A nave Juno da NASA prossegue seu trabalho em órbita de Júpiter, após sua chegada ao sistema joviano em 04 de julho de 2016. Ela percorre uma órbita polar bastante elíptica, que no ponto mais próximo, também chamado perijove, a faz passar a somente 5.000 km de distância das nuvens mais altas de sua atmosfera a cada 53 dias. Neste último 02 de fevereiro, por sinal, a Juno se aproximou a somente 4.300 km da atmosfera, a uma velocidade de 208.000 km/h. Todos os seus instrumentos científicos estavam funionando e a missão prossegue conforme o planejado.
O objetivo da missão de 1,1 bilhão de dólares é investigar a estrutura, composição e evolução de Júpiter, e assim reunir pistas para entender como o próprio Sistema Solar surgiu e evoluiu ao que conhecemos hoje. Além disso, a missão permitirá entender ainda os planetas gigantes gasosos de outros sistemas solares, inclusive como aqueles situados próximos às suas estrelas, os “Júpiteres quentes”, migram até suas inusitadas posições. Os sobrevoos anteriores da Juno aconteceram em agosto, outubro e dezembro, e entre as descobertas já feitas estão a de que o campo magnético e as auroras de Júpiter são ainda maiores e mais poderosos do que se pensava. Além disso as formações atmosféricas que dão ao planeta sua aparência se estendem profundamente até seu interior.
Júpiter e seu satélite Io, a mais interna de suas quatro grandes luas, têm um comportamento conjunto em relação ao campo magnético do planeta. Io possui ao menos 400 vulcões ativos, observados pelas missões Voyager, Galileo e New Horizons, sendo o corpo vulcanicamente mais ativo do Sistema Solar. Por eles são expelidos enxofre, dióxido de enxofre e fragmentos de rocha basáltica a 500 km de altitude, devido à fraca gravidade da lua. Os gases são ionizados pelo enorme campo magnético de Júpiter, e o resultado da interação entre o planeta e o satélite é descrito como um toroide, ou donut, centrado em Júpiter e cujo formato é o da órbita de Io. O satélite é o principal fornecedor de partículas para a magnetosfera de Júpiter, e apesar de estar em uma região inóspita até mesmo para sondas espaciais, foi apresentada uma proposta de estudo indireto desses fenômenos com a Juno. De acordo com o artigo do estudante Phillip Phipps e o professor Paul Withers, da Universidade de Boston, as mudanças do sinal de rádio da nave, conforme passa por diferentes regiões desse toroide, poderiam proporcionar medições de suas características. A técnica se chama ocultação de rádio e fontes afirmam que a NASA está analisando a proposta. A missão da Juno, programada para ser finalizada em fevereiro de 2018, pode até mesmo conseguir evidências sobre como a vida surgiu na Terra.
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