seria dado ao público em julho de 1985, pelo The Sun, jornal inglês de grande circulação, quando estampou a notícia vazada de monsenhor Lóris Capovilla, então secretário particular de João XXIII, que com o papa testemunhara o extraordinário.
As testemunhas do encontro de Adamski com João XXIII dão conta de que a 31 de maio de 1963, alguns dias antes da morte do papa, o polêmico contatista fora visto na Itália. Estava ali de passagem, para cumprir agenda de algumas palestras na Europa. Levava um embrulho nas mãos e fora visto entrar no Palácio Vaticano por uma das portas laterais.
Em sucessivas declarações, Adamski disse que seu objetivo era entregar ao Santo Padre uma mensagem extraterrestre. Assim, sua chegada a Roma não passou despercebida. O ufólogo italiano Roberto Pinotti, consultor da revista UFO, atento aos acontecimentos registrou que a resposta dada pela Secretaria de Estado ao investigador Ronald Caswell fora desconcertante. O inglês solicitara formalmente à Santa Sé para confirmar a visita e o teor da conversa de Adamski com o papa, ficando no aguardo.
Na Itália, o contatista estava acompanhado de Louise (Lou) Zinsstag – uma jovem suíça parenta do professor de psicanálise Carl Jung –, da amiga May Morlet e do diplomata italiano Alberto Perego, pessoas que viram Adamski entrar no Vaticano pela porta lateral, levando na mão um pacote. Na volta, ele mostrou aos amigos uma medalhinha pontifícia, que somente os visitantes do papa recebiam de presente. Tratava-se de uma medalha dourada que honrava o encontro.
Não obstante o presente selando o acontecimento, o evento se manteve discreto, mas não passou despercebido para Caswell, que interpelou a Igreja por carta. Ocorre que mais intrigante que a medalha papal foi a resposta do Vaticano:
“A Secretaria de Estado de Sua Santidade, em resposta à recente carta enviada por Ronald Caswell à Sua Eminência, o Cardeal Amleto Cicognane, sente comunicar que não é possível lhe conceder as informações solicitadas quanto ao teor da conversa” [PINOTTI. Missione uomo. Roma, Armênia, 1976].
Com tal resposta, recusando-se apenas a não divulgar o teor da conserva, ficava patente que a Santa Sé confirmava o encontro e que os relatos jornalísticos sobre o teor da conversa, por não terem sido desmentidos pela Igreja, seriam factuais. Afinal, o que um “contatista” teria a dizer ao papa, então muito doente, senão algo sobre os seus contatos com inteligências de outras Terras?
Dentro do Vaticano, no verão de 1961, falava-se à boca pequena que em pleno dia, nos jardins da residência papal, um UFO aproximara-se de súbito e fizera contato com o papa. E que agora, em 1963, por meio de Adamski, os ETs teriam entregado ao Santo Padre um informe, cujo teor, a exemplo do contato do papa, em 1961, jamais seria divulgado.
Não se deve esquecer que o Sumo Pontífice tinha câncer em estágio avançado e que queria, de alguma maneira, facilitar o processo sucessório vindouro. De fato, numa carta datada de 15 de julho de 1964, publicada por Pinotti em Missione uomo, Adamski registra: “Creio que a mensagem dos irmãos ao papa tivesse que ver com o seu sucessor, porque a maior preocupação de João XXIII era a sucessão”.
Jamais se soube o verdadeiro teor da mensagem alienígena, mas o sucessor de João XXIII seria Paulo VI, que este autor teria oportunidade de fotografar a pouco metros de distância, durante a missa dominical da Páscoa de 1972, e de aprofundar estudos para conhecer essa personalidade que passou a reger a Igreja na agitada época da Guerra Fria e da geral incerteza econômica das nações. Mais à frente, ainda voltaremos ao tema.
Investigações de Leslie
Lorde Desmond Leslie, parente do famoso primeiro-ministro inglês Winston Churchill, quis tirar tudo a limpo. Ele tinha certa intimidade com Adamski, porque houvera escrito, em parceria com ele, o livro Discos Voadores – seu enigma e sua explicação [Globo, 1957], no qual Adamski conta seu famoso encontro alien, a 20 de novembro de 1952.
Numa entrevista para documentário na televisão [Aliens, da lenda à realidade – DVD 016 do CBPDV], Leslie declarou que existem elementos substanciais da visita de Adamski ao papa, e que as próprias evidências sustentavam os fatos. Ele contou que certa feita, quando seu grupo de amigos alugara um barco para passear ao longo do Tâmisa, Adamski colocou a mão no bolso, como se fosse pagar a conta, e tirou dele uma relíquia de ouro – um pequeno tesouro para ele –, dizendo, contentíssimo, que ninguém jamais o separaria daquilo. Tratava-se de uma medalha com a efígie de João XXIII. Então explicou que a ganhara do papa, já próximo da morte, recebendo-a quando de sua vista ao Vaticano.
Em tom amistoso, Leslie escarneceu: “Acreditaria mais se me tivesse falado de um passeio seu de bicicleta nos anéis de Saturno”. Mas tal observação deixou Adamski contrariado. E ele respondeu sério: “Encontrei mesmo o papa, e naquela ocasião entreguei-lhe uma embalagem lacrada, recebida por mim dos homens do espaço”. E acrescentou que tinha esperança de que o pacote fosse a benefício da vida do papa. Falou que orou muito em favor daquele. Então Leslie quis saber o que havia na embalagem, mas Adamski não sabia, disse apenas ter encontrado o papa em bom estado de saúde.
Leslie contou que dias depois, no domingo, quando os jornais deram a morte de João XXIII, George, profundamente consternado, num ímpeto exclamou: “Aqueles degenerados, mataram-no!”. Tempos depois, o médico pessoal do Santo Padre falou sobre esse episódio. Disse que o papa tinha câncer no estômago e estava em estágio terminal. E que em tal situação, é comum o paciente apresentar um surto de melhora aparente, tanto física quanto psicológica, mas se trata apenas de um prelúdio do colapso final. Em suma, o quadro clínico coincidia com o observado por Adamski dias antes, quando de sua visita.
Leslie telefonou a quem acompanhara Adamski na viagem de 1963, para saber mais sobre o discutido encontro, e escutou da testemunha:
“Estávamos passeando na cidade do Vaticano. E na Praça São Pedro, Adamski apontou para um prelado e disse: ‘Eis ali o nosso homem’. Tratava-se de um bispo ou monsenhor. George dirigiu-se a ele e ambos se abraçaram como velhos amigos. Em seguida, entraram na Basílica pela porta privativa e, cerca de uma hora depois, nós o vimos radiante de alegria: ‘fantástico – gritava –, encontrei o papa e entreguei-lhe a mensagem’”.
Lou Zinsstag era correspondente suíça de Adamski, pessoa que organizava quase todas as suas conferências na Europa. Ela confirmou a Leslie que o contatista tinha sido recebido pelo Santo Padre. Prosseguiu dizendo que, naquele dia, ela estava presente na Praça São Pedro, vira Adamski entrar e sair do Vaticano, e escutara dele o seguinte relato:
“‘Eu estava esperando por você’ – disse-lhe o papa, segundo George – e Adamski entregou a ele uma mensagem lacrada que havia recebido anteriormente de um irmão do espaço, na cidade de Copenhague. O papa, em retribuição, ofereceu-lhe um novo medalhão do Conselho Ecumênico”.
Interpretações e desequilíbrios
Segundo testemunhos, parece não haver dúvida de que Adamski estivera com o papa. Ele havia sido católico praticante, mas na vida religiosa procurou sintetizar cristianismo e esoterismo oriental, vivendo um clima evangélico com reencarnação, filosofia concebida por ele na juventude, quando estivera na Ordem Real do Tibet e fizera tal associação.
Depois, começou a contatar entidades alienígenas, tidas por ele como criaturas absolutamente físicas, oriundas de planetas do nosso Sistema Solar. As pessoas esclarecidas não acreditavam que tais entidades pudessem ser de tais planetas, mas Adamski sim, em razão de suas experiências.
Então fez uma mistura que se revelaria ilógica, publicando-a. Contou suas experiências e mostrou sua filosofia sincrética, explicando, em pormenores, os ETs e suas espaçonaves. Disse que os seres de Vênus, Marte e Saturno se apresentavam a ele fisicamente, e que eram de natureza concreta. Nunca admitiu que tais entidades pudessem ser ultrafísicas, seres de dimensão rarefeita, criaturas materializadas na nossa atmosfera ou que tais contatos se fizessem em estado de alma emancipada, como postulam outras doutrinas. Não considerava sequer que estivessem, talvez, fazendo daqueles planetas apenas as suas bases para incursões à Terra.
Nos últimos anos, Adamski denotou ter entrado num processo de desequilíbrio, cheio de ideias preconcebidas, como se estivesse deslumbrado por uma crença hipnótica. E em detrimento de seus estudos científicos iniciais, revelou-se depois um fascinado, portador de uma mística oriunda de crença sem base racional. Aos poucos, tais fatores desarticularam a sua razão, impelindo-o a interpretar as experiências de modo cada vez mais longe do razoável.
Em 1961, declarou ter sido levado a Vênus. E disse ter encontrado ali sua falecida esposa, encarnada numa menina venusiana. Os “irmãos do espaço”, segundo suas declarações, respondiam a todos os seus questionamentos sobre imortalidade da alma e reencarnação, fazendo-se uma espécie de “guia espiritual”, algo muito diferente do conceito de vida extraterrestre na verdadeira acepção da palavra. As inúmeras evidências que apresentara antes, com filmes, fotos, teorias e posturas equilibradas, agora se faziam incompreensíveis, diante da falta de argumentos lógicos para mostrar o insólito que a ele estaria se apresentando.
E quando após Vênus, planeta que na época já se sabia sem vida, uma verdadeira fornalha, Adamski declarou que estivera também em Saturno, entre 27 e 30 de março de 1962, participando, como observador, de uma reunião com 12 conselheiros do Sistema Solar; então, chegado a tal ponto, ficou difícil dar atenção a ele – as pessoas equilibradas se afastaram, pois sabiam que vida como aquela não havia nos planetas solares.
Em franco descrédito, Adamski desencarnou a 23 de abril de 1965, levando consigo a medalha pontifícia de João XXIII. Por certo, no mundo dos espíritos ficaria sabendo a verdade sobre os seres alienígenas e o motivo do papa tê-lo recebido de modo tão incomum, à beira da morte.
O clima no Vaticano
Antes de avançarmos na intrigante questão extraterrestre, é preciso traçar aqui o perfil do sucessor de João XXIII, o papa Paulo VI. Na visão dos críticos, Paulo VI deve ser observado de dois modos:
“Um, visto nas audiências gerais e privadas; e outro, descrito em livros e jornais de seu tempo, sobretudo no início de seu papado, quando apoiou João XXIII, e depois, quando deu continuidade ao projeto até a conclusão do Vaticano II”. Afirmações como esta e críticas severas ao papa foram desferidas pelo monsenhor dom Luigi Villa, na obra Paulo VI, o papa que mudou a Igreja [Chiesa Viva, Brescia, ed. Maria Immacolata, set. 2011, nº441].
Monsenhor Villa não perfila entre os aliados; ao contrário, trata-se de opositor ferrenho, a ponto de dizer que o Sumo Pontífice, em sua trajetória, “corrompeu vários setores da Igreja”. Villa foi agente secreto da Igreja, nomeado pelo papa Pio XII, e autor de dezenas de livros-dossiê, sendo profundo conhecedor dos segredos do Vaticano. O fato concreto é que o pontificado de Paulo VI foi marcado por ocorrências graves e oposições incontornáveis dentro da Igreja.
É possível que Giovanni Battista Montini, em junho de 1963, quando foi eleito papa e escolheu o nome Paulo VI, houvesse se lembrado de 1933, quando o padre jesuíta responsável das Congregações Marianas acusou seu apostolado na Federação Universitária Católica Italiana – FUCI, onde o então monsenhor Montini era assistente eclesiástico nacional.
Em Roma, a acusação dava conta formal de que Montini tivera uma “perturbante saída dos limites, no âmbito dos próprios associados”, frase que por si só não diz nada. Mas o cardeal Francesco Selvaggiani, vigário do papa para a diocese de Roma, sabedor dos detalhes, constrangeu Montini a pedir demissão, o que desencadeou uma bisbilhotice na Cúria Romana, com a polêmica de ser Montini “imprudente, ambicioso e centralizador”. E 30 anos depois, o religioso assim qualificado foi eleito papa, mostrando todo seu prestígio fora de Roma.
Fala-se que ao final do Conclave de 1963, o cardeal Montini fizera um juramento formal. Jurara não diminuir ou mudar nada do que tinham conservado os seus honradíssimos antecessores e a não aceitar qualquer novidade, mas conservar com fervor e como verdadeiro discípulo e sucessor, empregando todas as suas forças e todo o seu empenho, aquilo que lhe fora transmitido por João XXIII e por seus irmãos que, agora, o elegiam papa.
É certo que entre a administração paternal de um João XXIII e o convívio maternal de uma madre Mazzarello encontra-se na Igreja um meio termo. E esse meio termo é Paulo VI. No passado, ele organizara o Serviço de Pesquisa e Informações do Vaticano em favor dos prisioneiros e participara da alta administração na Segunda Grande Guerra, mas talvez, agora, no Conclave de 1963, antes do juramento formal, se lembrasse de ter sido demitido pelo papa Pio XII, em 1954.
Na época, a alegação de Pio XII era de Montini ter estreitado relações com o Serviço Secreto Soviético, a KGB, do qual ficara refém, e de ter escondido do papa graves incidentes na Igreja, formando dentro dela uma facção que favorecia os segredos de grupos minoritários.
Em meio à grande massa de religiosos conservadores, muitos com mais de 80 anos, vislumbravam-se na Cúria alguns grupos minoritários. Dentre estes estavam os fascistas (saudosos de Mussolini) e seus contrários (comunistas e democratas), todos em confronto ideológico. Havia também os prelados contábeis, financeiros e administrativos sem escrúpulos, dispostos a tudo em favor de sua facção, principalmente banqueiros. Não faltavam os modernistas, dispostos a liberar nas igrejas os modismos da época, os contrários ao celibatarismo e os homossexuais pertinazes, ambos em busca de vida privada, além de haver grupos menores com influência relativa em razão dos cargos na Igreja ou do impacto causado na mídia.
Montini, desde jovem seminarista até religioso maduro, tinha suas preferências e perfilara em mais de um grupo minoritário. Convicto da necessidade de mudanças na Igreja encontrara no papa João XXIII um pai liberal, e seguiu as aspirações dele na implementação do Concílio Vaticano II. Nutrindo sentimentos de mudança e sendo ele próprio um obreiro a exigir mudança própria, seu pontificado determinou-se a mexer com grupos que lhe eram vigorosamente opostos, gente que os anos funestos de guerra tinham ensinado a defender-se do inimigo, não importando o custo para alcançar a vitória. Era como se uma nova Paixão estivesse em curso, uma época na Igreja em que o manto sacerdotal podia virar uma espada (Lc 22,36).
O clima antagônico aos poucos se tornou cada vez mais incisivo. E Montini convivia com ele, amargando o dissabor de ter angariado na juventude grande número de parceiros eclesiásticos que, no decorrer dos anos, se tornaram graves opositores ideológicos. Então, no resguardo de seus interesses, ele procurou nomear para os postos chaves do Vaticano os que se afinavam à sua maneira. Seguiu à risca o \”Acautelai-vos dos cães!\”, de que Paulo alertara os Filipenses (Fl 3,2-3), mas parece que tais esforços não foram suficientes – talvez a ira fosse mais grave, como relatada em Romanos 1,24-32.
Segundo os relatos de Franco Bellegrandi, que trabalhou por anos a fio como “cavaleiro de capa e espada” na segurança do Palácio Vaticano, em seu livro NichitaRoncalli – controvita di un papa [Roma, Scienze Letterature, 1994, p.85-92], dá conta de que as ações de Paulo VI decidiram os rumos da Igreja que somente mais tarde se puderam notar com nitidez. E muitos da cúpula religiosa, conhecendo O enigma de Montini, se opuseram à sua beatificação, considerando os Processos em Tribunais de 1 Cor 6.
O infortúnio dos sucessores
Caro leitor, o esboço aqui traçado visa apenas dar alguns subsídios para se vislumbrar o clima no Vaticano na época de Paulo VI; assim, talvez, seja possível encontrar lógica na informação desconcertante que viria de Billy Meier, famoso contatado suíço, no dia em que a notícia da morte de Paulo VI veio a público. Nesse dia, algo verdadeiramente insólito ocorreu na Suíça, testemunhado pelo coronel Wendelle Stevens (1923-2010).
Esse militar norte-americano trabalhara na Inteligência Aérea e no Projeto Blue Book, ambos da prestigiosa Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), e, no final de sua vida, fez questão de relatar, ao Congresso UFO 2006, em Laughlin, Nevada, o que vira na Suíça quando da morte do papa.
O coronel conta que naquele domingo, 06 de agosto de 1978, poucas horas antes da morte de Paulo VI (e 53 dias antes da do papa sucessor, João Paulo I), ele estava na casa de Meier, nos Alpes suíços, investigando ocorrências ufológicas. Meier se aprontava para mais um de seus supostos encontros com os pleiadianos; vestiu uma jaqueta para se proteger da chuva e saiu de casa, enquanto as mulheres preparavam a ceia.
Foi quando um homem incomum adentrou a casa. Todos ali pareciam saber quem era – vestia-se de modo diferenciado e portava na cintura uma arma encapada. Não disse nada. Quando todos terminaram a janta e os pratos estavam sendo recolhidos, a figura ali parada apenas levantou a mão, num gesto de saudação, e caminhou para a porta de saída, que dava num pequeno corredor coberto e, depois, saia-se para o quintal, numa planura a céu aberto, coberta de neve e barro devido ao mau tempo.
Stevens se levantou e deu a volta na mesa, olhando para a parte alta da cômoda, onde havia um relógio. Eram 20h25 da noite. Apertou o passo – queria ver a intrigante figura sair do local. Não havia luz nem nada que despertasse sua atenção lá fora. Mas quando ele chegou ao quintal, o tal homem já não estava lá, havia apenas deixado no barro os seus passos – um, dois, três, não havia o quarto, e o barro era propício para gravá-lo. Parecia ter saído pelo alto. Mas tudo ali estava calmo e tranquilo, sem nada a sugerir algo incomum.
Stevens ficou ali parado, pensando, e vendo se algo acontecia, mas nada. Cansado de esperar, voltou a casa e foi ao quarto, onde aproveitou para trocar de roupa. Passou-se um tempo. Depois foi à sala, onde todos estavam vendo televisão. Então entrou no ar a edição especial – “Paulo VI está morto” (o papa desencarnara às 21h40). Mas o noticiário nada deu sobre o motivo da morte. E a programação voltou ao normal, com apenas uma música triste para marcar o acontecimento.
Stevens saiu, queria ver o retorno do visitante incomum, já que não o vira partir. Após uns 45 minutos de espera, o telefone tocou dentro da casa. Do outro lado da linha dizia que Meier estava de volta, e para ir buscá-lo com sua mulher, no local dela conhecido, mas levando um rádio de frequência para comunicação naquele meio montanhoso.
Depois de um tempo, Meier foi achado por Stevens. Estava do outro lado da montanha, debaixo de uma pequena cobertura, perto de uma bomba de gasolina. De modo incomum, ele estava totalmente seco e seus sapatos limpos, como se não tivesse saído de casa; mas, o fato é que saíra e seu estado limpo e seco não se justificava – não havia pisado no barro nem pego chuva andando por ali, num tempo tão ruim.
Meier subiu no carro. Stevens puxou conversa, perguntando se havia escutado as últimas notícias. Ele não respondeu. Disse-lhe então que o papa morreu. Meier não respondeu. Stevens ressaltou que a tevê nada dissera da causa-morte. Então Meier falou: “Seu coração o levou de regresso, e não quero contestar isso”.
Uns 15 minutos depois, o carro chegou à casa de Meier. Na sala, havia alguns senhores distintos, desconhecidos de Stevens. Curiosamente, foi um deles que pediu a ele para deixá-los a sós com Meier. O pesquisador saiu, e uma reunião foi iniciada. O coronel ficou por ali esperando, até que cansou e foi dormir, por volta de uma da manhã.
Ao amanhecer, tomou café e escutou alguns burburinhos lá fora, era uma mulher jovem. Perguntada por ele, disse que a reunião terminara às seis da manhã, mas não podia dizer o que fora discutido, Meier o faria mais tarde.
Eram 09h30, quando Meier tomou seu café na cozinha, e disse ao amigo pesquisador para segui-lo. No pátio, sentaram-se numa mesa metálica, com vidro em cima, então Meier contou o que se passara na reunião. Disse, constrangido, que havia visto o assassinato do papa.
Stevens se recusou a acreditar e insistiu nisso, com bons argumentos, mas Meier reafirmou ter visto o assassinato do papa. Era algo incrível. Explicou que uns dez minutos antes, a bordo da nave pleiadiana, por aparelhos ele vira o local, o semblante do papa e a cozinha na qual uma bandeja de chá estava em preparo. Disse que havia um cardeal por perto, de pé e com as mãos nos bolsos, observando silenciosamente a preparação. Foi quando a mulher notou falta de uma peça do serviço de chá e saiu para pegá-la. Então o cardeal tirou um frasco do bolso e colocou algumas gotas no chá, recolhendo rapidamente o frasco em seu bolso. Quando a mulher voltou, o cardeal estava ali de pé, no mesmo lugar, e a serviçal nada notou. Então levou a bandeja perto da cama e deixou-a.
Os passos seguintes não lhe foram permitidos acompanhar, mesmo tendo protestado aos pleiadianos. Apenas lhe foi explicado que o papa havia descoberto grandes perdas econômicas, de centenas de milhões de dólares vazados do Banco do Vaticano. E que iria nomear uma comissão para investigar o caso, incluindo nela alguns causadores das perdas. Disseram-lhe que o cometimento era tão grave que poderia custar não só a carreira dos envolvidos, mas a vida. Então três ou 4 conspiradores, juntos, decidiram tirar a vida do papa, antes de serem atingidos.
Foi isso que Meier disse ter presenciado na nave, por aparelhos. Algo difícil de acreditar, e praticamente impossível de provar por quem está distante das ocorrências, dos meios materiais de execução e sem acesso nenhum ao cadáver, como ele e todos ali. Mas algo profético ainda viria de Meier, o que daria muito há pensar nos anos seguintes.
David Yallop, escrevendo depois o Em nome de Deus [Rio de Janeiro, Record, 1984], livro que se tornou best-seller, com tradução para 40 idiomas e mais de seis milhões de exemplares vendidos, registra que Paulo VI havia feito comentários públicos corajosos quando o ex-primeiro-ministro Aldo Moro, seu amigo, fora sequestrado e morto pela Máfia. Dentro do Vaticano, Paulo VI fora muito contestado. Nos funerais, ele registra que:
“Apesar da pompa e do cerimonial, o funeral do Sumo Pontífice foi estranhamente destituído de emoção; era como se o seu pontificado há muito tivesse terminado – Paulo VI fora respeitado, mas não amado”.
Em tempos recentes, falando ao Congresso UFO de 2006, Stevens disse que após saber de Meier sobre Paulo VI, a informação seguinte era de que o papa sucessor tomaria por nome João Paulo I e que correria o mesmo risco, porque o grupo responsável pela morte do primeiro estava disposto a tudo.
Então o coronel não teve dúvida, chamou imediatamente o escritor David Yallop, seu amigo, com bom trânsito no Vaticano, para colocá-lo a par dos acontecimentos e pedir a ele para apurar os fatos. Se caso houvesse indícios, que tentasse evitar a morte do futuro papa.
Anos antes, Paulo VI havia nomeado o cardeal Albino Luciani como Patriarca de Veneza. Depois, em setembro de 1972, na Praça São Marcos, para homenageá-lo, colocou nele sua estola papal. Na ocasião, o povo delirou antevendo o futuro. Quando Luciani foi eleito papa a 26 de agosto de 1978, escolhendo por nome João Paulo I, as pessoas ligadas ao círculo contatista de Meier não ficaram surpresas. Mas, apreensivas, sabiam dos riscos que o novo papa correria. Luciani, por sua amizade com Montini, quando iniciou sua Estrada para Roma (capítulo do livro Em nome de Deus), sabia quem eram os fraudadores.
De modo inevitável, os membros daquele círculo contatista e o coronel Stevens tiveram de amargar a profecia de Meier. Porque, a 28 de setembro, 33 dias após a eleição do papa, Luciani deixava repentina e misteriosamente a vida física.
Segundo Stevens, esta teria sido a razão de Yallop ter dedicado sérias investigações para escrever seu livro histórico, Em nome de Deus – uma investigação em torno do assassinato do papa João Paulo I. Porque, antes da eleição, pela informação de Meier, Stevens colocou Yallop a par do que sucedera. E o escritor soube das futuras ocorrências. Ou seja, do nome pontifício que seria escolhido pelo papa eleito (João Paulo I), dos riscos que o novo papa correria (morte por envenenamento) e das perdas econômicas (Banco do Vaticano) que fariam de Luciani a próxima vítima.
Quando sobreveio a morte de João Paulo I e a divulgação oficial de sua causa-morte, “Possivelmente associada com enfarte do miocárdio”, sem autópsia nem laudo pericial, então tudo ficou claro para Yallop – deu a ele motivo concreto para realizar intensas investigações e colocar os resultados em seu livro, para conhecimento público. Por ele, o mundo soube de feitos jamais imaginados.
Quando se observam hoje as experiências dos dois contatistas aqui mencionados, George Adamski e Billy Meier, e as informações adicionais dos especialistas Wendelle Stevens e David Yallop, parece nítido que os alienígenas monitoram desde há muito os principais cometimentos no Vaticano. Para os especialistas – a Igreja está sendo monitorada!
Sabe-se que desde meados do século XX o risco de a Igreja sofrer um colapso é enorme. E o risco, ainda hoje, é grande. Basta ver no início de trabalho do papa Francisco o que transpira das ocorrências internas no Vaticano e as intenções do papa para acabar com os incidentes. Uma bomba relógio de tempo marcado parece em contagem regressiva, exigindo ações rápidas e precisas do papa para desmanche.
Os que questionam hoje os fatos no Vaticano, tal como fizera Yallop no passado, parecem ter razão. Afinal, se o Cristo voltasse hoje, o que pensaria Ele das riquezas da Igreja? Ele manteria as empresas e as equipes de investimento monetário? Controlaria as ações na bolsa de valores? Usaria os cartões de crédito do Banco do Vaticano? Faria tráfico de influências? Como lidaria com os atos impróprios, os preconceitos, as arrogâncias, as contradições, as intrigas e os interesses da Igreja? Difícil responder, quando sob influência de valores materiais! De modo apenas evangélico, parece lógico que Ele selecionaria os Seus e faria uma reforma completa em Sua casa. E talvez sejam essas as razões de a Igreja estar sendo monitorada.
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos; Lentulus – Encarnações de Emmanuel, publicados pela Lúmen Editorial. E também dos recém-lançamentos: A Epístola Lentuli e Arquivo Extraterreno. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte 1 e Parte 2, lançados pela Revista UFO. Conheça-os!
Billy Meier sobre as mortes de Paulo VI e João Paulo I:
Vida y muerte de Juan Pablo I:
El Caso Billy Meier (Documental completo):