
Por Pedro de Campos
Quem leu a nossa trilogia ufológica – Universo Profundo [Lúmen, 2003], UFO: Fenômeno de Contato [Lúmen, 2005] e Um Vermelho Encarnado no Céu [Lúmen, 2006] –, por certo deve ter notado algumas características do Fenômeno UFO relatadas por testemunhas. Os casos davam conta de que, num primeiro momento, embora as testemunhas dissessem que o UFO era coisa física, concreta, num segundo instante falavam que era algo ultrafísico, imaterial.
Explicando melhor, o que parecia material, no momento seguinte desaparecia. O objeto que estava no céu e era metálico há pouco, num piscar de olhos passava a ser luminoso e faiscante. O inicialmente sólido e consistente, desaparecia de um lugar e reaparecia de imediato em outro. O que podia ser filmado e fotografado, repentinamente sumia e não podia ser mais registrado. O que era visível no radar, sumia de modo instantâneo, embora o objeto continuasse visível no ar. O que voava velozmente, de modo brusco parava no ar, transformava-se em luz pulsante e desaparecia da vista, como se tivesse desmaterializado ou entrado no meio do nada. Em suma: a coisa física e objetiva passava a ser ultrafísica e subjetiva de modo quase instantâneo.
Na literatura ufológica de cunho científico, lemos que os UFOs mergulham na água, afundam no solo e penetram nas rochas. Os registros dão conta de que são engolidos em pleno vôo por outros objetos ainda maiores; relatam que UFOs aparecem de forma brusca, depois mudam a luminosidade e ficam nebulosos, em seguida são envolvidos por uma espécie de névoa, a qual parece convertê-los numa outra substância que os faz desaparecer, entrando no mesmo nada de onde vieram. Não há exagero em nossa narrativa, são relatos testemunhais, encontrados inclusive em relatórios militares.
Os operadores de tais objetos, que são descritos como sendo criaturas físicas e concretas, de modo estranho são vistos em seu interior, através das vigias, e até mesmo em seu exterior. Quando em terra, parecem respirar a nossa atmosfera, a qual deveria ser diferente da deles, mas se adaptam a ela com incrível facilidade e conseguem respirar facilmente, sem equipamento nem traje espacial de proteção; e o mais estranho, numa atitude incomum, de repente “eles” param de respirar, comunicam-se pelo pensamento, passam a volitar e desaparecem no ar, misteriosamente. Testemunhos assim são contados aos montes.
Nesses relatos insólitos, as leis da nossa Física ficam subjugadas por completo. Os UFOs parecem brotar e sumir num mundo totalmente desconhecido do nosso, estranho à nossa ciência, mas, ainda assim, um mundo existente e misterioso. Sugestivamente, pelas características insólitas, “eles” poderiam vir de outra dimensão do espaço-tempo, ser constituídos de matéria invisível, ou seja, de uma energia organizada em outra dimensão, a qual se converteria em massa funcional sem que saibamos como. E nessa matéria pelas avessas, viveriam seres menos materiais, constituídos de um plasma ultrafísico, capazes de materializar seus corpos na terceira dimensão sem entendermos o processo.
Surgimento das escolas ufológicas
A esses paradoxos da Ufologia Científica (ou Militar – a que detém seu foco nos vestígios relativamente concretos da casuística), devemos o nascimento de outras escolas ufológicas. Ou seja, quando nos Estados Unidos, após a Segunda Grande Guerra, os primeiros investigadores de UFOs tentaram comunicações telepáticas com os aliens e tiveram respostas tidas como favoráveis, nasceu a Ufologia Psíquica (aquela que detém seu foco na capacidade de o ser humano emitir pensamentos e receptar os de outrem). Em seguida, quando nessa investigação científico-psíquica entraram as pesquisas teológicas, motivadas pela similaridade de algumas Escrituras Sagradas com o Fenômeno UFO, surgiu então a chamada Ufologia Mística. E cada uma das três escolas reuniu elementos e fundamentou os seus postulados, munindo-se todas de razão.
Contudo, alguns estudiosos não aceitaram os resultados de nenhuma delas, combateram os ufólogos e se tornaram céticos, críticos contumazes de tudo o que é divulgado na Ufologia. O ceticismo ufológico considera que a casuística retrata apenas fenômenos naturais desconhecidos ou mal estudados, além de relatos produzidos pela imaginação humana, por fraudes e outras impropriedades. De modo curioso, o cético parece ter prazer em criticar, e quando consegue provar um engano, tem aí o seu clímax, a sua realização. Não obstante, cumpre o seu papel, pois exige dos ufólogos maior empenho e precisão.
Outros investigadores, por sua vez, com bom senso e raciocínio lógico, considerando que o Fenômeno UFO tem chances de ser evento alienígena de cunho inteligente, foram a campo para tentar decifração e transitaram por aquelas três escolas, para colher delas os seus melhores fundamentos. Durante as análises, não ficaram restritos à ciência convencional, que já se houvera revelado insuficiente para decifrar os UFOs. Estenderam os seus limites para além das ciências positivas, aproveitando inclusive os postulados filosóficos, teológicos e experiências psíquicas, tentando entender o fenômeno de modo amplo: esses investigadores cunharam a Ufologia Integral (ou Holística).
Esses ufólogos, além de fundamentarem-se na Ufologia Científica, podem englobar também em seus estudos as experiências da Ufologia Psíquica e da Mística, procurando no conjunto a melhor interpretação dos fenômenos, mas acrescentando em suas pesquisas uma cultura própria, uma formação acadêmica específica, uma especialidade profissional afim, uma capacitação ou ideologia harmônica e consonante ao Fenômeno UFO. Assim temos que a Ufologia Integral é especializada, mostrando uma das escolas ou as três associadas com experiências específicas, como: a visão histórica, a arqueológica, a astronômica, a parapsicológica, a comportamental, a esotérica, a espírita, a católica, a reformadora etc. Cada ufologista busca, conforme a sua especialidade, achar o caminho que o leve à verdade, em benefício do saber humano.
De nossa parte, temos trocado ideias com os adeptos de várias escolas ufológicas, pois procuramos examinar o Fenômeno UFO de modo integral. Devido às suas características insólitas, mostradas nos livros antes mencionados e na síntese acima esboçada, consideramos não ser oportuno ficarmos adstritos a uma única escola ufológica, nem sermos céticos a ponto de refutarmos os UFOs, ignorando supostas ações alienígenas. Para exercitar a Ufologia Integral, além das atividades ufológicas vividas pelas escolas mencionadas, é preciso também fazer perguntas e obter respostas satisfatórias. É preciso prática, estudo e reflexão para tentarmos decifrar a intrigante questão alienígena.