Por Pedro de Campos
Sobre os seres alienígenas já escutamos quase tudo. Enganam-se os que acham que o tipo Nórdico monopoliza as atenções na Ufologia. Na verdade, o tipo Cinza e seus assemelhados são mais comentados. Há alguns anos, escutamos alguém ventilar a hipótese de que os Cinzas seriam apenas espíritos desencarnados, cuja constituição perispiritual estaria deformada e que, ao adensar o corpo espiritual, se fariam tangíveis; contudo, essa hipótese não pôde ser sustentada. No incidente Roswell, ocorrido nos Estados Unidos, em 1947, conforme os vários testemunhos, inclusive o do coronel Philip Corso (deu ótima entrevista à Revista UFO), as criaturas estavam mortas, eram sólidas e exalavam um odor fétido, típico dos organismos em decomposição. Isso fez naufragar a hipótese de espírito materializado, pois na desmaterialização o simulacro desaparece, não morre. Além disso, a nave alienígena foi recuperada, e em regime de segredo militar forneceu valioso material de estudo para as Forças Armadas dos Estados Unidos. Sobre isso, tecemos várias considerações no livro Um Vermelho Encarnado no Céu.
Não obstante a farta casuística e tudo que já se falou sobre os aliens de modo geral e sobre os Cinzas, em particular, a verdade sobre “eles” é ainda um mistério. E são as incertezas que mais estimulam a Ufologia. Os ufólogos e aficionados ao tema estão nesse mote, cada qual buscando sua decifração. O leitor deste blog questiona sobre o que lhe parece intrigante. Nas perguntas abaixo, o nome de quem as formulou foi substituído.
Balbi – Pelo modo de proceder dos Cinzas, eles parecem ser materialistas e evoluídos apenas na ciência. Como poderia ser o mundo espiritual naquele planeta? Haveria ali, como na Terra, espíritos evoluídos para persuadi-los de que a evolução moral é mais importante que a científica? Haveria médiuns reproduzindo mensagens de entidades elevadas?
Campos – Aqui é preciso recorrer aos registros obtidos através da prática psíquica e de contatos em que os temas espirituais tenham vindo à tona. Segundo alguns testemunhos, o regime de pluralidade das existências, conhecido desde a Antiguidade como palingenesia ou reencarnação, seria uma lei regular em todo o cosmos. Nesse regime evolutivo, haveria alternância da vida nos dois planos da existência, ou seja, ora o espírito viveria no plano dos encarnados e ora no dos desencarnados, tendo experiências em várias partes do cosmos. É dito que, em todos os mundos, o plano espiritual é mais ou menos similar ao plano denso em que o espírito “encarna” para uma vida de ciclo limitado, mas ambos os planos influem um no outro, impulsionando o ser para estágios mais altos. Contudo, em estágios ainda inferiores da evolução moral, a falta de ética pode estar presente em ambos os planos, tanto no encarnado como no desencarnado, sendo, contudo, mais acentuada no plano encarnado, em que a matéria é mais densa e as imperfeições do espírito ressaltam na conduta moral. Quanto aos Cinzas, a impressão é de que sejam espíritos materialistas, evoluídos na ciência, mas ainda fracos na moral, talvez a serviço de outros mais adiantados. Essa interpretação, extraída dos contatos de terceiro, quarto e quinto graus, é hoje bem aceita na Ufologia Integral. E a ser verdade o preceito teológico de que “nenhuma ovelha do rebanho se perderá”, como ensinam os teólogos das várias escolas cristãs, por certo haveria entre os Cinzas entidades moralmente elevadas, transmitindo-lhes mensagens próprias à evolução moral de cada um. E isso se faria também pela mediunidade, numa interação constante entre os dois planos da vida, pois a evolução é lei imperativa no cosmos.
Balbi – A casuística ufológica não é clara para sabermos o que querem os alienígenas [veja, por exemplo, o Caso Sobral – alien dentro de casa]. E também, nos contatos psíquicos, os Cinzas não esclarecem quase nada do que fazem. Como conseguir isso?
Campos – Para nós, os Cinzas e várias outras raças seriam entidades exóticas, sem comparação no ambiente terrestre, razão pela qual é difícil entendê-las. Mas assim como os espíritos no passado, usando médiuns como Chico Xavier e outros, patentearam sua existência independente do reconhecimento da ciência oficial, talvez o mesmo pudesse ser feito pelos ETs. Sem dúvida, se “eles” usarem das técnicas avançadas que a casuística nos sugere, por certo poderiam patentear não somente a existência deles, mas também dar informações valiosas de suas ações e de seus motivos. Contudo, se não o fazem, devem ter as suas razões. Dentre as várias hipóteses, talvez possamos considerar que, na ótica deles, não estejamos preparados ou, então, que talvez o contato formal esteja próximo e a fase atual é preparatória. O certo, ninguém sabe! Há coisas que somente um contato formal poderia resolver e dar legitimidade. Hoje, entre nós, há quem não aceite nada de Ufologia, outros querem apenas a notícia e sua divulgação, sem comprometimento. Os mais determinados buscam contato efetivo, realizando vigílias, fazendo pesquisas científicas, praticando atividades psíquicas com seres ultrafísicos e desenvolvendo o contatismo por meio de aparelhos, na chamada TCI-Alien. Na Ufologia, cada pesquisador deve escolher os seus métodos e tentar a sua decifração.
Balbi – As mensagens canalizadas dos Nórdicos podem ser levadas a sério?
Campos – As informações por via canalizada parecem refletir tendências, as quais, na prática, devem ser examinadas com cuidado. É preciso entender que essa vida rara que o Fenômeno UFO nos sugere estar aportando à Terra, a qual viria de tão longe e, às vezes, faria aqui coisas tão absurdas e, outras vezes, coisas tão magníficas, por certo escapa ao nosso entendimento. Há certas mensagens tidas como canalizadas dos Nórdicos (Ashtar Sheran e outros), que causam dúvida atroz. Exemplo disso é a chamada “Operação Resgate” ou “Evacuação Mundial”, algo totalmente funesto, com guerra atômica, impacto de asteróide, verticalização do eixo e calamidades, atribuindo culpa ao homem, à natureza ou ao ciclo evolutivo. A “Operação” consistiria em resgatar as almas de milhões de mortos. Fala-se que os ETs estariam “ajudando”, pois levariam as almas para outros mundos. Ocorre que estamos no mundo dos vivos, cujo objetivo é preservar a vida. Apenas informar calamidades, sem neutralizá-las, é gerar desconforto e pânico – não há bondade nenhuma nisso! Difícil aceitar que previsões assim venham de seres evoluídos. Além disso, o corpo celeste que estaria em rota de colisão não é achado nos céus pelos nossos instrumentos. Se os ETs querem de fato ajudar, por que não usam sua tecnologia para desviar a rota do asteróide? Por que não usam seus recursos avançados para neutralizar os engenhos nucleares? Ainda que as respostas para justificar tais catástrofes sejam bem arquitetadas, se não mudam o resultado funesto, não convencem! De duas uma, ou é animismo de canalizador influenciado por suposto “Juízo Final” ou é ação extracerebral de entidade pseudo-sábia. Algumas mensagens são possíveis de aceitar, mas outras, não! E as não aceitas colocam tudo a perder, porque, depois, por desconfiança, até as boas são rejeitadas. Mas isso não significa que não haja canalização legítima e mensagens de bom teor. É preciso examiná-las, observar sua lógica, se são racionais e beneficiam a vida, caso contrário, devem ser rejeitadas. Segundo postula a Doutrina Espírita, “a geração atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que nada seja mudado na ordem natural das coisas”, A Gênese XVIII:27. Portanto, sejamos reflexivos e prudentes.
O vídeo abaixo mostra parte de extensa mensagem, atribuída a entidade que chamados Ultraterrestre (UT) [preferimos reservar o nome Extraterrestre (ET) para designar entidade de terceira dimensão, o que não é o caso nessa mensagem]. O segmento é instrutivo. Se houver interesse, as demais partes podem ser vistas no Youtube, para ponderação.
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella – A outra face de Adão; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos da Ufologia na Interpretação Espírita. Todos lançados pela Lúmen Editorial. Clique aqui para conhecê-los.