Em 17 de abril último a NASA liberou uma foto obtida pelo telescópio espacial Hubble que mostra milhares de galáxias a variadas distâncias da Terra. Muitos dos objetos da imagem estão a menos de 5 bilhões de anos-luz de distância, contudo na foto pode-se ver um quasar que se situa a 9 bilhões de anos-luz de nós. Isso significa que a luz capturada na foto viajou por um tempo equivalente a dois terços da história do Universo para chegar aqui.
Quasares são os objetos mais luminosos do Universo, núcleos de galáxias muito brilhantes graças à ação de buracos negros supermassivos, com milhões de vezes a massa de nosso Sol. A imagem acima foi obtida após uma exposição de 14 horas, utilizando os filtros de luz visível e infravermelho do Hubble. Próximo ao centro da imagem pode-se observar o aglomerado de galáxias CLASS B1608+656, a 5 bilhões de anos-luz de distância, que amplificou a luz do quasar graças ao fenômeno das lentes gravitacionais. Isso ocorre quando a luz de um objeto mais distante é distorcida e amplificada pela gravidade do objeto mais próximo.
Dois outros aglomerados, ACS J160919+6532 e ACS J160910+6532, respectivamente apelidados de Fred e Ginger, também foram usados como lentes gravitacionais. Contudo, Fred situa-se próximo do aglomerado CLASS, ao passo que Ginger está mais perto da Terra. Pequenos arcos de luz podem ser vistos na foto, um efeito da distorção da luz pela gravidade. A luminosidade desses objetos iniciou seu trajeto até nós quando o Sol, o Sistema Solar e a própria Terra ainda não tinham sido formados. Na foto pode-se observar ainda diversas galáxias muito próximas umas das outras, algumas em processo de colisão.
EXPOSIÇÃO DE INSTRUMENTOS DO HUBBLE EM WASHINGTON
Em 23 de abril o Museu Nacional da Aeronáutica e Espaço em Washington abriu a exposição intitulada Reparando o Hubble. Dela fazem parte, além de um modelo em escala real do extraordinário telescópio, os instrumentos COSTAR, de correção óptica, e WFPC2, uma câmera planetária e de campo amplo, trazidas para a Terra pelo ônibus espacial Atlantis após a última missão de reparos no instrumento, a STS-125 de maio de 2009. Ambos haviam sido instalados na primeira missão de reparos em 1993, corrigindo os problemas iniciais do Hubble, ao que se seguiu uma revolução em nosso entendimento do Universo. Um dos feitos mais importantes obtidos graças a esses instrumentos foi a famosa Imagem de Campo Ultraprofundo, que mostra cerca de 4.000 galáxias a 12 bilhões de anos-luz de distância. A NASA espera continuar utilizando o Hubble pelo menos até 2020.
Assista a um vídeo sobre o processo de obtenção da imagem galáctica:
As mais importantes descobertas obtidas com o telescópio
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