No livro Pálido Ponto Azul, um dos últimos de sua carreira, o saudoso Carl Sagan aponta que a astronomia teve um grande peso na desconstrução de várias ilusões que os seres humanos alimentaram ao longo do tempo. A observação do céu primeiro deu a nossos antepassados a noção de que a Terra era o centro do Universo. Outras ideias e teorias foram testadas ao longo dos séculos, como o de que o Sol poderia estar no centro, e até que talvez estivéssemos em uma posição importante dentro de nossa galáxia. Cada uma dessas noções, evidentemente, foi derrubada pelos fatos, pois nosso Sistema Solar se localiza próximo à periferia da Via Láctea, e muito provavelmente a Terra só é importante porque vivemos nela.
É muito fácil projetar nossas noções familiares sobre o Universo, e até mesmo dentro da Ufologia temos esse problema. Alienígenas altos, loiros e de olhos azuis são obviamente benignos, ao passo que os feiosos grays, pequenos, magros de cabeças grandes e olhos negros, são claramente malignos conforme algumas correntes. Sabemos o suficiente para afirmar isso? Na pesquisa da astronomia e da exobiologia existe muito de suposição também, devido a nossos ainda limitados conhecimentos, pois sabemos existir com certeza somente um tipo de vida, a terrestre. Agora, diversas correntes dentro da comunidade científica apontam que tal enfoque deve mudar, admitindo que outras formas de vida podem existir.
Um novo artigo, publicado na Astrobiology Magazine, pretende auxiliar o SETI, o programa de Busca por Inteligência Extraterrestre, analisando as descobertas dos últimos anos em termos de exoplanetas, destacando as novas ferramentas de pesquisa e análise disponíveis. Nathalie Cabrol, cientista do SETI e diretora do Centro Carl Sagan, autora do artigo, comenta: “A vida depende do ambiente. Cada planeta é um experimento planetário único, então se produzimos um modelo desses ambientes, podemos começar a entender que tipo de diversidade pode existir lá fora”. Uma das propostas é observar o quanto a quantidade de determinado elemento na atmosfera de um planeta varia em relação aos modelos teóricos. Por exemplo, um excesso de silício pode indicar a presença de formas de vida baseadas em silício nesse mundo.
NOVAS FORMAS E CONCEITOS PARA PROCURAR PELOS EXTRATERRESTRES
Até mesmo o conceito de região habitável, onde até o momento 42 exoplanetas em diversos sistemas solares foram encontrados, pode ser flexibilizado. Em nosso próprio Sistema Solar as luas Europa de Júpiter, e Titã e Enceladus de Saturno não estão na região habitável mas são candidatas a abrigar vida alienígena. Cabrol comenta que equipamentos de detecção de vida enviados a outros planetas são testados com as formas de vida existentes aqui. Ela afirma que a busca por sinais de rádio e laser realizadas pelo SETI ainda são a melhor forma de busca disponível em nosso conhecimento atual, mas aponta que o foco tem sido somente o final da famosa Equação de Drake, quantas civilizações capazes de se comunicar existem. Ela defende uma tentativa de entender e quantificar cada um dos fatores em cada termo da equação. O artigo de Nathalie Cabrol, de acordo com ela, se destina a incentivar a discussão sobre a melhor forma de buscar nossos vizinhos cósmicos, que deverá acontecer em um workshop organizado pelo Instituto SETI no próximo ano.
Leia o artigo de Nathalie Cabrol
Confira o Catálogo de Exoplanetas Habitáveis
Visite o site do Instituto SETI
Leia uma explicação sobre a Equação de Drake
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DVD: Planetas Alienígenas
Há apenas alguns anos a ciência somente suspeitava, mas não tinha nenhuma confirmação, da existência de planetas além dos dez conhecidos no Sistema Solar. Não ter informação sobre outros mundos em um universo tremendamente grande era um incômodo científico e também um desafio para astrônomos e astrofísicos. Isso até que modernas técnicas aliadas a poderosos telescópios espaciais passassem a detectar a existência destes corpos orbitando outras estrelas, chamados exoplanetas. De lá para cá, já temos perto de 10.000 mundos confirmados, dos quais muitos podem ser Planetas Alienígenas, como mostra este documentário.